24 março 2007

Uma questão indecente

«Há dias, ouvi um amigo lisboeta dizer que o declínio do Porto se assemelha ao que ocorreu há décadas em Coimbra, atribuindo esta decadência a uma deficiente estratégia de articulação entre políticos e elites da região. De facto, nos últimos 20 anos fomos incapazes de agir de forma concertada, os políticos sucumbiram ou renderam-se ao canto das sereias do poder central, as elites ainda se imaginam herdeiras de um Porto liberal e influente que porventura já não existe, mas são outras as razões primordiais. O Porto só teve protagonismo quando teve poder económico, nos finais do Século XIX e logo após o 25 de Abril. Este último foi um fenómeno fugaz que coincidiu com a turbulência da revolução porque, apesar da perda das colónias, Lisboa mantivera a sua cultura de capital do Império e não tardou em descobrir as suas novas especiarias nos fundos que começaram a chegar por via da adesão europeia. Tal como nas eras dos descobrimentos e do ouro do Brasil, a chegada da riqueza catalizou o ímpeto centralizador e a cobiça dos cortesãos. A súbita abundância reforçou também uma burocracia opulenta, autocrática e despótica, que ora corrompe ora destrói todos os que lhe tentam fazer frente. O Porto foi vítima deste estado de coisas, não só porque o centralismo ajudou a abater a sua pujança económica mas também porque, enquanto sede de um modelo alternativo e centro do contra-poder, era o alvo a abater.

Para isso contribuiu o facto de termos estado quase sempre em contra-ciclo político relativamente ao poder central. Terá sido por fatalismo histórico, ou essa divergência é um resíduo da proverbial irreverência tripeira? Certo é que durante o cavaquismo, em que a cidade foi liderada por Gomes, a hostilidade do governo foi evidente na privatização do BPA e na sobranceria com que foi visto o projecto do Metro. Com Guterres, chegou a haver convergência mas a regionalização armadilhada foi um primeiro prenúncio de que os principais autarcas e líderes socialistas do Norte não iriam ter tréguas. A queda de Guterres coincidiria com a vitória de Rio e com o domínio metropolitano do PSD, mas essa efémera convergência com os governos PSD/CDS foi desperdiçada em querelas intestinas. Desde então, a derrota do PS nas últimas autárquicas acentuou a divergência. Estará o Porto a pagar o preço dessa insubordinação?

Não restam dúvidas que o ímpeto centralista que já imperava em Lisboa se “portofobizou”. A questão do Metro, a privatização da ANA, as opções sobre infra-estruturas, são exemplos dessa política, encoberta por operações mediáticas que sustentam a ideia de que somos o poço dos problemas nacionais. “O vosso aeroporto e a Casa da Música custaram o dobro do orçamentado” dizem-nos, como se fossem casos virgens; “o Metro é caríssimo e mal gerido” argumentam, esquecendo a comparação com o da capital. O caso dos túneis é o mais evidente: no de Ceuta, acusaram-nos de discutirem a sua saída como se isso fosse uma prova de que “aquela gente não se entende”. Em Lisboa, a intervenção cívica para interromper as obras do túnel do Marquês foi de tal maneira louvada que este não está pronto mas o responsável pelo embargo foi elevado a herói e depois a autarca. Se surgem problemas com autarcas do Norte, vende-se a ideia de que são todos caciques e achincalha-se o eleitorado, mas se há uma crise na câmara de Lisboa, passamos a estar todos envolvidos porque o caso é visto como uma questão de âmbito nacional. Tem sido assim o “Apito Dourado”, que assobia para Sul e ataca para Norte apesar dos sintomas de que o aliciamento dos árbitros é uma prática corrente, generalizada e nacional, e que serve para passar a ideia de que os sucessos do FC Porto foram alcançados pela trapaça e de que os nortenhos são batoteiros. Passaria pela cabeça de alguém acusar os lisboetas de pedófilos só porque a Casa Pia e os seus arguidos são oriundos da capital? Mesmo no referendo do aborto, houve quem tivesse o desplante de avaliar a disparidade regional do voto para concluir que as gentes cá de cima são retrógradas e incultas.

Quando a intoxicação já não pode ocultar que o país é governado com dois pesos e duas medidas e que a economia do Norte está em frangalhos, eis que surge na mesa a última cartada: para anestesiar o descontentamento, o PS promete referendar a regionalização. Esta seria bem vinda, e digo seria porque duvido que seja aprovada, mas será por mero acaso que só possa ocorrer em 2011 quando já não restarem fundos de coesão para podermos corrigir a mira?

Sócrates limita-se a continuar uma velha mas inconfessada política. Desde os governos de Cavaco que há um propósito de impedir que o Noroeste Peninsular possa vir a ser uma região num futuro mais ou menos distante. Será pela melhor razão, para preservar as fronteiras do nosso Estado Nação? Ora, quando se assiste à submissão dos nossos governos aos interesses de Espanha, seja na política económica (que sucumbe às ordens das suas grandes empresas e não resiste às perseguições às portuguesas em solo espanhol), seja nas negociações dos dossiers da energia e da água, seja na construção do TGV em que se aceita a lógica radial de Madrid, é lícito perguntar: não haverá um plano furtivo para garantir que Lisboa sobreviverá, mesmo que apenas como capital de uma futura região (decalcada no nosso mapa e da qual o Norte não se possa vir a destacar) de uma federação ibérica orquestrada na Moncloa?

Pode ser uma visão catastrófica, mas numa altura em que faltam temas à oposição de direita, é sintomático que esta esqueça a questão do centralismo e o abandono do Norte, que poderiam ser o seu estandarte. Dos partidos à esquerda do PS, a necessidade de proteger a sua clientela eleitoral que se concentra em grande parte em Lisboa e Vale do Tejo e tem nos funcionários públicos (a quem o centralismo convém) a sua maior expressão, não se pode exigir essa visão.

O resultado desta política furtiva está à vista: temos um Estado exíguo, centralista e, a prazo, inviável. Quando acabarem os fundos de coesão, não se imagina como o país poderá continuar a sustentar os seus vícios e não se antevê que até lá seja possível alterar o paradigma. Depois da batota com o mapa das NUT em que a região de Lisboa e Vale do Tejo mingou para poder desviar para os arrabaldes da capital mais alguns fundos de coesão, vamos assistir a um último esforço por desenvolver uma só região que, no futuro, o país não poderá pagar? É essa a nova ameaça ao Porto e a toda a província, como ainda se vai chamando secretamente ao país que não cabe entre as densas colinas da Olisipo.

Como disse Elisa Ferreira, por muito que Lisboa progrida, a sua dimensão nunca permitirá compensar a decadência do Norte e do Centro. A economia destas regiões, que produz a maior parte dos bens transaccionáveis, não suporta o empolamento dos factores de produção não transaccionáveis e dos serviços do estado que se concentram numa cidade em que o PIB per capita que é o dobro do seu. Por isso, se adiarmos a descentralização até que se extingam os fundos de coesão, o país estará falido, o regime em perigo e a nação em risco de desagregação.»

Rui Moreira in Público

37 comentários:

  1. A questão do regionalismo deveria estar cada vez mais em cima da mesa. O problema que existe em relação a isso é também uma causa porque me tento debater aqui no blog e por certo já deves ter reparado nisso. Por vezes custa-me um pouco abordar o tema porque sei que há portistas em todo o país, mas eu sou do Porto (arredores) vivo o Porto cidade como minha e é mais forte que eu.
    São várias as provas que existem sobre as diferenças de tratamento dos vários governos entre Lisboa e o Porto e indirectamente isso acaba por afectar o FCPorto e em muito. Por consequência afecta os portistas. Por isso essa luta de PdC fez sentido, e penso que ainda faria, por isso nós sentimos muito tudo o que PdC fez por nós, se calhar de uma maneira bem diferente da que sentes. Ninguém gosta de injustiças e nós (resto do país e em particular o Porto) sentimo-las todos os dias.

    Um abraço.
    PS: Este texto escrevi-o para o Teixeira na caixa de comentários anterior, mas serve para todos os que por algum motivo não compreendem este género de posts aqui no blog.

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  2. Futebolisticamente falando, já à muito que deixámos de querer Lisboa a arder, se bem me faço entender.
    O FCP tornou-se num clube nacional ao ponto de, brevemente, ser o 1º clube a abrir uma Casa na cidade onde não existe nenhuma casa de clubes grandes : Guimarães.

    A casa de Lisboa e de Faro são muito representativas e quando o FCP joga na Madeira consegue igualar os apoiantes com a equipa da casa.

    Acho que, a dada altura, PC mudou a sua forma de ver as coisas, continuaremos bairristas, sempre contra o poder instalado mas hoje já cativámos mais adeptos do Sul,o que é importante.

    Quanto à regionalização, por muito que leia os entendidos da matéria, só tenho uma ideia : regionalização deveria ser para ontem, para já e para sempre. A descentralização que é proclamada aos sete ventos é falsa, e inócua porque não se traduz na realidade, como se pode ver neste texto excelentemente bem escrito.

    Por fim, queria deixar aqui uma parte de um livro que li.
    O livro chama-se "O evangelho segundo a serpente " e é de Faíza Hayat e reza assim :

    "- Você é brasileiro ?"
    E ele imediatamente:
    - Não tenho a certeza. Sou do Flamengo."
    Emociona-o mais o hino do Flamengo do que o hino do Brasil. A naturalidade é um acidente, a nacionalidade um artificio. Um clube é uma escolha do coração..."

    Para mim, revejo-me nesta frase, vibro muito mais no FCP do que a selecção, por muito que tente, e não é por causa de Scolari, é mesmo por causa do grande amor ao FCP.

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  3. Este comentário vem no seguimento do anterior feito por mim no último post do Menphis mas que dá para ser complementado na escolha do Zirtaev.




    Conheço a realidade que se vive no resto do território.

    Sou a favor da regionalização.

    Dito isto passo a dar a minha humilde opinião.

    Não entendo o constante lamuriar das mui nobres gentes do Norte. Parece existir uma total aversão à Capital de todos os portugueses. Diria que muitos se sentem no direito de reclamar o Porto como centro de todas as decisões.Não compreendo essa atitude minimalista emuito mal fundamentada ao abrigo da história.

    Lisboa deveria ser acarinhada como sendo de todos e não "inteligentemente" trazida à discussão para assuntos do futebol. Poderão me dizer que uma e outra estão ligadas, mas eu respondo que só o são porque durante muito tempo essa bandeira serviu os interesses de quem pretende para si o apoio cego de uma região. Este só é conseguido quando o "povo" toma como seus as lutas de poder (leia-se poleiro) de outros que nunca deram nada de pálpavel à população a não ser um ódio visceral e um constante fado que eu julgava ser apanágio de Coimbra e das ruelas cinzentas de Lisboa.

    O Norte em tempo de democracia escolheu sempre para si líderes que nunca lhe deram nada. Pelo contrário é visivel o escalar económico e o poder dos populistas que só sabem e querem falar de regionalismo para obterem mais e mais poder. Só assim se compreende a oferta de eletrodomésticos nas eleições...

    Os fundos europeus ainda que geridos por Lisboa foram distribuidos por todo o país, embora todos estejamos conscientes que a grande maioria desses euros foram parar a contas bancárias dos "empresários" de todas as cores e regiões.

    O Norte como o Sul tem tido a oportunidade de votar nos mais diversos ideais partidários. Sabemos que é no Norte que tem existido maior fidelidade dos eleitores para as mesmas caras e projectos. Basta aferir do número consecutivo de anos que alguns autarcas são eleitos. Que tem feito eles? Que oportunidade tem sido dada a diferentes ideais acima de Leiria? O povo nortenho continua na sua larga maioria a insistir no voto católico, preconceituoso e populista. Um eterno ping-pong. Em que parte do país é notada maior influência da igreja? A mesma que tanto tem dado às gentes do Norte...mais do que esta ironia que escrevo só mesmo as campanhas eleitorais que são feitas em hora de missa...

    O Norte escolheu para si há muitas décadas um modelo económico que se baseia na actividade fabril. Como sabemos as fábricas do Sul também são alvo de falências e despedimentos. Não se notará tanto porque o Sul optou por outras formas de subsistir. Quando fazemos uma análise à educação escolar de Lisboa também notamos uma enorme diferença. O Norte fruto da sua política fabril nos centros urbanos e de agro-pecuária no meio rural relegou para segundo plano esse bem valioso que é estar preparado para as novas exigências que nos batem à porta todos os dias. Pode-se constatar isto que afirmo nos mais diversos estudos sociológicos.

    No texto, Rui Moreira compara o buraco das contas do Metro do Porto e da Casa da Música com o Túnel do Marquês, mas não será essa comparação um pouco hipócrita? É que estamos a falar de valores muito distintos entre si. E a gestão das mesmas tem sido bem feita? As administrações dessas empreitadas estão nas mãos dos autarcas. Anos a fio a dar prejuizo e exigem que o país lhe avançe mais dinheiro. Um escandalo. (sobre a actual situação do Metro do Porto)

    As maiores riquezas privadas deste país continuam a morar a norte. Não será esse um paradigma de tudo isto?


    Sou nortenho de sangue, e tenho um enorme orgulho nas minhas raízes, contudo sempre que viajo até ao Norte sou confrontado com os maiores atrasos tanto de atitude como de modernidade intelectual que acabam por ser o reflexo do progresso fisico da região. Obviamente não me refiro a nenhum caso em concreto, mas percebe-se a diferença de evoluçao de pensamento. Poderia dar como exemplo Londres que tem um notório ascendente sobre outras cidades de Inglaterra. É normal que assim seja por ser o cento do país.

    Se trouxermos a regionalização para o futebol, estaremos a fazer com que (no nosso caso mais próximo que é o FC Porto), cada vez haja mais isolamento e invariávelmente estejamos num contexto de "orgulhosamente sós". Recuso-me a pensar que o Sul entende os seus irmãos do resto do país como sendo filhos bastardos. Apenas na clubite vejo essa realidade. Sendo que esta cegueira é culpa de todos, embora na verdade só vá dando jeito a alguns. E esses assistem ao futebol sentados em confortáveis poltronas num qualquer camarote.

    O povo berra, mas na hora de votar escolhe sempre os mesmos. O povo não sabe pensar por si próprio. Veja-se o caso das televisões. Aquelas que tem mais audiência só o são porque o povo assim escolheu. A enorme influência negativa que estas tem na cabeça das pessoas só existe porque (nós) lhe demos essa arma de arremesso que é utilizada para os mais diversos fins. Guerrear por ciúmes é a melhor forma de nos tornarmos cada vez mais pequenos.


    Um forte abraço a todos.

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  4. A regionalização precisa-se e já, como disse o menphis no comentario em cima "deveria ser para ontem, para já e para sempre", dou por exemplo da Região Demarcada do Douro, a Região Demarcada mais antiga do mundo, é uns dos casos gritantes onde se nota que o norte e neste caso os durienses são mais prejudicados em relaçao a outras partes do país a sul do mondego... E isto pondo clubismos de fora desta discussão, como sabem em Trás-os-Montes e nas altas terras durienses o que não falta é vermelhos, e mesmo estes são a favor de uma regionalização para ontem porque se sentem marginalizados e esquecidos pela "sua" capital, como se admite que nesta região se produza um vinho unico no mundo, e continue a ser uma das regiões mais pobres da Europa (a 15, antes da adesão dos novos estados membros de Leste), a culpa é do Estado de uma capital que sempre preferiu dar a mão aos Ingleses do que levantar a Casa do Douro...

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  5. Amigos, gostei bastante do texto do Rui Moreira, revejo-me nele e também concordo que a regionalizção deve ser para ontem.
    Quanto a Lisboa, quando eu falo mal da cidade, não é dela em si, bela por sinal, mas do que representa enquanto poder político e de centralização. Por isso me recusei em ir à expo, nunca lá fui, nem conheço ainda a parte nova a não ser a gare do Oriente. Provinciano? Acho que não, mas foi um sinal de protesto por tudo ir lá parar e um projecto megalómano sem interesse outro que recuperar uma zona da cidade.Teria ido nem que fosse em Freixo de Espada à Cinta. Aliás, foi esta também a opinião de um Historiador da Cidade do Porto, o Dr Helder Pacheco, pessoa que admiro muito, também ele PORTISTA e um grande defensor das gentes e da tradição do Porto.
    Agora ... em relação ao Norte e ao Porto cidade em particular, também tenho que reconhecer os constantes tiros no pé que temos dado, sem líderes à altura - salvou-se Fernando Gomes - quando tivemos a capital da cultura foi uma vergonha e o pior que aconteceu à cidade que ficou descaracterizada com arquitetontices horríveis,e foi uma vergonha em termos de liderança, fala-se da Casa da Música - também aqui digo, tanto dinheiro para um tão pequeno auditório - mas não nos esquecemos da obra cavaquista da Centro de Belém e consequente derrapagem financeira, o problema está com o não gerimos bem estas obras.E muitos exemplos podíamos dar - o escândalo da construção da linha de comboio para os pendulares que não podem andar ao máximo da sua capacidade. Agora falam do TGV!!!
    Ainda por cima saiu-nos na rifa um presidente da camara ligado a corridas de automóveis e absolutamente inenarrável que ficou edil sem saber ler e escrever e não tem projecto.
    Podemo-nos queixar dos empresários dos texteis que tiveram um boom mas que não aproveitaram o crescimento para se desenvolverem e mantiveram baixos salários e gastaram em luxos e não se prepararam, agora andam aflitos e o pobre Norte vai constando nos piores resultados das estatísticas.
    Também o centralismo de lisboa é um canto de sereia e as figuras nortenhas quando lá chegam esquecem depressa as origens e convertem-se rapidamente adquirindo os piores tiques dessas bandas tornando-se uns furiosos centralistas.
    Tudo isto merece reflexão, mas não há dúvida que temos de mudar as mentalidades, tem de aparecer uma nova vaga e gente cá de cima que saiba encarnar o verdadeiro espirito da Cidade e todos, em todo o país, de Note a Sul Litoral, Interior temos de combater não Lisboa, mas sim o centralismo desbragado que nela habita para que de uma vez por todas um dia não tenhamos que achar que o melhor dessa cidade é o caminho para Porto ( ou outra localidade qualquer ).
    O texto pode estar um pouco confuso,mas escrevi-o de " jacto " sem grandes cuidados, mas acho que se entende a mensagem.

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  6. Teixeira lê isto:

    «O secretariado técnico da União Europeia não vai afinal ficar sedeado em Vigo. Badajoz foi a cidade escolhida, tendo assim frustrado as aspirações da Galiza. A notícia foi ontem avançado pelos jornais espanhóis e a edição galega do El País, diário de Madrid, atribui a escolha da Extremadura, em detrimento da Galiza, à pressão exercida pelo Governo Português junto de Madrid.

    A sede do secretariado técnico da União Europeia, vai gerir os programas de cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, no período entre 2007 e 2013, onde estão incluídos os previstos para a Galiza e para o Norte de Portugal.

    Ainda segundo aquele jornal, Badajoz impôs-se à candidatura de Vigo, em parte graças aos interesses do governo português em não incentivar iniciativas que possam fomentar um maior poder em torno da cidade do Porto, uma vez que existem relações privilegiadas entre as duas regiões do Noroeste Peninsular..

    O El País ressalva que a decisão ainda não é oficial, também Salamanca está “na corrida”, mas que já foi confirmada por fontes quer do ministério da Economia espanhol, quer dos governos da Galiza e da Extremadura. O jornal diz ainda que o desejo do executivo português de não incentivar um possível crescendo de importância daquele território que é hoje o da Comunidade de Trabalho, acabou por ser decisiva na escolha da sede do secretariado técnico da EU, contrariando assim as aspirações do Governo de Pérez Touriño.»
    Primeiro de Janeiro

    Já tinha lido o artigo do El País e por já não se encontrar on-line não o coloquei no post para todos lerem, mas este texto diz exactamente o que aconteceu. O problema de quem vive em Lisboa é pensar exactamente como tu, "os do Norte só não evoluem porque causa das mentalidades", eu concordo, mas não é por causa das mentalidades dos do Norte, mas sim das mentalidades daqueles que falam de barriga cheia.

    Qt ao dizeres que os fundos de coesão foram distribuido por igual por todo o país, bem, isso é não querer ver a realidade e já agora lê bem esta parte do texto do post: « Depois da batota com o mapa das NUT em que a região de Lisboa e Vale do Tejo mingou para poder desviar para os arrabaldes da capital mais alguns fundos de coesão»
    Penso que isto diz tudo.

    Se falares em 10€ mal gasto no metro do Porto, tens de falar sempre de 1000€ mal gastos no metro de Lisboa, se falas em casas da musica e falo-te em CCBs, se falas noutra coisa qq e tenho muito com que te atirar só de Lisboa. E aqui apenas estamos a falar entre Porto e Lisboa, porque se falarmos entre resto do país e Lisboa então....

    Aconselho-te a ir ao blog acima falado pelo António Almeida Felizes, tem lá muitas explicações para as descriminações constantes feitos por Lisboa (Lisboa, capital, centro do poder, cidade agregadora de 50% dos fundos enviados para o país).

    O futebol aqui foi apenas usado como forma de divulgação da questão e não o contrário.

    Um abraço

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  7. Caros Zirtaev e Rui Moreira,

    Zirtaev, anda a ler mais jornais do que eu....e olhe que não é fácil...

    Rui Moreira, este seu texto tem uma qualidade tal (ASSOMBROSO !!) que, pegando no título do mesmo, me apetece dizer-lhe, à laia de brincadeira, o seguinte - até que enfim uma “prestação” verdadeiramente ... DECENTE !!!

    E notei perfeitamente que o Rui Moreira não confunde, e muito bem, as questões políticas com as estritamente desportivas, ou seja, o Rui NÃO regionaliza o FC Porto, porque sabe perfeitamente que o FC Porto já é PLANETÁRIO !!!
    Totalmente de acordo. Aliás, para mim, como já disse várias vezes, um portista do sul tem AINDA mais valor do que um portista do norte. Por uma razão muito simples, é que no sul estão quase sempre em inferioridade. Embora essa inferioridade esteja, FELIZMENTE, e em velocidade atómica, a caminhar para a extinção....

    O Rui Moreira foca igualmente um aspecto que a mim me faz uma espécie tremenda:

    Diz o Rui: “Se surgem problemas com autarcas do Norte, vende-se a ideia de que são todos caciques e achincalha-se o eleitorado, mas se há uma crise na câmara de Lisboa, passamos a estar todos envolvidos porque o caso é visto como uma questão de âmbito nacional.”

    Nem mais. Repito, nem mais. É de bradar aos céus.
    Notem, a Câmara de Lisboa, que é SÓ a câmara da capital do país, esteve recentemente autenticamente sitiada durante um dia pela PJ e pelo Ministério Público. Foram constituídos vários arguidos e decorrem investigações por crimes de corrupção. Notem bem que estamos a falar da “coisa pública” !! Do dinheiro de todos !!

    E o que aconteceu ?
    Só isto:
    NENHUM partido pediu a demissão do “governo” da Câmara ....
    A corja jornaleira passou adiante...
    A explicação foi simplesmente que o PAÍS tem hábitos corruptos...nada a fazer...
    Agora, já não se fala em nada....

    O que não seria se fosse uma câmara do norte ???!! Uiiiiiiii...

    De facto, o que importa é o apito dourado....claro, aquele pessoal do norte é uma cambada de corruptos....

    Parabéns Rui Moreira, vou ter de publicitar o seu texto !!

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  8. Zirtaev,

    antes de qualquer outra consideração deixa-me dar-te os parabéns pela escolha do tema para este sábado.

    ___"___

    Zirtaev,

    Bem sei que moram em Lisboa os maiores elefantes brancos (não confundir com a casa nocturna...) deste país. Seria assunto para outros posts...

    Mas só quem não quiser ver é que pode afirmar que as obras que possibilitaram a Expo não eram de todo essenciais à cidade. Por contribuirem para a limpeza de uma zona económica e socialmente degradada mas sobretudo por nos terem permitido a respiração rodoviária que tão bem serve não só os cidadãos da capital em particular como sobretudo o tráfego rodoviário empresarial para o resto do país. Era normal assistirmos à passagem de camiões no centro de Lisboa...

    Nem tudo correu bem é certo, mas em país que todos metem dinheiro ao bolso...

    A escolha de Lisboa para fazer a EXPO pareceu-me acertada.

    O CCB apesar de ser uma aberração cavaquista (aquele que praticamente ganhou as eleições com votos nortenhos) tem apesar de tudo demonstrado uma boa saúde cultural. Vou lá bastantes vezes assistir a concertos e exposições. De outra forma não vejo onde seria possivel faze-lo em plena Capital, logo...

    Sobre o TGV é que considero que a ser feito deveria privilegiar a região Norte, e as notícias de que a Extremadura venceu a Galiza vejo-as com a sensação que os espanhóis atiram areia para os seus cidadãos culpando a pressão do governo português como se fosse possivel Portugal influênciar uma decisão dessa magnitude. Entendo que será mais ao contrário, ou seja o governo espanhol a trazer as linhas do TGV para Badajoz fruto do seu medo de ver a Galiza crescer. Ainda assim esta é apenas uma opinião minha que carece de maior informação. Prometo que estarei mais atento a isso.

    Quanto ao Metro de Lisboa tens toda a razão.

    Um abraço

    [[]]

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  9. Quando nos ficamos pelos factos as "queixas" do Norte têm toda a razão de ser. Os dados estão aí para comprová-lo.
    Tenho evitado comentar o que por aqui tem corrido esta semana. E era tentado a evitá-lo de novo, agora. Mas não só os factos e o excelente texto do Rui Moreira, na área em que é particularmente dotado, me impulsionam a escrever, como algumas posições aqui expressas reforçam esta inclinação para dizer alguma coisa.
    Estão à vista pelo menos duas coisas:
    - não confundir política, e a questão da regionalização, com futebol;
    - não confundir a politiquice, através de posições políticas que derivam de posições pessoais e releva de alguma matéria interesseira e da desinformação geral a par da iliteracia global, com uma vaga ideia de Nação num país visceralmente dividido.
    Para ir de encontro, já, ao seguinte: gosto muito, ao contrário do que ele diz ou pensa, das opiniões do Teixeira, apesar de todas as opiniões me merecerem consideração e independentemente de concordar ou discordar, às vezes de forma resoluta, de algumas; mas acho que, oriundo de Lisboa (impregnado do sentido de ser o umbigo do mundo português, sem ter a ver com a sua origem nortenha), tende a ver a coisa nacional pelo lado fácil que é onde está o poder. E as suas considerações são absolutamente confrangedoras, excepto no tocante à subserviência nortenha em matéria de voto e no refúgio das elites económicas, culturais e mediáticas do Norte em Lisboa. Aí estou de acordo, tanto que, ao contrário dele e dos restantes, dá-se-me pouco se a Imprensa trata assim ou assado o FC Porto e as matérias do futebol, comentam isto ou aquilo nos fóruns ou nas tv's.
    Curioso é ele lamentar que o FC Porto seja reduzido a uma menoridade que não é verdadeira, pela vontade lisboeta de apoucar o emblema que em todos os sentidos lhes faz frente. Mas aproveita para negar a evidência de o Norte ser desfavorecido pela omnipotência do Poder Central, asfixiante e manipulador, tanto que, vide Apito Dourado, chega a querer embaraçar o FC Porto por ser o último bastião da liberdade e capacidade não castradas da região Norte e de um poder afirmativo de identidade e resolução pela arma que pode esgrimir e que o 25 de Abril, como descreve Rui Moreira, lho permitiu - daí a inalienável noção de a Revolução dos Cravos ter permitido a emancipação nortenha e de, através dos triunfos do FC Porto altamente incomodativos para com o poder instituído da capital, identificar-se o 25 de Abril com a ascenção do FC Porto e este ser o bastião que une todos os nortenhos.
    Rematando este ponto, a minha maneira de vingar as coisas é: não votar ou votar para derrubar a maioria instalada; não dar audiências às TV's ou jornais; não me deixar influenciar pela opinião instalada e interesseira, sentindo eu, mais que nunca em 30 anos de democracia, como o pensamento livre está inquinado e a liberdade é quase uma utopia, pela opressão crescente em quem se sente desligado do pensamento veiculado pela opinião publicada e que esmaga o que verdadeiramente quase nunca se chegou a afinmar, uma Opinião Pública informada (é impossível, tal a manipulação mediática), livre e consciente.
    Eu, portanto, sou do contra. Mudo o meu voto de partido, deixo de comprar jornais, desligo a televisão, desafecto-me do que sinto estar a asfixiar-me.
    Mas sou um tipo informado e, daí, poder bater como, quando e onde quero.
    Agora, com a notícia do dia de os caciques regionalistas ganharem rios de dinheiro em empresas públicas, sinceramente já fui mais pela regionalzação do que agora. E não confundo o tema com o futebol, cujas incidências prefiro comentar dentro e fora do campo.
    O problema não é das regiões. Desde Eça e Antero de Quental que o País, esse País que no século XIX conheciam e ridicularizaram, descrevendo-o maravilhosamente na sua estúpida pequenez e lamentável iliteracia quanto à capacidade de o fazer numa unidade agregadora nacional, é na mesma medíocre e redutor, confinado a interesses de capela e oportunismos vários derivados de pequenos devaneios de poder: poder influenciar, meter cunhas, bajular facilmente, engraxar pequenos ou grandes poderes.
    Deste País centralizado e opressor não se livra, pelos resquícios que demonstra, o amigo Teixeira. E, daí, por ele, seja qual for o elemento de poder instituído no FC Porto, o clube nunca sairia do colete de forças em que, nesta unidade de duvidosa coesão racional e até sentimental ou emocional (o que faz, verdadeiramente, uma Nação), está inelutavelmente inserido.
    Porque sem o País se melhorar como um todo -- e este Desgoverno só afunda e entristece essa ideia de melhor futuro pátrio -- não é possível o FC Porto ser olhado como a referência que é de primeira potência desportiva nacional a que é erguido só quando vence lá fora, lá fora onde mais nada deste País macrocéfalo vence.
    Por mim, nas próximas eleições mudarei de voto outra vez, os jornais servem cada vez mais para embrulhar peixe e as tv's permitem-me ver o mundo além dos lamentáveis canais nacionais em que vegeta o pior do ser português: sim, essa tvi de vão de escada e a generalidade dos canais que confinam o País a Lisboa e arredores pela sua visão de mercado na região mais populosa (embora não seja a maior consumidora de televisão) e de capacidade económica superior à média nacional.
    As gentes do Norte têm culpa por alimentar esse monstro e o Teixeira prefere esquecer que o centralismo onde se alimenta será amenizado, como prenuncia Rui Moreira, quando os fundos de Bruxelas esgotarem em 2013. Porque foi deles que Lisboa cresceu para se impor ao País ao qual terá de socorrer para poder sobreviver.

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  10. Concordo com o texto de Rui Moreira e com a ideia da regionalização. Lisboa é uma cidade provinciana, que não vê para além do seu umbigo nem é capaz de defender os interesses do país, como um todo. Nunca seria possível uma região do Sul ter metade do PIB per capita de Lisboa e Vale do Tejo sem receber transferências massivas de fundos do resto do país.
    A diferença de tratamento vê-se, por exemplo, no tratamento dado ao problema da erosão da costa. Em Espinho/Esmoriz subsiste uma situação bem mais grave do que a verificada na Caparica. No entanto, onde se vê um grande esforço para resolver o problema (ainda que com a falta de jeito a que nos vamos habituando neste país)?
    O exemplo do metro também é sintomático. A expansão da rede do metro do Porto está congelada. No entanto, em Lisboa vão-se gastar mais de 20 milhões de euros para levar a rede de metro ao aeroporto de Lisboa. A obra estará concluída em 2010 e o aeroporto será desactivado em 2017 (espero bem que esta previsão não seja concretizada)...
    Posso falar da EDP. A EDP foi criada em 1976, na sequência das nacionalizações pós-25 de Abril. Resultou, assim, da fusão das diversas empresas de elecricidade que então existiam. As maiores dessas empresas estavam sediadas no Porto. Quando se criou a empresa resultante, onde ficou? Claro...
    Mais tarde, a situação repetiu-se. Com a privatização da EDP, e no advento da liberalização, foram criadas 4 empresas distribuidoras (em 1994). O centro de gravidade destas era claramente a Norte (a maior era a Electricidade do Norte, a segunda maior a Vale do Tejo, a terceira a do centro, CENEL, e a mais pequena a do Sul). Em 2000, criou-se uma única distribuidora, pela fusão das 4. Novamente, a sede era Lisboa. Se pensarmos nas maiores empresas não financeiras do país (EDP, PT, Galp, CTT, CP, Cimpor, Brisa, Sonae), vemos um padrão. Todas as que são ou foram até recentemente do Estado têm o centro de decisão em Lisboa. A única privada do lote é do Porto (lá se vai a tese de que não há empresários no Norte, quando Lisboa não produziu um único grupo económico à margem do Estado). Por isso, também não admira que todas as instituições financeiras - mesmo as que tinham sede no Norte, como o BPA ou o BPI - tenham o centro de decisão em Lisboa. Não há como escapar!
    Junte-se o tratamento que tem sido dado ao aeroporto Sá Carneiro, com tráfego economicamente rentável a ser transferido para a Portela (pelo interesse dos OTÁrios), ou a situação retratada no texto do Zirtaev, e percebe-se que a necessidade de promover uma regionalização que nos permita obter alguma autonomia em relação a Lisboa (sem por em questão o facto de sermos parte integrante de Portugal) é absolutamente imperiosa.

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  11. Estou a gostar de ler todas as opiniões aqui expressas.

    O teor mais crítico que eu uso no assunto da regionalização tem a ver exclusivamente com a forma que o Norte tem utilizado para se "defender" da chamada centralização de poder.

    Se aqui abordo o assunto por uma determinada perspectiva "sulista" já o contrário acontece em outras tertúlias onde a temática central é a visão dos "lisboetas" em relação ao Norte. Aí sou apelidado de nortenho...

    Diria que tento fazer (para o bem e para o mal) o papel de advogado do diabo...

    Apreciei com elevado interesse a opinião do Zé Luís que acaba por ir ao encontro (em um ou dois pontos) do que eu entendo que será a melhor forma de encarar as soluções/problemas do centralismo e que passa por descentralizar o voto fidelizado dos nortenhos em politiqueiros que nada dão de palpável ao Norte(1). O populismo divisionista nunca terá a minha simpatia.

    Numa conclusão simplista da coisa diria que se considero que o Norte terá mais do que motivos para criticar o centralismo, mas também entendo que Lisboa por força da sua aglomeração demográfica terá obrigatóriamente de ser privilegiada no que aos fundos diz respeito. Foi assim em todos os exemplos que a história nos documenta.
    A titúlo de exemplo, a Alemanha depois da guerra começou a sua reconstrução económica na capital para progressivamente abranger o resto do país. Portugal só há 30 anos começou a sua reconstrução e faz todo o sentido que seja Lisboa a mais favorecida actualmente. Se tivesse sido ao contrário presenciaríamos hoje em dia a uma situação insustentavél em que alguns que hoje advogam radicalmente a descentralização estariam a defender a mudança de Capital...e sobre isso sou liminarmente contra. Basta reparar no mau exemplo espanhol nessa matéria. Lisboa nesse sentido tem que ser defendida, pois apoiar o contrário seria apoiar o divisionismo e esse é o maior cancro que pode existir para a democracia de um estado de direito.



    nota:

    (1) o PSD por exemplo que é tão bem visto pelos eleitores nortenhos acabou há poucas semanas por apoiar o populista Jardim na sua intenção de não se ver prejudicado pelos subsídios quando em causa está o óbvio interesse em ajudar uma região (essa sim prejudicada pelo centralismo) como Trás-os-Montes.


    Um abraço

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  12. Não quero com esta opinião fomentar a ideia que não se deve investir no Norte. Muito pelo contrário. Sou é contra a forma por vezes "ciúmenta" das pessoas insistirem em não ter orgulho do progresso da Capital que para o bem e para o mal é de todos nós.


    [[]]

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  13. Em relação à regionalização eu iria mais longe. Regionalização não, Autonomia, Sim!

    Hoje em dia a região Norte está tão "longe" de Lisboa como os Açores e a Madeira.

    Não é nenhuma ideia despropositada. Vamos ver os exemplos espanhóis, a Região Autonómica da Galiza, não é maior que o Norte de Portugal, e vejam os resultados que têm? Um portento, e estão aqui ao lado!

    Mas eu iria antes buscar o exemplo da Catalunha, que apesar da maior distância tem muitas afinidades e semelhanças connosco, a muitos níveis. E Barcelona fica a 4 ou 5 horas de Madrid de carro. Braga fica a 4 horas de Lisboa.

    Teria muito mais para dizer, mas o tempo é pouco.

    Apenas mais 2 coisas, ZIRTAEV, a notícia do El Pais continua online:

    http://www.elpais.com/articulo/Galicia/Vigo/pierde/favor/Badajoz/sede/UE/cooperacion/hispanolusa/elpepuint/20070309elpgal_3/Tes

    TEIXEIRA, vai aí muita confusão entre religião, política e o que é o Norte...

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  14. Obrigado Justiceiro Azul. Então aqui fica a notícia:

    «Vigo pierde en favor de Badajoz la sede de la UE para la cooperación hispanolusa

    Solbes cede ante el Gobierno portugués, interesado en no alentar el autonomismo de Oporto

    Vigo no será, finalmente, la sede del secretariado técnico de la Unión Europea (UE) que debe gestionar los programas de cooperación transfronteriza entre España y Portugal entre 2007 y 2013, incluidos los que pongan en marcha Galicia y la Región Norte de Portugal. Badajoz se ha impuesto finalmente a la candidatura gallega, en parte gracias al interés del Gobierno portugués en desincentivar iniciativas que puedan alentar cualquier afán autonomista en torno a Oporto. La Xunta ofrecía como sede parte de las instalaciones del Centro Tecnológico del Mar.
    La decisión, que todavía no es oficial pero ya ha sido confirmada por fuentes del Ministerio de Economía y de los Gobiernos de Galicia y Extremadura, da al traste con las aspiraciones de Vigo, cuya candidatura es un proyecto personal del presidente de la Xunta, Emilio Pérez Touriño.

    La elección de Badajoz representa un éxito político de la Junta presidida por Juan Carlos Rodríguez Ibarra frente a las aspiraciones gallegas, pero también una victoria económica. De hecho supondrá para la localidad extremeña 19 millones de euros de la UE destinados a poner en marcha la sede del secretariado técnico y sufragar su dotación de personal para gestionar los 350 millones con los que la Unión financiará la cooperación hispanolusa a lo largo de toda la frontera hasta 2013. Badajoz se ocupará también de la parte de ese dinero que corresponde a las iniciativas conjuntas entre Galicia y la Región Norte de Portugal y que fuentes de la Xunta sitúan entre los 80 y los 90 millones para todo el período.

    Pero en la decisión de los Gobiernos de Lisboa y Madrid no ha pesado exclusivamente el interés de Extremadura. El deseo del Ejecutivo portugués, presidido por José Sócrates, de desincentivar cualquier posible aspiración autonomista por parte de la Región Norte ha terminado por inclinar la balance del lado contrario a los intereses de Galicia.

    De hecho, la Xunta tenía mucho interés en hacerse cargo de la gestión de los fondos a través de un nuevo instrumento comunitario, una Agrupación Europea de Cooperación Transfronteriza (AECT), que permitiría a la Región Norte dotarse de un organismo con personaldad jurídica propia, algo de lo que carece en el sistema constitucional portugués. La AECT permitiría a ambos territorios, protagonistas desde hace años de la cooperación a lo largo de la frontera, superar el estrecho marco de la Comunidad de Trabajo, dentro la cual habían venido situando sus iniciativas. La AECT permitiría además, según fuentes de la Xunta, consolidar la relación con el Norte de Portugal cuando se acaben los fondos europeos de cooperación al salvar definitivamente las dificultades derivadas de la naturaleza centralizada del Estado portugués.»

    Esta notícia foi tirada daqui, em El País

    Teixeira sinceramente não vejo a necessidade do governo espanhol ter de se desculpar com o governo português sobre este assunto.

    Um abraço

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  15. Zé Luís :

    Será que estamos perto um do outro?
    Acho que sim !

    PORTUGAL é um pequeno país.
    Não creio , por isso, que os grandes problemas se resolvam com qualquer tipo de "regionalização " .

    Regionalizar para quê ?
    Para juntar mais uns quantos "improdutivos" à mesa do ORÇAMENTO ?

    O que nós precisamos é de MENOS ESTADO e, não tenho ainda a certeza , se não precisamos , também , de outros portugueses .

    O nosso mal é que estamos mal habituados. Tivemos , na generalidade , uma educação deficiente.

    Fomos e continuamos a ser mal preparados para a vida.
    Não nos esforçamos o suficiente, não somos organizados e ficamos sempre à espera que os outros resolvam por nós.
    Depois, é só inveja , mesquinhez e egoísmo...

    Pensamos "pequeno" !

    Temos imensa dificuldade em lidar com o sucesso dos outros mas, nada fazemos, para os igualar.

    O nosso GRANDE PROBLEMA somos nós !

    Não são as regionalizações, nem os fundos europeus , nem a macrocefalia da CAPITAL , nem o GOVERNO , as elites , ou , o que quer que seja ...

    NÓS , PORTUGUESES É QUE TEMOS DE MUDAR !

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  16. SIM pela autonomia do norte!

    Seremos a maior potencia do mundo a cavar batatas!

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  17. Não acredito no que ouvi agora mesmo na Antena 1:

    - Moutinho..grande jogador, grande miúdo ,grande exibição, enquanto outros, outros, outros torcerem o nariz á selecção em prol do seu clube.

    Nem sei o que hei-de pensar deste grande palhaço

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  18. Até partem mãos só para não jogarem pela selecção...
    Nos tempos mais recentes, assim de repente, acho que só o Figo se encaixaria nessa descrição...
    Mas temos de dar um desconto aos comentadores. Ainda estão a digerir o golo de trivela. Dava tanto jeito dizer que o Quaresma não faz nada pela selecção...

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  19. Palhaço... imbecil... vendido...
    que deve ter comido miolos de vaca louca ( em criança ) e que agora virou fundamentalista xenófobo.

    A culpa é da mãezinha dele...

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  20. Menphis só mentes muito retorcidas podem dizer que hoje algum jogador de Portugal torceu o nariz à selecção, não consigo alcançar o que esse comentador quis dizer. E se falava do Deco, o Jorge Maia acho que ontem tinha um excelente texto sobre isso e que comparava as desconfianças de alguns escribas entre os luso-brasileiros e um certo jogador que resolveu abandonar a selecção para se dedicar ao Real Madrid e voltou a ela qd lhe interessou, na fase final do mundial.

    De resto grande, grande, enorme golo de Quaresma, um hino ao futebol, um golo que vai correr o mundo e que visto da nossa perspectiva vai aumentar-lhe o valor do passe. Já que se vai sair, que saia pelo que realmente vale e ele vale muito.

    E como vou deixar este post para amanhã, lanço mais uma "acha para a fogueira" sobre o assunto do centralismo:
    -Até que ponto o falhanço da OPA da Sonae à PT não teve a ver com o facto da empresa do Belmiro ser do Porto ou melhor dizendo, de fora de Lisboa?

    Um abraço

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  21. Em relação ao tema de sábado - mais preocupante do que uma questão Norte/Sul é a questão Litoral/Interior, mas quem fala por eles?

    O golaço do Quaresma deve ter ficado mesmo entalado! O Scolari na Antena1 diz que tivemos sorte, muita sorte, para dizer a seguir que houve um "cruzamento em que a bola fez um efeito esquisito...". É o que dá não ver os jogos do FCP. Qualquer dia vai ensinar o Quaresma a rematar correctamente!

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  22. Vou tentar fazer uma perninha neste Post porque gosto do tema e por ter gostado também da forma como o Rui Moreira o tratou e alguns comentaristas a ele reagiram...Eu sou a favor da Regionalização, sempre fui seu apoiante e votei sim sempre que fui convidado a pronunciar-me sobre esta questão.Sou a favor desse tipo de projecto porque acredito firmemente ser um caminho possível de trilhar conjuntamente com outros projectos para equilibrar a balança do desenvolvimento Nacional. Portugal está como todos sabemos - e lamentamos - na cauda da Europa Comunitária, estava assim quando esta era constituída apenas por quinze membros e assim continua sempre que é feito um alargamento e se actualizam os dados referentes a cada um dos Países que a passam a constituir...Somos peritos em conseguir óptimos resultados e lugares em tudo o que é mau e negativo, nos aspectos mais tristes e degradantes estamos invariavelmente quase sempre no podium...Nos aspectos mais positivos, a seguir e a elogiar, o figurino muda radicalmente e o nosso destino é quase sempre a cauda classificativa europeia...Dentro do nosso País apenas uma Região consegue estar ao nível dos níveis médios evolutivos europeus: Lisboa e Vale do Tejo! Todo o restante Portugal aparece na cauda da Europa em quase todos os parâmetros e porquê? Então será que só os Lisboetas e os senhores e senhoras, meninos e meninas que nascem, residem, estudam e trabalham na àrea metropolitana de Lisboa é que são inteligentes, desenvolvidos, capazes e letrados o suficiente para poderem atingir um patamar de cotação razoável, dentro daquilo que são as metas do que deve ser o desenvolvimento e o apreciável nível de vida na Europa? Aqui há gato escondido com o rabo de fora! -Fala-se muito de uma Guerra Norte/Sul, mas o que existe é uma guerra real ou latente entre a Capital e todo o restante País e o Norte é apenas a ponta mais visível do icebergue por ser a zona mais forte e contestatária de todo o restante Portugal e até tem alguma lógica que assim seja pois nele - no Norte - estão sediadas as restantes maiores e desenvolvidas, cidades Nacionais...É verdade também que muitos dos senhores do Norte, Centro e do Nordeste Transmontano(?) que falam e vociferam muito quando estão por cá ou por além, se acaso descem a Lisboa e por lá se quedam algum tempo e insidiosa e delicadamente lhes oferecem para tomar, uns cházinhos e uns bolos de Belém a acompanhar, esquecem de imediato os seus princípios contestatários e engrossam fiel e alegremente as fileiras dos que bradando nos chamam pacóvios, serôdios ou provincianos...Assim, sabem-no eles perfeitamente - pois não são parvos de todo - serão bem melhor aceites no convívio dos que se julgam e afirmam, como gente bem perfumada, fina, culta e desenvolvida, quase SEM SOTAQUE...Veja-se o caso da D. Carolina Salgado, passou de P... a Princesa num ápice, nem foi preciso abrir-se muito - salvo seja - foi só chegar à capital, hospedar-se às escondidas num hotel de segunda categoria e desatar no dia seguinte - não estou claro a falar do programa desportivo da SIC - a cascar constantemente no seu ex-querido "Homem do Norte" e deram-lhe logo de presente as chaves da cidade, em cima de uma almofada bem serzida e debruada a ouro do mais fino e puro quilate!
    - O nosso País tem sido incontestávelmente vítima - ao longo dos séculos - desta visão macrocéfala da Grande Lisboa Centralista e duma espécie de convite constante, para que todos os Portugueses se reúnam lenta mas inexorávelmente à volta dessa Grande Metrópole que é Lisboa, para que assim ela possa ir engordando, engordando, até o País nela todo caber e ter de mudar no futuro inevitávelmente de nome, porque já não se justificará depois continuar a chamar-se Portugal a um País assim tão juntinho, tão apertado e tão confinado no terreno, mas antes talvez se adequasse melhor ser Lisboal, ou qualquer coisa assim parecida ou a inventar na altura mais devida e acertada...Deste modo ficavam todos os nossos problemas Nacionais resolvidos, uma Única Cidade, quiçá uma só Repartição de Finanças, vá lá duas ou três Freguesias e por exemplo, o Governo tal como existe assim numerososo e pleno de Ministérios, deixava até de ser necessário, a Câmara de Lisboa poderia perfeitamente substituir o Palácio de Belém - ficaria bem bem, no Centro da Cidade - e a Assembleia Municipal Alfacinha substituiria e de forma mais vantajosa, prática e muito menos onerosa a ultrapassada e já Jurássica Assembleia da República Portuguesa...Estariamos todos, mas todos, pertíssimo dos Grandes Centros de Decisão, passaríamos a viver numa única, incomparável e grandiosa megametrópole: Lisboagal!...Ou Olissipal, nome mais pomposo e muito mais clássico!...
    E nem seria muito difícil conseguir tudo isso - falo em concentrar toda a nossa população na Zona de Lisboa e Vale do Tejo - quando existem muitas cidades pelo Mundo espalhadas, bem mais populosas que todo o nosso querido Portugal e com áreas relativamente aproximadas, ou ainda menores que aquela que abrange toda a zona, que acabei de mencionar como verosímil hipótese...À volta dessa grandiosa e cosmopolita urbe, construir-se-iam zonas densamente arborizadas, autênticos pulmões naturais e de lazer, campos de golfe, grandes centros comerciais, tudo, mas tudo, o que fosse necessário à sobrevivência duma área desse tipo Imperial e o restante território que viesse a sobrar - e deveria passar a ser muito, quasi todo - seria considerado naturalmente, Reserva Natural,Ecológica e Patrimonial e Arquitectural Nacional e quiçá talvez passasse a ser uma nova Amazónia e Reserva Cultural Europeia e Património Mundial!...Os Açores e a Madeira passariam a ser, tal como o Algarve já o é, apenas Centros Turísticos e locais para lavagem de dinheiros bem ou mal ganhos e todos os Madeirenses e Açoreanos que não fizessem mister nessas àreas, seriam convidados e ou obrigados a mudar-se para a grande CIDADE, onde passariam a ter o convívio privilegiado de toda a massa compacta da Grande Inteligência e Cultura Nacional. Era só lucro, de todas as formas e feitios que se obtinham, se tal iniciativa fosse levada a cabo, um só Metropolitano, as duas Megapontes existentes quase deixariam porventura de ser necessárias, seria muito mais agradável ir para a Costa da Caparica ou para a Praia do Meco, de barco a remos, para se poder fruir em pleno das aventuras de uma eventual tempestade no Mar da Palha e não se afugentariam as espécies naturais e protegidas que pululariam em todo o território do lado de lá e em grande parte dos pauis naturais do todo grandioso e espectacular Vale do Tejo! O Cristo Rei poderia perfeitamente, ser demolido ou transferido para o lado de cá - até para não fazer grande sombra à cidade, ou assustar os animais e aves em nidificação - talvez para ser colocado ao lado do Mosteiro dos Jerónimos, da Torre de Belém, da Torre da Expo ou porventura em última estância no Aeroporto de Lisboagal para servir como eventualmente como torre alternativa de controle...Para poupar dinheiro e não deitar fora o que tão mal foi investido na Província, a Casa da Música seria transportada imediamtamente do Porto, por uma caterva de helicópteros conduzida pelo senhor Rui Rio e depositada ali bem ao lado do CCB criando com isso o espaço ideal para a existência de uma única Área Cultural de Elite e uma única Orquestra Filarmónica Nacional, colocando todos os outros músicos membros das actuais e inúteis Orquestras espalhadas pela actual província, numa situação de reserva ou supranumerária - que se extinguiria naturalmente com o passar do tempo - de modo a poderem substituir em qualquer momento qualquer membro doente ou momentâneamente impossibilitado de comparecer a qualquer concerto ou peça musical importante que fosse necessário e urgente executar para aplacar os apetites Melómanos do Doutor Santana Lopes...Esta ideia é excelente para ser também aplicada aos tão mal agradecidos Funcionários Públicos, Professores, Membros das Forças Armadas ou Policiais!...Os veículos que constituem as frotas de transportes colectivos de todas as restantes cidades agora ainda existentes, seriam devidamente escrutinados, avaliados e só os melhores e mais modernos seriam destinados e equipar os Transportes Urbanos e Nacionais Lisboagueses...O mesmo seria feito com a frota do Metro do Porto, incomparávelmente melhor e mais moderna do que as unidades desgastadas do Metropolitano de Lisboa...Transferida no seu todo e de imediato para equipar e substituir a depauperada frota Lisboeta...Se preciso fosse seriam inclusivé transferidas as estações do Metro Portucalense que tanto dinheiro, talento artísto, sacrifício humano e social custaram ao erário e pachorra Lisboeta...As espécies animais floresceriam assim em pouco tempo em todo o nosso querido território, teríamos de novo matas de carvalhos e pinheiros nórdicos, o lince Ibérico já quase extinto entre nós renasceria aos magotes, os lobos regressariam às centenas às serras nacionais e povoariam de novo as encostas da Serra da Estrela e o espirito mágico e mítico dos Portugueses, alces e javalis seriam encontrados a pastar e a acasalar em todo o lado e matagal e talvez pudéssemos fazer porventura, criação de elefantes e de cangurus, talvez ressuscitássemos de novo alguns espécimes de dinossauros - os mais meiguinhos,claro
    - porque dos outros já nos bastou ver o que aconteceu no Parque Jurássico...Autarcas corruptos ficariam deste modo condenados a só poderem existir e dar à costa numa única autarquia - em qual, em qual?!?!?!... - o que facilitaria e de que modo, a vida aos Auditores Financeiros, à Polícia de Segurança Pública e de Costumes e à própria Polícia Judiciária...E no Futebol deixaria de haver esta rivalidade estúpida e sem sentido entre Clubes do Norte, Centro e Sul do País, seriam todos Clubes da Zona da Grande Lisboa e o Campeonato Nacional passaria a não exigir porconseguinte grandes deslocações, nem haveria mais o problema insolúvel de alguém querer ser arbitrado por árbitros da maldita Associação de Futebol do Porto...Haveria um Estádio Comunal tal como existe em Milão - mas para melhor - com entrada totalmente gratuita e nele se disputariam jogos todos os santos dias da semana - o relvado seria, teria de ser, multiplex - para ser rápidamente substituído e evitar com isso os efeitos de um excessivo desgaste, natural num calendário tão apertado...Poderiam ser construídos mais dois ou três Centros de Treino Desportivos, quase apenas relvados ou instalações para Estágio, Formação e Treino, porque os jogos seriam todos transmitidos pela televisão, evitando com isso congestionamentos de trânsito e possibilidade de actos de violência ou pancadaria entre claques ou massas adeptas dos diversos clubes, que pura e simplesmente passariam a reunirem-se por comodidade(?), nos seus respectivos centros clubistas e neles se manifestariam diante de écrans gigantes (95"), como aconteceu com estrondoso sucesso no Euro 2004! Problemas de violência deixariam por certo de existir como agora, até porque essas massas adeptas, seriam todas inevitávelmente de raíz puramente Lisboeta e como todos sabemos os Lisboetas são gente muito serena e cordata e que só destroem uns comboiozitos, quando maldosamente e vexatóriamente os obrigam a ter de vir às Antas ou ir a Setúbal...Os adeptos do FCdoPorto que subsistissem nos seus instintos primários e bárbaros, teriam de frequentar Cursos de reciclagem comportamental denominado - assim se comporta um bom Português e um bom chefe de família - e Portugal poderia de novo respirar fundo, em paz e sossego, numa unidade intensa e duradoira, poupar-se-iam rios de dinheiro em combustivel, cerveja, as pessoas andariam excepcionalmente de Comboio entre o Cais do Sodré e p.exemplo Vila Franca de Xira em dias com carácter muito especial, como por exemplo nos dias em que houvesse Tourada fora do Centro da Grande Cidade, isto é, sem ser no nosso querido Campo Pequeno...Pensem bem em tudo quanto eu disse e escrevi, em todas estas mirabolantes e excepcionais ideias, que entretanto, eu por mim vou-me deitar, que estou a ficar um pouco cansado e cheio de sono...Boa Noite Portugal, desculpem, boa noite Lisboagal!...

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  23. A proposta de divisão do território continental em regiões político-administrativas é puramente artificial. Não corresponde a qualquer necessidade de autonomia política, económica e cultural manifestada pelas populações. Não tem qualquer justificação histórica. Não se fundamenta em diferenças nitidamente caracterizadas de natureza geográfica, étnica ou religiosa. Portugal é constituído por um só povo, que fala uma só língua. Não está dividido por quaisquer conflitos étnicos ou religiosos. Não tem qualquer tradição de administração regional. Tem, isso sim, uma fortíssima tradição municipalista, que é secular e anterior à própria nacionalidade. A regionalização é uma pura ficção política. É uma péssima solução artificial para um problema que nem sequer existia. Se fosse avante, provocaria uma perigosa dinâmica de fragmentação do Estado. Transformaria Portugal numa autêntica manta de retalhos, dilacerando a coesão do país e diminuindo o seu peso específico, quer na Europa, quer no mundo.

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  24. Por Rui A. no blogue Blasfémias:

    "os meus votos para 2007"

    Agora que, ao que parece, decorreu já o tempo suficiente para a prescrição da validade do primeiro referendo sobre o aborto, não seria mal pensado, apelando a esse precedente, fazer o mesmo com o da regionalização. Na verdade, desde esse já longínquo ano de 1998, o mesmo do referendo ao aborto que se vai agora repetir, nada parece ter beneficiado a ideia então vencedora do Estado unitário e centralizado numa capital política e administrativa. Pelo contrário, o país perdeu, na generalidade, poder, e, com excepção de Lisboa, o produto interno das grandes cidades portuguesas tem vindo a diminuir. O facto da capital continuar a ser o centro político e administrativo do país, tem resultado numa concentração excessiva de recursos e de pessoas na cidade, muito para além das suas próprias capacidades naturais, prejudicando-a a prazo, em vez de a beneficiar. Por outro lado, isso provocou a desertificação das soit disant elites (embirro com o termo e com o seu habitualmente pretendido significado) nacionais, já que quem quer ascender em Portugal tem, quase inevitavelmente, que ir parar a Lisboa, ou passar longos períodos de tempo por lá. Tome-se por exemplo a cidade do Porto, centro histórico de protagonistas social e politicamente influentes, e veja-se quem nos últimos trinta anos teve, na cidade, um projecto de poder local, ainda que módico.Talvez Fernando Gomes, Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Narciso Miranda, Vieira de Carvalho e, francamente, não me vem mais nenhum à cabeça. O balanço, convenhamos, não é exactamente brilhante e as novas «elites» da cidade não se conseguem vislumbrar, nem à lupa. Como o poder está em Lisboa, as «elites» portuenses pelam-se por ter um lugar, como dizem, na «Assembleia», um apartamento na «Linha» e uma namorada loira platinada, às quintas, na «Kapital». A regionalização seria, por isso, um bom argumento para obrigar os portugueses a repensarem o país e a repensarem-se a si mesmos. Se o termo for politicamente inconveniente, arranje-se outro. Por exemplo, autonomizar ou federalizar o país. Bem sei que não temos, em Portugal, uma tradição federalista, mas, como dizia o outro, «a tradição já não é o que era». Se nos conseguíssemos ver livres das nossas mais recentes tradições políticas, éramos capazes de sair todos a ganhar.
    Agora que, ao que parece, decorreu já o tempo suficiente para a prescrição da validade do primeiro referendo sobre o aborto, não seria mal pensado, apelando a esse precedente, fazer o mesmo com o da regionalização. Na verdade, desde esse já longínquo ano de 1998, o mesmo do referendo ao aborto que se vai agora repetir, nada parece ter beneficiado a ideia então vencedora do Estado unitário e centralizado numa capital política e administrativa. Pelo contrário, o país perdeu, na generalidade, poder, e, com excepção de Lisboa, o produto interno das grandes cidades portuguesas tem vindo a diminuir. O facto da capital continuar a ser o centro político e administrativo do país, tem resultado numa concentração excessiva de recursos e de pessoas na cidade, muito para além das suas próprias capacidades naturais, prejudicando-a a prazo, em vez de a beneficiar. Por outro lado, isso provocou a desertificação das soit disant elites (embirro com o termo e com o seu habitualmente pretendido significado) nacionais, já que quem quer ascender em Portugal tem, quase inevitavelmente, que ir parar a Lisboa, ou passar longos períodos de tempo por lá. Tome-se por exemplo a cidade do Porto, centro histórico de protagonistas social e politicamente influentes, e veja-se quem nos últimos trinta anos teve, na cidade, um projecto de poder local, ainda que módico.Talvez Fernando Gomes, Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Narciso Miranda, Vieira de Carvalho e, francamente, não me vem mais nenhum à cabeça. O balanço, convenhamos, não é exactamente brilhante e as novas «elites» da cidade não se conseguem vislumbrar, nem à lupa. Como o poder está em Lisboa, as «elites» portuenses pelam-se por ter um lugar, como dizem, na «Assembleia», um apartamento na «Linha» e uma namorada loira platinada, às quintas, na «Kapital». A regionalização seria, por isso, um bom argumento para obrigar os portugueses a repensarem o país e a repensarem-se a si mesmos. Se o termo for politicamente inconveniente, arranje-se outro. Por exemplo, autonomizar ou federalizar o país. Bem sei que não temos, em Portugal, uma tradição federalista, mas, como dizia o outro, «a tradição já não é o que era». Se nos conseguíssemos ver livres das nossas mais recentes tradições políticas, éramos capazes de sair todos a ganhar.

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  25. Caros Portistas

    Depois de ler os vários comentários, com alguma atenção, começando pelo do Dr Rui Moreira, ninguém mas mesmo ninguém, e desde já peço desculpa se estou a ser injusto para alguém, colocou o problema de como deveria a questão ser colocada, já que se trata de um blog Portista. A única instituição, que tem níveis de desenvolvimento, iguais ou superiores à média europeia, e que contrasta com Lisboa, por acaso sabem de quem estou a escrever?

    Claro que é o F.C.Porto, a única instituição que ainda não capitulou sobre a Capital do Império.

    Claro que é o F.C.Porto onde os invejosos, ressabiados, não conseguem conter as suas frustrações, atirando-se como cães danados.

    Claro que os jornalistas de Lisboa, anti-Porto, não suportam o êxito do F.C.Porto, pois não podem viajar(acesso a mordomias que só têm quando os ensanguentados, por lá andaram) com o Clube quando se encontra a participar nas finais Europeias, normalmente os convidados serão os do Porto.

    Por acaso já repararam, que desde o 25 de Abril de 1974, o que nosso F.C.Porto cresceu?

    Por acaso já repararam bem, que somos a única, repito única instituição considerada como exemplo(estudada até ao pormenor) por esse mundo fora, que conseguiu afrontar o poderio dos colossos Europeus e Mundiais?

    Por acaso já repararam que somos a única instituição que pertence ao Clube restrito do famoso G14?

    Porque será tudo isto?

    Saudações para os verdadeiros PORTISTAS

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  26. Para o FC limpa tudo:
    "lamentar que o FC Porto seja reduzido a uma menoridade que não é verdadeira, pela vontade lisboeta de apoucar o emblema que em todos os sentidos lhes faz frente. Mas aproveita para negar a evidência de o Norte ser desfavorecido pela omnipotência do Poder Central, asfixiante e manipulador, tanto que, vide Apito Dourado, chega a querer embaraçar o FC Porto por ser o último bastião da liberdade e capacidade não castradas da região Norte e de um poder afirmativo de identidade e resolução pela arma que pode esgrimir e que o 25 de Abril, como descreve Rui Moreira, lho permitiu - daí a inalienável noção de a Revolução dos Cravos ter permitido a emancipação nortenha e de, através dos triunfos do FC Porto altamente incomodativos para com o poder instituído da capital, identificar-se o 25 de Abril com a ascenção do FC Porto e este ser o bastião que une todos os nortenhos".
    e
    "sem o País se melhorar como um todo -- e este Desgoverno só afunda e entristece essa ideia de melhor futuro pátrio -- não é possível o FC Porto ser olhado como a referência que é de primeira potência desportiva nacional a que é erguido só quando vence lá fora, lá fora onde mais nada deste País macrocéfalo vence".

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  27. Caro Zé Luis

    Peço desculpa, como aliás referi que poderia estar as ser injusto.

    Concordo em absoluto.
    Cumprimentos

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  28. f.c.limpa tudo... após a análise de vários comentários teus, tenho-te vindo a considerar uma pessoa inteligente e útil a este blog.
    Só te vou pedir um favor: Acaba lá com a parvoice dos "verdadeiros portistas" porque além de não ter nexo nenhum arranha a tua inteligência.
    Os Portistas, são Portistas de alma e coração. Todos eles. não existem verdadeiros nem falsos...existem sim uns que pensam duma forma e outros doutra, mas somos todos portistas como tu.

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  29. Não sei de nada,não percebo nada de nada!A única coisa que eu penso que sei,é que enquanto lisboa baralhar,partir e der as cartas,o resto do país não passa de montes e cobras!

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  30. Meireles grande história. Será ficção ou futurologia?

    Concordo com o Miguel em relação aos portistas. FCLimpaTudo não existem portistas de primeira nem de segunda, existe uma grande paixão pelo melhor clube português e queremos todos o mesmo, que vença.

    Nem de propósito e sobre o tema do post, mais propriamente sobre o artigo e o tema do El Pais que já aqui transcrevi, no Publico de hoje vem este texto, que aqui transcrevo para que fique nos registos do blog e para todos lerem.

    «Ó Vigo, ó Vigo! Badajoz à vista...

    a Afinal, tudo indica que o secretariado técnico da União Europeia, que irá gerir os programas de cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha até 2013, não ficará em Vigo mas sim em Badajoz. A notícia foi avançada pela generalidade da imprensa espanhola, mas a edição galega do conceituado "El País" foi um pouco mais longe: para a escolha da Estremadura espanhola em detrimento da Galiza terão contribuído pressões nesse sentido exercidas pelo Governo de Lisboa junto do seu congénere de Madrid. E porquê? Porque o executivo de José Sócrates estará interessado em "desincentivar iniciativas que possam dar alento a qualquer afã autonómico em torno do Porto", sobretudo por existirem relações privilegiadas entre as duas regiões do noroeste peninsular, Norte e Galiza.
    Escrito desta forma, não é difícil considerar um enorme disparate o receio de José Sócrates em relação aos eventuais ímpetos autonómicos do Norte português. Mas a verdade é que a proximidade geográfica, cultural, económica, financeira e social entre o Norte de Portugal e a Galiza foi desde sempre olhada com desconfiança pelos "Governos de Lisboa", fossem eles do PS ou do PSD, estruturalmente interessados na preservação do poder centralista que os alimenta - a si, aos seus diferentes elementos e às respectivas "cliques" organizadas. Razão pela qual não custa nada admitir que o primeiro-ministro, ou alguém em seu nome, terá dado um empurrãozinho à escolha de Badajoz... que por idênticos - ou ainda mais fortes - motivos constituía a primeira escolha de Madrid.
    E não se pense que a escolha de Vigo ou de Badajoz para sediar o secretariado técnico da União Europeia é um mero capricho de ordem geográfica. Caso se confirme esta notícia, Badajoz ganhará desde logo
    19 milhões de euros para custear a instalação do organismo europeu que irá gerir os 350 milhões de euros da União Europeia para a cooperação transfronteiriça luso-espanhola até 2013.
    Ainda mais importante e significativo: a gestão destes fundos será efectivada através de um novo instrumento comunitário, o denominado Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça. E este é o verdadeiro busílis político da questão, já que o governo autonómico galego vislumbrou neste novo instrumento comunitário um modo de garantir, finalmente, que do outro lado da fronteira passaria a existir um interlocutor válido - e não somente o vizinho simpático disposto a cooperar, mas sempre dependente do aval prévio de Lisboa para tudo e mais alguma coisa.
    Acresce que a Xunta galega dirigida por Perez Touriño esperava que a conquista daquele secretariado técnico da União Europeia propiciasse, para além de 2013 - quando terminarem os fundos comunitários - o aprofundamento das relações com o Norte de Portugal numa base diferente e dotada de personalidade jurídica própria, assim contornando as dificuldades resultantes da natureza centralizada do Estado português.
    Pois a divulgação da notícia do "El País" coincidiu com as comemorações de mais um aniversário da Universidade do Porto - e os dois factos acabam por ser relacionáveis. É que o orador convidado da cerimónia, Artur Santos Silva, deixou no ar uma perplexidade facilmente partilhável por todos os nortenhos: "Não se entende como é que a região Norte, com instituições como a Universidade do Porto e as universidades do Minho e de Aveiro, esteja na cauda da Europa na inovação e seja a região do país com mais desempregados e pior PIB per capita".
    Não se entende, mas... entende-se, porque isto anda tudo ligado. A resposta fundamental para o paradoxo levantado por Santos Silva é de natureza política. Haverá outras razões, evidentemente, e não é preciso escamoteá-las, a começar por algum do nosso empresariado e a terminar nalgumas das nossas distintas instituições académicas.
    Todavia, essas razões são cada vez mais acessórias perante o essencial défice de autonomia política que nos condiciona - e que é aquilo que verdadeiramente tem impedido a desejável aplicação de um novo modelo de desenvolvimento do território.
    Ainda bem que o reitor da Universidade do Porto também dá sinais de ter percebido isso, ignorando Lisboa no desenho estratégico da instituição que dirige: "As nossas atenções dirigem-se especialmente para a Europa e para os Estados Unidos, onde pretendemos concretizar parcerias com as universidades de maior prestígio que nos possam conduzir a um estádio de desenvolvimento superior".
    O nosso caminho tem de ser este, cada vez mais. Se queremos sair da cepa torta, não é com Lisboa que devemos contar. Desde que nos deixem.»

    Luis Costa in Publico de hoje, 25-03-2007

    Um abraço.

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  31. Caro Zirtaev tudo o que escrevi é ficção e espero, melhor penso que não se concretizará no futuro, ou ao invés se calhar, não seria de todo uma ideia a desprezar...Quando me deitei esta noite puz-me a pensar se seria ou concretizável uma coisa deste tipo e não sei, sinceramente não sei, se não seria melhor idealizá-la com mais tempo e estudo..Concentrar todas as nossas vivências e competências numa zona gregária pré reconhecida como ideal - em termos climáticos, geográficos, estratégicos - e aí fosse construído o Estado Português Idealizado...O resto do Território poderia servir para explanar todo o tipo de projectos mais virados para a conservação, aproveitamento e melhoria da Natureza e da qualidade de vida pura...Quem sabe? A verdade é que - caindo na realidade actual - o artigo do Rui Moreira denuncia uma estranha apetência do actual Poder Central para tentar anular qualquer projecto que possa dar consistência e desenvolvimento à região Norte...A Galiza seria naturalmente, o nosso parceiro mais adequado num projecto desse tipo...Desviar os centros decisórios mais para Sul, vai ao encontro daquela que tem sido ao longo dos tempos a tendência do Poder Político quer em Portugal como em Espanha...Não abrir mão da Centralidade! O Poder Castelhano também odeia as Autonomias Regionais e em Portugal o paradoxo é a existência de regiões Autonómicas no nosso mapa administrativo, construídas precisamente, pelas forças Políticas que mais relutância têm perante este tipo de projectos surgidos das entranhas e nas mentes mais esclarecidas...Alguém percebe porque é que o PSD, o CDS e o próprio PS, apoie e incentive nos Açores e na Madeira, a mais completa Autonomia Regional e no território Continental tente desesperadamente travar de todas as formas, qualquer um projecto de mero desenvolvimento Regional? Onde estará a resposta? Eu creio que os resultados do referendo televisivo conhecidos esta noite sobre quem é considerado o Maior Português de todos os tempos, diz tudo! Esta mentalidade profundamente conservadora a que diversas vezes, aqui mesmo fiz referência, é que está na origem de todos os nossos males e na incapacidade de nos autonomizarmos como pessoas e como Nação... Somos um povo sem vontade própria e adoramos ditadores - sejam eles tiranetes tipo Rui Rio, João Jardim, Sá Carneiro ou figuras cinzentonas do género titubeante como Cavaco Siva - porque eles, os tiranetes, desprezam verdadeiramente o Povo mais pobre - consideram-no atrazado e incapaz de se elevarem e governarem a si e aos seus - porque como autênticos tiranetes que são agrupam nas suas mãos todo o poder e assim, tratam de algum modo, mal ou bem pouco importa, todos os problemas que nos vão aparecendo e para nos calar e contentar, deixam-nos periódicamente à vontade - pois conhecem bem toda a nossa preguiça mental - para que possamos comer umas tripas ou uns rojões e bebermos uns copos à fartazana de xis em xis dias feriados! "Com foguetes e bolos, nos satisfazem a todos nós os tolos"...Fiquei sinceramente surpreendido com outros resultados conseguidos, mas este não me admirou absolutamente nada...Se cortarmos transversalmente as diversas famílias políticas, nelas encontraremos sem excepção em conversas simples e banais,no dia a dia, os termos e argumentos exactos que se escutavam nos meus tempos de miúdo, os tempos áureos do Salazarismo militante! Pouco mudou desde aí e há uma aversão, um desinteresse, um quase ódio visceral - alimentado pela igreja e apoiado pelas classes dominantes, durante séculos e séculos de domínio histórico - pelo conhecimento e pela cultura popular...O contemporãneo desabafo escutado em cada esquina: "esta ideia de que todos os Portugueses têm de ser Doutores um dia têm de acabar" revela bem, esse sentimento profundo de rejeição, do que deve ser e é o conhecimento científico ou filosófico...O povo continua a pensar como nos séculos passados: que o conhecimento é propriedade exclusiva da fidalguia e do clero e que a plebe tem é mais que trabalhar para criar riqueza nos campos ou nos diversos misteres... Qualquer bem falante, bem vestido e abrilhantinado que nos apareça, engana de caras o nosso Zé Povinho com a maior das facilidades...Se calhar o defeito não é só nosso mas sim da humanidade em geral, só que quanto mais inculta fôr a população, mais fácil é de ser levada a acreditar no conto do vigário e a seguir na direcção pretendida por qualquer aprendiz de feiticeiro! Daí que eu tenha dado ontem alguma ênfase, à nossa colocação - que eu defini como classificativa - face ao nível cultural dos restantes Países Europeus! Depois tergiversei e contei aquela historiazinha hiperbólica que seria rejeitada liminarmente - tenho quase a plena certeza - até pelos grandes beneficiados nela mencionados: os Grandes, Enormes e Parasitários Lisboetas!...

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  32. Existe uma clara desconformidade em relação ao que o povo nortenho pensa sobre uma maior autonomia da região e o que depois acaba por optar nas eleições autárquicas e legislativas.

    Os partidos políticos que mais apoiam o descentralismo (PCP e BE) não tem a simpatia da larga maioria de eleitores nortenhos. Depois querem o quê?...

    Daí as minhas críticas à forma como o Norte aborda o regionalismo...


    (OFF TOPIC ou não...)

    A eleição de salazar no concurso de "Os Maiores Portugueses" da RTP é uma vergonha nacional. Ao que consta mais de 200 000 pessoas votaram naquele que foi o maior responsável pelo atraso do país no sec. XX. A estupidez e o "analfabetismo" tal como salazar tanto apreciava no povo, ficou ontem bem patenteada na votação.

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  33. É uma discussão sempre interessante e tenho pena de não poder participar mais. Mas de qualquer forma deixo-vos duas ideias:
    - No nosso país o atraso estrutural mais evidente, que mais problemas traz e irá trazer é a divisão interior/litoral. Alguém acredita que em Lisboa se vê com bom olhos as projecções que, devido à vaga crescente de abandono do interior, apontam a capital como destino de cada vez mais gente, projectando-se ainda o cenário de 50% da população portuguesa a viver numa grande Lisboa em 2030?
    Por outro lado, acho que também ninguém discorda da incapacidade e carácter corrupto de mais de 90% da nossa classe política. Claro que a maior parte deles trabalham em Lisboa, mas de onde é que eles vieram? Quer seja como estudantes inicialmente, ou já como "políticos" feitos, a corja divide-se proporcionalmente por todo o país.
    Esse problema talvez já não interessa ao Rui Moreira, desvirtua-lhe as teses "nortanhas".
    Mas esse é que me parece ser o problema principal, esta gente que gere o nosso dinheiro é corrupta até ao tutano e não tem planos nenhuns para o país.
    O Moreira fala no dinheiro da UE como se do ouro do Brasil se tratasse, mas falta-lhe concluir que tal como esse ouro não beneficiou a cidade em nada, apenas os títulares de títulos de nobreza e os estrangeiros que tratavam dos negócios. Com o dinheiro da UE passa-se exactamente a mesma coisa. Basta virem a Lisboa e concluir que essse dinheiro serviu para tudo menos para melhorar a cidade e qualidade de vida dos lisboetas. A cidade está entregue a gente sem planos que aposta em obras populistas em vez de verdadeiramente reorganizar a cidade, acabar com o exôdo para os suburbios, organizar a rede de transportes, etc. etc. etc.
    Com menos dinheiro fazia-se mais e melhor.

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  34. Papoila Saltitante,

    nem mais. Subscrevo-o no que escreveu.

    Eu sou daqueles que preferia que não fossemos (moro no distrito de LX) inundados de gente que só vem para Lisboa acentuar a crise demográfica de que esta cidade é também vitima.

    Não é só o Norte o prejudicado com o chamado centralismo.

    São as duas faces da mesma moeda...

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