Villas-Boas sai a ganhar, outros seguem a patinhar...

Fez muito bem o treinador do FC Porto em retractar-se.

Sai a ganhar no fim de um episódio comum no futebol,
confuso como sempre e para o qual as cábulas nem sempre resultam. Induzido em erro, levado pela emoção, frustrado por um empate que soube a derrota, André Villas-Boas reconhece a falibidade da avaliação para que foi conduzido, quando devia ter sido correctamente informado, uma falha interna a que já aludi em baixoi.

É publicado no site do FC Porto uma informação digna e que enobrece o treinador, sem deixar de ter razão quanto a falhas disciplinares do árbitro que penalizaram o FC Porto.

O mesmo não pode dizer-se de quem, em vez de procurar a desculpa certa, encontra o motivo errado para criticar. Era esperado, de resto. Tudo o que se passou em Guimarães no parlatório de fim de jogo e sem alguém lúcido para acalmar os ânimos e transmitir a dose certa de indignação e realismo, seria fatalmente explorado, partindo dos princípios mais básicos e que desmentem a sua proclamada idoneidade e imparcialidade.

O Rascord voltou a ser igual a si próprio. Pegou nas imagens da TV que toda a gente viu e, com um dia de atraso pois podia tê-las (porque também as detectou) usado logo no fim do jogo para desmentir o treinador do FC Porto, faz uma capa atrasada, digna de atrasados mentais e plena de oportunismo bacoco.

Ao invés, um imbecil Bernardo Ribeiro - salvo erro o gordo a que aludiu um dia Carvalhal sobre uma tríade do pasquim - que, nos "frames" com os lances decisivos do jogo e em que incluiu o alegado penálti aludido por AVB, "viu" um penálti de Fucile pegando apenas no seu agarrão a Edgar, e não analisando os agarrões recíprocos em que também o de Edgar deve contar para empatar a contenda, não deve ter pedido desculpas por, nem pela TV, nem um dia depois, reconhecer que a falta é de parte a parte, não devia ter sido assinalada (Xistra marcou a falta que viu, a do avançado vitoriano) e não há penálti.

Um mea culpa, de resto, que outro imbecil, ex-árbitro e pouco digno Pedro Henriques, também devia assumir, ao considerar a falta que só vê de Fucile, não pelo "replay" como vi agora reclamar na TVI, mas por uma câmara atrás da baliza a dar a perspectiva das costas dos jogadores que os árbitros não têm, desvalorizando a falta de Edgar.

Estas coisas não podem ser ditas e feitas impunemente e não é apenas o treinador que se expõe, é toda uma maneira de agir e pensar que tornam medíocre o periodismo desportivo nacional já afundado na credibilidade de vendas cortadas quase a metade em relação há dez anos. Já inundado de escritos pessoais, opinativos e vulgarmente ou redundantes ou patéticos a identificar os autores, o panorama da Imprensa, mesmo a falada na rádio e com imagem na tv, o sector dito desportivo julgou melhorar ao recorrer a ex-árbitros e só deixa mal a figura destes e pior a de quem supõe ajudar o panorama informativo e mais não revela a própria incapacidade de assumir a informação, num mal geral, propagado e aparentemente imparável mesmo que sem benefícios pelo menos evidentes.