08 abril 2008

Apito Atrasado

Quando havia alternância na conquista do título é que o FC Porto magicou tudo para ser ser melhor do que todos. Mais uma bela teoria dos que têm ligação directa do intestino à cabeça...

Cada título portista é um
espinha atravessada na garganta dos fala-barato. Há anos que não têm que dizer dos campeonatos ganhos pelo FC Porto. Bom, "eles" na altura disseram que "era merecido"; mas já esqueceram o que voluntariamente assumiram, escreveram, comunicaram até em rádio e tv.

Hoje, sem arte, jeito e dinheiro até nos emblemas da sua preferência capital, os croniqueiros do regime buscam no passado o efeito demoníaco da malfeitoria actual. Ah, se o Apito Dourado fosse há 20 anos...


Como bem lembrou o Fernando Monteiro (Sou Portista com Orgulho), a corrupção como modo de vida do FC Porto não valeu muita coisa. Ou não eram os únicos experts na matéria, ou distraíam-se muitas vezes ou eram mesmo broncos. E quem parte e reparte e não fica com a melhor arte...

Pois o FC Porto sob a liderança de Pinto da Costa perdeu a bagatela de 11 títulos, 17 taças de Portugal e até 12 supertaças, a gente que pensava que as tinha ganho todas.
Livra!

Mas os que usam brilhantina no cabelo, que perdem 5 minutos num programa de diversão futebolística a falar do FC Porto que raramente vêem jogar, acham que um Apito Atrasado fazia falta, sim, naquele tempo.
Ai, se um Apito Atrasado valesse, este Apito Dourado não tem lata, se calhar nem 6 pontos custará ao FC Porto, talvez o "cúmulo jurídico" de três. Miserável cenário.

Prisão perpétua?
O Apito Atrasado, curiosamente, remontava àqueles tempos sem polémicas em que Mário Luís, de Santarém, acabava de entregar uma Taça de Portugal (1978) ao Sporting antes de viajar com os leões à China. Contemporâneo seguro era Adelino Antunes que, por estes dias em Gondomar e não por causa da ourivesaria, disse ter cometido tantos erros como árbitro susceptíveis de dar "prisão perpétua".

Pode crer, Adelino, que nunca o tive em boa conta, como não tive a generalidade dos árbitros desse tempo, mas também não lembro asneiras tão graves para pena tão drástica. Um Bruno Paixão seria irradiado, um Lucílio Baptista preso preventivamente, um João Ferreira deixado na jaula escura, um Pedro Henriques na cela mais húmida e
fria que lhe lembrasse o que são as Ilhas Britânicas, enfim o Carlos Xistra o castigo de ler os discursos do conterrâneo José Só...traques.

A má imagem deixada por Adelino Antunes parece dar razão aos que dizem, hoje, como naquele tempo, sem tv, sem Imprensa plural de que ainda hoje se duvida existir, sem escrutínio de múltiplos analistas a começ
ar por ex-árbitros que no activo foram até melhores do que os comentários hoje assinados, o campeonato era uma vigarice.

A alternância era má
Mas é enternecedor saber que se reconhece justeza num campeão de 2008 que leva 18 pontos de avanço...

E ao mesmo tempo desta hegemonia tão criticada pelo que está para trás vem à memória esse tempo em que nos anos ímpares só os campeões eram justos:
84 - Benfica
85 - FC Porto (8/9 pontos de avanço)
86 - FC Porto
87 - Benfica
88 - FC Porto (15 pontos de avanço)
89 - Benfica
90 - FC Porto
91 - Benfica
92 - FC Porto (aí 10 pontos de avanço)
93 - FC Porto
94 - Benfica
Eram anos danados.

Ficava-se sempre à espera do ano bom para haver um justo campeão.

Mas esse deixou de ter pernas para andar.


Títulos de goleada
A saga do penta?
95 - FC Porto
96 - FC Porto
97 - FC Porto
98 - FC Porto
99 - FC Porto
em nenhum foi preciso esperar pela última jornada mas estava tudo comprado. As vantagens portistas chegaram a ser pornográficas, até juntaram taças e supertaças, goleadas de 5-0 na Luz, e talvez o mito da puta de vida característico do FC Porto tenha acabado por personificar na Carolina...

Sporting, Boavista
O novo milénio foi um saravá: Sporting campeão com Bruno Paixão, o Campo ficou Maior, o ano 2000 que alvitrou Roquette ser o ano em que "a melhor equipa não será campeã".

Bem, 2001 deu Boavista. O FC Porto não deixava de ganhar um campeonato em cada dois anos desde 1983-84, continuava com a fama da corrupção mas os Loureiros com a Liga e achou-se o Boavista uma lufada de ar fresco no futebol nacional. Mas não só hoje recusam olhar para esse campeonato atrasado
à luz do Apito Dourado, como em 2002, quando o Boavista defendia o título tão elogiado antes, já a equipa de Jaime Pacheco deixara de ser engraçada - por tirar o título ao FC Porto - para passar, subitamente, a uma "equipa de caceiteiros". Consultem a paródia de Imprensa da época que vão avivar a memória.

Do mauzinho à infâmia
Bem, depois tivemos
2003 - FC Porto (aí uns 15 pontos de avanço)
2004 - FC Porto (também uns 15 pontos de avanço)
Já se festejava sem jogar, no hotel, decerto com putas e vinho verde à discrição, já se ganhavam taças europeias mas era tudo mauzinho lá com o Mourinho...

Ah, o ano bom foi 2005. O Benfica nem ganhou um jogo ao FC Porto, mas foi campeão. Para súmula da infâmia, como ano foi mesmo o melhor.

Depois, ninguém contestou nem o título com Adriaanse (2006) em que o Benfica voltou a vencer o FC Porto duas vezes no campeonato como não conseguia desde 1977.

Bem, em 2007 os juízes de campo bem tentaram tirar e dar ao dono do ano ímpar, mas voltaram a não ter pernas.

E 2008 é o ano natural par do FC Porto. Os 18 pontos dão o lastro suficiente para se achar justo. Parecem fazer-nos um favor, até porque depois lembram que se há 20 anos houvesse um Apito Atrasado...

Mas mau mesmo era quando havia alternância no campeonato.Isso foi o pior de tudo.

Os anos 80 e 90 foram a nódoa a que muitos gostariam de voltar e aplicar um Apito Atrasado a sério.

Nota do administrador: Está aí a 2ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Não se esqueçam de actualizar as vossas equipas do UEFA Champions League Fantasy Football, podem fazê-lo até às 19h30 de hoje

25 comentários:

  1. Mais um EXCELENTE artigo...

    PARABENS E QUE NUNCA TE DOAM OS DEDINHOS PARA CONTINUARES A ESCREVER ASSIM!!!


    brigaazul.blogspot.pt

    ResponderEliminar
  2. Mais uma vez tiro aqui o meu chapéu ao Zé Luís. Será q no FCP não haverá uma vaga no depto.comunicação para este grande Cronista? The Special One na defesa do FCP.

    ResponderEliminar
  3. mst na bola

    DIGA 23

    1- E aí vão vinte e três campeonatos! Já só estamos a oito do Benfica e com cinco de avanço sobre o Sporting: para perceber o impensável que isto era no passado, é preciso ter vivido a infância de portista em Lisboa que eu vivi, sistematicamente a ver o FC Porto ser sovado em Alvalade ou na Luz (e, quando não era, quando aos 20 minutos ainda não estávamos a perder, lá aparecia o inevitável penalty para restabelecer a ordem natural das coisas…). Mas não hei-de morrer sem ver o FC Porto ultrapassar o Benfica em número de campeonatos nacionais — porque, no que respeita a títulos internacionais, há muito que os ultrapassámos, com seis contra dois.

    Sábado à noite, no Dragão, viveu-se um daqueles momentos em que vale a pena ser portista, arrostar com a inveja dos medíocres, com a maledicência dos impotentes, com as calúnias dos incapazes. Estádio cheio, o mais bonito estádio do mundo, o equipamento mais bonito de todos, a alegria de um público habituado a reagir como uma grande família quando está debaixo de fogo, futebol, golos e espectáculo como só nós e, no fim, contra as contas dos pífios apitos dos invejosos, a festa, a nossa festa — digna, bonita, sentida como nenhuma outra.

    Querem-nos tirar seis pontos? Tomem lá seis — seis golos — tomem lá a resposta, em campo, no terreno de todas as verdades. Não chega, querem mais? Venham mais — temos dezoito de avanço! Dezoito, ó tristes gentes que nem perder sabem e cujo treinador até assim se recusa a reconhecer o mérito dos vencedores!

    Foi festejar até fartar e depois um jantar especial: vieiras recheadas com arroz Carolino de pinhões e morgados do Algarve à sobremesa. Repeti seis vezes!

    2- Deixem-me falar do Benfica. Como, julgo, a grande maioria dos portistas da minha geração, eu cresci a temer e respeitar o Benfica. Temer, porque eles eram tremendamente melhores que nós e, apesar dos Porfírios Alves e Carlos Valentes (o Calabote já não é do meu tempo), eles ganhavam-nos quase sempre porque eram melhores. Respeito, porque o Benfica das décadas 60 e 70 era a casa do Eusébio e o orgulho dos portugueses. O meu pai, que era sportinguista, levou-me duas vezes à Luz, naquelas longínquas «noites europeias do inferno da Luz», e ambos torcemos e gritámos pelo Benfica. É verdade, e até levava o meu cachecol do FC Porto!

    Agora, quando oiço Sílvio Cervan dizer que o Benfica é o maior clube do Porto e a maior referência internacional do nosso futebol, sinto um misto de pena deles e, simultaneamente, um reconforto: enquanto os adversários continuarem a guiar-se por ilusões ou propaganda para papalvos, nós continuaremos seguramente a ganhar. Há muitos locais do Porto onde eu encontro facilmente bandeiras do FC Porto penduradas nas janelas ou nas portadas das casas. Mas não me lembro de ver alguma do Benfica e, por favor, não me venham com a necessidade da clandestinidade: se são o maior clube, porque temeriam mostrá-lo? Também ando por aí no mundo e sou capaz de informar o Sílvio Cervan que, da Turquia a Angola e todos os Palop's, e do Brasil à Tailândia, o que vejo são camisolas do FC Porto e o que oiço falar, quando se fala do futebol português e o interlocutor não tem mais de 50 anos, é do FC Porto e não do Benfica.

    De um lado ao outro do mundo, a gente do futebol sabe quem são o Bosingwa, o Lucho, o Quaresma, o Lisandro, e sabem quem foram o Deco, o Ricardo Carvalho, o Vítor Baía e o calcanhar do Madjer. Mas lamento informar que ninguém sabe quem sejam o Petit, o Di María, o Katsouranis ou o Maxi Pereira.

    O que aconteceu ao meu antigo respeito pelo Sport Lisboa e Benfica — e julgo que aconteceu também com todos os outros adeptos portistas e sportinguistas — é que o fui perdendo aos poucos. O Benfica das últimas décadas — o Benfica de Jorge de Brito, Vale e Azevedo, Filipe Vieira, de gente como João Malheiro, José Veiga ou Carolina Salgado — é um Benfica que eu não vejo razões para admirar. Não porque percam, mas porque não sabem perder. São arrogantes por natureza, como se, por determinação divina, tivessem direito a ganhar sempre ou quase sempre; nunca, jamais, reconhecem o mérito de uma vitória alheia; vivem em busca do conflito, da calúnia, da suspeita não provada jogada aos quatro ventos. Gritam pela justiça do Apito Dourado mas foram eles que se aliaram ao major Valentim para controlar a Liga, no seu pior momento, porque, como explicou Vieira, isso era mais importante do que ter bons jogadores ou jogar bem; clamam que são as virgens virtuosas do futebol, mas esquecem-se de coisas como o caso Paulo Madeira, o jogo comprado ao Estoril para o Algarve ou a forma como foram campeões pela última vez, com todos os golos dos últimos jogos a resultarem de penalties ou livres à entrada da área.

    Não sei se o Sílvio Cervan conseguirá acreditar na sinceridade do que vou dizer: o que o Benfica mais perdeu nas últimas décadas não foram campeonatos. Foi o respeito dos adversários, uma coisa que levara gerações a construir e que representava um imenso capital de prestígio e grandeza. Hoje, o Benfica é um clube que só os seus estimam. Dir-me-ão que o mesmo sucede com o FC Porto e eu respondo que acho que não é bem assim, mas, mesmo que o seja, ao contrário da história do Benfica, nós nunca gozámos de outro estatuto e estamos bem habituados a viver com isso.

    3- No Bessa, o Benfica fez um belo jogo e o suficiente para ganhar folgadamente. Mas teve um grande guarda-redes pela frente, teve falhanços vários e azar muito. Mas também teve sorte, quando Jorge Ribeiro (já anunciado como reforço benfiquista para o ano que vem) não conseguiu acertar um passe lateral fácil para qualquer um de três colegas isolados frente a Quim e cobrou um penalty com a displicência de quem sacode uma mosca. Com toda a falta de sorte que desta vez teve, o Benfica até podia ter acabado a perder o jogo. Já se sabe e foi dito oficialmente, que só não o ganhou por culpa do árbitro. Eu, que sou suspeito, não vi qualquer um dos dois penalties tão reclamados, mas não deixo de sorrir quando vejo Vieira a acusar Lucílio Baptista de «viciar o resultado». É que este é o mesmo Lucílio Baptista a quem todos os portistas desejam ardentemente a reforma, depois de anos a fio a prejudicar sistematicamente o FC Porto, a benefício do Sporting e também do Benfica, que lhe deve uma valiosa colaboração na final da Taça de 2004. Sabendo-se que o homem sempre teve horror ao azul-e-branco e que o FCP, aliás, é parte agora desinteressada da batalha atrás de si, as suspeitas de Vieira, desta vez, só podem apontar para o vizinho do lado — o Sporting, pois claro!

    É verdade, porém, que o V. Guimarães, segundo rezam as crónicas, foi beneficiado com a arbitragem em Paços de Ferreira, e que o Sporting, numa altura em que bem oscilava, viu o árbitro anular misteriosamente um golo ao Sp. Braga, em Alvalade. Mas isso ainda me dá mais vontade de sorrir. É que o arbitro — que é testemunha de acusação no Apito Dourado — é nem mais nem menos do que o célebre Bruno Paixão, do inesquecível Campomaiorense-FC Porto, a mais escandalosa arbitragem a que alguma vez assisti, em que até era preciso o Jorge Costa colar-se às costas do Jardel nos cantos para que ele não fosse sistematicamente agarrado nas barbas do árbitro por um rapaz que o Benfica tinha emprestado ao Campomaiorense (e, por acaso, o jogo viria a valer um campeonato perdido pelo FC Porto). Pelo que, se agora o mesmo árbitro — que, aliás, nunca mostrou categoria para a primeira Liga — descobriu em Alvalade uma falta que nem o Além conseguiria descortinar, e se com isso passou a ser suspeito de prejudicar o Benfica ao ponto de Luís Filipe Vieira pedir à PJ que entre em campo, a mim só me dá vontade de sorrir e pensar que belas testemunhas juntou o Ministério Público para o Apito Dourado! Mas, para a semana, tão certo como dois e dois serem quatro, vai haver um erro de arbitragem a favor do Benfica e o Sporting vai achar-se com razões de queixa do árbitro e invertem-se os papéis: um grita e o outro fica muito bem caladinho. São tão previsíveis os nossos rivais!

    ResponderEliminar
  4. Este "confissão" do Jorge Coroado transcrita na edição online do Record de hoje só me dá contade de rir...

    "Para justificar a decisão do árbitro Pedro Sanhudo - que, por indicação do seu árbitro assistente Ricardo Pinto, assinalou uma grande penalidade que deu a vitória ao Gondomar no jogo com o Pedras Rubras -, Jorge Coroado confessou ontem um "crime" cometido por si num Benfica-FC Porto.

    Disse Coroado que foi um lance corrido, no qual não se encontrava na melhora posição, e que envolveu o benfiquista Kandourov e Vítor Baía.

    "O guarda-redes do FC Porto saiu aos pés do jogador do Benfica e não me pareceu grande penalidade quando este caiu mas o meu árbitro assistente continuou a correr para a bandeirola de fundo e segui a sua indicação", contou.

    A surpresa veio a seguir: "Quando já tinha advertido o Vítor Baía com um cartão amarelo e estava junto da marca de grande penalidade, o meu assistente correu para o centro do terreno e deu-me a indicação de que a falta tinha sido ao contrário, mas já tinha advertido o jogador do FC Porto e já estava na marca do penálti e não voltei atrás". Ao intervalo, Coroado diz ter questionado o seu assistente sobre a sinaléctica inicial, tendo este dito que não conseguiu travar a corrida

    ESPETACULAR!!

    ResponderEliminar
  5. Adamastor, esta é um mostrengo de barbaridade.
    Mas ele escreveu isso no livro que publicou?
    Lá vai o Vieira mandar a PJ investigar o Coroado por uma confussão fora de tempo.
    Querem ver que o Apito Atrasado traria mais destas novidades sempre encapotadas?

    ResponderEliminar
  6. "Vinte anos de Mentira" de A a Z
    em:
    www.vedetadabola.blogspot.com

    ResponderEliminar
  7. Lf, na Farmácia Porto encontras Kompensan para a azia, mas podes sempre optar pelos genéricos...Como tens muita dor de cotovelo, aconselho-te medicamentos para a doença crónica porque o Porto vai continuar a vencer...

    ResponderEliminar
  8. Mais uma vez lfv lança uma cortina de fumo para justificar insucessos e tentar calar o esplendor do TRI conquistado por nós...
    Quando por toda a semana se deveria falar de mais este feito do FC PORTO, a des-comunicação social desvia as atenções para as declarações desse traste useiro e veseiro destas manobras.
    Uma vergonha.
    Espero que Rui Moreira hoje, como Guilherme Aguiar ontem o zurzam bem.

    ResponderEliminar
  9. do 442

    Descubra as diferenças

    Alguns jornais de referência têm a secção "Há 10 anos" para viajar no tempo até notícias de outros tempos que nos permitem perceber como o mundo pula e avança. O Record não. O Record tem a secção "Há 24 horas". Porque, como dizia Pimenta Machado, em futebol o que hoje é verdade amanhã é mentira. Eis como o Maestro (assim mesmo, com M grande) passa de envolvido em confusão no túnel (ao fundo da página, à esquerda) a inocente (a manchete, como se impunha, à direita). Este homem é um senhor. Com S grande. Ou será H grande?

    título mentiroso, título verdadeiro
    segunda-feira, 8: Petit evita confronto [de Rui Costa] com delegado ao jogo do Boavista
    terça-feira, 9: [Rui Costa] Reagiu a ofensa lançada por Manuel Barbosa [delegado do Boavista]

    antetítulo mentiroso, antetítulo verdadeiro
    segunda, 8: Rui Costa tenta invadir balneário do árbitro
    terça, 9: Rui Costa provocado

    pecado (da ira) absolvido
    segunda, 8: Os jogadores encarnados não contiveram a sua ira e cercaram o árbitro
    terça, 9: Rui Costa entrou no túnel ao lado de Lucílio Baptista e percorreu-o ao lado do árbitro. “Como é possível não marcar um penálti daqueles”, disse. Lucílio interpretou o protesto como normal

    Tentou... não tentou... tentou... não tentou
    segunda, 8: Rui Costa era o mais exaltado e tentou invadir a cabina do juiz de Setúbal
    terça, 9: o número 10 dos encarnados não tentou entrar no balneário do árbitro

    O delegado bom e o delegado mau
    segunda, 8: O delegado ao jogo do Boavista colocou-se na frente
    terça, 9: Manuel Barbosa terá ofendido o 10 benfiquista

    De irado a cordial, here we go again
    segunda, 8: “Só falas comigo quando eu falar contigo”, gritou Rui Costa em direcção a Manuel Barbosa
    terça, 9: “Você ofendeu-me; foi jogador e sabe o que se sente num jogo destes...”, atirou Rui Costa [em direcção a Manuel Barbosa]

    Afinal, os polícias são nossos amigos
    segunda, 8: As forças policiais terminaram com a confusão retirando Rui Costa do local
    terça, 9: [Rui Costa] avançou [em direcção a Manuel Barbosa] escoltado por dois polícias

    De cena de taberna a simples burburinho
    segunda, 8: só a chegada de Petit (formado no Bessa) evitou aquilo que se suspeitou poder originar um confronto físico
    terça, 9: a troca de palavras aquece e instala-se o burburinho

    ResponderEliminar
  10. fcportosempre, ontem já eu tinha alertado para a acção do Ajax limpa tudo que seria dada hoje à estampa.
    Mas, já que se embrenhou no tema, enuncie não só essas contradições, mas o que fez o director do diário desportivo para salvaguardar a imagem do director desportivo futuro e o ripanço que deu no seu jornalista que contou a história.
    Mais: hoje são omitidas declarações de testemunhas que confirmam os insultos e que só tinham o sentido Rui Costa-Manuel Barbosa.
    De resto, outro director do periódico fez a limpeza necessária ao bom-nome.
    E, contudo, os jornais desportivos continuam a vender menos, cada vez menos.
    Mas faça esse gosto aos leitores da bancada sobre o editorial em que é useiro e vezeiro quem é pai destas alarvidades jornaleiras.

    ResponderEliminar
  11. vinha aqui fazer um comentário mas o fcpsempre já se adiantou.
    impressionante o branqueamento dado pela imprensa desportiva às situações que envolvem o benfas.

    chamo-vos à atenção para esta pérola do "expert" jorge coroado, no depoimento que efectuou por causa do processo apito dourado:
    "
    Coroado marca penálti que não viu
    ACONTECEU NUM BENFICA-FCPORTO E O ÁRBITRO ASSISTENTE...ENGANOU O CHEFE

    Para justificar a decisão do árbitro Pedro Sanhudo - que, por indicação do seu árbitro assistente Ricardo Pinto, assinalou uma grande penalidade que deu a vitória ao Gondomar no jogo com o Pedras Rubras -, Jorge Coroado confessou um "crime" cometido por si num Benfica-FC Porto.

    Disse Coroado que foi um lance corrido, no qual não se encontrava na melhora posição, e que envolveu o benfiquista Kandourov e Vítor Baía.

    "O guarda-redes do FC Porto saiu aos pés do jogador do Benfica e não me pareceu grande penalidade quando este caiu mas o meu árbitro assistente continuou a correr para a bandeirola de fundo e segui a sua indicação", contou.

    A surpresa veio a seguir: "Quando já tinha advertido o Vítor Baía com um cartão amarelo e estava junto da marca de grande penalidade, o meu assistente correu para o centro do terreno e deu-me a indicação de que a falta tinha sido ao contrário, mas já tinha advertido o jogador do FC Porto e já estava na marca do penálti e não voltei atrás". Ao intervalo, Coroado diz ter questionado o seu assistente sobre a sinaléctica inicial, tendo este dito que não conseguiu travar a corrida.

    ResponderEliminar
  12. Eu tinha avisado: bronco mais branco não há...

    ResponderEliminar
  13. Bem, o Manuel Barbosa não recebeu insulto de "filho da puta" nem ordem para "falares quando eu falar contigo" (Record de 2ª feira).

    O Manuel Barbosa estava só delicadamente a dizer ao futuro homólogo que o caminho para os jogadores do Benfica era outro e Rui Costa, sem manifestar o peso da camisola que não infunde mais o respeito de outrora, também só deve ter marcado reunião com o director-desportivo do Boavista para tratarem da transferência de Jorge Ribeiro para a Luz...

    ResponderEliminar
  14. Num próximo ano qualquer vão estar a analisar o jogo que o Porto se tornou rticampeão - 6-0, deve ter sido um apito dourado qualquer, eu diria que são chuteiras douradas de jogadores fenomenais

    ResponderEliminar
  15. Essa do Jorge Coroado é realmente espectacular.

    Então, pelo que percebo, tanto o fiscal-de-linha como o árbitro principal interrompem o lance e concordam em pleno terreno que não era penalty.

    Mesmo assim o penalty marca-se porque não há coragem para reverter a decisão que havia sido fruto de um - chame-mos-lhe com muito boa vontade - "equívoco" de comunicação.

    E o Jorge Coroado admite isto em pleno tribunal, com a maior naturalidade do mundo.

    Caray...este biltre deveria era ser preso...porque isto foi um ASSALTO À MÃO ARMADA!

    [Não me consigo lembrar de nenhuma jogada destas com o Kandaurov. Lembro-me sim de uma com o Poborsky, em que o Vitor Baía sai a deslizar e passa , sem exagero, a 1 metro do Poborsky, que, vendo que já não chegava à bola, se atira para o relvado numa das tentativas de mergulho mais desesperadas que já vi. Resultado: PENALTY, obviamente.
    Penso que o Jorge Coroado se poderá estar a referir a este lance, mas terá-se enganado no nome do jogador. Tenho a certeza que o Zé Luis se lembrará e poderá dissipar as dúvidas. De qualquer forma o Benfica falhou o penalty - não sei se foi porque Deuz escreve direito por linhas tortas ou porque o Nuno Gomes é um grande manco. Talvez as duas...]

    ResponderEliminar
  16. Credo, escrevi "terá-se" em vez de "ter-se-à".
    Aqui fica a minha contrição.

    ResponderEliminar
  17. verdadeiro, estes dias têm sido alucinantes para todos.
    A velocidade da informação é mais lesta que o reciocínio de alguns crâneos do regime.
    Até no tribunal o Coroado reina com a sua ironia. Não sei onde aprendeu tal coisa...
    Mas assim de repente estou com a tua ideia sobre esse lance do Poborsky, tentarei ver mais tarde nos dossiers se o árbitro foi ele.
    Mas com o Jorginho é preciso ver se falou antes ou depois do almoço...

    Já agora, por falar em "gatunos" no dizer de um conhecido dirigente da bola indígena, eis as nomeações dos "ladrões" do próximo fim-de-semana:
    Elmano no Bonfim tem a atracção pelo FC Porto que sabemos
    Paulo Baptista na Luz onde, obviamente, a académica já entra a perder
    Duarte Gomes, também com boas estórias em Alvalade, no Sporting-Leixões.

    ResponderEliminar
  18. Não há que enganar. Joguemos com a equipa B ou C para não "perder" nenhum jogador para a 1/2 final da taça.

    ResponderEliminar
  19. Mais um excelente texto Zé Luís.

    Estes apitos que nunca foram dourados porque lhes dão um banho de outra coisa qualquer, serão mais dia menos dia alvo da justiça. Não quero acreditar que as Mizés depois dos tiros nos pés continuem em funções.

    No dia em que formos absolvidos destas tretas, será também o dia em que todos juntos teremos a obrigação de ir para a rua exigir que a Mizé e Compª sejam colocadas na jarra.

    O fumo da corrupção encarnada vai bem alto e intenso.

    Não chamem a PJ! Chamem os bombeiros!


    PS. essa do Coroado... (LOL)


    Abraço!

    ResponderEliminar
  20. Afinal eles também admitem!

    Coroado marcou um penálti contra o Porto que não existiu favorecendo o Benfica!

    http://relvado.aeiou.pt/?st=70030

    ResponderEliminar
  21. jorge, mas quando escrevem livros esquecem-se de tanta coisa e lembram-se do mais inverosímil...

    ResponderEliminar
  22. "O futebol português é uma mentira. Isto (Apito Dourado) é um apêndice. São pormenores. Não querem resolver, querem é empolar o lateral", vincou, em declarações aos jornalistas à saída do tribunal. O antigo dirigente diz que "o futebol foi sempre assim durante 50 anos", questionando: "Porque não se fala das décadas de 50, 60 e 70 em que houve inclusivamente um presidente de um clube que entrou de pistola no balneário a pressionar um árbitro?".
    Pimenta Machado, hoje, no Tribunal de Gondomar.

    p.s. - para quem não saiba, o dirigente de pistola em punho foi Góis Mota, da Mocidade Portuguesa, no intervalo de um Atlético-Sporting. Claro que não era dirigente do Atlético da Tapadinha. Era do clube dos impolutos.

    ResponderEliminar
  23. Esta visao pequenina dos média portugueses é confrangedora.
    Esta gente mete pena.
    A inveja e a raiva tolhem o bom senso. Gente mediocre.

    Um dia escreve-se umas coisas, noutro dia outras. Existem mesmo jornais, que so transcreveram parte das declaraçoes de Pimenta Machado, para que quem estivesse a ler pensasse que ele estava a querer fazer entender, que os ultimos anos de vitorias do Porto se deveram apenas a fenomenos de corrupçao. Mas referia-se a outros casos, a outros tempos.

    Depois os pobrezitos do Rascord passaram a noite toda a pé (sei esta de fonte segura), a trocar as notas da musica do tunel do Bessa.
    Agora, um dos meninos mais mimados do futebol portugues, vai demonstrando o que realmente vale.
    Precisa de alguém com nivel suficiente para o chamar a atençao. Mas nao tem. Acima de si so tem mediocridade e ladroagem.

    "Rui Costa Inocente". Dentro do campo fez o que fez. O teria feito no tunel? Dado beijinhos ao arbitro?
    E agora acreditamos nas noticias de segunda ou nas de terça (as da noite mal dormida)?

    Diz o rei da parvoice:
    "Estou à vontade porque nao recebo arbitros em casa". Pois nao, almoças e jantas com eles às claras, porque de galinha ao peito nao ha crime, sao todos inocentes. Sao uns inocentes.

    Depois de tudo o que aconteceu com os arbitros dos dois ultimos jogos com o Benfica, tudo foi branqueado.
    Mas episodios de pistolas e gente a tentar invadir balnearios nao interessam, o que interessa é fazer programas para denegrir a imagem do Presidente do FCPorto e por gente a espumar-se como Gaspar Ramos (sim esse autentico doente com tiques salaristas) a dizer que violencia nos tuneis era so nas Antas. Ninguém la podia ir. Via-se pelas nodoas negras que tinha na entrevista. Ficaram para toda vida coitado.

    Mitzé, sua incompetente, investiga. Estavam la agentes da autoridade e muita gente dos dois clubes. Esta também é facil de provar, porra! Ou o tunel estava muito escuro e nao se percebia nada do que os caes raivosos ladravam?

    ResponderEliminar
  24. Factos (incómodos) e ironia qb.
    Excelente artigo.
    Mais um que fica para memória futura.

    ResponderEliminar