01 agosto 2008

«Notáveis Azuis» - Aloísio Alves

Aloísio Pires Alves nasceu em Pelotas, Brasil, em Agosto de 1963. No Rio Grande do Sul, cumpriu a sua formação no maior e mais consagrado clube da região, o mítico Internacional de Porto Alegre. Com cerca de 20 anos, o brasileiro era já pedra importante na equipa, e para o comprovar está a chamada à Selecção do seu país para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Seul, prova em que ajudou a conquistar a medalha de prata. Desde então, o jovem defesa-central encantou os emissários espanhóis do Barcelona, que não mais o haviam de esquecer.

Cerca de dois anos volvidos, o Barcelona conseguia finalmente concretizar um sonho antigo. Aloísio entrava assim na Europa pela maior porta possível, e começava a carreira em Espanha da forma que sempre demonstrou abraçar qualquer projecto: com humildade e sobriedade. Depois de uma temporada de bom nível, Cruyff (com as suas manias) resolveu retirar o brasileiro da equipa, oferecendo de bandeja a sua posição a Ronald Koeman. Assim, e no final da temporada de 89/90, Artur Jorge trazia para o seu Porto um defesa-central de peso, um elemento que haveria de deixar uma enorme marca no clube, num período a todos os títulos memorável. Jogando inicialmente com Geraldão, Aloísio partilhou também o centro da defesa com Fernando Couto, José Carlos, Paulo Pereira e o inevitável Jorge Costa. Para quase todos eles, Aloísio foi como um mestre, concedendo-lhes ensinamentos e conceitos fundamentais para a sua afirmação. E o brasileiro era isso mesmo, um mestre, um guru, que com a calma que o caracterizava tinha uma capacidade única para passar a sua mensagem.

Foram 11 os anos de dragão ao peito, que se iniciaram com um inseguro contrato de empréstimo, e que terminaram com uma “religiosa” ligação única entre atleta, adeptos e direcção. E se a nível individual foi marcante, colectivamente a sua passagem coincidiu com um período igualmente brilhante para o reino do dragão. Dos 7 títulos de campeão nacional que conquistou (18 títulos no total), 5 deles foram consecutivos - o célebre penta-campeonato, de 1994/95 a 1998/99 - tendo aliás o brasileiro arrecadado o “título” de atleta mais utilizado em todos eles! Foram ao todo 149 partidas, mais 3 do que outro ícone azul, Ljubinko Drulovic. E se melhor forma haverá para demonstrar a sobriedade e desportivismo deste grande jogador, é interessante verificar como, na partida de consagração do “penta”, Aloísio foi o único a não ostentar a mão aberta (ver imagem).
Em campo, Aloísio era um «zagueiro» que roçava a perfeição. Alto, forte, a sua inteligência permitia-lhe garantir um posicionamento sublime, algo que no confronto directo por diversas vezes lhe garantia recuperações sublimes, plenas de categoria. Nas alturas era imperial, e sem ser um jogador duro ou faltoso era quase sempre o elemento com maior número de recuperações no conjunto azul-e-branco. Ofensivamente deixou também a sua marca por diversas vezes, e é recordada com emoção a última temporada do penta-campeonato, na qual Aloísio alcançou vários golos numa equipa de sonho, com Deco, Zahovic, Capucho e Mário Jardel.

Em 2000, com 37 anos, e apesar de ter entre mãos algumas propostas para continuar a jogar, Aloísio encerrou a sua carreira como jogador profissional mantendo-se “agarrado” ao seu clube do coraçao num cargo técnico. E os títulos mantiveram-se: com Mourinho no leme, Aloísio foi um dos adjuntos que ajudou o clube a vencer vários títulos, entre eles a Taça UEFA e a Liga dos Campeões. Seguiu-se a aventura como técnico principal, algo em que certamente ouviremos o seu nome novamente. No entanto, uma coisa é pacífica para qualquer seguidor do futebol luso: dificilmente uma personalidade estrangeira pisará os relvados nacionais com a classe que Aloísio evidenciou.

Artigo também publicado em www.jogodearea.com

Nota do Administrador:
Hoje: Torneio Internacional de Braga > FCPorto - Leixões, 21H15 - SportTv

17 comentários:

  1. Aloisio um grande icone da minha juventude... que grande jogador!

    ah, só um reparo:
    "E se melhor forma haverá para demonstrar a sobriedade e desportivismo deste grande jogador, é interessante verificar como, na partida de consagração do “penta”, Aloísio foi o único a não ostentar a mão aberta (ver imagem)."

    tenho à minha frente um quadro que diz exactamente o contrario, ele está com a mão bem aberta :o)

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  2. Um dos melhores centrais que vi jogar no FCP. Se avaliarmos apenas a postura como homem, atrevo-me a afirmar que foi seguramente o melhor.

    Merecia mais. Merece mais.


    As memórias que tenho do Aloísio são 'todas' boas...não fosse aquela fatídica noite em Nou Camp, onde Robson decidiu (bem) em coloca-lo a defesa esquerdo. Eram as meias finais da Liga dos Campeões, naquele formato amigo, em que as meias eram decididas a uma mão.

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  3. Totalmente de acordo. Foi um grande jogador dentro e fora do campo, o exemplo que todos os jovens deviam seguir. Tem direito a figurar entre os imortais do FCP.

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  4. Vi apenas algumas epocas dele mas as suficientes para ver o jogador que era, talvez tenha sido com ele que começou a saga de grandes centrais no FCP.

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  5. Leio esta notícia no JN de hoje (on-line):

    UEFA repreende advogado do Guimarães
    01h52m
    N.A.L.
    A UEFA notificou, ontem, Gonçalo Gama Lobo, advogado do Vitória de Guimarães, no sentido de o causídico não enviar mais documentos sobre o processo no qual os vimaranenses reclamam a entrada directa na Liga dos Campeões, em detrimento do F. C. Porto.

    A missiva dá conta da mesma mensagem já ter sido expressa, em comunicado interno, a 16 de Julho, no entanto, o advogado do clube minhoto continuou a mandar mais documentação, negando ter recebido qualquer comunicação no sentido contrário. "Desconheço essa carta de 16 de Julho", explica, ao JN

    Por isso, desde essa data, o advogado enviou à UEFA partes do parecer jurídico de Freitas do Amaral sobre as deliberações do Conselho de Justiça, o comunicado de Gilberto Madail, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, assim como o próprio comunicado do órgão federativo, dando conta da suspensão do presidente Pinto da Costa por um período de dois anos. Mas a UEFA pediu ao causídico para não dirigir mais elementos sobre o processo, pois o organismo que tutela o futebol europeu não vai tomar nenhuma acção disciplinar até o TAS (Tribunal Arbitral do Desporto) enviar as suas deliberações à UEFA. Neste capítulo, a mais alta instância jurídico-desportiva já tinha confirmado a decisão do Comité de Apelo, no sentido de manter o F. C. Porto na próxima edição da Liga dos Campeões, mantendo-se o actual quadro competitivo com o Vitória de Guimarães a disputar a pré-eliminatória da prova - o sorteio está agendado para hoje - e o Benfica, que também reivindicava a Champions, irá disputar a Taça UEFA

    Documentos de nada valem

    Na notificação da UEFA enviada ontem, com o conhecimento do F. C. Porto e do Benfica, o organismo também explica que "a correspondência enviada" pelos vimaranenses, "sem qualquer pedido do Comité de Controlo e Disciplina", como foi o caso, "não terá qualquer efeito" no processo

    O organismo só irá ouvir as tomadas de posição do Vitória de Guimarães quando convocar o advogado Gonçalo Gama Lobo, naquilo que pode ser interpretado como um conselho ao causídico: "Convidámo-lo a guardar para si as opiniões legais sobre a resolução do processo, enquanto não for chamado para isso".

    e recupero o que escrevi há dois ou três dias sobre o tema (sendo que, entretanto, o desbocado em busca de protagonismo, ainda veio dizer, posteriormente, que o facto de o V.G. estar no sorteio da pré-eliminatória da Champions não era definitivo e que a UEFA poderia reapreciar o caso (again, and again and again):


    "Antes do mais, isto é uma não-notícia. Não tem nada de novo, nem nada iria mudar esta semana, face a tantas e grandes decisões assumidas pelo TAS e pela UEFA.

    Não são só os (ir)responsáveis vimaranenses a mostrarem-se idiotas e cobrirem-se de ridículo.

    Quem veicula notícias do chove-não molha é igualmente parvo. Ontem deparei, tardiamente, com a não-notícia do dia que é a de uma intenção ser impraticável, inaplicável no contexto da questão e que muitos teimam, ainda, em confundir alhos com bugalhos (...)

    estamos a perder tempo com atrasados mentais e atrasados no tempo. Os de Guimarães tanto fizeram que nesta situação ficaram sós na palhaçada e estupidez que protagonizam. Já não bastaram os parolos de Guimarães (...) sejam dirigentes ou instrutores jurídicos externos na associação à causa benfiquenta. A coisa da parvoíce pegou-se, em definitivo, aos jornalistas incapazes de lerem, de perceberem, de contextualizarem e actualizarem, se for o caso, as notícias. Como a porcaria abunda na desComunicação Social, a merda espalha-se em Portugal no aproveitamento obsessivo de uma coisa que está morta, enterrada e dificilmente será ressuscitada (...)

    Primeiro, o TAS não está por cima da UEFA, a não ser como última instância (e não a primeira) de recurso. Não está por cima no sentido de que, antes de uma decisão do TAS mediante recurso (como o indeferimento recente às pretensões do Benfica e V.G.), está a própria posição da UEFA nesta matéria.

    Neste sentido, antes do TAS e de qualquer outra coisa como esperar pelas sentenças dos tribunais portugueses está a posição de DOUTRINA de 13 de Julho do Comité de Recurso da UEFA. Aí é que tudo está previsto para eventual reavaliação da situação futura do FC Porto. Não é Platini, não é a Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA, não é nada que possa ultrapassar o que o Jury d'Appel instituiu nessa data.

    O que é importante relembrar, ainda que nas idas ao TAS o Benfica tenha alterado a versão de modo que lhe fosse conveniente depois de sair do Júri de Apelo a reclamar vitória a 13 de Julho, é que:

    - A situação da retroactividade será analisada posteriormente e depois de a Comissão de Controlo e Disciplina explicitar a regra 1.04 d) que esteve na génese de tudo isto.
    - ou seja, quando houver decisão definitiva sobre o recurso de Pinto da Costa nos tribunais portugueses, e só esses contam como frisou o Júri de Apelo nesse dia que devia ficar na memória até em nome das pessoas inteligentes e que não aldrabam por tudo e por nada, o caso irá subir de novo, como processo disciplinar, à Comissão da UEFA de 1ª instância, como foi em Junho, as partes alegarão e mediante a decisão que sair daí há recursos para o Júri de Apelo.
    - portanto, tudo tem de ser feito como da 1ª vez, em Junho, com direito a defesa do arguido e recurso eventual.
    - mas ficou claríssimo que, primeiro a Comissão de Disciplina tem de falar de um caso disciplinar ou de um caso administrativo (reler de novo a sentença de 13 de Julho, com data de 15 e que aqui trouxe em devido tempo); segundo a clariricação da alínea da famigerada regra cabe à Comissão de Disciplina.
    - até lá, portanto, porventura antes de uma deliberação definitiva em Portugal, a Comissão de Disciplina tem de alterar o texto do artigo das condições de admissão nas provas da UEFA. Porventura, a famigerada regra poderá já nem abarcar o caso do FC Porto, ou teria de abarcar o caso dos italianos a quem foi permitido na época passada competir fazendo-se tábua rasa da regra.

    É isto e só isto que está em causa.

    Não se vai ao TAS por ir, tem que se seguir os trâmites na UEFA e depois mandar recurso para o TAS.

    O TAS, como agora se viu, só recebe os assuntos após esgotadas as vias de recurso de várias instâncias.

    Não é que um se sobreponha ao outro, da mesma forma que não é um clube, por mais pintado que seja, que manda directamente à UEFA uns papéis com a obrigação de esta os analisar. As coisas são enviadas lá para fora via FPF que, entretanto, tem de notificar os clubes envolvidos e não é por retirar-se, por exemplo, do seu site uma informação que tem validade jurídica - o que presumo que a pressa vimaranense fez para encaminhar o processo, mais uma vez de forma errada e não lhe bastou, já, a serôdia ideia de ir a reboque do Benfica quando não precisava a não ser esperar que, se ao Benfica fosse dada razão, o V.G. beneficiaria dela sem ter dado um passo que fosse, aliás como explicou Adelino Caldeira.

    (...)

    Foi, por isso, aberrante para mim ver ontem à noite, em diferido, que o tal Gama qualquer coisa em nome do V.G. foi à RTP-N cagar postas de pescada como se houvesse alguma coisa de excepcional no assunto. Aí o parolo não foi ele, mas o editor televisivo que permitiu que tal ocupação abusiva do espaço noticioso fosse tamanha ofensa à capacidade jornalística de saber redigir uma notícia contextualizada.

    Infelizmente, é a merda do jornalismo/parolismo que tempos.

    E que se reflete no diz-que-disse e nas não-notícias postas a circular sem cabimento algum.

    Poranto, digo eu agora, o 4º parágrafo a contar do fim já fazia supor que os parolos de Guimarães enviaram directamente à UEFA a papelada que entenderam (parece que só uma parte do parecer do Freitas, porque os gajos em Nyon têm "quadros mentais rígidos" se se lembram da opinião do tal Gama, pequenino nesta história e sem nível para o grande descobridor da Índia.

    Se todos perceberam a exaustiva mas creio que completa contextualização que fiz então, agora têm a informação oficial da própria UEFA.

    De repente, sinto-me como se percebesse disto tudo ou há tanta gente parva em toda a história...

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  6. Como não me fica bem passar sem comentar a posta do dia, fico grato pela evocação de um grande, que foi pentacampeão de mão cheia e em 10 ou 11 épocas esteve sempre à altura do clube - mesmo num ano em que ameaçou sair, sem ofender ninguém, de volta ao Brasil mas ainda ficou por mais três ou quatro anos, antes de ingressar como técnico nas camadas jovens.

    Um dos maiores defesas centrais da história do FC Porto.

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  7. Grande Dragão este Aloisio... Parabéns

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  8. O melhor defesa central que passou no FCP durante os anos que vivi.

    Classe pura, e um autêntico senhor.

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  9. Grande jogador.
    Grande também como pessoa.

    Tenho uma boa recordação de uma vez termos conversado um pouco na Praça Velasquez.
    Devia ter uns 7 ou 8 anos.
    "Falei com um jogador do Porto" contava eu a toda a gente.

    e agora fiquei nostalgico :)

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  10. Para mim foi o maior defesa central da nossa historia.
    Nenhum outro tinha tanta classe.
    Velocidade , força, inteligencia, muita, muita técnica e muito, muito sangue frio.

    Como diz o Menphis, um senhor.

    Recordo-me do respeito que todos tinham por ele. Colegas e adversarios. Sem ser agressivo e sendo mais cerebral, dir-se-ia que a sua superior técnica e inteligencia assim o permitiam.

    Também me recordo daquele que provavelmente foi o pior momento da sua carreira, ainda em Barcelona, quando o pichichi da altura, aquele ranhoso do Hugo Sanchez (Real Madrid), lhe partiu uma perna numa das entradas mais violentas de que tenho memoria.

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  11. Para mim claramente um dos maiores centrais que vi jogar.
    E manteve sempre uma postura de Campeão, respeitado por todos mas de uma grande simplicidade.
    Tem um lugar de muito destaque na História do Clube.

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  12. Como diria o "Zé Luis": um Campione, dentro e fora do campo!

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  13. Vai ser um bom jogo entre FCPorto x Leixões.

    visitem

    http://www.campeoesfcporto.blogspot.com

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  14. neste momento está:

    FCPorto 1-0 Leixões

    visitem

    http://www.campeoesfcporto.blogspot.com

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  15. Ganhámos 3-0 ao Leixões!!!
    abraços e BiBó PoRtO!

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  16. Um grande abraço para o Aloísio, que é um grande senhor fora das quatro linhas. Encontrei-o várias vezes no Dolce Vitta e sempre sorridente e afável para quem demonstrasse conhecê-lo...Depois no campo, um fora de série, quando estava no Estádio, dois jogadores se notabilizavam de imediato quer pela movimentação ou pela estatura: Jardel e Aloísio...Eram duas grandes referências das equipas do FCPorto desse período! Ainda bem que somos unânimes nesta apreciação, porque ele merece todo o nosso apreço e respeito, pelo grande trabalho que fez no nosso Clube! que VIVA ALOÍSIO!...

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