Semana da Amamentação?

Hum…, bem me parecia!

Depois do Sporting e do Boavista, o Benfica e até Domingos na Académica. Que campeonato!

A crónica de Vasco Pulido Valente no Público de domingo, sempre entre a polida verve e a cortante interpretação da realidade tuga (adjectivação até por ele já assumida!), apelava-me a dedicar uma semana à Corrupção. Um autêntico filme que eu, como produtor, acedi a cortar para já um bocado.

É que, sensibilizado e mesmo de lágrima ao canto do olho, sem ser preciso o hino, nestas coisas da vida em sociedade independentemente de muito terreno inculto e gente bravia que aqui serpenteia, não resisti ao tema. A RTP abordou o Dia Mundial da Amamentação que em Portugal, pelo ouvido ontem de manhã, parece estender-se por uma semana.

Está bem visto. Aos prós e contras na discussão entre os benefícios do leite materno e o aproveitamento do leite animal por vezes convertido em pó, vale bem uma semana de instrução, consciencialização, divulgação, enfim amamentação de bons hábitos alimentares. Pela estatística, metade das mulheres portuguesas com nascituros já não se dão ao trabalho de servir ao seu rebento. Por isto ou aquilo, por defeito próprio ou demência antecipada, muita mulher diz ao seu bebé para ir mamar noutro lado.

Choradeira por episódios
Realmente, a avaliar pela choradeira, autêntico coro de bebés mal-nutridos, da última semana por causa de arbitragens, o tema é candente. Tem proteínas, vitaminas, minerais e outras coisas mais. Tudo sem contra-indicações, que quando alguns choram, berram até, a Imprensa conveniente afaga no colinho os rejeitados dos favores arbitrários…

Começou no Benfica, na Roubalheira da Amadora, mas ali gostam de assobiar para o ar… Passou ao Sporting, no confronto com o Benfica, com avanços e recuos consoante é a seu favor ou alegadamente contra. Contagiou já a Académica, mas mesmo o Setúbal com razão e o Boavista, com meia razão, já tinham chorado. E quem não chora não mama, como sabemos.

O Sporting teve mais um caso a seu favor nos jogos em Alvalade: e vão 4. Quem realçou ser “importante começar a ganhar”, como o seu presidente em dia de Supertaça, tem de fazer escola com o seu treinador que não sabe distinguir uma falta (até foram 3 num só lance…) só porque jogadores rivais se envolveram numa jogada. Presunção e água benta cada qual toma a que quer…

Teoria da vitimização
Agora, o Benfica veio dizer que, aos muitos penáltis assinalados em Alvalade, também as regras do râguebi se aplicam no futebol. E, justamente, quer que se faça luz sobre os critérios das arbitragens. É claro que, após uns copos a mais numa almoçarada digna da bola, não ficava bem um dos convivas vir falar mal do outro para não ficar com as Orelhas a arder. Saiu-se um tal Cunha, que repetiu ser vice-presidente de uma ou duas coisas de certa instituição. Ele gaguejava, pode ser natural, até por não ter participado no tal convívio de presidentes mesmo. Mesmo assim, disse de uma só vez estar a assistir à teoria da vitimização.

E a extensão do problema dos mal-nutridos de infância atingiu tal ponto que até o ex-portista Domingos perdeu a Paciência e pôs-se a falar do que não devia e do que não sabia.

Ao contrário de Leiria, há 9 meses, apesar do mesmo aborto de árbitro que é Elmano Santos, Domingos desta vez estava perto do lance, no seu banco, para julgar um penálti marcado contra a sua Académica para o seu ex-FC Porto.

Mas Domingos, com a mesma atitude retranqueira com que moldou uma equipa a jogar e a perder em casa sem sair do seu meio-campo, saiu-se a falar mal do que não podia. Faltava-lhe a base, o leitinho da sapiência.

Dizer que “o fiscal-de-linha não correu para a posição que devia depois de assinalar o penálti” (pelo menos o sentido era este) é não saber da poda, Domingos.

Pessoalmente não fiquei muito admirador das qualidades do treinador da U. Leiria na época passada, de cuja competência ouvi até falar mal em matéria de treinos… Tomara que não tenha, um dia, de ouvir um jogador dizer dele que não tem unhas para conduzir um Ferrari... Pode inscrever-se, quiçá, num Dia Mundial da Descoberta de uma Vocação, que pelo menos para árbitro não serve…

(Des)acerto e (Dez)acerto
Depois de duas semanas a falar de erros grosseiros de árbitros-auxiliares, eis que um acerta, cumpre o seu dever, “convence” o árbitro da sua razão. Este, assumindo a competência exclusiva de marcar o penálti, faz com que, então sim, o seu auxiliar vá ocupar a posição devida para a marcação de uma grande penalidade. O auxiliar não manda, não decide, colabora, ajuda e faz o seu papel consoante o que, finalmente, o árbitro determinar. Por essa razão, o auxiliar de Pedro Henriques não tomou a posição no terreno para um penálti, porque o árbitro não o considerou. Assim. Ponto.

Por falta de leite materno e, por simpatia, uma diarreia mental, um treinador vem lançar, mais uma vez, a confusão. Domingos ficou mal na fotografia. Já nos bastaram os dislates, em directo, de um repórter de pista comprovadamente parvo a dizer que era fora da área ou que viu o “liner” apontar para fora da área. Entrementes, relatador e comentador, como em 40% do tempo de jogo, falavam de coisas marginais como, além das cenouras no Bolhão, os auriculares que não impediram o árbitro de ir ouvir bem o que o seu auxiliar tinha para certificar.

Luís Marcelino assinalou uma falta evidente que o árbitro ia deixar sem marcar, deu indicação de apontar para dentro da área, nunca vacilou mesmo passando um dedo para retirar o suor da testa naquele momento de pressão e na consciência de ser uma situação de risco. Merecia uma estátua se não fossem tantos cães à sua volta, na sua natureza animal, terem a inclinação para lhe mijar aos pés.

Para certa choraminguice, de meninos mal instruídos, incultos, invejosos e ridículos, sobram umas palpadas no traseiro em compensação do leite que não terão mamado ao nascer. Têm uma semana, em sossego, para aprender.