08 agosto 2011

Bis de Rolando dá o tri em Aveiro

Já tinha aberto o caminho para a vitória um ano antes, frente ao Benfica, mas Rolando acabou por carimbar com outro golo a vitória sobre o V. Guimarães, servindo um inédito tri de conquistas da Supertaça em Aveiro, a 18ª em 33 edições.

E o jogo pode resumir-se a isso mesmo, um triunfo normal da melhor equipa e sobre o qual não há muito mais a dizer.

O V. Guimarães não criou qualquer oportunidade de golo, marcou de um canto tal como fez dois golos assim na final do Jamor e nada disto é normal no FC Porto mas aconteceu por três vezes em dois jogos com os minhotos. O único sinal de preocupação para o próximo embate com o mesmo adversário, agora em Guimarães, a abrir o campeonato.

Os dois golos de Rolando praticamente eclipsam o cruzamento de letra de Hulk depois de bem desmarcado na direita com um magistral passe de calcanhar de João Moutinho. Rolando finalizou muito bem de cabeça, tal como desviou de primeira no segundo golo a cruzamento largo de Hulk que passou por toda a defesa minhota.

Ficaram vários penáltis por marcar para o FC Porto, mas isso deve enquadrar-se no que Vítor Pereira designa para a próxima época de "trabalho muito difícil" a exigir "mais colectivo" e "união da equipa". Três frases lapidares sem que tenha tocado nos penáltis, quatro, por assinalar e que tornaram a Supertaça algo equilibrada, para não ser "estragda" como no 5-2 da 1ª parte da Taça de Portugal.

Mas o treinador do FC Porto realçou um aspecto importante que acho igualmente marcante neste jogo com a sua "assinatuira" como técnico: a equipa teve ânsia de atacar, jogou demasiado rápido e criou muito espaço na retaguarda. Chegou a dar jogada, quase sempre de bola longa e jogo directo, dos vimaranenses sem o trinco Souza estar diante da linha defensiva portista. Muito balanceamento ofensivo não pode dar azo a ataques rápidos de adversários com mais qualidade, algo que o V. Guimarães não tem como lhe apontei após ver o seu jogo europeu a meio da semana: muito jogo físico, encontrões permanentes, bola longa, sprints, jogo de choque constante, homens rápidos e possantes na frente mas pouca bola a meio campo e daí prescindir-se de tratadores da bola como João Alves e Pedro Mendes...

Foi a única coisa de importante que notei no discurso do treinador portista que, talvez pelo poderio físico do opositor, preferiu Maicon a Otamendi ao lado de Rolando no eixo defensivo, de resto numa equipa sem alterações de maior face ao onze mais trabalhado e visto na pré-época: Helton; Sapunaru, Rolando, Maicon, Fucile; Souza; R. Micael, J. Moutinho; Hulk, Varela e Kléber, entrando Guarín e Falcao claramente sem ritmo por Ruben e Varela, respectivamente, para jogarem na frente Kléber sobre a esquerda, Hulk à direita e Falcao mas uma solução algo coxa e quando Djalma poderia preencher melhor a faixa por Varela.

A única nota de realce, repito, das declarações de Vítor Pereira mas que passará despercebido aos que fogem da análise concreta do jogo e buscam o rendilhado dos "equilíbrios" para justificarem uma dúvida na partida que na verdade não existiu, sem chegar-se ao descalabro do Jamor com uma goleada, graças a Pedro Proença que qualquer João Ferreira, Carlos Xistra ou Bruno Paixão não desdenhariam subscrever tão clamoroso somatório de erros.

E ninguém perguntar pelos penáltis na conferência de Imprensa diz bem de duas coisas: nenhum pé de microfone, que nem arriscou dar uma espreitadela às imagens em repetição, se atreve a lançar polémica e nenhum assessor do FC Porto, numa escala hierárquica preenchida, achou por bem dar o toque para se lançar um lamiré sobre um assunto que não pode ser tabu.

8 comentários:

  1. "Ficaram vários penáltis por marcar para o FC Porto, mas isso deve enquadrar-se no que Vítor Pereira designa para a próxima época de "trabalho muito difícil" a exigir "mais colectivo" e "união da equipa". Três frases lapidares sem que tenha tocado nos penáltis, quatro, por assinalar e que tornaram a Supertaça algo equilibrada, para não ser "estragda" como no 5-2 da 1ª parte da Taça de Portugal."

    Eu também estranhei o silêncio do Vítor pereira, até porque conjugo a opinião de que ficaram vários penalties por marcar, para além de várias faltas cirúrgicas ao contrário, como uma falta -penaltie- sobre o Falcao que foi "convertida" em falta do Falcao...Estes paus mandados do outro VP vão estar muito activos este ano , é curioso perceber que este PP já apitou três finais de Supertaça em que interveio o Porto! Não sei quantas mais fez, se calhar nenhuma, mas não surpreenderá, não é?
    Já nem pergunto se ele pagou as cotas deste ano...

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  2. meireles, o VP falou muito ao de leve no flash-interview sobre "algumas situações mal ajuizadas"... Na conferência de Imprensa, com o director de Comunicação ao lado, aquele que disse uma vez em Guimarães a AVB que havia um penálto por marcar que não existiu, VP nada disse nem foi instado. Nem sempre o recurso aos 3G de 14ª geração, mesmo bno banco, dão o ímpeto a mandar umas larachas após o jogo.

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  3. Zé Luis:
    Não gostas mesmo do Cerqueira...
    Mas seria necessário tocar no assunto em tempo, porque esta atitude dos árbitros relativamente ao Porto tem de terminar, estas coisas não podem continuar assim...Hoje os comentadores do Jogo -insuspeitos- falam em 3 penalties, ora como normalmente têm tendência a fazer grandes descontos...O Coroado vi-o eu na 6ª Feira a dirigir um Braga/Porto de 1998, expulsou o Zhaovic por responder a um mimo -puxão de cabelo- de um bracarense e marcou um penaltie contra o Porto aos 92 minutos!...
    Esse penaltie foi falhado, o nosso GR Ivica Kralj defendeu, se entrasse teria empatado a eliminatória da Supertaça na altura disputada a duas mãos...

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  4. Também estranhei a falta de critica aos penalties que ficaram por marcar (4 pelo menos) e Vitor Pereira foi mais longe ainda ao dizer que em campo estiveram "3 boas equipas" e que "não foi um jogo fácil para a arbitragem que ajuizou bem".

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  5. Bons pormenores, gostei especialmente do Souza, não tirando como é lógico mérito ao Rolando, Fucile, Moutinho, entre outros... mas quase ninguém refere que na jogada do golo do Guimarães o Varela leva nas pernas por trás e o amigo da onça vira a falta ao contrário e nasce daí o golo do Guimarães.

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  6. meireles, não sei de onde ou como podes inferir que não gosto do Cerqueira. Já referi, inclusive, que decerto há uma ordem superior na organização geral mas de topo que iniba certos comportamentos e imponha algumas regras a que o Dir. de Com. não poderá fugir, logo não atribuo "culpas" a ninguém em particular. Não tem nada a ver gostar ou não, apenas faço reparos que me parecem oportunos e este é um deles. Sobre a Comunicação do FC Porto já expendi vários comentários e continuo a não ver evolução notória num domínio tão vasto e uma evolução que siga os tempos modernos e se compare com o que de melhor se faz nos principais clubes mundiais.

    Mas vários penáltis - e poderíamos chegar a 5 situações muito discutíveis - ficaram por marcar e não acho normal que se iniba qualquer discurso sobre o assunto.

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  7. Zé Luís:
    Sente-se isso, mas é uma coisa que tem a ver com empatia ou não, também concordo que no ano passado ele informou mal o AVB e isso deixou-o cair numa situação ingrata...Mas as coisas são assim, às vezes o querer mostrar serviço dá em precipitação...Também é verdade que o próprio Vítor Pereira deu um elogio ao trio de arbitragem que não era muito compreensível face ao que tínhamos observado...

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  8. Exactamente, pelo visto a desculpa é de estarem todos a começar a época, até serve de atenuante para o árbitro. Já entre tanta gente que vê tv e informa ao segundo o que se observa e ouve, a máquina devia estar mais oleada. Imagina, agora, que no domingo corre mal em Guimarães e sabe-se lá porquê salta a tampa a alguém para falar do que ficou por dizer de ontem...

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