03 julho 2010

Os parolos a gritar golo no penálti ou o reflexo de Pavlov quando vêem um jogador do Benfica



Norton de Matos quis fazer de conta que não é empresário ou prospector de talentos ou conhecedor pelo menos do mercado de jogadores da América do Sul, de onde chegou a trazer alguns para Portugal e nem sempre de boa safra. Propôs-se comentar o Paraguai-Japão e, primeiro, não viu os nipónicos jogarem melhor à bola no campo todo, depois gritou três vezes s golos paraguaios antes de se concretizarem no desempate por grandes penalidades. Ou tem bola de cristal, ou espera vender algum paraguaio ou tem avença comissionista por outra coisa qualquer.


Já as revistas da especialidade nos destacavam, nos melhores de algumas selecções, tipos como Suazo nas Honduras, que mal calçou e nem se viu, ou Cardozo no Paraguai, como se não estivesse a milhar de ser o destaque da sua selecção. Aparece, por exemplo, na revista do Mundial do Record.


Entretanto, Cardozo marca por acaso o penálti que arruma a questão com o Japão, no desempate das grandes penalidades e é destaque de 1ª página. Dá-se o caso de o Uruguai ter chegado, depois, ao desempate por penáltis com o Gana. Maxi Pereira ia marcar o penálti e um parolo da RTP gritou golo, mas o defesa benfiquista chutou bem acima da trave. Que reflexo pavloviano sacode esta gente quando vê um jogador do Benfica? Hélder Conduto, contudo e com tudo, bem destacou, no Portugal-C. Marfim, a presença de dois benfiquistas em campo, quando entrou Rúben Amorim arma secreta que trabalhara nas férias, jogou 5 minutos e lesionou-se até à data...


Amiúde, a gente do Gabinete de Imprensa do Benfica destacada na RTP empolgava-se com alguma coisa ligada àquele clube. Quando era di Maria, com jogos da Argentina na SIC, o parolo desta exultava mas é outro dos muitos que ainda não deglutiram o extraordinário negócio da venda ao Real Madrid...


Entretanto, o cepo Cardozo tem nos pés, mas não na cabeça, a hipótese de pôr a Espanha a tremer, mas falha o penálti paraguaio desta noite. É tecnicamente um fraco jogador que a Imprensa e o Regime favoreceram para ser o melhor marcador da Liga portuguesa. Não será 1ª página, todavia...


Onde se comprova que os penáltis não são uma lotaria e só os mais fracos cedem. Até os que, de microfone na mão, deixam revelar as suas doentias inclinações: os que se maravilham com a Argentina frente à Nigéria, a Coreia do Sul e a Grécia; os que gritam pelos golos do Brasil e o espanto dos de Maicon como se nunca tivesse marcado igual da linha de fundo; os que falam de jogador do Benfica para aqui, de Cardozo decisivo para ali, de golo de penálti a errar a baliza por metros como Maxi Pereira; os comentadores que "conceptualizam" o trinco, medem os extremos e apalpam os alas, valorizando os avançados, enquanto fazem e desfazem treinadores.


Neste aspecto, no Mundial foi a merda do costume.
Amanhã estou de folga pelo 4 de Julho de que me lembrei por alguém mencionar que Nuno Rogeiro festejou algures com americanos. Falta-nos, afinal, a independência...

2 comentários:

  1. Gostava de festejar como os do Tio Sam, como eles têm orgulho em ser américas, cá nesta terra resta-me ter pride no
    FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  2. Isso é verdade, paulop, mas um orgulho muito ignorante sobre o que é o seu país.

    Coincidi na América uma vez num 4 de Julho. Estava em Dallas. Tive curiosidade e fui ver o povo. Os "américas", afinal, foram brindados, pelo que vi, com fogo de artifício, tal qual em Portugal, nada especial. Ficaram contentes, os cidadãos junto aos quais estive num parque. VIram foguetes como nós vemos por cá.

    Fora o cinema, não fiquei cliente. E as férias, claro. Saí de lá, aliás, a cismar sobre se aquilo era mesmo o exemplo de democracia, de comércio livre e de liberdade. Não desaconselho, mas já conheci muitos países onde preferia viver.
    Só este àparte, porque o Mundial ainda me interessa.

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