09 agosto 2011

Lampião que bate em ladrão tem 100 anos de perdão?

É o que nos fica depois de saber http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/sport/benfica/benfiquista-agride-arbitro-pedro-proenca de uma história infeliz que nos faz jogar com significados e significantes de um velho provérbio popular. Afinal, é uma outra versão de violência doméstica, de resto nas imediações do antro dos malfeitores e onde a Polícia costuma montar guarida por causa de local muito mal frequentado e amiúde alvo de várias notícias do foro criminal que vão desde armazem de droga a catacumba de armamento.
Mas há um efeito positivo nesta versão de três lados que, como diz Jesus, formam a quadratura do círculo: um árbitro, dois dentes partidos e três penáltis negados, quatro em minha opinião e uma quinta situação de jogo, por sinal a primeira de todos os lances polémicos que não redundaram em polémica alguma nos fóruns diz...portivos, passível de penálti.

O efeito, aliás, é duplo: o Benfica saiu a terreiro a condenar a situação, como a limpar as mãos e aliviar a consciência pesada que remonta a um cachaço num árbitro ali perto do Centro Comercial Colombo e mais junto à linha lateral próximo da baliza sul onde corria José Ramalho e o Diabo de Gaia lhe "alembrou": "Toma que é para veres melhor!" (sic).
Ou não tivesse, de resto, o Caientrão pedido um suplemente de "alma" para a nova época quando se despediu da massa assobiativa pelos 21 pontos de atraso e quatro vergastadas no lombo, embora dizendo que não era despedida e gostava daquilo como o Eusébio de tremoços que achava o "melhor marisco".

E, no final, pelo menos desta vez não tivemos Manuel Machado a zurzir a arbitragem, da forma incoerente e desfocada da realidade como analisou o Porto-Guimarães da 2ª volta do campeonato onde aquele "diamante autenticamente bruto" de um central africano distribui lenha para queimar uma aldeia inteira e acabou expulso no Dragão. Desta vez, com o complacente Bruno Paixão, João "Pode vir o João" Ferreira, Carlos Xistra, Pedro Proença amarelou o N'Diaye apenas por uma vistosa "gravata" a Fucile e no meio campo portista!...

Deixemos de lado a bonomia desse lobo de vistas largas que acha o N'Diaye como achava Binya, cheio de qualides mas com uns excessos que contrariam as recomendações benfazejas salpicadas em cada início de temporada pelos mais diversos clubes e nas mais distintas sinecuras desses aerópagos da bola e supra-sumos dignos da Catedral da Cerveja.
Pedro Proença foi atacado e nem foi pelos penáltis negados ao FC Porto ou perdoando a expulsão ao mesmo N'Diaye que cortou com o braço uma jogada que deixava isolado um portista; as notícias divergem tanto no timing (ouvi às 21h, na tv, e leio que foi às 22h no CM acima citado) como no propósito da agressão, assim como a modos de Rui Gomes da Silva levar nas trombas, alegadamente, por um encapuzado ou dois homens de cabeça coberta... Depois, o agredido diz no CM que "foi um benfiquista" e no JN que o agressor "disse qualquer coisa do Benfica".
Pelo que devemos relativizar estas coisas, porque há um anito e tal houve quem não gostasse que na capa do "i" pusessem que "o violador de Telheiras [ali na mesma zona, mais ou menos periférica mas grande e perigosa] é adepto benfiquista", dito por um cromo da TVI de nome apropriado de Bandarra...
É que, no fim de contas, lendo os pasquins, O Jogo nem mencionou na crónica lance algum de penálti, o JN apontou dois penáltis por marcar e o Record conseguiu o máximo de três penáltis sonegados ao FC Porto. Eu, que ainda poderia deixar passar a carga na 1ª parte sobre Kléber mas vi faltas claríssimas de João Paulo sobre Hulk, de N'Diaye sobre R. Micael primeiro e sobre Falcao depois e ainda uma mão deste a jogar a bola no solo dentro da área assediado pelo colombiano, acabo por perceber que, no fim de contas, a Supertaça é apenas a abertura oficial da época caça ao árbitro para que não se melhore o registo de 27 vitórias e 3 empates da última temporada que o Cospe Cosme Machado negou com um fora-de-jogo quilométrico a dar um golo pacense que impediu mais uma e o pleno de vitórias no Dragão no 3-3 do último jogo em casa.

É esta a moral da história: sem polémica porque os pénáltis favoráveis ao FC Porto foram eufemisticamente aliviados de pressão sobre o árbitro pela leveza das declarações de Vítor Pereira sobre "lances duvidosos" sem especificar sequer em favor de que equipa. E o interesse efectivo a que não se dá, da mesma forma leve e leviana, o devido destaque: a pressão sobre os árbitros já começou e o primeiro jogo da época envolveu apenas o Guimarães e o FC Porto com o prejudicado do costume...

E como todos temos deslizes e atenuantes no início de época, foi lindo deixar para o painel de árbitros em O Jogo a avaliação de mestres da coisa como Pedro Henriques que viu N'Diaye atirar-se apenas para as costas de Falcao mas acha que só quis jogar a bola e Paulo Paraty dizer que viu "N'Diaye estático" com a perna esquerda estendida para travar Ruben Micael que se tornou o culpado da queda por chocar contra uma perna estática.

Logo o N'Diaye a fazer-ne lembrar outro africano, um tal Djikiné que abriu o nariz a Belluschi, cometeu dois penáltis enormes, distribuiu bordoada a dar cum pau e Pedro Henriques nem um amarelo lhe mostrou num Porto-Setúbal de há dois anos (1ª volta, 2-0) que não lhe evitou a descida de divisão e o empurrão para fora dá arbitragem que ele mesmo voluntariamente assumiu.

Há coisas que têm um significado profundo e um alcance enorme que a leviandade mediática prefere manter debaixo do tapete caso não seja o FC Porto o beneficiado de erros de arbitragem ou um agressor de árbitro identificado como dragão. Amanhã nem se fala mais nisso.

Mas, convenhamos: mais clamoroso seria riscar a Supertaça deste ano por não ter sido jogada segundo o compêndio das Leis do Jogo e o capítulo relativo a penáltis só empregue em forma de versículos satânicos que justifiquem uma "fatwa" ditada pelos talibãs de Lisboa: o Pinto da Costa é o culpado mailos árbitros, claro.

O Rascord, entretanto, garante que o "Benfica condena" a agressão a PP, mas o cãomunicado só fala em "lamento", que nos faz voltar aos significados, significantes e outros quadrantes como, por exemplo, reputar de "bárbara agressão" aquilo que não se conhece ou, então, o agressor seria a Bárbara, que é o mesmo que dizer mais vale ficar calado e o silêncio é de ouro mas ali não há tesouro, só tesouras, facas e alguidares, além de petardos e camionetas incendiadas porque o hábito faz o monge e até Saddam dizia pugnar por um mundo mais livro, justo e humano.

3 comentários:

  1. O Correio da Manhã salivou...Ossadas aos montes encontradas no Porto!...Finalmente iriam provar de forma irrefutável a maldade congénita de Jorge Nuno Pinto da Costa!...
    Era melhor, muito melhor que uma simples cabeçada no Pedro Proença.

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  2. Olhó João, é pró menino e pra menina, olhó João...

    "...O João, o João pode ser, quem eu queria mesmo era o Paraty, mas o João também pode ser..."

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