«Decidi cedo que aquilo que penso dos outros é mais importante do que aquilo que eles pensam sobre mim. Qualquer jogo tem de ter um árbitro e, então, decidi que eu seria o árbitro. », Gore Vidal, tirado daqui http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2011/08/o-arbitro.html, excelente como sempre
Este episódio da guerra de alecrim e manjerona em que o Sporting pretende "ganhar o respeito dos árbitros" e a APAF diz que os calimeros "querem ter o que os outros não têm", diz tudo sobre a valia do tema e a boa consideração do sector em que o seu líder Vítor Pereira actua como Vítor Constâncio, sem ondas e à procura de uma "profissionalização" num qualquer BCE, e o presidente da Liga disto tudo cumpre apenas o papel destinado de mestre de cerimónias num cenário sem rei nem roque.
Depois, querem levar tudo muito a sério, e serem levados a sério também, preconizando responsabilidade quando claramente ninguém tem mão nisto: os clubes nos árbitros, o Vítor Pereira nos mesmos, o Fernando Gomes no Vítor Pereira e por aí fora, com regulamentos muito bonitos aprovados por todos mas só para parolo ver.
Pelo meio, alguns fantoches da Imprensa escrita apelam também à responsbilidade. Porém, o foco de tensão começou numa notícia a falar da "indignação" do Sporting com a nomeação de João Ferreira para o jogo de Aveiro. O tumulto actual, uma tempestade num copo de água, não se formou pelas críticas, justas e correctas, do Sporting a Carlos Xistra. Formou-se pela suspeição adicionada com a nomeação seguinte, mas uma revolta interna que só os amigos dos jornais veicularam. João Ferreira, capitão do Exército, sabe a destrinça entre táctica e estratégia e sentiu-se visado.
O Sporting, com a amizade dos compinchas dos jornais como o da Bernarda do Rascord ou o falinhas mansas Tadeia de O Jogo, passou a mensagem e esta chegou ao destinatário. João Ferreira fez bem em recusar fazer de conta que não havia jogo sujo, agora sem ameaça de entendimento de coacção sobre árbitros que num certo arbítrio já deu descida de divisão.
Ao veicular uma notícia assim, acirravam-se os ânimos que os cobardes de Alvalade não quiseram assumir. Dias depois dessa "indignação" veiculada pelos amigos da Imprensa sempre atreitos a estes fretes, o Sporting caiu no ridículo de repisar os erros de Xistra na 1ª jornada. Por fim, para completar a figura de sonsos, dizem que não condicionaram o árbitro da 2ª jornada, porque falaram apenas do sucedido no domingo anterior.
A Imprensa amiga aceita a tese. O troglodita Barroso, sempre em risco de ser fulminado por uma síncope cardíaca, pedia a "irradiação" do árbitro que recusou entrar na dança. O Freitas das 14 contratações sem alguma ter resultado em três jogos oficiais desvia as atenções para os árbitros. O cara de anjo Godinho reitera que o Sporting é "sistematicamente prejudicado", quando ele já estava no cargo na altura em que o Beira-Mar foi selvaticamente roubado em Alvalade pelo Hugo Pacheco que agora derrotou o Feirense na Luz. A deturpação dos factos e a alienação grotesca tomaram conta do cenário e já ninguém sabe como começou o fogo, com mão criminosa que atirou a pedra e assobiou para o ar.
Não admira que, no meio da refrega, o pacóvio Bernardo resmungue contra comentadores da televisão que veêm cada lance à sua maneira, sendo o Rascord um dos farsantes da Liga da Falsidade que instituiu para deturpar a verdade dos jogos pelo prisma da televisão. E o tadinho Tadeia, uma nulidade em todos os sentidos, admira-se de João Ferreira ter ouvidos sensíveis, para se sentir melindrado, quando o árbitro setubalenses ainda há um ano e picos expulsou um médio do Marítimo com o Benfica porque à distância ouviu-lhe um alegado insulto eventualmente dirigido ao árbitro.
Fazem todos de conta que são sérios e pedem respeito por si e pelo jogo, pela verdade e pela isenção, mas não podia haver pior altura para o Sporting se queixar de árbitros em jogos com Olhanense e Beira-Mar que tanto foram espoliados em Alvalade na época passada. E de Xistra os do Sporting não contestaram a competência ao inventar dois penáltis contra o FC Porto na semifinal da Taça da Treta em 2009, virando o resultado, para depois dizerem que foram roubados na final do Algarve com o SLB e o penálti de Pedro Silva claramente inventado por Lucílio Baptista.
O "prejuízo por sistema" de que se queixa o Sporting não foi decerto de um monte de golos irregulares e até um que nem chegou a entrar (V. Guimarães) na época passada. Mas o silêncio dos que conspiram na Imprensa para abafarem os favores arbitrais já chegou, no Rascord da Bernarda indignada, ao ponto de num jogo clamarem por "Roubo" em M. Cónegos por um penálti não marcado, mas disfarçarem o golo do Leiria meio metro na baliza de Ricardo com um "Leão agradece".
Como habitualmente sou severamente crítico dos árbitros, advogando estrangeiros no nosso campeonato há muitos anos e a incapacidade e falta de sentido de liderança de Vítor Pereira, estou à vontade para defender a posição de João Ferreira secundada por todos os árbitros. Porque percebo a origem do problema e o meio inflamado em que alastrou para denunciar a falta de firmeza da Liga, chame-se o tasqueiro Hermínio ou Fernando. No papel, chame-se Bernardo ou António, a pantominice é generalizada, fazendo-se de sonsos num momento e com memória para evocar estórias de arbitragem e concluírem que há corrupção. Pois há, mas é de ideias, ideais, valores. E temos jornalistas a criticarem economistas e advogados na análise de um penálti ou fora-de-jogo mas a padecerem do mesmo mal nos jornais que dirigem.
ACTUALIZAÇÃO (17h): enquanto o Vítor Pereira continua engasgado com a tempestade num copo de água, sem saber se há-de fugir ou dar só corda ao relógio, para não dizer pior, e hoje sem dar a ronda de designações para a 3ª jornada, a UEFA demonstra que, na arbitragem, está a cagar-se para os problemas do sector na Ibéria idiota. A nomeação de Bjorn Kuipers para a Supertaça no Mónaco é uma chapada em portugas e espanhóis, estando Porto e Barça na final. É que saiu de Portugal, do Rascord da "bernarda" exactamente, a notícia veiculada em Espanha de que o Porto tinha jantado com este árbitro holandês depois do jogo com o Villarreal, o dos 5-1 e poker de Falcao. Enquanto se passou a bola à Marca para difundir a suspeição que o Benfica pôs a correr nos correios da intoxicação mediática, atirando a pedra e escondendo a mão, como se o parvo director-adjunto da Marca soubesse onde é Matosinhos e algum espanhol tivesse sabido em que marisqueira Kuipers jantou, e por cá a parvalheira da PGR impõe um inquérito para averiguar o que se passou apesar de desmentidos do próprio árbitro e de testemunhas ocasionais e presenciais, como Rui Moreira que estava nessa marisqueira, do FC Porto, a UEFA nomeou-o sem contemplações.
É uma bofetada de luva branca nas teorias da suspeição e nos conspiradores habituais. Se não estivesse fora e longe do meu arquivo, publicava aquela imagem do livro "Um cagalhão na tola" que aqui publiquei várias vezes.
Deixo apenas duas linhas para asinalar mais um excelente post, que subscrevo na íntegra, no seu enquadramento e conteúdo factual.
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