26 novembro 2009

“Killer instinct” e coisas da Champions

O FC Porto não foi capaz de superar o Chelsea e ascender ao 1º lugar. A equipa esteve solta, lutou e ameaçou. Mas não chegou. Não deslumbrou, nem desmereceu. Mas ganhou confiança e com (quase) todas as opções disponíveis o técnico Jesualdo só pode fazer a equipa crescer, daqui para a frente e quando mais é preciso para recuperar o terreno perdido.

A Champions é só lá para a Primavera e em Madrid decerto jogará uma equipa alternativa na sua totalidade. As provas domésticas ganham relevo exclusivo doravante e a capacidade do plantel ficará à prova em toda a sua extensão e profundidade.

Mas a falta do “killer instinct”, sempre patente nos jogos com o supercompetitivo Chelsea, não sendo pecha de agora, é limitativo na Europa. Ao mais alto nível, quem não marca sofre. Anelka deu os exemplos esta época. E em 2009 o FC Porto perdeu no Dragão com duas equipas inglesas, a nata da nata da Premiership, com quem nunca tinha perdido em casa. Foi por pouco, mas foi o suficiente. E tanto para lembrar a velha expressão de “sir” Bobby Robson: é preciso acabar com o jogo, “matar” o adversário. Esse instinto, porém, custa muito caro, além de se adquirir com o tempo.

Alguns portistas ficaram pouco convencidos das melhorias da equipa, depois do zero absoluto de jogo registado frente ao Marítimo. Mas as notas individuais dão confiança de que a equipa, tudo somado, volte a entrar nos eixos.

E se o resultado, de facto, não era o primordial frente ao Chelsea, a verdade é que a jornada desta semana na Champions, com apenas mais uma por disputar, não permitiu qualquer novo apurado para a fase seguinte. Isto é, a qualificação portista obtida a duas jornadas do final ganha relevo maior. Vamos para a última jornada e, além de algumas equipas “caírem” em definitivo para a prova de “salvação da época” que é a Liga Europa, há outras que vão ficar na expectativa até final, incluindo o Milan, o Real Madrid, o Inter e mesmo o… Barcelona.

Na Champions o “killer instinct” faz a diferença. São coisas da “alta-roda”. E até os ingleses sofrem com elas. O Liverpool, estranhamente relegado para a Liga Europa, lambe as suas feridas por causa de dois golos sofridos nos últimos instantes com o Lyon: perdeu em Anfield aos 90’ e sofreu o empate, por Lisandro, já nos descontos em França. É o sortilégio do futebol. Os “reds” não tiveram sorte, não tiveram o seu “killer instinct” depois de terem ganho vantagem em ambas as partidas. No seu caso, não é questão de falta de dinheiro, soluções (Torres continua lá), nem de tempo. É preciso sorte. Assim o talento dá mais frutos. Também não estava à espera de ver a Juventus superada com facilidade pelo Bordéus e em dois lances de… bola parada.

Outras coisas da Champions, menos valorizadas na era da globalização e queda das barreiras no mercado de transferências, é notar que o FC Porto apresentou frente ao Chelsea Beto, Rolando, Bruno Alves, Raul Meireles e Varela como internacionais portugueses. Do outro lado estava até Deco, num onze de Ancelotti que de internacional inglês só tinha o capitão Terry (depois entrou Joe Cole).

Isto um dia depois de o cosmopolita onze de Mourinho não conter qualquer italiano no onze, face a um Barcelona que não tinha só uma grande maioria de espanhóis, mas sim sete ou oito produtos da sua formação.

Vale a pena pensar nisto.

Crónica semanal do blog Portistas de Bancada para o Futebol "O desporto rei"

O Portistas de bancada contribui com uma crónica semanal no Futebol: Desporto-rei, a convite deste. A parceria destes blogs tem montra à 5ª feira. Quem quiser ler, clique no título acima.

4 comentários:

  1. Continuam as notícias sobre a saída de Prediger, só espero que seja mais um romance do pasquim vermelho, caso haja alguma verdade nisto, algo vai mal no reino do DRAGÃO. Não admito que se compre um jogador e passado 4 meses já se está a emprestar o jogador sem se saber o real valor do mesmo, porque isto de dispensas apressadas já tivemos maus resultados, Diego, Luiz Fabiano eram jogadores que tinham dimensão para jogar no PORTO e foram despachados à pressa. Para não falar do Alan, para mim muito superior a Mariano, ou Bolati o caso mais recente, a equipa técnica não dá oportunidades e os jogadores querem ir embora, se o Fernando vai jogar mais 40 jogos sempre ao mesmo nivel, não acredito aliás nesta altura achava que devia descansar uns jogos, mas uma coisa é certa quando querem sair por não jogar demonstram atitude, deve ser horrível estar meses e meses sem jogar, para isso é preciso parar de contratar por contratar e promover os jogadores da formação, os milhões gastos podiam ser poupados com Castro, Ukra etc.

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  2. E estamos muito agradecidos pelas crónicas, que trazem um acréscimo de qualidade ao nosso blog.

    Grande abraço e continuem o excelente trabalho realizado neste blog.

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  3. Realmente dá que pensar. O Barcelona é um exemplo para qualquer clube.Eu sinceramente acho que o FC Porto até tem melhor escola que o Sporting, mas não entendo como poucos singram na primeira equipa. Gostava de saber o que pensas sobre isso. Veremos o Sérgio Oliveira, o Diogo Viana, o Nuno André Coelho e até o Ukra. O Benfica só produz porcaria.

    Saudações

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  4. Zé Luís :


    Também fiquei com a ideia que o F.C.PORTO - apesar do adversário ser o poderoso Chelsea -
    acabou por jogar de igual para igual . Não tão bem como gostaríamos , mas , também ,
    não tão mal como alguns julgaram .

    E, como referes , faltou-nos o
    “killer instinct” porque , de facto , a possibilidade existiu .

    Um abraço

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