07 março 2008

Manuel da crueldade aniquila dragão

Sem querer repisar quão injusta, e cruel até, foi a eliminação portista da Champions, recusando a vitória moral que nunca reclamei e enjeitando o “nunca vi nada assim” que, fatalmente, nos ocorre nestas ocasiões, há uma série de ideias a fixar que vagueiam entre o elemento imponderável (sorte e azar) num jogo e a série de regras estipuladas objectivamente para “apurar” os méritos, fora o sortilégio da bola, dos qualificados.

Do imponderável, há muita gente hoje em dia que, refugiando-se em parâmetros - nenhum científico, rigoroso, matemático, da táctica às estatísticas amiúde vagas e mesmo mal apuradas (o que é um remate perigoso?; o que são “ataques”?) - tem horror a enunciar exemplos de sorte e azar num jogo tão atreito a essa dicotomia. Tanto debate como a definir o “melhor futebol”, como se os melhores meios ao dispor não influenciem a qualidade e o que é bom futebol para uns orçamentos médios não será “mensurável” para outros mais apetrechados. Por reflexo, no sortilégio da bola e também dos reflexos e do que se acha mérito ou demérito numa acção, entra a questão da competência, igualmente mal explicada e, como é voga hoje, estreitamente ligada ao resultadismo: foi golo é culpa de fulano; sicrano falhou o golo mais fácil (?).

Das regras estabelecidas, é tão válida a importância de ter bons jogadores como a velha máxima de o penálti ser tão importante que quem o deveria bater seria o presidente do clube. Responsabilidade máxima, porque ninguém contrata jogadores para ganhar desempates por penáltis. Mas nem sempre os melhores ganham e nem sempre quem muito acerta tem tanto mérito como o resultado final pode fazer crer.

Os erros
- O pragmatismo das eurotaças, aliviado na fase de grupos onde uma noite má, e mesmo duas e até três, podem ser remediadas, atinge o auge nas eliminatórias. O FC Porto não foi tão pragmático como os alemães, pouco incomodados como “underdogs” e nada impressionados por virem, de qualquer maneira, defender o 1-0 da 1ª mão – e imagine-se o FC Porto defender assim, tudo a monte e fé em Deus…

- Na 1ª mão faltou outra preparação para o jogo: física, táctica, mental. O FC Porto fez globalmente um mau jogo na Alemanha, sentindo o pulso do adversário mas ciente de que no final a sua superioridade iria manifestar-se e mas já não emendou.

- Talvez hoje a votação no blog de qual o sistema táctico a implementar fosse mais equilibrada: o FC Porto deveria ter acautelado um 4x4x2, de resto a única forma de poder sobreviver na Europa a eliminar, como teria de confrontar-se se avançasse na prova. Custou muito ver, tanto tempo, a inferioridade numérica a meio-campo que só a falta de golpe de asa dos alemães petrificados atrás não permitiu explorar.

- Dir-se-á que a eliminação não foi por causa disso. Mas também foi, em parte, porque as dificuldades que rodearam o 1º jogo deveriam suscitar cautelas que não houve. Alguns entendem que o jogo de lá foi mal “preparado”, talvez os mesmos que criticam a tentativa (lembre-se Alvalade num jogo mal perdido mas que em nada diminuiu o FC Porto) de procurar alternativas ao sistema preferencial, sabendo que ele nos fará falta.

Os azares
- Independentemente do sistema, sem dele ser refém qualquer jogo, os erros próprios fazem ruir uma boa intenção. Infelizmente, quem fez o reparo ao golo sofrido por Hel
ton (a defesa para a frente, como se fosse deliberada…) não reparou que Neuer, no Dragão, fez uma igual, na 1ª parte, em remate de muito mais longe, só que a bola não ressaltou para Lisandro, foi para um defesa… É (de)mérito? Discutível… Da mesma forma, aludir à falha de Quaresma no prolongamento, exausto, com um pique a tirar a bola a um defesa, sem lucidez (tinha Farias atrás para servir), esquecendo o golo incrível, esse sim, falhado por Tarik aos 60’, é folhear, de novo, o manual da crueldade em que o Manuel Neuer caiu em graça por uma das mais espantosas defesas – seguramente entre as três ou cinco mais incríveis de um guarda-redes, que me lembre – da história do futebol, diria de forma pouco ortodoxa, que eu só revendo na tv consigo convencer-me de um golo cantado transformado em canto!

- De permeio tivemos uma incrível sucessão de azares com os laterais, as trocas de lá (Fucile e João Paulo), os dissabores de cá (Bosingwa lesionado, Fucile expulso, mais Meireles esgotado).

O que falta
- O facto de o adversário, com nome feito na Alemanha, não se envergonhar de jogar feio, na retranca, porque não é a jogar sempre bonito que se ganham eliminatórias, algo a que o código genético portista começa a mostrar-se avesso como se o FC Porto tivesse uma imposição visceral de jogar bonito, algo a que os tratos de polé dos espanhóis ao Porto de Mourinho bem retrataram no seu paternal exagero.

- Por fim, a acompanhar o arrojado 4x3x3, desadequado na Europa à excepção de quem tem foras-de-série (mesmo assim, o Real Madrid não vai mais longe do que o FC Porto) a falta de jogadores nucleares, médios interiores que variem jogo e permitam meia-distância no remate e avançado de reserva que Farias, definitivamente, não é: fraco fisicamente, curto de pernas, peso-ligeiro que um sopro faz aterrar.

Não fiz um reparo a Jesualdo, porque só o facto de que por mim teria apostado na estatura e meia-distância de Kaz em vez do insustentável levezinho Farias não me leva a ousar discutir uma opção legítima do técnico que, até por comparação de altura e peso, poderia mesmo implicar a presença de Adriano, para estorvar daria mais jeito…

Curioso é notar, porém, que a eliminatória com o Chelsea foi, globalmente, mais bem conseguida, com um adversário fortíssimo, com muitos e muito melhores jogadores do que os nossos, mas a crueldade desta eliminação pesa mais, sem confirmar-se o crescimento da equipa, que é notório mas não chegou, ainda, para superar o… pragmatismo já visto do Chelsea e agora do Schalke a quem ninguém pode levar a mal as perdas de tempo nas reposições, o uso do físico invulgar, a teimosia de defender a pé fixo com duas linhas de quatro (amiúde duas de cinco) elementos.

É tão enganador, e eivado de má-fé, quedar-se, nalgumas opiniões mais resultadistas do que fundamentadas, pelo Rubicão que o FC Porto não atravessa, não lhe reconhecendo a capacidade de o fazer, como especular que a falha foi no momento x ao minuto y, quando tantas coisas influíram nos 210 minutos de jogo. Ou, como ontem se leu nos comentários, recriminando isto e aquilo só neste jogo, quando a história do outro faz parte integrante e as lacunas (apoio ao ataque, cobertura defensiva, atitude de reserva e não de altivez) ali detectadas.

Discutindo se Quaresma jogou ou não? Claro que jogou, assumiu o jogo, enfrentou o dever, impulsionou a equipa, com risco de falhar, mas sempre activo, porém infeliz e incapaz de ultrapassar na sua passada curta as longas pernas alemãs e a vigilância reforçada que sobre ele exerceram. Lucho fantástico, Lisandro heróico, Assunção esmagador, Helton soberbo até fora da área, todos a saberem o que fazer com a bola (e melhor com menos um…), pacientes, abnegados, estóicos no esforço final mas carentes de mais peso, mais centímetros e mais força para rematar de longe.

Reagir
O sabor amargo na boca não desfaz o orgulho pela galhardia da equipa, que foi brilhante com 10 e menos esclarecida com 11, o brio e o pulsar colectivo que
prenderam a assistência. A equipa saiu infeliz mas não diminuída, eliminada mas convencida do esforço para contrariar um destino que o sortilégio da bola esconde até nos momentos mais previsíveis – ainda não acredito que Tarik não marcou golo, ele que deixou um dos mais memoráveis momentos do Dragão no slalom predestinado com o Marselha!

Os alemães vivem, entretanto, o seu conto de fadas, o jovem gandula que viu o Porto ser campeão europeu escreveu um Manuel de sobrevivência nas eurotaças com uma crueldade imerecida até para Helton réu da 1ª mão por uma falta comezinha que Neuer teve a sorte de não ter sido aproveitada no Dragão: e quando num ressalto, na 2ª parte, a bola tabela nas pernas de Farias e sai ao lado do poste o argumento do drama parecia destapado para perdurar na dor portista.

É tão ténue a linha que separa a glória do fracasso como a do mérito e do demérito. Que nem todos sabem apreciar.

E, contudo, além de esperar-se a reacção no domingo com a Académica (como reagirá? que equipa?, até quantos adeptos no estádio?), muitos ficam a especular “para o ano como vai ser?”, sem saber-se as saídas e as entradas, sendo certo que umas dependem das outras e os acertos nem os deuses conhecem.

p.s. – calculem a superfície da área delimitada pelos ferros da baliza: 2,44 de altura, por 7,32 de comprimento. Agora, algures num ponto dessa superfície determinado pelo bico de uma chuteira será possível calcular a probabilidade de uma bola de 410g de peso (450 no máximo) e 68 a 70cm de circunferência lhe acertar, impulsionada (com que força?) por um jogador a não mais de 2,5 metros da linha de golo? A minha perplexidade vai mais além da impotência humana de Quaresma ante o gigantesco Neuer a tapar a baliza no prolongamento.

24 comentários:

  1. Ontem no jornal OJogo vinha uma fotografia espectacular do falhanço do Tarik. O mais incrível é que o guarda-redes conseguiu fazer essa defesa de OLHOS FECHADOS. Ele ainda deve estar a pensar como é que conseguiu defender aquilo.

    ResponderEliminar
  2. Vamos levantar a cabeça pessoal estivemos muito bem deu-me um enorme prazer ver o porto com dez jogadore encostar o schalke à sua area! Mais uma vez mostramos a nossa classe pela europa fora!
    Saudaçoes portistas

    ResponderEliminar
  3. Acho que o Manu deixou o mote, à que levantar a cabeça e no próximo domingo enchermos o Dragão e receber a equipa com uma grande ovação, partindo depois para um resto de campeonato para ficar na história, criando a maior diferença pontual de que há memória. Se há campeonato em que os adversários darão essa hipótese é mesmo este em que se apresentam realmente muito fracos.

    Acho que criticar a equipa ou seja quem for por este jogo não é justo, não neste jogo. Prefiro, a perder, que a equipa a não esteja no seu melhor, mas que percam dando tudo o que têm para dar e não tenho dúvidas que foi isto que aconteceu neste jogo.

    Como curiosidade, e completando o que diz o Zé Luís sobre o GRedes Neuer, ele não só assistiu à final de Gelsenkirchen, como foi mesmo apanha bolas nessa final. Teria na altura 16 ou 17 anos.

    Um abraço.
    PS: Não se esqueçam que a votação para o jogador da bancada está no post abaixo. Votem >aqui.

    ResponderEliminar
  4. Guerrilheiros
    FERNANDO SANTOS

    Era já de si preocupante em Portugal a Justiça não satisfazer requisitos básicos de um Estado democrático. Pior foi avolumarem-se, nos últimos tempos, sintomas do uso da Justiça como arma de arremesso num coquetel explosivo que chega a levar a luta pelo poder a contornos... geográficos.

    Não sejamos ingénuos. O futebol tem sido (também) um dos campos de intriga e dissidência de vários agentes da Justiça, do Ministério Público à Polícia Judiciária. E a gestão criteriosa de alguns processos chega ao uso cirúrgico da (des)informação.

    O modo como foi conduzida a campanha que levou o Procurador Almeida Pereira a recusar a aceitação do cargo de Director da Polícia Judiciária no Porto é o mais recente exemplo da falta de decoro.

    Ser adepto de futebol, frequentar o Estádio do Dragão - apesar de benfiquista - e ter estado em Sevilha na final da Taça UEFA a convite do FC Porto, foram factos que serviram para uma autêntica tentativa de assassinato de carácter do Procurador. Fizeram-lhe um cerco tão asfixiante que Almeida Pereira não esteve para aturar mais vilipêndios e fez marcha-atrás na aceitação - no que acabou por também prestar um favor involuntário aos "guerrilheiros".

    A pedido do próprio, os esclarecimentos da PGR ontem conhecidos são eloquentes sobre como foi intoxicada a campanha - liderada ou canalizada pelo "Correio da Manhã" - contra Almeida Pereira. Além da inexistência de "qualquer elemento que aponte para corrupção ou comportamento processual de favor relativamente ao FC Porto, seus dirigentes ou quaisquer outras pessoas", não se apurou "qualquer comportamento processual de favor" por Almeida Pereira ter sido convidado pelo presidente do FC Porto a assistir em Sevilha à final da Taça UEFA e "não há nos autos elementos que apontem para a prática de qualquer ilícito criminal, nomeadamente de corrupção". Elucidativo.

    O que a PGR esclareceu ontem baliza duas certezas. Por um lado que é lamentável colocarem-se rótulos às pessoas; por outro, que morar-se no Norte e respirarem-se os ares do Estádio do Dragão e do FC Porto não é sinal obrigatório de corrupção - e por muito que queiram passar o contrário. Nalguma Comunicação Social e, até, em sectores específicos da Justiça.

    ResponderEliminar
  5. Domingo há efectivamente que apoiar a EQUIPA.
    Eu, que por razões profissionais e sociais não me tenho deslocado ao Dragão nos últimos jogos, vou comparecer no Domingo.

    São 300 e tal km para cima e outros tantos para baixo, mas como tenho oportunidade vou querer marcar presença e aplaudir a EQUIPA, por muito triste que tenha ficado com a eliminação da Champions.
    Aconteceu Futebol (não embarco em vitórias morais) e, para lá do azar, da épica exibição do Neuer, ex-apanha bolas da FINAL de há quatro anos, e da falta de eficácia da nossa parte, etc., etc., a verdade é que continuamos a ser os MELHORES, os únicos em Portugal com verdadeiro estofo europeu de 1ª DIVISÃO.

    Agora, cumpre continuar a caminhada para o TRI com o maior número de pontos possível e atacar a DOBRADINHA vencendo as meias-finais e, posteriormente, quem quer que seja da segunda circular, no Jamor, em Oeiras.

    Força FCPORTO!!!

    ResponderEliminar
  6. Ainda estou "de luto" por causa da eliminação e nem tenho tido vontade de comentar.

    Limito-me a continuar a aplaudir de pé toda a equipa.


    Abraços!


    PS: excelente texto Zé Luís.

    ResponderEliminar
  7. O esclarecimento que o "fcporto.sempre" transcreve não é suficiente para apagar os efeitos que se pretendem atingir colocando a dúvida metódica sobre qualquer pessoa que alguma vez tenha estado presente nos Estádios do FCPorto...Resumindo, esta quarta -feira estiveram a ver o Porto-Schalk cerca de quarenta e cinco mil corruptos, incluindo os que vieram apoiar os alemães, porque não se consegue evitar a contaminação só porque se é de outras latitudes, estar nas Antas ou agora no Dragão é sinónimo de acepção de doença contagiosa...Ainda por cima os Alemães acamparam nas imediações do Dragão até à hora do jogo, contaminação redobrada...Diz o nosso companheiro de comentário que o senhor Almeida Pereira até é Benfiquista, pois, mas esteve num ou nos dois Estádios logo...Daí que por exemplo Luís Filipe Vieira tenha que ser considerado corrupto porque até é sócio do Futebol Clube do Porto -segundo os registos- e esteve durante muito tempo nas Antas e no Dragão -suponho- ainda que apenas na condição de Presidente do SLB...Daí eu perceber agora porque é que o Luis Filipe Scolari se nega a ver os jogos no Dragão...Mas azar do caraças não escapa também já lá esteve, bem sei que ao leme da Selecção Nacional mas esteve, apanhou certamente o Vírus e ainda por cima se calhar, utilizou os balneários do visitado...D....Luís Figo, Rui Costa, Quim, Ricardinho do Montijo, Cristiano Ronaldo, Eusébio, Humberto Coelho, Pauleta, Matateu, Coluna, Dani...Todos, grandes figuras de referência do futebol indígena, são corruptos ou foram corruptos, melhor, depois de mortos é que não escapam mesmo à corrupção!...E não adianta virem afirmar que fizeram o teste e deu negativo, é mentira este vírus uma vez estando em contacto connosco, chapéu, cola-se a nós para sempre, até "à hora da nossa morte"...Levando o raciocínio mais longe eu pergunto, a Dona Maria José Morgado também terá já respirado os ares do Monte Aventino?...Suponho que se não foi lá para ver o seu querido SLB, terá ido para ver as contas e a contabilidade do FCP, ou terá delegado isso no tal "sarrabulho" ou lá como se chama?...Mas cuidado uma vez apanhado o germe ele propaga-se...É o problema dos vírus...Lembram-se da gripe das Aves?...Se o "sarrabulho" esteve nas Antas ainda que na Torre, apanhou o mal e levou-o com ele até ao receptáculo chamado MJM...E sei lá aonde lho colocou...Olhem que isto da Natureza e da Biologia tem coisas interessantes...Portanto estou que nem posso, totalmente pasmado, temos dez milhões de corruptos em Portugal, apenas terão escapado a este contágio os que vivem no Portugal mais recôndito, assim a modos que os boizinhos Barrosãos...Ou as cabras Mirandezas, ou os Linces da Serra da Malcata...E mesmo esses mais cedo ou mais tarde, ainda que apenas na viagem para o cadafalso, poderão ser contagiados, mas vá lá, serão mortos de imediato...No entanto...Mesmo depois de mortos...É como a doença das Vacas Loucas...Nem o Nelo da Serra da Estrela, esteve com o Quim Barreiros, este esteve na Queima das Fitas da Universidade do Porto...Está F.....

    ResponderEliminar
  8. Zé Luis, mais uma vez uma excelente crónica.

    Agora há que fazer como o refere o Manu, seguir EM frente e NA frente.

    * há alguma estatística com o número de remates aos ferros neste época ? parece-me que já foram demasiados ...

    ResponderEliminar
  9. Recordo-me de quando, há duas épocas, o Porto carimbou o título, em Alvalade: por centímetros, a bola não bateu no poste e saiu, e o Jorginho não passou de herói a vilão. A fronteira entre o sucesso e o fracasso é, de facto, ténue e, por vezes, a sorte é um factor decisivo. Neuer, o herói do jogo do Dragão, teve-a, nas duas falhas que cometeu e em duas defesas por instinto. Quaresma e Tarik, não. Mas tudo isto é tão verdade como não haver sorte no mundo que pudesse valer o guarda-redes alemão, no remate indefensável do Lisandro. E é esta a melhor arma para combater a falta de sorte: aperfeiçoarmos as nossas capacidades. O Porto foi eliminado por culpa própria. É impossível erradicar a sorte e o azar de um jogo de futebol. A sorte e o azar não se treinam. Os processos defensivos e ofensivos sim. O que o Porto tem de fazer é aprender, crescer com os erros, de modo a deixar menos espaço para factores aleatórios. Para que da próxima vez que um Neuer passar pelo Dragão, o Porto consiga, ainda assim, seguir em frente.

    ResponderEliminar
  10. O littbarski complementou na perfeição o que eu quis transmitir. Aprender com os erros, saber as falhas próprias, tentar evitar os factores aleatórios. Mas foi uma oportunidade perdida de confirmar o crescimento da equipa. Ir mais além uma fase ou ficar nos oitavos não é o mais importante de tudo. Sempre achei que o FC Porto não tem jeito, nem pode, de passar os quartos, mas com uma dose de sorte indispensável até é possível o título como em 2004: o foto-finish com o United, o golo ao Lyon em que a bola tabelou no Deco a abrir o marcador, um confronto mais igual com o Corunha, idem com o Mónaco, as características dos adversários podem enquadrar-se melhor ou pior no nosso jogo.
    A equipa falhou, teve azar incrível mas falhou. Não é mote para recriminar tudo e todos, mas uma lição valiosa como referiu Kuranyi, provando que com sorte e trabalho dos alemães é possível ir um pouco mais além das nossas capacidades e o S04 superou-se, borrado, mas superou-se.
    A expectativa, como sugeri, centra-se já no domingo: como será a reacção, da equipa, dos jogadores mas especialmente do público que é fundamental comparecer para mostrar, de facto, que aplaudiu e segue com fidelidade a equipa.
    Propositadamente, ontem que escrevi o texto muito tarde na noite, deixei de fora comparações que já não fazem sentido após ver os jogos do Sporting, muito sofrível ante um medíocre Bolton mas sempre inoportuno e chato no pontapé para a frente, além do favor de arbitragem que Rui Patrício referiu ser "um aspecto de sorte" de o árbitro ver ou não certas faltas como há tempos referi; e o jogo lastimável do Benfica em que o Getafe incógnito, o Salgueiros de Espanha, andou a tourear na Luz mas não rematou a faena com umas bandarilhas que davam uma mão cheia de golos, como referiu Laudrup.
    O FC Porto deve cimentar a sua liderança interna e insistir em intrometer-se na Europa dos grandes.
    Mas a ver pelo lote de eliminações surpreendentes nesta fase, talvez algo como o de 2004 pudesse ter acontecido para o FC Porto com sorteio amigável e dose certa de pragmatismo a usar nas fases mais avançadas da prova.

    ResponderEliminar
  11. Faz meia volta que jogámos em Coimbra com a Académica. Se bem recordam, o único penálti apitado a favor do FC Porto, por empurrão de N'Doye a Quaresma. Por influência do árbitro-auxiliar Luís Marcelino, a indicar a Elmano Santos a falta evidente mas que, como outras antes e depois, ia passar em claro.
    Eu bem disse que era boa ideia fazer uma estátua ao árbitro-auxiliar. O transcorrido veio dar-me razão.
    Entretanto, com o julgamento do Apito Dourado no auge, eis que o árbitro nomeado é Cosme Machado, arguido no processo central contra o Gondomar, mas as virgens puritanas não se manifestam, como não o fizeram na nomeação de Paraty para proteger o Benfica em Alvalade e agora a designação de Lucílio Baptista para salvaguardar o Sporting em Guimarães.
    O Apito Dourado continua em grande.
    Mas o essencial que passa em tudo despercebido é que os que mexem os cordelinhos deste sistema continuam impunes.

    ResponderEliminar
  12. Concordo em absoluto com o que diz o Zé Luís excepto no que refere ao jogo da 1ª mão." Na 1ª mão faltou outra preparação para o jogo: física, táctica, mental. O FC Porto fez globalmente um mau jogo na Alemanha, sentindo o pulso do adversário mas ciente de que no final a sua superioridade iria manifestar-se e mas já não emendou." O problema não esteve na preparação para o jogo, foi a forma como entramos no jogo; sofremos um golo logo aos 4 minutos que alterou aestrtégia toda.
    No que diz respeito à mobilização para domingo:eu lá estarei a apoiar.
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  13. caro dragao vila pouca, a entrada em jogo advém da preparação para o mesmo, parece óbvio.
    A verdade é que todos levámos muito a sério a superioridade congénita do FC Porto, que é um facto mas precisa de ter a validade obtida no campo da experiência onde múltiplos factores influem e de forma aleatória, por vezes aberrante.
    A única coisa inabalável, após tantos anos a ver futebol ao mais alto nível e não só em Portugal, são razões estruturais: eles são mais altos e mais fortes, precisamos do dobro do esforço deles e eles de metade da nossa genialidade ou traquinice com a bola, também é ponto assente que na Europa não se brinca em serviço e há sistemas de jogo que se impõem em certas fases de competição.
    Constatações apenas.
    Também estarei lá a apoiar. Mas acredito menos no público do que na equipa e o seu orgulho ferido.

    ResponderEliminar
  14. http://oinfernodaluz.blogspot.com/2008/03/entrevista-ao-ex-juiz-do-apito-dourado.html UM EXCLUSIVO "O INFERNO DA LUZ" SOBRE O APITO DOURADO

    ResponderEliminar
  15. O mais impressionante e que deve ser destacado nesta ronda europeia é o facto de se ter desvendado o maior clube portugues:
    O anti -Porto com mais de 8 milhoes de adeptos.
    A Derrota do clube dos seis milhoes contra um clube de um bairro perto do aeroporto de Madrid e que tem 12 mil socios(!)envergonhou o páis(não vencem uma equipa espanhola há 25 anos!!),mas qual que?-o importante é agarrarem-se ao apito dourado para justificar inexitos e a decadencia de um clube que já foi grande.
    Se este clube tivesse jogado da maneira que o FCP jogou contra os alemães já diziam que para o ano iriam voltar para vencer a champions e as parangonas dos jornais teriam titulos grandiosos onde não faltariam elogios.
    A guerra norte sul existe na cabeça dos anti portistas e titulos de jornais que frisam que as esperanças recaem sobre os clubes da Europa do sul, demonstram a sua inveja e a frustação de não pertencerem a um clube que continua a ser da 1ª Divisão Europeia e que se orgulha de representar um pais que esta na miseria.
    Contra factos não há argumentos:
    Em treze edições da Champions league tivemos 11 presenças e só o Manchester fez igual.
    Vencemos uma Champions e nas duas vezes que falhamos o acesso ganhamos uma TAÇA UEFA e fomos eliminados pelo Liverpool nos 1\4 final da edição uefeira de 2000-2001!
    Será pouco?
    Por isso tenho muito orgulho do nosso clube e quando me desloco ao estrangeiro ,não se fala noutra coisa que no FC PORTO!
    No domingo lá estarei para o apoiar e para darmos mais um passo na caminhada para o TRI...

    PS.O Pitbull deve regressar para fazer a pre epoca!
    Torço pelo Guimaraes e pelo Setubal e espero que nos acompanhem na Chanpions de 2008-2009!
    Era lindo!
    Cump.

    ResponderEliminar
  16. Eu acho que a noticia de hoje é apenas e só a única noticia que tinha de acontecer: Jesualdo tinha de ficar mais um ano, como prémio do trabalho que tem vindo a desenvolver no clube. Mesmo que ele falhe na Taça de Portugal,o que eu como optimista que sou e realista também já que nenhum clube português é melhor do que nós, mas dizia que mesmo que ele falhe na Taça de Portugal o seu trabalho será sempre positivo perante todas as condicionantes que tem vindo a ter.

    ResponderEliminar
  17. no comentário anterior, que queria dizer " como optimista que sou não acredito que isso irá acontecer..."

    ResponderEliminar
  18. Foi ,de facto, um grande NEUER(Noia, em português),o homem elástico que eliminou o FCPORTO.
    Todos os portistas teem de ficar orgulhosos deste jogo,mas as vitórias morais não dão dinheiro nem prestigio, apenas atenua a dor do que é perder assim...

    VISITE,COMENTE E DIVULGUE

    adeptofranco.blogspot.com

    OBRIGADO

    ResponderEliminar
  19. Jesualdo renovou, logicamente. Era escusado anunciá-lo depois de uma vitória dolorosa, até porque ele próprio desmentiu, na gala dos Dragões de Ouro, que tivesse recebido convite para renovar. Por isso não confiei totalmente nos indícios que apontavam para um desfecho feliz.
    Parabéns, mais um caso que não existiu e Jesualdo será o primeiro treinador português a conseguir um tricampeonato no tetra portista da próxima época.

    ResponderEliminar
  20. louro, concordo sobre o Pitbull. Não é só fazer a pré-época, é ficar mesmo. Está em grande, está na idade ideal, tem a experiência do campeonato português e tem visão de jogo e chegada à área, arrisca (embora pouco) a meia-distância, características que são necessárias na equipa.
    Lamento se P. Assunção não continuar, um caso que já deveria estar resolvido há muito (porventura estará feito...). Ou então o "anúncio" do regresso de Ibson, que acho inferior ao Paulo, será para colmatar a vaga que ficará como um buraco imenso no grande círculo do meio-campo portista.

    ResponderEliminar
  21. Não creio que o Ibson possa colmatar uma eventual saída de Paulo Assunção, gostaria de ve-lo voltar -ao Ibson- mas para reforçar o nosso meio-campo e não para substituir algum dos que já cá está...Paulo Assunção deve continuar a não ser que ele próprio não o queira e aí, pouco há a fazer...Esta direcção tem demonstrado muita atenção a estes pormenores e acredito sinceramente que estará a ultimar um novo acordo...O Zé Luís levantou a possibilidade de o Prof Jesualdo passar a exercer um cargo superior na hierarquia da estrutura do futebol, concordo inteiramente, acho que aí sim ele estará como peixe na água...Mas deve permanecer -se não houver ainda nada mais devidamente planeado- mais uma época como técnico principal e talvez experimentar a vinda ou a subida -promoção- de um outro técnico para fazer o tirocínio para futuro técnico de campo...O regresso de Pitbull e a contratação de um central de categoria...Marcelão?...Isto claro para além do "buraco" defesa-esquerdo...O Edgar Farias vai dar-nos ainda muitas alegrias, boa técnica, oportunidade e apenas a baixa estatura a diminuir o valor global, mas atenção muitas vezes isso é uma vantagem!...

    ResponderEliminar
  22. Será que o Porto se vai dar ao luxo de prescindir de Paulo Assunção? Eu, na óptica do tipo que não faz a mínima ideia do que se passa no interior do Dragão, acho isto de uma leviandade incrível!
    Espero sinceramente que haja algo que nenhum de nós esteja a perceber e que na próxima época Paulo Assunção continue de Dragão ao peito.
    Paulo Assunção é muito melhor do que Costinha e não tem comparação com Paulinho Santos. É da mais fina-flor que alguma vez pisou a relva do Dragão.
    Se realmente este blog tem a força que eu acredito que tenha junto do universo Portista, creio que seria boa ideia que nós, os adeptos, a energia que mexe o Fc Porto, começássemos a pedir explicações à administração sobre o processo Paulo Assunção.
    EU QUERO PAULO ASSUNÇÃO NO FC PORTO NA PRÓXIMA ÉPOCA. CUSTE O QUE CUSTAR!

    ResponderEliminar
  23. Tb eu afino pelo mesmo diapasão. Por mais dolorosa k tenha sido a derrota(e foi), há que levantar a cabeça. Perdemos sim, mas a galhardia, a bravura e a raça demonstrada servirão de tónico para assegurar os troféus internos...

    Numa noite algo surrealista, com a equipa a lutar até à ultima gotícula de suor, os Deuses da Fortuna abandonaram-nos. Custou. Mas lembrei-me dos primórdios. Daquele Porto embrião, k passo a passo se começou a impor em Portugal. E depois, a almejar mais. Além fronteiras. Tb aí, lenta mas inexoravelmente, o azul e branco começou a provocar receios, a impor a qualidade, a grangear simpatias...

    Perdemos batalhas, caímos em abismos k pareciam sem fim (alguem ainda se lembra da eliminação aos pés dos amadores do Wrecham?), mas sempre nos levantamos. E agora será assim...

    Cabeça erguida, orgulho estampado no rosto, pk para o ano lá estaremos. Não sei se mais fortes, mas continuaremos a pugnar sempre pela vitória. É o k este clube tem no seu código genético. Fome de vencer...

    Não sei quanto tempo mais demorará a erguer aquela Taça, k nos fascina. Um ano? 5? 10? Mais?

    Não importa. Pk vamor tornar a vencer a Champions. É certo...

    E quantos adeptos de outros clubes conseguirão afirmar isto, sem serem motivo de chacota?

    VIVA O PORTO!

    ResponderEliminar