27 julho 2010

Portugal sob fogo (I): Hulk incendeia alguma coisa?

Vejo num escaparate que A Bola faz uma manchete com a chamada de David Luiz à selecção brasileira onde parece já não caber Luisão. Os altos patrocínios do mercado fazem isto, tanto como os milhões que presumivelmente chovem sobre a Luz debaixo de uma protecção como se dinheiro fosse lixo.
Já Hulk fez um golo monumental, vi na TV em resumo, e tem marcado sempre, mas já não vale os 100ME que estupidamente lhe colocaram sobre a cabeça como preço para inglês ver. Não noto muitos títulos com isto.
Mas devo ser eu a derreter com o calor. Para já tenho um joelho magoado e um pé torcido numa queda enquanto magicava nos incêndios ao ver uma encosta a arder depois de um ministro ter aparecido a dizer que os meios de combate aos fogos são suficientes, mesmo após ter-se noticiado que há menos sete mil bombeiros na causa. Esta minha queda fez-me, sintomaticamente, recordar outro tombo por causa de um incêncio, logo no dia da minha despedida da tropa e porque tive de levar um destacamento a dar apoio aos bombeiros, vão quase 27 ano, então com um ombro e respectiva omoplata a doerem.
Tanto tempo depois, vejo que as pessoas nem acodem aos fogos a 20 metros das suas casas e quando chegam, ainda que tardiamente, os bombeiros são prestáveis a oferecerem-lhes... vinho. Também há 27 anos assisti a isso. Vinho para a tropa, fossem soldados da paz ou mal preparados para a guerra. Os fogos, antes como agora, ardem, até quando um ministro, em 2005, decretou o fim dos fogos logo na abertura da época, a 1 de Junho. Os meios, dizem, agora servem, mas não vi helicópteros, ouvi-os ao longe, ainda que o Apocalipse Now me tenha aparecido sob a forma de fumo a encobrir o sol e cinzas a fazer de mortalha num país a arder mas que Hulk não incendeia. Só os panfletos desportivos tão afectos ao regime como os louvaminhas que acreditam não precisar a Constituição de ser reparada seriamente de anacronismos e fogos de vista, como a Saúde, o Ensino gratuitos e o trabalho para sempre, que os tugas gostam de ter ao pé da porta sem terem de se maçar muito se a coisa der para o torto.
Nota (actualizado 5ª feira 29/7 às 23.47h): peço desculpa pelo erro no título de que só agora dei conta ao chegar a casa e ver até um comentário a propósito, mas escrevi sem corrigir os 5 posts que tive de fazer no limite de 1 hora de internet aí pelo Portugal Profundo. Nem sei se há mais erros por aí, mas depressa e bem há pouco quem.

3 comentários:

  1. Alguns ainda se lembram do pessoal da serra da carregueira,
    eu estava dwe serviço na RAAF em
    Queluz.

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  2. encendeia ou incendeia, é igual. Obrigado, mas já expliquei o erro (só do título).

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