Para fechar o tema ADoP, os documentos finais do inenarrável processo de inquérito que foi pedido a 2 de Julho, decidido avançar nesse dia com a nomeação do seu instrutor e que, de imediato, deu início ao inquérito para o qual recebera, da ADoP/Luís Horta, a documentação do controlo antidoping à Selecção Nacional, a 16 de Maio na Covilhã, e os relatórios de cada um dos três médicos envolvidos; marcaram-se inquirições a 5 de Julho e recolheram-se depoimentos dos três médicos.
Ouvidos os três médicos, de quem já conhecera os relatórios, eis que o inquiridor Sandro Leão pede, a Luís Horta,
indicação dos nomes dos médicos que ouvira. Seriam aqueles mesmo?
Mas não só. Quase dois meses depois dos factos, sem os três médicos terem mencionado qualquer anomalia além de palavrões e frases injuriosas para terceiros da parte de Carlos Queiroz, os três médicos falam de alguns problemas, traduzindo-os por "perturbação", o que afectou gente reputada de tão experiente nestes casos de controlos fora da competição.
Sem nada ter registado dos relatórios escritos pelos três médicos, um datado de 16 de Maio e dois datados de 18 de Junho, o inquiridor Sandro Leão pergunta a Luís Horta se, afinal, houve alguma "desconformidade" e pede-lhe indicações de como decorrei o controlo. Era suposto saber, quer pelos relatórios que os próprios três médicos escreveram de livre vontade, quer das audições aos mesmos a 2 de Julho.
Provavelmente inseguro quanto à identidade dos inquiridos e à "substância" dos problemas na Covilhã, Sandro Maia Leão pergunta o que se lê no ponto 3 da sua missiva de 7 de Julho, dois dias após ter ouvido os três médicos da ADoP. E para uma coisa que foi pedida por Luís Horta (ADoP), ordenada por Luís Sardinha (IDP) e aberto o inquérito pelo próprio Maia Leão que deu logo indicações de se ter posto ao trabalho, tudo a 2 de Julho, para as suas inquietações escritas a 7 de Julho, depois de ouvir os médicos a 5 de Julho, desta vez a resposta de Luís Horta só chegou dois dias depois, a 9 de Julho.
E, sim, a 9 de Julho, pela hora de almoço, Luís Horta, da ADoP, confirma a identidade dos três médicos que estiveram na Covilhã; junta cópias das notificações que lhe foram dirigidas para efectuar esse controlo à Selecção Nacional, claramente documentos enviados a 2 de Julho para efeito de abertura de eventual inquérito. Luís Horta confirma, por fim, ter havido a tal "desconformidade", a falha do dr. João Marques na recolha de um parâmetro numa das a´nálises a um jogador.
Era preciso, por fim, justificar a tal "desconformidade". Os palavrões de 16 de Maio atribuídos a CQ não chegavam, os relatórios dos médicos envolvidos não satisfaziam e houve que chegar ao ponto de rebuçado de encontrar uma "perturbação" para, nos termos da Lei, poder castigar-se Carlos Queiroz.
Depois da ironia descrita no post abaixo, com o "perturbado" José Madeira que foi expulso da FPF e da selecção feminina por... perturbar, a coisa terminou da forma mais esquisita a juntar ao rol de suspeitas que o processo em si, da origem ao seu desfecho, suscitou e tem a competente queixa-crime de Carlos Queiroz para a Justiça averiguar.
Como diria Zita Seabra sobre a sua vida e saída do PCP, foi assim.
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