26 abril 2013

A corrupção com o sacristão

Não era preciso mais factos e argumentos, mas a nota de 3,7, em 5 possíveis, dada pelo observador do árbitro, um Luís Ferreira que fica para a história de mais uma vigarice com o clube do Regime, a João Capela é só mais do mesmo. A corrupção está instalada e, como se vê, quem a manobra não é de quem habitualmente se fala, mas de quem faz as coisas por outro lado.

Os ingleses chamam a isto "to add insult to injury", os tugas em geral sabem ser do mais comezinho no País corrupto a um nível bem mais elevado do que antigamente, cantem as Grândolas que quiserem e falem das gaivotas a voar até se cansarem: "voava, voava, filha da puta nunca mais parava" era o refrão da miudagem no pós 25/4, já fartos da lengalenga da educação popular que os revolucionários quiseram impor até o Povo mostrar que não queria mais da mesma merda com cheio diferente. 

Já vimos, de resto, broncas com delegados disto e daquilo na Luz: do grunho que nada viu no campo, do pascácio que nada viu no túnel, do servil amanuense de serviço, como dizia Pedroto, que reverenciava quem se sentava na tribuna e ai de quem ousasse dizer mal pairando a ameaça de tribunal. Pimenta Machado sabia que o cancro da arbitragem eram os delegados e o entorno dos árbitros que os levava a apitar mal. Esta nota é só mais uma nota da vergonha que não foi erradicada e reside no poder instalado em Lisboa para fazer as coisas calabotianas de antigamente. É só uma nota de sacristão em nome da capelinha de interesses que quer à viva força levar o Benfica a campeão.

A forma de fazer isto, colocar todo o poder em Lisboa, começou com a saga do Pífio Dourado em que os palonços dos Loureiros se deixaram embrulhar pela cantilena da transparência e da verdade desportiva ditada dos pasquins da capital pelos quais muitos senhores do futebol do Norte mantiveram também eles um venerando respeitinho. A decadência do Norte, também no futebol, surgiu pela capitulação aos interesses de Lisboa que manietou muita gente e levou outra gente a sacrificar quem podia estar do mesmo lado da barricada. Os castigos do Pífio Dourado são constante e invariavelmente destruídos mas a semente do mal germinou e arrastou um par de boas almas que se venderam ao Diabo. O FC Porto tem grandes culpas neste cartório, porque se é grande a nau é enorme a tormenta a que não soube resistir. E se perdeu acção influente na Liga para se chegar ao descalabro que é hoje o futebol português foi por pensar em resistir por si marimbando-se para tudo o que poderia ruir à volta. O panorama é desolador à volta, seguramente não passou despercebido.

Da nota do sacristão que velou pela luz certa na capela abençoada nem vale a pena dizer nada. Nem é excepcional nem será a última vez que tal acontece.

Mas a divulgação da nota - uma informação vital que há um ano e pouco aqui pedi por causa do roubo do Caixão em Barcelos - prova-se uma vez mais ser possível de fazer, seja e que maneira for. Lembro-me que o FC Porto não a pediu, um paspalho caquético e burro de corte andou aí a (des)dizer que tal não era possível, como se tal fosse impossível ao FC Porto ou a outro órgão de informação. Na época passada o Sporting chegou a saber a nota do mesmo Caixão também em Barcelos, onde até perdeu limpinho, limpinho mas armou uma "puta" que o árbitro infame de Setúbal que se julgava intocável - "ainda andarei cá muitos anos", disse - de repente viu-se fodido e estrebuchou pela nota no final da época. 

Terá sido coincidência que seja hoje a Renascença a dar a nota do Capela, por sinal numa altura em que o ex-jornalista da casa é anunciado como de saída do Sporting? Não seria o mesmo tipo, que nem fixo o nome, a dar então a nota de Barcelos e a dar esta da Luz? Só pategos e informação selectiva segredada a ouvidos ignaros podem achar que as notas dos árbitros não se sabem.

A prova da corrupção está aí. A dobrar. Até um míope vê.

Depois do castigo exemplar do Cardozo, do penálti à maneira com a Académica, da vitória fraudulenta, fraudulenta no dérbi com amnistia disciplinar para os vermelhos e penáltis por marcar para os verdes, do Capela mafioso do Marítimo-Porto, de mais um penálti inacreditavelmente negado ao Porto no Moreirense, o banho turco aconteceria para repor a Verdade Desportiva se os corruptos entrassem pela Madeira dentro. Mas há tempo para escolher a próxima capela para estas alminhas vendidas ao Diabo e justamente ao alcance de um cachaço. Não é difícil antever João Ferreira no Jamor, como alvitrou PdC, porque o vigarista da escola do Lucílio e do Carlos Valente acaba carreira e terá prémio até pela arbitragem escandalosa do Benfica-Porto. Mas para segurar esta merda vermelha tão tremida não há como um Roubarte Gomes para os Barreiros, condescendente com os arrasados lampiões e decerto severo para os impetuosos madeirenses que queiram fazer valer a sua aspiração à Liga Europa.

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