As eliminações de Barcelona e Liverpool, cada qual a seu modo e por razões opostas, suscitam-me um sentimento de depressão futebolística, pois acompanho avidamente o futebol europeu desde miúdo.
É uma semana para esquecer, perdida na bruma das memórias que estas "perdas" me sugerem com dois clubes do coração.
O Barça foi afastado pelo antifutebol, gerado por diversos factores sacrificados à primazia do resultado sob cujo prisma se tecem as mais variadas considerações mas nem envergonham sequer alguns auto-intitulados experts e puristas do futebol...
O Liverpool, ao contrário, sucumbe a uma melhor equipa - ressurgido Atl. Madrid dirigido com competência por Quique Flores e empolgado pelo seu quarteto ofensivo de luxo -, mas aos seus erros de formação de plantel que é de uma mediocridade medonha e pode afastar o clube da Europa pela primeira vez em quase 40 anos.
Àquela que não está longe de ser considerada, provavelmente, a melhor equipa do mundo de sempre, o Barça de futebol sempre vivo, enleante e positivo, só um Inter ao velho estilo poderia resistir.
Em Portugal celebrou-se o "efeito Mourinho": li hoje um título acertado no JN sobre a "glória do 'catenaccio'", e uma incompreensível "vitória táctica" do treinador do Inter que, pelo visto, nunca terá alguma "derrota táctica" na vida, tal o clube de fãs incondicionais granjeados desde que deixou o Dragão...
O Inter de Mourinho conseguiu ser mais "negativo" e retranqueiro do que Hiddink na época passada com a visita do Chelsea a Camp Nou. O nosso treinador é mesmo o novo Zé da Europa - depois do Zé Travassos dos anos 50 - e nem de propósito é digno do epíteto de Helénio Herrera que levou os "nerazzurri" a duas conquistas da Taça dos Campeões em 1964 e 65, muitas vezes com aquele futebol feio e de "catenaccio" inquebrantável mas que nunca granjeou adeptos além-fronteiras.
Foi a forma mais pobre a lamentável possível para o Inter afastar o Barça. Ao melhor futebol bastaria, decerto, a troca de árbitros nos dois jogos, pois o belga no Camp Nou puniu antijogo e violência (aquele Thiago Motta estava mesmo a pedi-las há muito) e anulou um golo de forma muito discutível que teria salvo a reputação do futebol. Pode ser precisa muita sorte, além de ferrolho sobre retranca, para parar o Barcelona, mas as decisões de arbitragem favoreceram sempre os italianos.
E, nem de propósito mas de certa forma previsivelmente, Olarápio preenche esta semana também com a nomeação para domingo no Dragão...
Ao chegar a casa ouço que o Mourinho vai dar aulas a putos numa iniciativa qualquer, mas as imagens do último jogo do seu Inter não podem ser mostradas, certamente. Envergonha o futebol, ainda que a façanha pareça de monta. Quando muito, além da bolinha vermelha no canto do ecrã a desaconselhar visionamento a miúdos, serviria para contar umas histórias do futebol, a do futebol especulativo e retranqueiro próprios dos tempos de HH, algo que nem os mais velhos lembrarão e muito menos as abencerragens que comentam jogos na televisão...
A honra do futebol inglês é erguida pelo modesto Fulham, o 99º clube presente numa final europeia que começou a prova a par do Paços de Ferreira, na 2ª pré-eliminatória e, ao longo de 18 jogos, foi passar a fase de grupos vencendo o Basileia na Suíça (3-2), arrumou o detentor do troféu Shakhtar Donetsk, humilhou a Juventus e passou o campeão alemão Wolfsburgo e teve em Hamburgo uma première a pisar o palco da final. Um Salgueiros de Londres, salvo pelo Al-Fayed dono dos "Harrod's" e cujo Craven Cottage chegou a estar ameaçado, que encarou de frente colossos como Juventus (virou 1-3 para 4-1 na 2ª mão) e agora Hamburgo, ex-campeões europeus e o HSV, como o Real Madrid, sem beneficiar de ter a cenoura à frente do nariz com a final marcada para sua casa.
O orgulho do futebol alemão vai ser garbosamente exposto pelo Bayern muito ao estilo dos anos 70 que fez dele um potentado na Europa. Despachou o garboso mas "curto" Lyon com um rolo compressor e permite em Madrid a final entre o mestre van Gaal e o pupilo Mourinho que com ele aprendeu tudo em... Barcelona. Dali voltou Mourinho para o Benfica que o menosprezou, antes de pegar, quase anónimo, na equipa do Leiria e depois chegar ao Porto com o curso feito a esquecer o episódio do tradutor de Robson.
A Espanha tem um representante improvável, depois do duelo fratricida que afastou o Valência, talvez a melhor equipa que restava na indistinta Liga Europa.
Tal como o Inter de Helénio Herrera (vencedor de 3 Taças UEFA nos anos 90 com diferentes técnicos e todos italianos), o Atlético de Madrid ganhou uma Taça das Taças em 1962 e perdeu finais nos anos 70 e 80. Depois de sofrer a pior derrota caseira na Europa com o FC Porto (0-3), eis um confronto impossível de antecipar com o neófito Fulham 7º na época passada na Liga inglesa e à frente do Tottenham. Mas o inglês Roy Hodgson já teve a experiência de perder uma Taça UEFA em casa por penáltis com o Schalke, pelo Inter.
Por cá, entretanto, vai-se falando de polícias. Inacreditavelmente, depois da "estória" aqui trazida de um ataque a uma casa do Benfica em Ermesinde, no sábado passado, eis que um incidente do género, em Braga, da mesma altura, só hoje apareceu relatado nos jornais. Coisinhas de trazer por casa...
Zé Luís só um reparo:
ResponderEliminarAquela expulsão do Tiago Motta, fez-me lembrar as expulsões que os vermelhos sacam em Portugal com a complacência dos nossos árbitros. De repente olhei para o Busquets a rebolar no chão e a olhar para o lado a tentar ver se o árbitro estava por perto e não vi o Busquets mas sim o Di Maria, tal os hábitos enraizados cá no burgo pelo argentino e seus pares!
Essa descida do bloco e constituição de duas linhas uma de 4 defesas e outra de 5 médios, era a única forma de o Inter passar. O que queriam que o Mourinho fizesse? Ninguém consegue actualmente jogar de peito aberto contra o Barça muito menos em Nou Camp com dez jogadores.
Não podemos ter 2 pesos e 2 medidas se condenamos as simulações e consequentes livros laterais e expulsões que os vermelhos sacam, temos de condenar o Busquets e o árbitro. De referir também que o golo do Piqué é ilegal porque o mesmo Piqué estava fora de jogo.
O Mourinho é a kriptonite deste Barça e especialmente do Messi (8 jogos contra equipas do Mourinho, 0 golos), neutralizou o jogo atacante do equipa catalão, que teve 72% de posse de bola mas só fez 2 remates enquadrados com a baliza.Muita troca de bola, mas sem eficiência e produtividade.
Quanto ao Mourinho, eu não gostei da forma deselegante como ele saíu do FCP, mas não devemos ser ingratos como ele, e temos de olhar para a obra feita, ele pegou num plantel desfrangalhado, sem moral e sem confiança depois da passagem do Octávio Machado e tornou-a campea da europa e vencedora da UEFA. Ver o FCP bater-se de igual para igual com os colossos da Europa, encheu-me de orgulho e gratidão por esses anos e fez-me esquecer a personalidade mal educada e deselegante que ele de forma quase sempre fria e cerebral demonstra.
Saudações (des)portistas
Caro Zé Luis,
ResponderEliminarDa questão Barcelona vs Inter já temos falado e as posições estão sempre claras.
O Liverpool é o tipico caso de endeusamento de um técnico por um feito perfeitamente fortuito. Benitez construiu-se com aquela Champions, onde eliminou injustamente o Chelsea nas meias e depois beneficiou de uma das poucas falhas psicologicas de um Milan habitualmente implacável. Desde entao gastou milhoes em mais de 60 jogadores e nao tem agora material de qualidade sequer para um onze titular. Um triste fim para um clube que, mais ano menos ano, vai perder o recorde de clube mais titulado que ostenta há quase 30 anos.
O Fulham é uma agradável surpresa, a tipica equipa pequena mas aguerrida, com grande mostras de personalidade. Já o Atlético deixa muito a desejar futebolisticamente mas tem um belo jovem guarda-redes e um quarteto ofensivo acutilante que desfarça as outras (graves) carencias no miolo e na defesa. Será uma final, no minimo, original onde se jogará mais com o coraçao do que com o cerebro. Ao contrário da final da CL. Os dois lados da moeda da UEFA.
Um abraço
Treinador de bancada, são vários reparos e não concordo com nenhum.
ResponderEliminarO Motta é bem expulso, põe a mão deliberadamente na cara de Busquets, não há fingimento ou teatro, há um facto sancionatório. Nem sei se o Motta levou vermelho directo mas merecia o amarelo e já seria o segundo.
Aliás, deste Motta caceteiro já tinha comentado anteriormente desde a eliminatória com o Chelsea. Portanto, era só esperar um árbitro que não fosse permissivo e pimba.
Sobre o árbitro, o amarelo ao Chivu também demonstra que não pactuava com as faltas gratuitas e o amarelo ao J. César aos 34' por demorrar nas reposições de bola demonstram que não se devem esperar 90' para considerar que um g.r. perde tempo...
O golo de Piqué é legal, Muntari está a colocá-lo em jogo no outro lado da área. Já o golo de Bojan é anulado por pretensa mão de Touré que tem o braço encostado à barriga e não joga a bola com a mão.
Finalmente, o facto de criticar o jogo do Inter não desvaloriza Mourinho, é apenas constatar um facto e emitir uma apreciação estética. De resto, quanto ao seu passado no FC Porto sou dos que aplaudem de pé quando cá vem, não tenho preconceitos com um técnico que nunca tomou decisões no Dragão que me merecessem qualquer reparo.
O que está aqui em causa é valorar um jogo, uma atitude, um espectáculo. Este jogo foi um nojo, aborrecido, sempre igual porque só teve uma equipa a jogar. Mourinho conseguiu fazer pior para o bom nome do jogo do que Hiddink que já me tinha surpreendido muito quando levou o Chelsea à retranca no Camp Nou e não é por isso que deixo de considerar Hiddink um técnico excelente, sagaz, capaz e mesmo brilhante, de resto aprecio Hiddink há muitos anos desde que se lançou no PSV.
O que não pode toldar o raciocínio para quem APRECIA futebol é estar momentaneamente um português nesta ou naquela equipa. E não pode incapacitar alguém de emitir um juízo valorativo imparcial e honesto sobre uma certa mentalidade de jogo.
Há quem ache que "ainda bem que sucedeu isto ao Barça", pois eu creio que este Barça continuará a ser admirado nos tempos mais próximos pelo mundo fora e o Inter não. Assim se fazem as diferenças, tal como a Holanda de 74 e o Brasil de 82 ficaram na memória de todos.
Se um vulgar adepto de futebol, frente a duas equipas a que não está ligado afectivamente, não distingue o bom do mau jogo e dá primazia ao resultado, esse adepto contenta-se de ser adepto de sofá e tanto se lhe dá que ganhe este ou aquele e para o ano ninguém se lembra de nada.
Creio que no fim ficará a indiferença, que é algo pouco abonatório para quem gosta de futebol.
Miguel Pereira, concordo com o endeusamento de Rafa Benitez, mas não esqueças que antes do Liverpool ele ganhou 2 campeonatos pelo "modesto" Valência a quem levou ainda há conquista da Taça UEFA e tudo em 3 anos apenas, indiferente aos Madrids e aos Barças.
ResponderEliminarDe resto, o Liverpool foi campeão europeu por mera distracção do Milan (de 3-0 a 3-3 em 6' apenas também fica na história). Para mim, fervoroso adepto dos reds, ficou mais a mágoa de ter perdido a mesma final dois anos depois (1-2), quando mais a merecia e melhor jogou. A final de 2005 é totalmente atípica pela evolução do resultado e, afinal, terminou em desempate por penáltis, o que a mim deixa sempre um sabor menos agradável porque gosto do belo jogo tal como é e não de grandes penalidades que são o que são, mero factor de desempate.
Este Liverpool vale pelo Torres e por isso desequilibrou frente ao Benfica. A defesa é péssima, quando vinha a deteriorar-se nos últimos tempos. Mascherano deixou de saber jogar sem Xabi Alonso ao lado, Lucas é muito leve e inexpressivo e sobra Gerrard, mas não dá para tudo. Gosto do Benayoun, o Kuyt é apenas esforçado e a incapacidade de ter e jogar a bola no prolongamento diz tudo da fraca qualidade do plantel. Então quando entrou aquele Pacheco que nunca vi fiquei pasmado e certo de que a eliminatória seria perdida. Com pena minha mas sem deixar de reconhecer que esta equipa é um desastre e, daí, ter vincado o que poucos quiseram menosprezar: o Benfica foi eliminado, de goleada, pelo pior Liverpool de que me lembre em competições europeias em que aprendi a admirar e a seguir a sua carreira desde miúdo.
Para Madrid perspectivo um grande Bayern e um Inter sempre matreiro e experiente. Impressionou-me o Bayern frente ao M. United e mais ainda com o Lyon. E, por exemplo, deixa-me boas sensações pelo estilo de jogo ofensivo e corajoso, não especulativo, do que o Bayern que imerecidamente perdeu a final de 1999 para o United num minuto e imerecidamente ganhou por penáltis (lá está...) ao Valência em 2001.
Já o Fulham-Atl. Madrid, faz-me lembrar precisamente as finais surpresa dos anos 70, que aconteciam muito na Taça das Taças de tantos franco-atiradores. Tudo em aberto e com tudo para ser uma final espectacular, essa sim. Precisamente como gosto, dois outsiders sem gostarem de jogar à defesa.
Mas alguém pode levar a mal o Mourinho apostar num muro defensivo em Camp Nou?? Com 2 golos de avanço? Por amor de deus...só mesmo os que não podem com o Mourinho.
ResponderEliminarMas enfim, o problema é mesmo esse. Os que não gostam do homem e da sua arrogancia, dizem que fez anti-jogo e por seu lado,os que o defendem dizem que deu uma lição tática.
Pela minha parte é óbvio que, tendo 2 golos de avanço, jogando com menos um a partir da meia-hora e sabendo que o Barça tem melhores executantes, era mais que óbvio que o Inter só podia passar assim...Mas o que algumas pessoas parecem esquecer é que a eliminatória teve 2 mãos e no geral o Inter foi superior.
Quando uma equipa ganha e joga bem, é óbvio que é perfeito, mas tendo que escolher entre perder e jogar bonito ou ganhar e jogar feio, qual é o que voces escolhiam se fossem treinadores?
Pela minha parte, preferia que o Porto tivesse jogado assim e eliminado o Arsenal do que ter levado 5 e ter jogado bonito grande parte do jogo...
Só deixar aqui um reparo a algo que tenho visto ser mencionado, em vários lados, como um facto quando na verdade não aconteceu.
ResponderEliminarNão foi anulado nenhum golo a Bojan.
Aliás, ele até podia ter visto um cartão amarelo por esse remate visto que quando a bola bateu no braço de Touré o arbitro interpretou logo como falta e assinalou de imediato, sendo que só depois disso Bojan coloca a bola a jeito e remata para a baliza.
Zé Luis,
ResponderEliminarPrecisamente lembrei-me desse genero de jogos com os Magdburg, AZ´s, S. Liege e companhias a rasgar toda a lógica. Será um jogo entretido.
Quanto ao Liverpool, totalmente de acordo, o pior em muitas épocas, totalmente descaracterizado. Pacheco tem algum potencial, mas é muito verde para estes jogos. Já o Benitez fez um bom trabalho mas esse Valencia já estava montado e beneficiou do pior Barcelona da década e de um R. Madrid galáctico e totalmente partido em dois que nunca soube render face às expectativas.
Nao gosto particularmente do homem e apesar desse curriculum faz-me lembrar mais um Javier Clemente, também bicampeao espanhol pelo A. Bilbao, do que um treinador de gabarito. Acho o exemplo perfeito da imprensa espanhola criar o seu "Mourinho", mais cientifico e analista do um treinador emocional como é por aí habitual.
um abraço
Nuno Vaz,
ResponderEliminarmas ninguém leva a mal. Eu lamento é que levem a bem. Há uma diferença. Não é proibido jogar assim, devia ser proibido ficar indiferente a quem joga assim.
E laborar no erro de quem critica é por não gostar de Mourinho, pois repito que está enganado quanto a mim. Por gostar dele, como gosto de Hiddink e há um ano não deixei de fazer o mesmo reparo, é que não concebo uma coisa destas.
Mas, mal por mal, que mal tem qualificar de indecente e má figura o antijogo do Inter? Passou, tudo bem. Mas a forma, a maneira como o fez a mim deixa-me desagradado, como simples adepto do futebol.
Custa-me conceber que, por exemplo, o Barça jogasse assim a defender um 3-1 em Milão. Ou van Gaal jogasse assim. Apesar de eu ter ficado surpreendido com Hiddink há um ano, custa-me entender que ainda se insista em jogar desta maneira.
Há uma razão, que querem esquecer. O Barça mete medo, não por ser violento ou especular com o resultado, mas por ser excepcionalmente bom. Parece, em definitivo, que se releva isso e exalta-se o feito de passar pelo Barça jogando feio, muito feio e com sorte, muita sorte.
O jogo consistiu em quê? Esperar 90 minutos e algo mais para ver quantos golos marcaria o Barça. Poderia ter feito mais um, aquele nos descontos poderia ter contado e, depois, que opinião teriam do jogo do Inter?
Já viram o M. United, o Real Madrid, o Barça jogar assim? Eu nunca vi.
A única coisa semelhante que me lembro, salvo as devidas proporções, foi o Trofense empatar no Dragão, toda a gente exaltar o jogo defensivo do Tulipa e este no final vir dizer que na Champions já viu o FC Porto jogar da mesma maneira à defesa. O que é mentira. E se quiser, o Tulipa pode dizer que um dia viu o Mourinho jogar como o Trofense.
Mas é como tudo, uma questão de princípios. O Barça defendeu o seu estilo em S. Siro, procurou a vitória, jogou sem medo. Tivesse o árbitro belga em Itália e não teria perdido, provavelmente. Ao invés, Olarápio em Camp Nou não teria favorecido o Inter. E os planos de jogo de cada equipa seriam esbatido com as incidências da partida.
Zé Luis,
ResponderEliminarComo adepto de futebol também não gostei do jogo do Inter e até preferia ver o Barça na final porque seria garantia de bom jogo. Mas também acho que não se pode retirar o mérito a quem o tem.
Acho que o Inter jogou assim como consequencia da (injusta)expulsão. Sim, vais dizer que nos primeiros 30 minutos também não atacou. Mas também se esperava uma óbvia pressão inicial do Barça...
Passando essa fase de sufoco, tenho quase a certeza que o Mourinho iria jogar de outra forma e tentar vencer o jogo para que não restassem dúvidas quanto á eliminatória. Não acredito que o Inter jogasse assim os 90 minutos com 11. O problema foi a expulsão. Depois disso, ele só fez o que qualquer treinador faria nesta situação. Até o Van Gaal.
Lembro-me que num Porto-SL Merda estávamos com 10 ao intervalo e ganhámos o jogo porque o Mourinho sabia que, mesmo com menos um, tinhamos melhor equipa. Mas neste caso nem com 11 quanto mais com 10.
Um treinador não pode fazer omoletes sem ovos e o próprio Mourinho várias vezes disse que o Inter não tinha equipa para ganhar a Liga dos Campeões e, na minha opinião, ganhe ou nao ganhe a final, o Inter vai lá estar graças ao Mourinho.
Abraço.
Nuno Vaz,
ResponderEliminartenho a certeza que o Inter ia jogar assim os 90 minutos. Aliás, espero por amanhã para ver se o Pandev joga ou não, para mim foi mais uma patranha para o Mourinho justificar a entrada do Chivu.
Essa é a primeira desmistificação.
A segunda é que todos caem no erro de justificar o injustificável, admitindo que o Inter é um pobre coitadinho e só tem mancos na equipa. Eu quero saber que equipas têm jogadores do calibre de J. César, Maicon (só Dani Alves rivaliza com ele como melhor lateral direito do mundo), Eto'o, Zanetti, Cambiasso, Sneijder, mesmo lúcio é um óptimo central, Samuel mais duro de rins e só joga a pé fixo, Milito, não me digam que estes rapazes não sabem jogar à bola.
Eu creio que Mourinho sobrevalorizou em demasia a capacidade de toque do Barça e temeu não estar à altura. Logo, era para defender a todo o custo.
Eu fiquei com a ideia de fazer uma defesa tipo andebol e o JN ontem publiucou um esquema que mo confirma, duas linhas defensivas a acompanhar as linhas de 6 e 9 metros. Nem mais. Não me lixem, isto não tem nada de futebol.
Eu achei justa a expulsão e não creio que com T. Motta em campo as coisas fossem diferentes, ele está ali para fazer o trabalho sujo do meio-campo, o Chivu também e nota-se pelas faltas que fazem. Mais cedo ou mais tarde o Motta seria expulso mas esse, como o Mourinho, foi ao Camp Nou ressabiado e a fazer tudo para eliminar o Barça por não ter sido convincente quando lá esteve.
Recordo que o Thiago Motta foi no Barça contemporâneo de um certo Fabio Rochemback e foram dois desastres da gestão desportiva do anterior presidente.
Não aceito, por isso, que o Inter não possa fazer omeletes. Faz e respeita é a sua antiga tradição de catenaccio e o Mourinho justificou, sim, o epíteto de Helénio Herrera que vários treinadores italianos lhe puseram.
O resto, enfim, é só qualificar aquele antifutebol, abstraindo do resultado.
Porque caso Bojan tivesse marcado um golo feito de cabeça ou o árbitro validado o último lance do jogo, eu queria ver se o retranqueiro Mourinho teria as mesmas críticas complacentes, jogasse com 10 ou não. Afinal, em S. Siro jogou com 14 e só ganhou 3-1.