Se AJ Jardim apontou a ética decadente da "Sicília hispânica", Pinto da Costa atacou os "imbecis" que alimentam "ódio" contra o FC Porto. Apesar dos "Miseráveis" no pântano português, nenhum Jean Valjean emerge para salvar um inocente, nem uma Leonor corajosa a aceitar a responsabilidade contra si denunciada. "Tu, Luís", esse, jaz na sucata do regime há quatro anos.
Procurei em vão na Wikipedia algum livro com título de Imbecis, não duvidando que deles muitos livros falem. Com ínfima fracção de conhecimento de Literatura e menos Saber, eu como muitos outros retemos os "sound-bytes" de que se faz o Portugal a modernizar-se na perfídia e maledicência. Disso se ocupava Gil Vicente com um sentido moral que parece escapar nos nossos dias: decência, compostura e honra desertaram das relações humanas, afundadas no pântano de interesses políticos que, em nome das nações, só elevam o sentido do "eu" e os benefícios próprios e não colectivos.
Vem isto a meu propósito de, com o epíteto de "imbecis" lançado por Pinto da Costa indistintamente a coisas comentadas e alvitradas (só palpites "com ódio") nos meandros do futebol, ter ecoado ontem também a ironia de Alberto João Jardim, tão atacado pela idiosincrasia lisbonense sublimada no "nós, a capital", falar da "Sicília hispânica". O antro de podridão moral e intelectual, que muitos apontam ao poder difuso, profundo e obscuro da Maçonaria identificada com personalidades da área política do Partido Socialista ao Partido da Sucata, só não tem odor nauseabundo nos que vivem do "sistema" em vigor sob a capa de regime democrático aviltado nas suas funções vitais.
Se PdC e AJJ têm amizade e sentido crítico comuns, que partilham sem outros interesses específicos a uni-los mas com um sentimento solidário de repúdio pelo centralismo lisbonense, foi coincidência juntarem-se para apontar ao coração do sistema em voga, no futebol e na política. E da saga dos "imbecis" e de falta de ética à descredibilização total das instituições supostamente pilares da Democracia a que muitos indigentes voltam costas, privilegia-se o barulho à volta da bola com o instinto de guerra e oposição quais adeptos bósnios na recepção à comitiva portuguesa em Sarajevo.
Apesar do alarme televisivo da noite, mesmo com o desdém nos sorrisos de Simão e Pepe à chegada sob "insultos", é coisa corriqueira naquelas bandas de exércitos desregulados como milícias unidas apenas pelo conceito de amor à Pátria, das muitas nações que se digladiaram e estilhaçaram nos Balcãs por causa do centralismo de Belgrado e do sistema opressivo imposto de Zagreb a Podgorica, de Ljubljana a Sarajevo, de Skopje até ao Kosovo. Não faltou quem, num vómito de indignação saloia face às notícias, pedisse em retaliação (guerra é guerra) "então retirem-se de lá as forças de segurança de manutenção de paz enviadas de Lisboa". Enfim...
Voltados mais para o Desporto do que para a asfixia do aparelho judiciário para manter o sabujo poder político inescrutável e intocável qual Berlusconi em que se transformou o "amigo Joaquim" com o império mediático - apenas um meio para atingir os seus fins - que atraiu opositores fidagais de outrora, os adeptos fazem jus às ideias de Ortega y Gasset sobre as massas que tudo julgam entender e ousam comentar.
Tivemos as alusões ao Villas-Boas, técnico há um mês apenas, garantido em breve no FC Porto e, da perplexidade anterior, discute-se o currículo de Carvalhal num clube onde se promoveu alguém que de treinador de juniores dirigiu o Sporting por quatro anos e meio para ganhar dois pares de pedaços de metal, o "silverware" dos ingleses.
Ridiculariza-se Carlos Queirós ou por não fazer bem convocatórias e pior ainda as substituições, como se o antecessor, mais de estilo bósnio que português, tivesse passado cinco anos de intocável sabedoria. Os das "massas" atrevem-se a dizer que substituições eram mais adequadas; o João Manha, da elite "Snob" lisbonense onde assentam alcoviteiras de literatura de cordel e cineastas de meia-tigela, não lhe bastou aconselhar um lote de "sábios" e experts (como noutros tempos) para ajudar o seleccionador a seleccionar e orientar; arriscou tanto que vai levar um processo-crime por ultrajar o seleccionador, tido como "irresponsável", na utilização de CR9 frente à Hungria (ver Record de há uma semana).
Não há dúvidas de que, entre a podridão ética socialista em voga, com os seus sobas redondos e pesados tanto pelas gorduras acumuladas como pelos vícios de controleirismo político que manietam sem se mexerem além das idas aos estúdios fáceis das tv's açaimadas, o processo de mentalidade decadente é inexorável. Salve-se quem puder, portanto. Não há diferenças entre Sócrates e Filipe Vieira, unidos no clubismo e circunstancialmente no "partido" de interesses aleatórios, quando escrutinados pela Justiça: escutas telefónicas a um e a outro com o destino da... sucata. Livres das malhas da justiça, que não do manto da suspeição, ainda assim quem fica mal na fotografia do regime, como sempre, são os serviçais, os morgados, os capatazes, os marcelinos, os freteiros: é o sonso beirão, que não ingénuo, da PGR, Monteiro, e o ingénuo, iludido na pose de Estado, PR Cavaco; tal como o taberneiro da tasca da Liga Hermínio e o delegado vermelho Costa do terror disciplinar avulso mas selectivo.
Pelo que, nesta mixórdia até com "tremendistas" como Miguel Sousa Tavares, é possível ouvir dislates como Boronha achar "vergonhosas" as exibições da selecção e Medeiros Ferreira falar de "caos táctico" o facto de Bruno Alves aparecer a finalizar com golo uma jogada de ataque organizado de Portugal. Li no blog de autor e ouvi ontem na A1 quem se diz estar entre os "Grandes Adeptos", onde o portista Miguel Guedes achou "muito agradável" o jogo de Portugal perante sonora reprovação de Ferreira e do sobrinho de Mário Soares, Alfredo Barroso. Parece que Medeiros Ferreira leu algo de JVP em O Jogo, o que não deixa de me fazer sorrir...
Como gostos não se discutem, admito que um jogo ou uma equipa não agradem da mesma forma a duas pessoas e, embora difícil de conceber, possa haver opiniões diametralmente opostas. Percebo que o ex-dirigente federativo que acumulou responsabilidades nas selecções mas envelhece a arrasar a reputação dos treinadores com quem conviveu, Humberto e Oliveira, pense que o seu Portugal unido vai do Algarve e não sobe além do Tejo. No seu blog, indiferente ao chorrilho de insultos e estendal de roupa suja a que agora pôs cobro com moderação de comentários, contrariado por algumas vozes incluindo a minha, António Boronha tem derretido qualquer acção de Carlos Queirós dentro e fora do campo: ao ponto de acusá-lo de não ter cancelado o compromisso no Brasil que trouxe uma das duas derrotas de Portugal, além da incrível autoflagelação com a Dinamarca, desde os nefastos tempos do sargentão de espírito cacique tão ao gosto dos saudosos da era salazarista. Um amigável acertado por Scolari, com tudo para dar em desastre desportivo mesmo ao prémio de 300 mil euros de caché, a última tenebrosa herança do anterior seleccionador.
Pelo que, no contexto geral, além das fracturas sociais por causa da "economia, estúpido", não se vê pingos de decência intelectual e moral como Jean Valjean, o criminoso insubmisso mas regenerado (com nova identidade de Madeleine) ao ponto de, na história de Victor Hugo, ter impedido um inocente de ser condenado à morte num tribunal francês daqueles tempos conturbados, propícios a desvios e vitupérios, da queda do império pós-Waterloo. Mesmo com testemunhos miseráveis de ex-condenados e farrapos humanos que garantiam ser Valjean um títere, sujo, imbecil e indefeso, em julgamento e tão miserável como os denunciantes, o verdadeiro Valjean, entre a assistência em tribunal, revelou a sua antiga identidade.
Algo que, após tanta peripécia judicial já a roçar o cómico e indigente, nenhuma Leonor formosa, corajosa e segura aceitou a responsabilidade por adulterar "Eu, Carolina", para sacrificar uma pessoa, com repetidas afirmações da tramóia montada, em sede de inquéritos judiciais. Uma proeza que talvez João Manha tenha querido emular, com mais valentia individual no confronto com Carlos Queirós.
A Justiça além de cega, surda e muda, vive de mãos atadas. O dossié "Tu, Luís" faz quatro anos que levou uma varada institucional e jaz na sucata do regime.
Parfait...
ResponderEliminarÉ impressionante a obsessão deste país da sucata por um homem que foi provavelmente o pior seleccionador dos últimos 30 anos e que - com a matéria prima que teve nas mãos - não conseguiu mais do que beneficiar de uns golpes do destino que foram tapando os buracos que ele deixava bem abertos (ninguém se lembra que na Alemanha, depois dos grupos Portugal só marcou 2 golos??).
E contra o homem que lançou as bases da "geraçao de ouro" há sempre invejosos preparados a fazer a cama e desejosos que Portugal perca amanha para o substituir por outro sábio de terceira.
Portugal nunca mereceu muito os portugueses e há muitos portugueses que não merecem ter de levar com "Portugal".
Caros Amigos amantes do futebol,
ResponderEliminarEsta liga é uma vergonha. A Taça da Liga é o espelho da vigarice e amadorismo do nosso futebol. Depois dos casos vergonhosos nas edições anteriores agora são os critérios que eliminaram a Académica na 1ª fase que foram omitidos antes do jogo decisivo e ninguém os explica. Somos cada vez mais e vamos mostrar a nossa revolta. Vamos defender a moralização do futebol português acabando com regulamentos amadores. Vamos fazer boicote à Unicer para que deixem de patrocinar esta liga de vigaristas e amadores.
Peço a todos que assinem esta petição e a divulguem. Mesmo sendo a favor de um clube que não o vosso o principal objectivo é obrigar a UNICER a deixar de meter dinheiro nesta Liga de incompetentes e moralizar o futebol nacional.
Basta por o vosso nome. Quantos mais formos mais força teremos. É hora de mostrarmos a nossa revolta com o estado do futebol nacional.
«Greve aos produtos da UNICER e protesto contra os regulamentos da LIGA»
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N718
Eu pessoalmente concordo com esta petição e acho que também podes concordar.
Subscreve a petição aqui http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N718 e divulga-a pelos teus contactos.
Obrigado.
Os signatários
Ricardo,
ResponderEliminarnão te apoquentes.
O dire. geral da Unicer, ex-deputado CDS de que náo lembro o nome agora, já anunciou que deixará de patrocinar a Liga, onde dá o nome à Liga Vitalis (produto da Unicer), a II Liga.
Há pessoas que têm vergonha na cara. Mesmo que se abra a porta ao exclusivo e monopólio da Central de Cervejas, que produz a Sagres, é patrocinador do Benfica e da I Liga, a Liga Sagres.
Quem estiver atento, tire as ilações que entender. Ou "cheire" as "inalações", como dizia o outro.
Boa sorte na iniciativa.
O Queirós vale o que vale e o Scolari também vale o que vale. Não interessa compará-los. São treinadores diferentes em conjunturas diferentes. Acho que é evidente para alguém com bom senso que a Selecção está em vantagem no play off e tem equipa superior à Bósnia. MAs muitos (jornalistas acima de tudo ) parece que desejam que a Selecção caia a pique. Devem querer torcer pela Coreia do Norte ou pela Nova Zelândia.
ResponderEliminarQuanto ao Villas Boas, Zé Luís, não ponho as mãos no fogo pois o que hoje é mentira amanhã pode ser verdade.. e vice versa :)
Saudações
Boa Semana
Não creio que haja desestabilização...destabilização,sim,acredito.Desestabilização nem por isso ;)
ResponderEliminarFaço o que posso para não ouvir os comentários "manhosos" durante o jogo.
Felix,
ResponderEliminarclaro que Scolari-Queirós são diferentes. Mas há quem teime na comparação. E vou explicitar que, para já, Queirós ganha. E, sim, é verdade, os contextos são muuuuiiiyo diferentes, isto é, as armas que cada um teve ou tem à sua disposição.
Quanto ao Villas-Boas, volto a repetir, para destronar Jesualdo o caracóis da mourama já apontou o PB, o JJ, agora é o VB.
Algum dia há-de (hadem, dizia o Veiga) ser verdade.
Um dia, para azar dos portistas, o FC Porto também não vai ser campeão. E a morte há-de vir, também, para todos nós. La Palisse não diria melhor. Isso não é argumento. É estupidez.
orgulhoazulebranco,
ResponderEliminarescreve-se das duas maneiras. antes que haja confusão.
quanto aos comentários manhosos, o curioso é que não foram em directo, durante o jogo. foi talvez no remanso de um lar ou na companhia de amigos, sabe-se lá, a frio ou a quente.
Ora aqui está um texto de alguém que fala muito e não diz nada. Sim, porque o texto bem espremido, dá razão ao provérbio, "muita parra e pouca uva". Eu diria mesmo mais, "uva nenhuma". Quanto muito, passas.
ResponderEliminarTípico daquele que, não tendo nada para dizer, embora se perceba a intenção, o afirma com vontade mas sem eloquência.
Zé Luís
ResponderEliminarParabéns!
A pesporrência com que adornas a tua estultícia é 'brilhante'!
A obsessão de que enfermas está ao nível da de Jorge Nuno...
Sinto por vós, o pior de todos os sentimentos que o Homem pode sentir por outro - COMPAIXÃO!
Já percebi que Boronha deu a conhecer uma parte do que escrevi e alguns dos seus comentadores mais habituais continuam, aqui como lá, sem dizer nada.
ResponderEliminarSão os que gostam de comentar o currículo de Carvalhal e dispensavam "apresentações" desse estratego e experiente Villas-Boas, além da dose venenosa de o Porto estar por detrás disto tudo. O costume.
Argumentação em contrário não há, como se vê. Entretanto, vão-se apresentando factos, não só opiniões que, por si, devem ser fundamentadas e normalmente não o são.
A quinta coluna está em marcha, travestida de "partizans" bósnios.
Zé Luís é oportuno, e ainda mais importante o timing do que escreveste no teu post.
ResponderEliminarPara mim e que fique bem claro não dou qualquer crédito aos boronhas, aos manhas, aos géninhos, aos rui santos, aos goberns etc etc etc.
Tocam todos pela mesma tecla, nunca conseguem esconder o ódio que têm ao nosso Clube e Presidente.
São dos tais que sempre acharam que a seleção, desde a chegada do "xocolari", lhes pertencia e que os Portistas detestavam a seleção.
Sim, porque todas as queixas que foram apresentadas pelos Portistas eram sem fundamento.
O caso Baía, o caso de nunca vir observar jogos ao Dragão, o caso de aconselhar jogadores como Nuno Valente e Postiga a mudar de clube,o caso de nunca convocar Maniche (só o fez quando se realizou o Europeu) o caso de estar sempre a hostilizar os portistas e o facto de não entender bolha de futebol e ganhar uns míseros 300.000.00 euros.
São tudo casos que não interessam nem o facto de ter levado na peidola num jogo contra a Grécia e só aí ter mudado completamente a equipa e coloca uma equipa que tinha acabado ser Campeã - Europeia de clubes um mês antes.
Era tão bom o "xocolari" que mesmo com esta equipa e a jogar em casa não fomos a lado nenhum.
Mesmo com todos os contras, continuei apoiar a seleção como sempre o fiz independentemente que quem a treine ou até mesmo de quem seja presidente da federação.
Estas vozes (apoiantes de "xocolari") só no período do brasileiro é que não se manifestaram, dizem que estivemos mal com Humberto Coelho, estivemos mal com Oliveira e estivemos mal com Artur Jorge. O porquê é simples de entender nenhum deles vociferou tanto ódio ao FC Porto como o brasileiro.
Por isso acho que Queirós devia começar uma campanha contra o FC Porto, isto se quer ter o País todo do lado dele.
Por isso acho que Portugal mesmo ganhando hoje os IMBECIS não deixaram de criticar esta-lhes no sangue.
Um abraço
Já há muito tempo que não via estas figuras(pelo menos o tal de Sintra de Vila Real invertido) em blogues. Sorte a minha!
ResponderEliminarHá que ter um mínimo de tolerância, mas francamente não sei se estes a merecem. É o verdadeiro estulto, com mais pesporrência do que nunca.