23 agosto 2011

on the rascord

No sábado ligou-me um amigo, os cumprimentos da praxe e a satisfação de me saber bem, eu acabado de almoçar e a desfrutar dos prazeres do campo e feito o parêntesis da chamada civilização através da Imprensa e dos seus mais variados meios. É certo que, ao beber o café após o repasto, consultando o jornal disponível ao balcão, confessei-lhe ter ficado mal disposto com o que acabara de ler no Rascord.


Também ele vira a coisa da mesma maneira. A crónica do Vítor Pinto, habitualmente certeira, trazia um ataque cerrado ao árbitro do Porto-Gil Vicente, sempre a apreciação primeira que vejo em certos pasquins e denota quem lá vai pelo andar da carruagem. Só que nem sempre o cocheiro é o carrasco, às vezes é vítima, do que se controla à distância. Não demorámos a chegar ao entendimento da coisa, eu e o meu amigo.
Já me causou estranheza ver o Vítor Pinto negar a evidência do penálti sobre Hulk. Estava em queda, como descreve, antes de Vilela lhe tocar? Já nem digo que omitiram o empurrão ostensivo e visível, que levou Rui Silva a marcar penálti. Ler a seguir que Sapunaru fez gravata a um gilista e era caso para penálti tornava o caso mais grave, digno de investigação. Além da indisposição indisfarçável para quem leu a coisa.
Uma página ou duas adiante, o filme dos lances polémicos denunciava tudo. João Rui Rodrigues fazia a súmula dos acontecimentos. Otamendi devia ter sido expulso, com o que concordo inteiramente; Hulk atirou-se para o chão e, como não foi empurrado, devia ter levado amarelo e o Porto já não empatava; por fim, Sapunaru, que só pôs um braço num gilista, nem agarrou nem empurrou, e este deixou-se cair, fizera falta merecedora de penálti.
O cenário estava completo e o mistério de Polichinelo desvendado sem recurso a gurus
A engrenagem montada na Luz começara com Jesus a perorar contra o penálti, sacrílego, de Guimarães, não existindo, para o profeta e catedrático do futebol e mestre das tácticas, qualquer falta de Leonel Olimpio sobre... Sapunaru. O arcanjo Gabriel apontara o rumo a JRR e ao Rascord, onde um director-adjunto de qualquer coisa saído de uma TV Mais ou TV 7 Dias ou similar e curso de Farinha Amparo já negava o que tinha sido evidente uma semana antes e remetia-se para os protestos de Manuel Machado e concomitantemente de Jorge Jesus que nele se apoiava para defender a tese com um pau de marmeleiro. Sapunaru, involuntariamente, tornou-se o elo de ligação da indignação de Jesus e do crime cometido sobre um gilista. JRR telefonou a VP a dizer que Hulk similou e Sapunaru agarrou e pronto, o veículo de propaganda da Luz, independentemente de apoio oficioso na Travessa da Queimada, já tinha mais um meio de estender o seu poder comunicacional.
É evidente de que nada serve a Antero Henrique telefonar, por sua vez, ao Alfredo Jorge, embora lhe consiga desmarcar cronistas para jogos no Dragão, algo que não consegue com Carlos Pereira Santos em A Bola, seguramente de mais espinha direita e jornalista de craveira do que muitos portistas pensam dos profissionais deste jornal maldito e sobre o qual o FC Porto lança diatribes em forma de Labaredas de forma obsessiva e até patética. Do longo braço da lei encarnada, como aqui então descrevi, saberá hoje o FC Porto melhor do que ninguém, se atendermos ao brado do próprio arcanjo Gabriel horrorizado por Francisco J. Marques ter saído da Lusa, onde um bando de bons rapazes um dia invadiu a Redacção em Lisboa para chegar à falta com ele, para director de Informação no Dragão
O Alfredo Jorge não belisca o poder de Lisboa que o instalou no Porto sabendo o que a casa gasta mas recebendo o seu quinhão como capataz. O Vítor Pinto já devia saber que, consoante o mensageiro, a mensagem traz gás Sarin e deve ser devolvida à procedência, sob pena de envolver-se na intoxicação.
Não sei se, com um golo indevido - daqueles tão ao gosto do... vidoso - e um penálti negado aos gilistas o FC Porto-Gil Vicente não acabará na lista negra da famigerada Liga da Falsidade que os farsolas deste pasquim implementaram na capital com o beneplácito dos pascácios portuenses resignados a baixar a tola e a seguir as calças.
Mas, mais telefonema menos barulho, a montagem deve ter sido esta. A Luz que alumia o Rascord lá teve os apaniguados do costume em nome da verdade desportiva que também gostam de apregoar. E os mais ferozes críticos da Crítica lá têm mais argumentos para a teoria da conspiração fomentada onde fazem as coisas por outro lado.

Tudo isto, porquê? Para fazer ligação ao post abaixo e, por absurdo, fazer o ponto da situação em relação à... relação dos adeptos com os média. Andam agora muitos portistas a propagandear a Marca que, no resto do ano, abominam e sabem ser o jornal do regime do lado de lá. A Marca salienta a gestão do FC Porto pelas mais-valias das transferências. É evidente que nem o Barça nem o Madrid podem comprar para revender com lucro. O seu negócio é outro. A Marca, como a muitos portistas, diz pouco de como 30ME de R. Micael e 45ME de Falcao, e as suas cláusulas ditas inflexíveis, custaram só 45ME pelos dois ao Atlético. E prontos, a Marca limpa a sua imagem de denegrir o FC Porto desde que Mourinho foi campeão europeu em 2004 e os adeptos ficam satisfeitos por um jornal inimigo render-se às evidências quando há tanta coisa pouco transparente e dignificante.

Isto é como rasgar as vestes por isto e aquilo e, depois, acaba tudo a beber uns copos e contar umas larachas. Leiam em baixo o resto para o dia.

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