10 julho 2010

Goleada da Europa no Mundial



Enquanto se descobrirá amanhã, 11 de Julho, na distante Joanesburgo, que a Europa volta superar a América do Sul em títulos (10-9) mundiais no extremo sul de África, ainda que com um campeão inédito que também comprova o dobro da variedade de vencedores (Alemanha/RFA, Inglaterra, França, Itália e Espanha ou Holanda, contra o trio Brasil-Argentina-Uruguai), o anunciado domínio sul-americano ficou reduzido a insignificantes vitórias da Argentina sobre a Grécia, do Paraguai ante Eslováquia e do Chile frente à Suíça. Três triunfos apenas em 11 encontros directos, com o peso de 0-5 em vitórias para os europeus desde os jogos quentes dos quartos-de-final, em que três dos quatro embates foram entre rivais separados pelo Atlântico a que se somou ainda as vitórias da Holanda na semifinal e da Alemanha no jogo de hoje pelo 3º lugar ambas por 3-2 e sobre o mesmo combativo, disciplinado mas esgotado Uruguai que viu repetida a cena de 1970, então batido pela RFA pelo último lugar do pódio e veremos se, como no México há 40 anos, o carrasco dos "celestes" serão campeões mundiais como foi esse Brasil de Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino - e nesse caso será a Holanda campeã para desfeitear a tese do estreante sortudo em finais que caberá à Espanha.

A forma física dos europeus aguentou-se em ambiente mais fresco do Inverno austral, como antevi desde o início, e contribuiu para tal supremacia, também ao contrário de muitas previsões e anúncios catastróficos de cansaço como se também muitas selecções da América Latina não tivessem inúmeros atletas que jogam na Europa.

E enquanto se multiplicam os vaticínios perdidos e se esgotam as horas televisivas que procurei reduzir ao essencial da transmissão dos jogos, o António Tadeia, ainda hoje, não passou sem brindar-nos com mais uma das suas cretinices de menino mal educado na forma de passar informação que é opinião da mais banal e sectária.

A propósito de um corte em "carrinho" de Fucile - que jogo magnífico fez o lateral portista, hoje à direita e com Maxi Pereira a ala à sua frente -, atrasando a bola para o seu guarda-redes, este pobre imbecil do Tadeia lá tinha, como lagarto ressabiado e de permanentes maus fígados, de lembrar o episódo do livre indirecto que deu golo a Raul Meireles num Porto-Sporting contestado por causa da interpretação do árbitro Pedro Proença por um atraso de bola a Stojkovic.

Como se ninguém mais se lembre do lance, esse do Dragão à 2ª jornada de 2007-2008, em que há um passe que pode considerar-se intencional para Polga (ou deste para um colega da defesa) que abriu as pernas e deixou a bola passar para o seu guarda-redes, este pobre diabo do Tadeia lá quis forçar a comparação dos lances. Para quê? Vincar que então foi mal decidido e do qual nasceu a derrota leonina, pois claro! Típico comentário de leão pequenino e tacanho de espírito, partilhado por qualquer adepto lagartixa a fazer beicinho e, qual Calimero, a comentar quantas injustiças o mundo comete contra o depauperado emblema de Alvalade.
Mas destas "infelizmências" ficam só para anedotário televisivo/comentarista, que já levo em conta desde pequenino, enquanto as três melhores equipas do torneio figurarão nos lugares cimeiros como merecem, onde a hierarquia de valores se consagra, ainda, com a final inédita Holanda-Espanha que muito aprecio, das melhores equipas que gostam da bola, sabem o que fazer com ela e, ao contrário do Inter-Barça da Champions, não permitiram injustiças em que, só pontualmente, o futebol é pródigo.

Elegi a Espanha minha favorita, a Holanda como provável finalista também e qualquer delas pode ganhar com os seus atributos expostos em toda a competição e com toda a competência aliada um jogo positivo, impositivo e por vezes arrebatador. De tal forma que, como a Laranja Mecânica de 74 e 78, que me inspirou quando miúdo desde aquela marca do Ajax que jogava mais branco e me fez também meter uma fita larga vermelha na vertical da camisola de ginástica no "Ciclo", mesmo a que perca terá merecidamente lugar na memória dos que gostam de futebol pelo puro gozo do futebol - e não de tacticismo exasperado e pretensamente científico que faz o gáudio dos alegados experts da mais tenra teoria envolta no mais diáfano dos mantos debruados a fantasia delirante que permite dizer tudo e o seu contrário.

1 comentário:

  1. estar a falar dos tadeias, era dar-lhe a importância que o espécime não tem.
    Mas vou falar de algo muito mais importante, e que carece de explicação clara e plausível, dado que se trata de uma empresa pública, inclusivé com "taxa" compulsiva sobre todo o cidadão que consuma electricidade.
    Como são contratados estes senhores para fazerem comentários?
    Pela cor clubista? afeição familiar? capacidade de hostilização dos "mesmos"?
    Talvez o senhor provedor do espectador tenha uma "teoria" que queira compartilhar, ou então levar-me a cada vez me convencer mais de que esta é uma república DE bananas...

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