04 abril 2013

Seria muita coincidência juntar Mourinho, Platini e árbitros com fétiches...

Dani Alves não demorou a lembrar o que já anteontem me apetecia ter escrito a propósito da arbitragem de Wolfgang Stark no PSG-Barça. Aquela pressão do "por qué?, por qué?, por qué?" de há dois anos pela expulsão de Pepe numa patada a Dani Alves, pelo mesmo árbitro alemão no Bernabéu foi apropriadamente lembrada a Mourinho após um jogo em que aconteceu de tudo ao Barça:
- uma entrada de Matuidi, já com um amarelo, contra salvo erro Iniesta mas nem segundo amarelo e muito menos vermelho como Stark mostrou a Pepe por entrada rigorosamente igual a Dani Alves no feérico Madrid-Barça de há dois anos;
- um golo de 1-1 em claríssimo fora-de-jogo que até o bem posicionado Stark devia ter visto mas nenhum dos três árbitros envolvidos, o principal, o auxiliar e o de baliza, viram da autoria de Ibrahimovic;
- um golo de 2-2 de Ibrahimovic a dar a sobra a Matuidi, dois jogadores que nem deviam estar em campo, mas a UEFA resolvera amnistiar o sueco retirando-lhe um jogo de castigo de uma suspensão anterior.
 
O PSG usou um jogo muito físico em que atropelou tudo do Barça que mexia e Ancelotti retomou bem a lição de atropelamento físico que Mourinho instaurou em cada jogo do Madrid com o Barça. Desde que haja complacência do árbitro, especialmente se tiver sido atemorizado por Mourinho como foi Stark, a táctica funciona sem expulsões e pode ser bem sucedida.
 
Na mesma noite, um outro árbitro perdoou o jogo físico e de sarrafada quase contínua da Juventus em Munique, poupando Chielini e Arturo Vidal a expulsões, sendo que este fez tantas que até Ribéry o agrediu e devia ter sido expulsado. Mas seguramente a Juventus não devia ter merecido a contemplação benevolenta do árbitro.
 
A Juventus e o PSG favorecidos ao primeiro dia da Champions. Coincidências com Platini, o presidente da UEFA que entretanto foi a Sófia distribuir prebendas em mais um Comité Executivo de fachada no Leste Europeu onde há votos a reconquistar para a manutenção no cargo. PSG é um clube francês que até se prepara para ser campeão. Juventus é um clube onde jogou o francês Platini ganhando duas eurotaças seguidas com muito proteccionismo arbitral: em 1984, Basileia, com um tal Adolf Prokop numa final da TVT com o FC Porto que perdeu 1-2 com uma arbitragem miserável do alemão da RDA; em 1985, à tragédia de Heysel em Bruxelas, na TCE frente ao Liverpool, uma rasteira a Boniek fora da área foi transformada em penálti escandaloso que Platini converteu para dar à Juve o 1º título de campeão europeu.
 
Diria um expert em teoria conspirativa sócretina, com cabalas, negras calúnias e sombrias agendas desinformativas, mas nenhum "atentado contra o Estado de Direito" que pudesse assombrar o manipulador, que só uma mente retorcida juntaria estas peças todas e congeminaria uma orquestração macabra digna de Octávio Malvado, vocês sabem do que estou a falar... Não fosse dar-se o caso de, ontem mesmo, um outro árbitro, Sven Oddar Moen, verberado por Mourinho por uma falta não marcada há um ano em Zagreb por uma entrada de Leko a CR/ que nenhum Arbeloa ou Xabi Alonso desdenharia fazer contra Messi ou Iniesta, ter perdoado um penálti ao Real Madrid, transformando uma pisadela de Sergio Ramos, outro recalcitrante, em Burak Yilmaz num cartão amarelo por suposta simulação que impede o turco de jogar a 2ª mão em Istambul onde o Galatasaray tem de recuperar de 0-3 porque Diego Lopez defendia tudo o que lhe chegava e o Madrid marcava de cada vez que chegava à baliza dos turcos... Para piorar, mostrando a sua ingenuidade, este árbitro nórdico colaborou a limpar a folha a dois caceteiros de Madrid. Nem de propósito.
 
Isto depois de mais uma demonstração de má, descuidada e arrepiantemente parcial e nada idónea no capítulo disciplinar arbitragem de Hugo Miguel na taça da treta, é muita areia para a minha camioneta sempre indignada em reacções epidérmicas aguentar em tão pouco tempo. Tendo ainda presente a qualificação do Madrid em Old Trafford por mais uma arbitragem que parecia de encomenda feita por um cabeça de... turco, o Çakir que não fez Mourinho pensar em cabaças de dirigentes da Anatólia por gostarem de a UNICEF patrocinar o Barcelona.
 
Ah, declarações que valeram um castigo depois amenizado a Mourinho. Tal como a UEFA concedeu a Ibrahimovic. Ups, lá vamos nós outra vez...
 
Repito, como ontem, só falta que Izmaylov tenha uma pena agravada por ter empurrado um adversário, bruscamente mas sem agressão, por causa da condescendência de órgãos disciplinares para com Cardozo. É que isto não podem ser tudo coincidências mesmo que eu acredite em bruxas, pero que las hay, hay que até dói.

Já agora, para finalizar a Champions, o Málaga jogou curtito, não se empertigou e até teve sorte em não perder. Quem tem cu, tem medo. Os alemães não são para brincadeiras...

E por falar em árbitros de ontem, só faltava esta tirada do Espírito Santo.

Hoje temos a Liga Europa já há procura de um novo campeão e a UEFA despreocupada por jogar-se à mesma hora em Londres no Tottenham e em Chelsea. Felizmente não é no Arsenal e no Tottenham ou no Gulham e no Chelsea, ambos vizinhos, mas as questões televisivas estranhamente não se põem ainda que obriguem um Porto-Rio Ave (ou Samp-Inter) a jogar-se a meio da tarde por causa da Champions.

Esta democracia é uma merda, dizia o companheiro Vasco há 38 anos...