18 novembro 2009

Voltei a lembrar-me de... Maradona

Também não precisa de tradução.
Maradona se descontroló tras el triunfo e insultó a los que lo criticaron"A los que no creyeron, con perdón de las damas, que la chupen", afirmó inmediatamente después del partido, desencajado. Y repitió palabras similares en la conferencia de prensa. Además, agregó: "Ustedes me trataron como me trataron: sigan mamando".
Carlos Queirós esteve perto de perder as estribeira com um maltês. Espero que quando festejar justamente também o seu apuramento não lhe saia da boca o que possa, eventualmente, sentir.

Escrevi isto no rescaldo da vitória sobre Malta, há um mês e picos. Queirós dedicou o apuramento a quem, sem sabujice saloia e bandeiras à janela, confiou nele e nos jogadores. Vai precisar de puxar ainda mais gente para o seu lado, sem precisar de bater em adversários, ferir susceptibilidades de adeptos, insultar gentes de uma região, ostracizar jogadores.

Não terá Figo nem Pauleta, Deco está em declínio, há mais luso-brasileiros e sobram propostas dos adeptos com microfone para meter este e aquele. Um efeito desta vez já não sob influência portista que alegadamente se imiscuía na selecção. Esta selecção é de Todos Nós e pode não ganhar mais nada mas, com os seus meios limitados sem lhe limitarem a ambição e a crença num trabalho melhor, tendo mais músculo e menos génio, levou-me a sentir uma paixão que se me perdeu por mais de um lustro, eu que a senti mais dos outros do que minha, que a vi sempre distante e fria e frívola em altares que não conheço e aduladores quais fariseus do templo.

Para actualizar as contas abaixo, Portugal apura-se para o Mundial-2010 em 12 jogos no total e com 7 vitórias, 4 empates e 1 derrota, contra 14 jogos para o Euro-2008 e 7 vitórias, 6 empates e 1 derrota. Ainda bem que não demos 8-0 à Bósnia, pois ir-se-ia pensar que foi fácil, tão fácil como a Rússia, 3º do Euro-2008, eliminar a frágil Eslovénia, a poderosa Ucrânia que todos temiam afastar a Grécia medíocre como a baptizámos vai para seis anos e a esta hora com a França longe de cantar de galo, no prolongamento, face à Irlanda que parecia canja.

Em 2004, Scolari entrou no Europeu, para o seu 18º jogo, em casa, a perder (pela quarta vez sob o seu comando) 1-2 com a Grécia, obrigado a mudar o que teimosamente servia a cegueira de muitos, "esnobando" (diriam os brasileiros) e até provocando (ausências de Vítor Baía e Pedro Mendes) a equipa portuguesa que se sagrara campeã europeia.

Queirós terá ainda testes para o Mundial, sem Figos nem Ruis Costas, sem Pauletas nem Costinhas, mas em 18 jogos já venceu 11 e - a ver pelas primeiras reacções engasgadas de João Manha na TVI24, descobrindo-lhe até méritos de "formar um grupo" e "motivar os jogadores" - continua com os Dudas sem melhor para a esquerda, os Pepes que ninguém gosta de ver a trinco, os Eduardos que perdem às vezes a tranquilidade nas saídas da baliza.

É com estes, afinal um grupo mais rodado e que soube suplantar uma série de lesões em toda a qualificação, que Portugal vai à África do Sul, com o portista Raul Meireles a seguir o exemplo de Bruno Alves nestas decisões com os bósnios encarados de peito aberto quando todos pedíamos um 4x4x2 cauteloso mas o general sem medo obrigou a sua tropa a ter coragem - até sair em ombros.

Mas como me lembrei de Maradona...

Antes do jogo tinha deixado isto, que não perde por ficar sempre exposto:

OS NÚMEROS ANTES DO MUNDIAL


Scolari vs. Queirós: as diferenças que muitos preferem desconhecer e a vantagem do português sem os meios (a teta esgotou e nem CR7 serviu) que teve o brasileiro

Subitamente, antes de chegar ao Mundial, Portugal tem esta noite a final do Mundial que Carlos Queirós sonha para a selecção nacional agendada, em Joanesburgo a 11 de Julho de 2010. É o tudo ou nada, uma final autêntica onde se joga prestígio e dinheiro mas não o futuro do futebol português comprometido nos últimos anos de aparentes sucessos desportivos (menos) e financeiros (substanciais).

É engraçado que o dramatismo envolvendo o jogo em Zenica surja poucos dias após o sorteio do play-off e da própria 1ª mão na Luz. Porque a Bósnia era tida como equipa das mais fracas, apesar dos "avisos" que se tomaram por megalomanias. Porque Dzeko e Ibisevic formam mesmo uma dupla atacante temível, de que muitos zombaram com o anúncio dos 25 ou 27 golos na sua qualificação. Porque Blazevic, de argúcia táctica conhecida e comprovada em Lisboa, sabe montar a sua equipa e tem um discurso motivador e agressivo. Para os artistas do "é canja, ganhamos nas calmas", esta foi a primeira lição. Há distintos e colunáveis adeptos que nem o conheciam sequer aquele que se autointitulou o "melhor treinador do mundo" quando levou a grande selecção da Croácia ao 3º lugar no Mundial-98.

A segunda lição é que, para Portugal, apontado como "favotiro" à partida, para uns a 80 ou 90%, parece que 1-0 reduz as suas hipóteses de apuramento e a Bósnia, para quem dela ironizou como se fosse "grande equipa" (que não é, nem 8 nem 80), é tida como capaz de virar a eliminatória e, quiçá, partir com "fifty-fifty" de possibilidades de ir ao Mundial. Uma final que, para a Bósnia, pode ser perdida mesmo ganhando 2-1 (ou 3-2, 4-3, etc.), o resultado que lhe bastava em 2003 para ter-se apurado para o Euro-2004 em Portugal: ao invés, empatou com a Dinamarca em casa (1-1) e nem ao 2º lugar e play-off foi (seguiu a Espanha), com os dinamarqueses vencedores do seu grupo.

Para os detractores, inesperada e inexplicavelmente, saídos da trincheira quais "partizans" na luta de resistência aos ventos de mudança nas selecções nacionais, Portugal tem defesa fraca, porventura a soçobrar em Zenica, como vão apontando os bósnios nos "mind games". Contudo, dos 11 golos sofridos por Portugal nos 17 encontros sob o comando de Carlos Queirós, a defesa das quinas sofreu seis do Brasil, num jogo que não devia ter sido disputado mas houve que honrar compromissos (e 300 mil euros) antes assumidos, e apenas cinco na fase de apuramento, o que é um bom registo contra ataques objectivos como os da Suécia e da Dinamarca (também sofreram cinco golos cada), sem que os suecos tenham marcado (e sofrido) qualquer golo nos jogos com Portugal.

Eis, então, uma estranha final, num campo maltratado e acanhado, supostamente com um ambiente infernal de menos de 15 mil adeptos, por muito fanáticos que sejam. Portugal quase como "coitadinho" ante a sobranceria bósnia e sujeito a "guerra interna" e desconfiança de muitos dos seus adeptos. Para atiçar o bota-abaixismo lusitano, especulou-se (DN) que Queirós teria preferido jogar no Porto em vez de na Luz.

Edificante. Aqueles que encolhiam os ombros às diatribes de Scolari face ao tão distante Porto, quiseram armar uma confusão ao contrário, imputando a Queirós uma alegada rejeição de jogar na Luz.

Confio que Portugal vença o jogo e até sem sofrer golos. Confio plenamente que se qualificará e não vejo sequer uma eliminação como o fim do mundo, como não foi para a Inglaterra falhar o 2008 na Suíça/Áustria e a Holanda ver pela tv o Mundial-2002 ultrapassada por Irlanda e... Portugal.

Era, contudo, muito bom que Portugal se qualificasse por todos os motivos e mais alguns. Porque disputou um dos mais difíceis grupos de apuramento dos últimos anos, pelo menos desde 2000 (quando a Holanda ficou para trás). E porque, ao contrário do que algumas luminárias fazem por omitir nas suas injustas críticas (à parte as subjectividades de se concordar ou discordar das convocatórias e das substituições, sempre passíveis de discussão), Carlos Queirós herdou uma situação difícil, uma equipa em queda competitiva e em transição geracional que já antes - no anúncio avisado de não ir renovar contrato, com Scolari durante o Mundial-2006 - fizera o anterior seleccionador pensar duas vezes. Se bem recordam, os amigos cronistas lá lançaram o alarme em plena competição na Alemanha, Scolari lá continuou e sofreu a perda de valores inigualáveis e a teta que chupou até... ao tutano. Bem tinha razão para temer e foi penoso assistir aos dois últimos anos do brasileiro.

Além de não ter tido os meninos da Geração de Ouro que formou e lançou no futebol internacional, de Figo e Rui Costa a F. Couto e S. Conceição, Queirós nem teve sequer Cristiano Ronaldo em condições e ao menos com um golo na qualificação. Mesmo assim, pareceu crime de lesa-Pátria utilizá-lo frente à Hungria, num lamentável empolamento de uma situação em que a selecção tinha toda a razão, técnica, moral e regulamentar, do seu lado, sem ter esquecido, nem outra coisa seria de esperar, o lado humano e clínico do jogador que também quiseram fazer passar como "irresponsabilidade" da FPF e de Queirós pessoalmente.

Se passar ao Mundial, mesmo perdendo 2-1 por exemplo, Queirós fará sempre melhor do que Scolari em condições mais difíceis. Porque, como disse logo à partida, não teria 17 jogos de apuramento como Portugal beneficiou até entrar no Euro-2004. E, nestes 17 jogos comparados com os 17 iniciais de Scolari de 2003 a 2004, não é que Queirós tem melhores resultados?

Início de LF Scolari até à entrada no Euro-2004

Itália, 1 – Portugal 0
Portugal, 2 – Brasil, 1
Portugal, 1 – Macedónia, 0
Holanda, 1 – Portugal, 1
Portugal, 0 – Paraguai, 0
Portugal, 4 – Bolívia, 0
Portugal, 1 – Cazaquistão, 0
Portugal, 0 – Espanha, 3
Noruega, 0 – Portugal, 1
Portugal, 5 – Albânia, 3
Portugal, 1 – Grécia, 1
Portugal, 8 – Kuwait, 0
Portugal, 1 – Inglaterra, 1
Portugal, 1 – Itália, 2
Portugal, 2 – Suécia, 2
Portugal, 3 – Luxemburgo, 0
Portugal, 4 – Lituânia, 1

9v, 5e, 3d – 35-16g


Início de Carlos Queirós até ao último jogo de apuramento para o Mundial-2010

Portugal, 5 – Ilhas Faroe, 0
Malta, 0 – Portugal, 4
Portugal, 2 – Dinamarca, 3
Suécia, 0 – Portugal, 0
Portugal, 0 – Albânia, 0
Brasil, 6 – Portugal, 2
Portugal, 1 – Finlândia, 0
Portugal, 0 – Suécia, 0
Portugal, 2 – África do Sul, 0
Albânia, 1 – Portugal, 2
Estónia, 0 – Portugal, 0
Liechtenstein, 0 - Portugal, 3
Dinamarca, 1 – Portugal, 1
Hungria, 0 – Portugal, 1
Portugal, 3 – Hungria, 0
Portugal, 4 – Malta, 0
Portugal, 1 -- Bósnia, 0

10v, 5e, 2d – 31-11g


Curiosamente, neste período de observação, Scolari teve jogadores como F. Couto, J. Andrade, S. Conceição, Rui Costa, Rui Jorge, Figo, Pauleta, Maniche, Costinha, Petit, entre outros então no auge como Caneira, F. Meira, Postiga, Nuno Valente, Miguel, Nuno Gomes, Quaresma, Frechaut.

Nos seus primeiros 17 jogos, Scolari utilizou 36 jogadores, 15 foram estreantes como Pedro Mendes (única aparição na estreia do seleccionador em Itália, desaparecendo nos restantes 70 e tal jogos com Scolari) e Ricardo Carvalho ou Deco, além de tipos como Luís Loureiro (lembram-se, do Gil Vicente?), Rogério Matias, Silas e... a chamada provocatória de Bruno Vale 3º g.r. nas Antas onde pontificava Vítor Baía.

Queirós, até hoje, usou 40 jogadores e apenas 13 estreantes, sendo que os últimos Liedson e Coentrão foram os únicos testados pela primeira vez em jogos oficiais de qualificação. E para quem temia, sem razão nem factos, que Queirós mexia muito nas convocatórias, quiçá como se Figo, Rui Costa e F. Couto ainda estivessem no activo mas esquecidos ou ostracizados como Vítor Baía, a verdade é que dos 36 utilizados só na época passada, apenas Danny (depois lesionado), Eduardo, Rolando, Gonçalo Brandão e Edinho foram utilizados mais de uma vez, aquela que honrou César Peixoto (no Brasil), Orlando Sá (com a Finlândia este ano, depois lesionado até hoje), Beto, Zé Castro e Eliseu (todos na Estónia, em Junho).

Para quem ainda tem ideia do antigo alfobre de muitos e de vários grandes jogadores, o quadro de recrutamento é mais fraco, com um nível geral de qualidade e capacidade competitiva abaixo do que era comum esta década. Ao ponto de, por lesão de Hugo Almeida, ter que recorrer a Liedson (com 31 anos), além de continuarmos à procura de um lateral-esquerdo de encher as medidas sem alguma vez o termos tido. Duda, por exemplo, foi usado uma vez por Scolari, no Kuwait, mas parece que, além de Nuno Valente em fase terminal como Rui Jorge, a chamada de Rogério Matias e a utilização forçada de Paulo Ferreira à esquerda não é uma lacuna preocupante há anos.

Tudo isto tem sido esquecido de forma dolosa por quem critica convocatórias que dantes eram sacralizadas em nome do "núcleo duro", em que à partida existiam proscritos e cujas composições eram ou tão previsíveis ou comunicadas pelo cronista mais amigo em tom oficioso. Além de faltarem os grandes craques que ainda povoam as nossas memórias, mais as posições periclitantes no onze, da baliza ao ponta-de-lança, e um Deco em plano inclinado de sustentabilidade de rendimento. A discussão de poder chamar este e aquele, curiosamente, para azucrinar Queirós, hoje vem daqueles, normalmente benfiquistas (na sua maioria) e/ou sportinguistas (apelos a Miguel Veloso a defesa-esquerdo...), que achavam bem o anterior seleccionador deixar de fora o melhor guarda-redes de sempre, Vítor Baía e por causa disso (mas não só, foi por muito mais) os adeptos portistas detestavam o seleccionador brasileiro.

Os que criticam a qualidade de jogo devem estar esquecidos do horror da anterior qualificação, para não falar da queda acentuada nas classificações finais de 2º em 2004, 4º em 2006 e 8º em 2008.

Faltava apurar o argumento da sorte, raramente ou mesmo nunca evocada na Senhora do Caravaggio, de alguém ter escorregado para Portugal chegar a este play-off. Foi a "ajuda" da Dinamarca, ganhando à Suécia, com três rondas por disputar num grupo com 10 jogos.

Esquecem que, para 2008, num grupo com 14 jogos (mais facilidade de recuperação e faculdade de outros escorregarem, como sucedeu), Portugal apenas chegou ao 2º lugar que dava apuramento a... três jogos do fim, ganhando ao Azerbaijão a 13 de Outubro (milagre!) de 2007, mas beneficiando de a Finlândia ter empatado na Bélgica. E, para melhor se entender a sorte, depois foi preciso o inglês Mike Riley negar um penálti sacrossanto à Arménia na derrota à justa em Leiria (1-0, por Hugo Almeida), além de termos terminado com os finlandeses no Dragão e o coração nas mãos até ao último minuto nas famosas vitórias de "meio a zero" hoje felizmente banidas do discurso oficial.

Todos estes factos têm sido negligentemente omitidos até na Imprensa da especialidade, o que diz bem da honestidade intelectual e a capacidade de análise e apreciação dos mesmos factos. Sem lerem e habituados a ouvir na tv os banais comentadores de opinião avulsa e não fundamentada, a maioria dos adeptos, antes rendidos a um vendedor de banha de cobra, criou uma onda de pouco afecto e muito distanciamento para com a selecção.

Resta saber se, como diz o habitual correio das mentiras, em caso de derrota Queirós se demitirá. E, então, quem no quadro actual será capaz de fazer melhor. Isto já para nem falar do alçapão em que deixaram cair as selecções de nível etário, onde o autointitulado "o chefe sou eu" não assumiu as responsabilidades inerentes ao cargo e à... cagança.

Se Portugal passar, nem a Cristiano Ronaldo o deve; se falhar, os adeptos do Real Madrid, nos dois lados da fronteira, escusam de ter medo da sua desvalorização para quem tem um contrato de 6 anos e inviabilidade de ir para o mercado de novo.

Boa sorte, Portugal!

14 comentários:

  1. Um dos principais cancros que deixou Scolari foi a ideia de familia sacrossanta que faz com que qualquer jogador convocado fora do "grupinho" seja logo olhado de forma suspeita. Se é bom suficiente, se o seleccionador arrisca ou experimenta demais, se isto se aqueloutro. O Scolari beneficiou da melhor geraçao do futebol portugues, juntou-lhe mais de uma duzia de experiencias que lhe sairam mal e fez o seu grupinho sem nunca deixar entrar quem realmente estava em forma. Até a derrota inicial do Euro teve de servir de alertar para apostar na base do FCP campeão europeu porque até lá a equipa era de uma imensa vulgaridade.

    Acredito no apuramento e acredito que o CQ irá montar uma estrutura de futuro com alguns jogadores do nucleo actual, outros recuperados do ostracismo - dentro e fora de portas - e de alguns jovens que tenham mais cabeça do que as geraçoes anteriores. Isto se o deixarem, está claro, porque nao tenho a minima duvida que há já muita gente em Lisboa a pedir a cabeça do técnico se...nao for às meias-finais!

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  2. "Um dos principais cancros que deixou Scolari foi a ideia de familia sacrossanta ".

    Miguel, tanto pior que os seus defensores, nunca o chateando e conformando-se com a situação (pelo menos enquando desse resutlados), passaram a argumentar:
    - se ele não convoca o Baía não insistam, que ele não muda;
    - se ele não fala dos que não convoca, não insistam que ele não muda;

    Queirós não fecha a porta a ninguém e fala dos que não convoca. Deve ser por falar português correctamente e tão claro que se entende tudo o que diz.

    E em vez de falar que basta ganhar por meio a zero, ousa dizer que Portugal no Mundial é para ir até à final e ganhar, não para ir até aos quartos-de-final.

    E não tem os craques que fizeram toda a colecção do brasileiro.

    Além de sorte, um homem assim merece pelo menos respeito.

    Não é que eu venha a dizer que a selecção joga bem, tenho apontado as deficiências, do g.r. ao Deco, do lat. esq. ao avançado-centro.

    E não é que eu "veja" ser realista o optimismo de CQ quanto à final do Mundial. Pelo contrário. Mas ele quer trabalhar, desenvolver, progredir. Nem faz pequenos passos nem vitórias de meio a zero.

    A desfaçatez tem sido muita no seu confronto. E, ironicamente, por aqueles que mal ergueram a voz acima da bandeira que lhes pediram para pôr à janela. Mesmo uma bandeira com pub, à tuga insolente e que nem sabe o que diz nem o que faz.

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  3. Jogos de Queiroz com equipas decentes: contra Brasil, Dinamarca e vá uma Bósnia.

    Jogos de Scolari com equipas decentes: Itália, Brasil, Holanda, Paraguai, Espanha, Grécia, Inglaterra.

    E o burro sou eu?

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  4. "Jogos de Queiroz com equipas decentes: contra Brasil, Dinamarca e vá uma Bósnia."

    Boa, upgrade na Bósnia, melhor do que a Suécia. Tenho de rever a matéria.

    "Jogos de Scolari com equipas decentes":
    - Itália, perdeu de canto directo, perdeu os 3 jogos com a Itália no seu mandato.
    - Brasil ganhou nas Antas com o golo de livre de Deco na barreira furada, o Deco que a maioria dos adeptos rejeitava em nome da sacrossanta posição de Rui Costa.
    - Holanda, boa equipa mas sempre estivemos na mó de cima com eles sabe-se lá porquê, são os mistérios do futebol
    - Paraguai, grande equipa em 2004 e sempre a fazer brilharetes no Mundial, muito mais do que Suécia e Dinamarca;
    - Espanha, levamos 3-0 em Guimarães e foi S. Ricardo Caravaggio, perdão Carvalho, a safá-las em cima do risco no jogo de grupos em Alvalade;
    - Grécia, ah bem me parecia que esta era mesmo grande equipa, apesar do muito mal que se disse dela e do que muito mal se lhe desejou depois, mas também como com a Itália foram quatro jogos com eles e nenhuma vitória, foram 1 empate e 3 derrotas;
    - Inglaterra, ganhámos à Inglaterra só nos penáltis, na Alemanha jogamos 11 contra 10 e nem ao prolongamento merecíamos ir.

    Brilhantes exemplos. Até porque os jogadores de então eram claramente piores do que os actuais, tá visto.

    Há tipos que não tiram palas, de facto.

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  5. Eu até acho que tens razão Zé Luís mas tens de concordar que o grau de dificuldade dos jogos não foi exactamente a mesma.
    E meti a bósnia mas também poderia meter a suécia em ambos os casos...
    E comparar amigáveis onde se fazem variadas experiências e jogos a doer também é muito subjectivo..
    O que sei de fonte segura ( jogador que ainda vai à selecção) é que o Scolari de metodologia de treino e como técnico vale zero. Apela à garra e às rezas e verdade seja dita não se deu muito mal nas fases decisivas.
    Espero muito sinceramente que passemos e acho obviamente que estamos muito melhor servidos com Queiroz do que com Scolari.
    Só achei que o comparativo inicial que fazes não corrobora o que dizes, mas são opiniões:)

    Cumps.

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  6. Zé Luís :

    Mérito de Carlos Queiroz !
    Parabéns Portugal !




    Um abraço

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  7. Absolutamente de acordo com o Zé Luis. A sorte de alguns comentadores, é que Carlos Queirós é uma pessoa civilizada, caso contrário diria algo parecido com o Maradona, vontade não lhe terá faltado. Quanto ao resultado e exibição da batalha de Zenica, foi um dos momentos mais altos de sempre de uma selecção nacional, não pela qualidade técnica do futebol jogado como é evidente, mas pelas condições em que o conseguiu.
    Gostei de ver a equipa toda a cantar o Hino Nacional no inicio. Não sei se foi estimulados pelo ambiente adverso que sentiam ao redor do campo, mas há muito tempo que não via tanta convicção.
    Toda a equipa esteve fantástica de entrega e derterminação, ao mesmo tempo que revelava um sangue frio e uma serenidade verdadeiramente notáveis, que lhe permitiu naquele batatal realizar boas jogadas de futebol. Porém, mais uma vez aqueles três mosqueteiros, que tal como os outros também são quatro, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Pepe e Raul Meireles, foram guerreiros absolutamente intratáveis! Que exibições!

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  8. Zé Luis,

    Precisamente!

    A educação de CQ é algo que desconcertar aquela gente, habituada a ser tratada como lixo por um brasileiro cópia barata do Yustrich e ainda o aplaudindo de pé em conferencias de imprensa. Queiroz é um senhor e as palavras no final do jogo tiveram a elegância que lhe são habituais. E como ele disse agora a contagem é do zero. Ontem bem se viu o que o favoritismo pode fazer. Se o brasileiro anunciasse que eramos favoritos, o país punha bandeirinhas. Se o CQ diz que temos de ir para ganhar, é louco o pobre homem.

    Portugal parte com um excelente registo defensivo - numa linha defensiva em que ninguém acreditava, do guarda-redes aos laterais passando pelo Bruno Alves tao decisivo - com um achado a médio defensivo (notável ontem mais uma vez o Pepe) e com uma linha avançada que começa a ganhar rotinas. Continuo a nao apreciar o jogo do RM - ontem misturou bons com péssimos momentos - e está claro que Tiago nem sombra do Deco pode ser. Mas é preciso encarar os proximos amigaveis como o tempo que CQ pedia e que agora terá.

    A nivel de registo jogamos melhor e tivemos melhores numeros que o ultimo apuramento ou a fase de preparaçao para o Euro2004. Isso diz tudo. Portugal nao é primeira potencia mundial porque lhe faltam jogadores "de ouro". Nunca pelo técnico. E continuo a (querer) acreditar que este projecto é de longa duraçao e que se prepara futuro ganhando o presente.

    E como bem dizes, sem hostilizar ninguém, sem criar clãs, sem rejeitar nomes por cores clubisticas. Com todos unidos e com um objectivo comum. Agora que se calem em Lisboa porque este apuramento é dele e dos jogadores. E de mais ninguém porque, realmente, nunca ninguém acreditou nele.

    Um abraço

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  9. Acho que os dos costume andam muito tristes com a ida à África do Sul.
    Estavam à espera de sangue.
    Depois ... azar .. são jogadores do FCP a marcar, boa parte da equipa é made in FCP mas o pior foi não darem cabo do Queiroz que lhes dá ao desprezo não imitando Maradona e dando uma chapada de luva branca.
    Vi de raspão a SIC Notícias e o verrinoso brilhantina rui tudo menos santo.
    Teve o topete de no meio de alguns elogios forçados a Queiroz e críticas pelo meio, não aguentou e falou de alguns mériotos nesta saga de ... scolari!!!!!!!!!!
    Nem queria acreditar!!!!!!!
    Mas foi bem feito, para esta corja que anda toda enfiada, sem o pastor de igreja para os guiar, esse pastor que teve o arrojo de vomitar postas de pescada sobre uma selecção que já não é por si orientada. E o pagode rejubilou. Agora vão todos para o cara... vagio.

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  10. Tenho reparado em críticas a Rui Santos a propósito da selecção. Não de Rui Santos à selecção, mas a quem o vê sempre no contra.

    Não tenho visto e limito-me a perceber o que querem dizer as críticas que lhe são dirigidas pelos seus comentários. Acham que ele é contra CQ e quando muito só o disfarça, algo que muitos outros nem isso fazem ou sequer conseguem.

    Não posso, por isso, comentar os comentários que fazem aos comentários dele. Mas custa-me acreditar que Rui Santos critique CQ. Aliás, li agora por acaso a abertura de Rui Santos na sua coluna de opinião em Record e a sua abertura é eloquente quanto ao que ele vê e deseja da selecção e de CQ. Aliás, os tais "méritos" e "atributos" que por aqui dizem que ele faz ao CQ, supostamente como lobo com pele de cordeiro, coincide com os meus pontos de vista e seguramente deve ser a única forma de partilhar com Rui Santos algo em comum.

    Rui Santos acompanhou as selecções jovens, e defendeu a construção desse edifício antes inexistente na FPF e depos de CQ descurado quase por completo. Creio existir até amizade dele com CQ e os apontamentos que tenho lido dele vão nesse sentido, não pelo que tenha dito na tv porque desconheço.

    Creio haver aqui talvez algum preconceito em relação a RS pelo que diz e que muitos desconfiam não ser verdadeiro ou genuíno.

    É a observação que me cabe fazer, mediante o que leio e o que sei de ambos. Quanto às tv's, é curioso: talvez pela exposição pública mais alargada e visível (cara, expressões, opiniões) na pantalha, muitos tendem a ser cordeiros sendo lobos na escrita. João Manha é um exemplo chapado disso. Penso que, mesmo noutras matérias do futebol em geral e na sua idiosincrasia lisbonense que não desgruda da sua pele, Rui Santos manterá na tv o que escreve em jornais. É coerente e repisa as suas ideias, nem sempre boas (raramente boas), quase nunca justas, amiúde imbecis por completo.

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  11. "Só achei que o comparativo inicial que fazes não corrobora o que dizes, mas são opiniões:)

    Eu penso que deves estar a falar de ti, não angelo dias?

    Repara:
    "que o grau de dificuldade dos jogos não foi exactamente a mesma.
    E comparar amigáveis onde se fazem variadas experiências e jogos a doer também é muito subjectivo.."

    Pois é, mas neste caso a dificuldade comparativa pesou contra CQ, ou não? Teve de suprir lacunas antes existentes, remendar, inventar, criar, experimentar e muitas vezes em jogos de competição, com o risco inerente. Isto nem é subjectivo, é objectivo e claro como água. As circunstâncias foram muito más e, obviamente, o pior seria na fase inicial, como foi.

    Eu, em devido tempo, chamei a atenção para isso. Depois da partida na Albânia, acreditei que na nova época os jogadores deveriam aparecer melhor e as coisas lá se compuseram e fizemos uma ponta final, digamos, à FC Porto de Jesualdo, depois de as coisas engrenarem.

    "O que sei de fonte segura ( jogador que ainda vai à selecção) é que o Scolari de metodologia de treino e como técnico vale zero. Apela à garra e às rezas e verdade seja dita não se deu muito mal nas fases decisivas.
    acho obviamente que estamos muito melhor servidos com Queiroz do que com Scolari".

    Para mim nunca houve dúvidas: Scolari é um barrete como treinador, como motivador não me interessa, é-me indiferente. Fez bons resultados, projectou a selecção mas nunca ninguém esteve 5 anos na selecção e 5 anos com os melhores jogadores de sempre. Se calhar deveria ter feito muito melhor em vez de perder o que perdeu e que, para mim, pesa mais do que o que ganhou. Isto, sim, pode ser subjectivo.

    Objectivamente, em períodos comparáveis, CQ já fez melhor do que Scolari. Se não chegar ao 4º lugar do Mundial pode ser encarado como pior, mas isso é relativo (não subjectivo) consoante os adversários em sorte, a sorte do jogo (nunca reconhecida em 2004 e 2006 por exemplo, curiosamente nos dois jogos com a Inglaterra decidos em penáltis), os jogadores à disposição.

    Também pode ser subjectivo dizer que esta safra de jogadores é pior do que as anteriores e, contudo, ninguém ousará contestá-lo, apesar de o esquecerem ou negligenciarem dolosamente. Só que haviam acabado os Eusébios como acabaram os Figos. E passamos este tempo sem CR7...

    E enquanto não enfrentarmos a realidade, viveremos sempre de fantasias.

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  12. Estamos no Mundial, os meus sinceros Parabéns ao Selecionador Carlos Queirós e a toda a equipa das quinas que souberam sofrer e contra muitas adversidades colocadas à equipa souberam matar o jogo na altura certa.


    Com o jogo de ontem naquele batatal Queirós acabou com uma série de mitos, que durante a semana os jornaleiros encarregaram-se de inventar, ora era a inclusão de Veloso no 11 , ora o problema da táctica, ora é o Pepe que não pode jogar a trinco , ora é Nani que não é solução , ora é o Bruno Alves que não deve fazer dupla com Ricardo Carvalho, ora é a forma de Paulo Ferreira, ora é a forma em que está Raul Meireles , etc etc etc...

    Acredito que foi uma qualificação em que poucos acreditavam, aliás ainda jogávamos contra Malta e já havia defeitos nesta seleçao, quando assim é muito difícil.

    Estamos lá e isso é o que interessa, eu sou do tipo que para atingir objectivos vale tudo até esmurrar joelhos, correr na lama,lutar, sou um confesso adepto de resultados.

    Zé Luís em relação ao Rui santos para mim é um comentador das modas,em dez milhões de palavras lá vai saindo de vez em quando uma ou outra ideia de relevo, mas no geral comenta de maneira a ficar "bem na fotografia".

    Portugal perde, Queirós não está a fazer o trabalho de maneira correcta, perde-se depois em rodriguilhos tácticos que algumas vezes acerta outras nem por isso e para mim homem que anda ao sabor do vento não serve para comentador.

    Desde a história das petições da uva mijona para a verdade de desportiva que deixei de ver o seu programa, um homem que apenas quer auto-promoção.

    Um grande abraço

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  13. "Objectivamente, em períodos comparáveis, CQ já fez melhor do que Scolari."

    Priceless...

    CQ, o melhor seleccionador de sempre!

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