09 julho 2010

Estes alemães não são os tugas...

A Espanha de toque faz lembrar o Basil de outros tempos, ou os argentinos do San Lorenzo que golearam em Portugal


Antes da final que antecipei ao lançar as minhas previsões para o Mundial, cedo riscando a Inglaterra e avançando com a Holanda para o jogo decisivo com a Espanha, depois de ver recatadamente as semifinais desta semana longe de jornais e internet, pensei o que sucederia ao responsável alemão Joachim Löw depois de mostrar a Mannschft mais garbosa de que há memória desde a conquista do Euro-96.


Afinal,



os alemães são mesmo muito diferentes dos portugueses. Não questionaram o seleccionador por defender, não ter a bola que os espanhóis não deixam ter, não ousaram, não atacaram e, embora tivesse demorado mais a sofrer o golo inevitável da Invencível Armada, com Puyol a marcar aos 73 minutos depois de Villa ter desfeiteado Eduardo aos 67 minutos, a Alemanha perdeu e nem criou sequer metade das ocasiões de golo dos portugueses desse odiado Carlos Queiroz.
Só se quiserem manter-se no âmbito das "vitórias morais" muito tugas é que se acredita que proponham a Löw seguir em frente. Mesmo depois de perder duas vezes com a Espanha, ambas por 1-0, repetindo-se em Durban a sina de Viena da final do Euro-2008.

Será que Löw, sem carisma aparente nem golpes publicitários, é para os germânicos o mesmo que Scolari para a mentalidade tuga? Scolari conseguiu perder duas vezes com a Grécia e só no Europeu-2004, no primeiro e no último jogo de Portugal nessa competição em terras lusas. É certo que com Scolari Portugal tinha, antes do Europeu, empatado em Aveiro com a Grécia, na preparação, e depois ainda perdeu com a Grécia na preparação para o Alemanha-2006. Talvez os alemães, aí sim, não suportassem quatro jogos sem vencer o mesmo adversário em apenas dois anos. Do que Löw se livrou por não ter defrontado os espanhóis em preparação e poder, de algum modo, sair sob sorrisos e abraços por perder, sim, com a Espanha apenas numa final do Europeu, de resto quase em casa na vizinha Viena, e numa semifinal do Mundial.

Isto não é para ter piada, porque depois do banho de bola da Espanha à Alemanha, ainda li em A Bola críticas à forma como Portugal (não) terá jogado com os espanhóis. Isto apesar de, na crónica do jogo, José Manuel Delgado falar do Brasil da Europa...

E esse Brasil que baila na cabeça das pessoas, o mítico futebol de pé para pé, toque e progressão constantes, ainda que com intermitentes avanços no terreno por parte dos espanhóis, parece já tão esquecido, nem o de 1970 que criança geniais com 7 anos dizem ter visto, encantadas, na televisão com a mesma fixação com que eu olhei mas nem liguei apesar de então ter 8 anos e aperceber-me do entusiasmo e atenção vividos num café próximo à minha casa, nem o Brasil de Telé, o de 1982 em Espanha e trucidado pela eficácia italiana, nem isso acorre à memória dos experts da bola que pululam por aí.

Sempre ouvi hstórias de uma equipa argentina do San Lorenzo de Almagro que pelos anos 40 passeou classe por Portugal, goleado Porto, no Lima, Benfica e a selecção por 8, 9 e 10 golos. Creio que esta Espanha, a minha favorita, é a encarnação desses deuses da bola.

1 comentário:

  1. Atenção que a derrota ente a Grécia, depois do Europeu 2004, foi na preparação para o Euro 2008...

    ...não foi na preparação para o Mundial 2006.

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