26 janeiro 2009

Cebola, de chorar por mais…

Para não se perder o essencial: qualidade do jogo e competências individuais. No melhor ataque do campeonato, Rodriguez já fez 5 golos em metade do tempo que precisou para fazer 6 no Benfica

Sabia que a espera seria em vão. Não cansa, nem chateia. Mas é revelador. A indiferença com que o golão de Rodriguez no Nacional foi tratado – numa “bicicleta” menos “ortodoxa”, mais além do improviso que é uma “invenção” acrobática daquele quilate – ao longo da semana, apesar de figurar nos rankings para “golo do ano”, é explícita quanto à falta de qualidade na análise ao jogo que por aí vai.

Estive para dar-lhe o realce merecido, mas naquelas teimosias minhas, dei oportunidade a outros. Sabia, pela demonstração do seu enorme potencial agora finalmente revelado, que o Cebola nos faria chorar por mais golos assim. Primeiro, consolidou em campo a sua importância na equipa que, em remodelação em competição, sofreria a integração dos mais novos que representam metade do 11 titular. Depois, desatou a marcar golos: o que era um deserto de ideias passou a ser um vale fértil a germinar de alegria no jogo e uma fonte de golos imprevista: não só de assistência para golo, mas a marcá-los mesmo.

Para quem duvidava de que, ou era um peixe fora de água no Dragão e desligado da equipa ou, pior ainda, nunca conseguiria ser sequer o jogador que foi apenas mediano na Luz (e com destaque relativo face à mediocridade em que esteve inserido então), Rodriguez era mais um flop; pois aí está com 5 golos no campeonato em metade do tempo que demorou a marcar 6 pelo Benfica na época passada.

Este golo em Braga, de cuja ilegalidade não se duvida pelo fora-de-jogo milimétrico de Hulk (mas perceptível, sem ter o contorno de escandaloso como outros recentes com várias cores) mas a anteceder um golo de Tomás Costa estranhamente avaliado por décimas de milímetro como irregular aos olhos dos mesmos observadores em campo e na tribuna, mostrou do que Rodriguez é capaz.

O trabalho de fina técnica, no domínio da bola, na acção de a manter controlada e fora do alcance de um defesa, a rotação tudo em movimentos sucessivos de levar a bola com a coxa para admiti-la ao jeito do seu pé esquerdo, em rapidez e perícia, no remate perfeito, deu um golo maravilhoso, daqueles que vale a pena chamar gente ao futebol.

E é essa marca que prevalece, para quem estiver vivamente interessado. Os adeptos vão aos estádios para ver os jogadores, não para ver os árbitros.

Podem insistir no argumento da precedência da ilegalidade no lance, que é aceite sem rebuços e de forma unânime. Mas nuns toninhos que comentam apaixonadamente golos irregulares, rebuscando livros de regras, atentos aos erros de arbitragem que lhes escapou noutras partidas de que são relapsos em distracção e silenciamento (quando não branqueamento) em redescobertas funções de avaliação dos árbitros, não se ouviu um murmúrio só sobre a qualidade da execução de Cebola. Helàs!, até se ouviu falar em passividade defensiva bracarense!...


Cristian Rodriguez é uma das fontes diversificadas que alimenta o futebol ofensivo, largo e profundo, que carece ainda um pouco de eficácia por sinal encontrada na Pedreira, do FC Porto. Para mal de muita gente – é dos dragões o ataque mais concretizador do campeonato –, para dor de quem previa que a sua vida corresse mal no Porto e engulhos a quem multiplica adjectivos a uma plêiade de avançados de outras equipas para os quais as defesas contrárias nunca são lentas, as desmarcações dos aríetes de eleição são sempre imparáveis e os méritos cabem por todo a quem marca.


Por isso aqui fica o destaque a quem de direito.

20 comentários:

  1. Muito oportuno este comentário, Zé Luis. De facto para um jogador "inconsequente", não está nada mal não senhor.
    O Cebola não se tem contentado apenas em marcar golos, mas também em fazê-lo de forma diversificada e cada uma mais bela. Realmente toda a gente discute o fora de jogo, do Hulk no primeiro golo, mas ninguém valorizou devidamente o magnífico trabalho do Rodriguez.

    No entanto penso que ainda está para vir o melhor, aquele tridente atacante continua, muito naturalmente, em fase de afinação. Eu acho que ainda esta época veremos mais coisas maravilhosas a sair dos pés ou cabeça quer do Rodriguez, quer do Lisandro e do Hulk.

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  2. Nunca duvidei da qualidade do rodriguez que já o ano passado via, teve o seu periodo de adaptação a um clube grande e pelo que se sabe andou a jogar em condiçoes longe das ideais fisicamente. Ele é o tipo de jogador que eu gosto de ver que tem técnica mas acima de tudo é um jogador que encarna aquele que tem que ser o espirito dos jogadores do porto que é a entrega e luta durante o jogo, o jogo pode nem lhe correr muito bem mas vai deixar sempre tudo em campo.

    De resto e acho que já o disse aqui o nosso tridente atacante, na relação qualidade/(raça e capacidade defensiva) é um dos melhores do mundo, e isso está-se a começar a ver com mais nitidez agora, quem dera que possam ficar os 3 por mais uma epoca.

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  3. A diferença de tratamento entre a "rabona" do Aimar em guimarães e a "chilena" do cebola na madeira é deveras gritante.

    mas como diz a minha avó:

    "quem nunca teve galinhas pensa que merda é um ovo"

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  4. Completamente de acordo e embora se tenha exigido demais, num período em que C.Rodríguez se estava a adaptar a uma nova realidade - o F.C.Porto não tem nada, em termos organizacionais, a ver com o Benfica -, acho que beneficiou muito com a titularidade do Hulk. O brasileiro é uma força da natureza, que aparece em todo lado e desiquilibra de todo o lado e disso beneficia o Cebola que não fica tão amarrado e não se vê, como há tempos atrás, rodeado de vários adversários. Precisa ainda de melhorar nas ajudas, quando jogamos contra equipas que têm laterais que sobem muito.

    Tudo somado, é uma excelente contratação.

    Um abraço

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  5. O Rodriguez é um jogador de eleiçao, como é o Hulk, como sao o Lisandro e o Lucho.

    Assim que teve o seu raio de acçao alargado, viu o seu futebol começar a explodir. Falavamos dos aparecimentos na area e do amarrar à ala. As melhorias sao visiveis.

    A utilizaçao do Hulk que so pecou por tardia, também vem provando que o melhor ainda esta para vir.

    Se Lucho engata com o posicionamento no meio campo e o Lisandro entra numa fase de inspiraçao semelhante à do ano passado, so podemos esperar o tetra e flores na Liga dos Campeoes.

    Digo aqui em relaçao ao Cissokho aquilo que disse do Hulk nos primeiros 15 minutos que o vi jogar. Mais um achado, vai ser um caso sério de sucesso. Preparem-se.
    Tem explosao e velocidade e nota-se nas rotaçoes que tem potencial para trabalhar aqueles "rins" e o posocionamento defensivo. Ainda temos um mes até ao Atlético. Toca a trabalhar no duro.

    Quanto às bestas da comunicaçao social, so da para rir.
    Ainda ha burros que nao sabem o que é o regime.
    Para as bestas que nao sabem, ele ainda existe. Manifesta-se todos os dias.

    Mas da prazer ver galinhas falar assim. Quanto mais anos com a cabeça enterrada na areia, mais anos de seca.

    Gostava de ter visto este alarido depois do penalti escamoteado e o golo limpo anulado, ambos com o Trofense.
    Mas isso sao sonhos.

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  6. Agora atençao que temos 3 jogadores em risco. Hulk, Lisandro e Fucile.
    Ha quem ainda possa fazer as coisas por outro lado. o regime esta ai para durar.

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  7. "Para mal de muita gente - é dos dragões o ataque mais concretizador do campeonato..."

    Zé Luis, e isto apesar dos golos limpos anulados, das oportunidades flagrantíssimas que são desperdiçadas jogo após jogo e do record do Guiness de bolas nos ferros que já vai em mais de vinte. Não fora isso, estávamos a marcar golos como o Barcelona.

    Em relação ao Cebola, a má fé da cs sabuja mete ainda mais nojo que habitualmente. Punham-no nos píncaros, por muito menos, quando estava no SLB, e agora, que faz muito mais, objectivamente muito mais, que faz sucessivos golos monumentais, torcem o nariz, torcem as palavras, torcem o focinho. Sabujos filhos da puta, que só ganhavam juízo no Pelourinho, a chicote, à moda antiga.

    Em relação ao Cissokho, e complementando o que disse o Soren, vejo nele um defesa/lateral melhor que o Bosingwa com a mesma idade e com o mesmo tempo de Porto. Se evoluir como evoluiu o Bosingwa, temos jogador para nos dar muitas alegrias desportivas e financeiras.

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  8. Excelente a subida de rendimento da equipa depois da semana negra em que tivemos 3 derrotas seguidas. Contabilizando somente os jogos da Liga e da Champions, porque nos outros praticamente só tem jogado uma segunda equipa, foram 9 vitórias e 2 empates.

    Para isso têm sido fundamentais alguns jogadores:

    Fucile, que está finalmente recuperado da lesão que teve ao serviço da selecção (tal como Rodriguez), fez esquecer completamente Bozingwa nos últimos jogos. Definitivamente é na direita que rende mais.

    Rolando cada vez mais entrosado com Bruno Alves.

    Fernando tem tido a evolução mais surpreendente. A sua qualidade de passe tem melhorado bastante.

    Rodriguez finalmente a fazer aquilo em que é mais perigoso, as diagonais para dentro. Mas tem de melhorar a capacidade de passe.

    Hulk, o tal que não passava a bola, já leva cinco assistências no liga.

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  9. Estou de acordo consigo Zé Luís, a manipulação está de tal maneira entranhada na sociedade e comunicação social que até os portistas estão a ceder. Não pode ser assim. Contra tudo e contra todos! Quem me conseguir mostrar semelhanças entre o ROUBO da Luz, e os enganos de Braga que avance. Para mim é simples o BRAGA foi roubado contra os lampiões em três pontos, contra o Porto não! Nós merecemos justamente a vitória! Ah... quanto à questão do JN, não sei se adianta de alguma coisa mas descobri isto:



    http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=10507&Itemid=28#manifesto



    Também uma palavra para o jogo entre o Ramaldense e o Salgueiros no Bessa com 5000 adeptos, num jogo da segunda distrital da AF Porto.

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  10. Existe uma coisa que me impressionou no Rodriguez no golo contra o nacional: não é o pontapé de bicicleta que mais prece um triciclo, é a rapidez da sua execução, e nisso ele esteve brilhante. Penso que Rodriguez percebeu o que é o FCP e a equipa percebeu-o a ele ,assim como o treinador. Todos ganham com isso e ainda bem.

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  11. além disso, os resultados estão a ajudar e com isso a tranquilidade, até para falhar, é outra, a bola já não queima o que queimava.

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  12. do José Correia do reflexão portista:

    Livre conduto para denegrir o FC Porto
    «Os Donos da Bola reflectem muito aquela curiosidade pacóvia que temos quando paramos a ouvir uma conversa de peixeiras ou quando se organiza uma enorme fila de carros que pára na estrada só para ver os mínimos estragos de um simples toque de dois veículos. (...)
    Misturam-se também, neste programa semanal, outras coisas bem menos felizes: relembro a entrevista da semana passada, de José Manuel Mestre ao secretário-geral da UEFA, Gerhard Aigner, em que se tentava conduzir a entrevista conduzindo o entrevistado com perguntas canhestras como "Sabe que o Sr. Pinto da Costa insultou dois árbitros no ano passado?". Aigner é raposa velha e, com um indisfarçável ar de enfado, foi-lhe respondendo educadamente. Fazia lembrar François Mitterrand, que no primeiro septanato na Presidência da França, chamou um dia a Giscard d'Estaing "le petit telegraphiste", porque este andava pela Europa a fazer queixinhas do Presidente do seu país.»
    Manuel Queiroz, PÚBLICO de 01/12/1996


    Alguém na RTP lembrou-se de enviar um jornalista a Madrid para fazer uma entrevista ao ex-jogador do FC Porto Paulo Assunção a qual, pela forma insidiosa como foi conduzida e pelas perguntas canhestras que foram feitas, me fez recordar a entrevista de há 12 anos atrás de José Manuel Mestre (jornalista da SIC) a Gerhard Aigner.

    Estranhamente (ou não) a entrevista, conduzida (e de que maneira!) pelo jornalista Hélder Conduto, não teve qualquer pergunta sobre o actual clube de Paulo Assunção, sobre a adaptação do jogador a uma nova realidade (cidade, país, clube ou campeonato), ou sequer sobre o desempenho do Atlético de Madrid e as perspectivas dos colchoneros para esta época.
    Não, o interesse do jornalista da RTP era outro. Queria que o jogador dissesse porque razão não tinha renovado pelo FC Porto.

    Ora, conforme é público, o processo da renovação do médio-defensivo brasileiro arrastou-se durante toda a época 2007/08, com o jogador a recusar as sucessivas propostas que a FCP SAD lhe fez. De forma resumida, relembremos o que aconteceu nos últimos meses da época passada.

    Em 2 de Fevereiro de 2008, após a vitória (4-0) sobre o U. Leiria, Paulo Assunção foi confrontado com os rumores que havia na comunicação social, sobre a possibilidade de abandonar o FC Porto mediante o pagamento de uma indemnização equivalente ao valor dos seus salários até ao final do contrato. O jogador afastou liminarmente esse cenário afirmando:
    “Também vi isso nos jornais, que posso sair pagando os salários, mas o meu empresário está a falar com a direcção do FC Porto.
    A minha vontade é ficar aqui, mas ainda não há acordo. Eles [FC Porto] estão a apresentar uma situação boa para eles, eu estou a apresentar uma situação que seria boa para mim.
    Interesse de outros clubes? Só sei pelos jornais, tenho contrato até 2009 e quero ficar aqui.”

    Em 23 de Fevereiro de 2008, após a vitória (3-0) sobre o Paços de Ferreira, Paulo Assunção voltou a negar a existência de contactos com outros clubes e afirmou:
    “Como está a minha renovação? Confirmo que o meu empresário está a falar com o FC Porto e que o processo está em marcha. Estamos na fase das negociações”.

    Perante as sucessivas recusas do jogador às propostas de renovação que a SAD portista lhe ia apresentando e aos rumores, cada vez mais fortes, de que o jogador ia rescindir o contrato recorrendo à lei Webster, em 13/03/2008 o seu empresário – Ilson Visconti – veio a público reconhecer que o médio brasileiro estava a ser aliciado para rescindir contrato com o FC Porto no final da época.
    “É verdade que têm surgido muitos empresários a propor essa saída ao Paulo. Ele foi aliciado para rescindir com o clube no final da época, pedem-lhe para fazer isso, mas o jogador quer ficar”.

    No dia 22 de Abril de 2008, O JOGO publicou uma notícia onde refere:
    «Paulo Assunção tem contrato com o FC Porto até 2009 e os portistas pretendem prolongá-lo até 2012, intenção que tem encravado nas exigências do jogador, consideradas pouco razoáveis pela administração da SAD. Paulo Assunção é um dos elementos nucleares da equipa de Jesualdo Ferreira, mas não é internacional e já tem 28 anos de idade.»

    Finalmente, e culminando aquilo que toda a gente já tinha percebido (o jogador não ia renovar porque tinha propostas de clubes estrangeiros que a FCP SAD não poderia cobrir), a 30/04/2008 a agência Lusa divulgou a seguinte notícia:
    «Continuam as especulações da imprensa sobre o alegado assédio do Atlético de Madrid a jogadores portistas. Depois de Raúl Meireles e Lucho González, a imprensa desportiva fala em Paulo Assunção, atestando que os responsáveis do emblema madrileno perguntaram à SAD portista o preço do passe do jogador.
    O processo de renovação de Assunção com o Porto prossegue sem acordo e diz-se que o brasileiro solicita um aumento desmesurado no salário para prolongar o actual vínculo que se prolonga até ao fim da próxima época.»

    Há muito que se falava no Atlético de Madrid como estando por trás das sucessivas recusas do Paulo Assunção em renovar o contrato, mas esta noticia da Lusa, de finais de Abril, veio clarificar a situação.


    Eu percebo muito bem que em vésperas de vir ao Estádio do Dragão, dê jeito ao jogador dizer que não renovou por causa do episodio das ameaças que lhe foram feitas à saída de um treino. Contudo, há um pequeno “pormenor” que desmente esta versão. Este incidente ocorreu em 15/05/2008, numa altura em que já era público que o jogador ia rescindir o contrato porque tinha quem lhe pagasse mais (até os nomes dos clubes interessados eram do domínio público).

    Sendo isto mais que óbvio (há enumeras noticias da altura que o confirmam), porque razão a RTP enviou um jornalista a Madrid cujo único propósito pareceu ser reescrever a história, ignorando deliberadamente factos que tinha obrigação de conhecer?

    Mais. No final da entrevista, o pivot do ‘Domingo Desportivo’, o mais famoso adepto do União Sport Clube Paredes - Carlos Daniel -, virando-se para António Tadeia comentou que as declarações de Paulo Assunção iam dar umas manchetes de jornais (sim, de manchetes anti-Porto percebem eles...).

    Mas o que é que as declarações do médio brasileiro têm de novo para justificar manchetes?

    Nada. A única coisa de novo é a contradição entre o que Paulo Assunção afirmou à RTP (“disseram-me que, se não renovasse até quarta-feira, levaria um tiro num joelho”) e o que tinha dito há um mês atrás, em entrevista a O JOGO (edição de 26/12/2008), em que disse que um grupo de adeptos que tinha assistido ao treino ameaçara partir-lhe uma perna.

    De resto é uma notícia requentada, porque no próprio dia em que o incidente se verificou (há mais de oito meses!), a comunicação social deu conta do mesmo, tendo sido amplamente noticiado por televisões, rádios e jornais.

    «Paulo Assunção, jogador do Futebol Clube do Porto, apresentou queixa na PSP, contra desconhecidos. O jogador contou à polícia que tinha sido ameaçado à saída do treino de terça-feira, por quatro indivíduos.
    Os indivíduos aconselharam-no a assinar a renovação de contrato com o FC Porto nos próximos dois dias ou poderia sofrer consequências físicas.»
    in SIC online, 15/05/2008 10:49

    Por tudo isto volto a perguntar: o que pretende a RTP com este tipo de campanhas anti-FC Porto?
    Competir neste "campeonato" com a TVI, 'Correio da Manhã', Record e 'A Bola', para ver quem conquista a maior fatia de simpatia entre os milhões de frustrados que odeiam os actuais Tri-campeões nacionais?

    Relativamente ao jornalista Hélder Conduto, após ter trocado (em Maio de 2006) a TSF e a SIC pelo grupo RTP, tendo assumido a função de coordenador de desporto da estação pública, este benfiquista natural de Aljustrel mostra que tem ambição e que sabe qual é o caminho mais curto para chegar ao topo.

    Parabéns Hélder, mais uma ou duas entrevistas destas e és promovido. Aliás, até já tenho uma sugestão para os anúncios da tua próxima entrevista:
    «Exclusivo RTP. Saiba o verdadeiro motivo de Adriaanse se ter pirado do Porto».
    Já imaginaram as manchetes bombásticas que uma entrevista com o holandês podia dar?
    Até já estou com água na boca... É desta que vamos entalar o Pinto da Costa!


    P.S. Algumas das perguntas que o jornalista da RTP se “esqueceu” de fazer ao Paulo Assunção:
    - Em Junho de 2004 tinha um compromisso verbal com o Sporting mas acabou por assinar pelo FC Porto. Quanto é que o FC Porto lhe ofereceu a mais do que o Sporting?
    - Quando assinou contrato com o FC Porto fê-lo até Junho de 2009. Assinou o contrato com o FC Porto coagido ou ameaçado por alguém?
    - Alguma vez o FC Porto desrespeitou compromissos que tinha consigo, nomeadamente ao nível de salários ou prémios?
    - Apesar de não ter chegado a um entendimento para a renovação do contrato com o FC Porto, alguma vez foi colocado de parte ou deixou de ser convocado por causa dessa situação?
    - Acha bem que recorrendo à lei Webster os jogadores possam desrespeitar contratos que assinaram livremente, enquanto que os clubes são obrigados a cumprir os contratos até ao último dia?
    - Foi apenas em 2007 que soube do interesse do Atlético de Madrid na sua contratação, ou antes disso já tinha havido contactos com o seu empresário?
    - É coincidência que o Paulo Assunção tenha sido contratado pelo clube de que mais se falou durante os longos meses em que andou a negociar a renovação com o FC Porto?
    - O Atlético de Madrid pagou ao Paulo Assunção, ou o seu empresário, algum prémio por assinatura do contrato?
    - A proposta do Atlético de Madrid era superior à do FC Porto? Qual era a diferença anual (em centenas de milhares de euros)?

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  13. da rtp ja se sabe o que esperar, ja quanto ao assunçao, espero que seja assobiado como nunca lampiao o foi no dragao.

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  14. o cebola tem vindo a crescer de jogo para jogo... daqui a 2 anos vamos perder-lo... mais 25 milhões...

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  15. No Trio de Ataque o verrinoso e patético cineasta que tem sempre "uma ou duas notas a acrescentar", falava, despeitado, que Rodriguez não era nada de especial, coisa e tal, estáo verdes, não prestam...
    Alguns de nós torceram o nariz ao jogador que estava em fase de adaptação...
    Agora o Cebola mostra futebol, está mais adaptado, tem ainda de limar arestas, mas é um jogador " à Porto " com garra e abenegação, deixando tudo no campo.
    E depois, lá está ... Jogar no FCP é outra música...
    Viva o FCP...

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  16. Este "Cebola" está a fazer chorar muita gente...e ainda não está no nível de acidez máximo!

    Espero que daqui a 2 semanas (aquando da recepção aos lampiões)haja um dilúvio para os lados da Mouraria, com os "tais" 6 milhões a verter lágrimas...

    FCPorto rumo ao Tetra!!!

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  17. Está a ser um prazer vêr a evolução desta equipa, com altos e baixos é certo, mas coisas normais numa formação onde metade dos jogadores são novos (tanto em na equipa propriamete dito, como em idade).

    Quanto ao "Cebola" tem vindo a evoluir de acordo com a evolução da equipa, ou seja, nota-se que se está a adaptar cada vez melhor ao clube e aos seus companheiros.

    Para esta evolução também contribuiu o melhor entendimento por parte do Jesualdo do tipo de jogador que o "Cebola" é.

    Penso que ele ainda não mostrou todo o seu exponencial e que quando o fizer irá ser mais uma das boas vendas feitas pelo nosso clube.

    SAUDAÇÕES PORTISTAS

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  18. JORGE MAIA (O JOGO 27-01-2009)

    O problema das equipas que jogam em quatro frentes é que algumas vezes fica complicado perceberem para que lado se devem virar. Tomemos o FC Porto como exemplo, até porque é o único exemplo disponível de equipas envolvidas em quatro frentes no futebol português. Amanhã joga com o Leixões o que se pode considerar uma final antecipada da Taça de Portugal, pelo menos atendendo à eliminação prematura do Sporting e do Benfica. À partida, este seria um jogo no qual o FC Porto deveria investir o seu melhor onze, até porque pode render dividendos lá mais adiante, no último dia desta temporada. Em contrapartida, o jogo com o Belenenses do próximo domingo, que marca o arranque da segunda volta do campeonato, assume uma importância especial por antecipar o clássico com o Benfica numa altura em que a luta pelo primeiro lugar do campeonato está acesa. Por outras palavras, o FC Porto deveria investir o seu melhor onze no jogo do Restelo. Ora, este tipo de investimentos podiam ser complicados se o FC Porto tivesse apenas onze jogadores capazes de assumir a titularidade, mas nomes como Nuno, Tomás Costa, Guarín ou Mariano desmentem essa ideia.


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    Com toda a justiça

    MIGUEL SOUSA TAVARES (BOLA 27-01-2009)

    1 O FC Porto voltou à liderança do campeonato e voltou com toda a justiça, depois de ter vencido um verdadeiro jogo de candidatos ao título, como disse Jesualdo Ferreira. Nos jogos verdadeiramente difíceis — Luz, Alvalade, Choupana, Braga — isto é, na hora da verdade, o FC Porto soube sempre impor-se e só não triunfou na Luz por timidez e porque os últimos vinte minutos de jogo praticamente não existiram, com os jogadores do Benfica permanente- mente deitados no chão, com cãibras ou distensões musculares.
    Dizem os benfiquistas que o FC Porto ganhou em Braga graças ao árbitro. É preciso ter lata! Ainda só passou uma jornada desde que o FC Porto perdeu para o Benfica cinco pontos de uma assentada (!), devido a erros de arbitragem, (três ganhos pelo Benfica ao Braga, num jogo que devia e merecia ter perdido, e dois perdidos pelo FC Porto contra o Trofense, quando o árbitro fez vista grossa a uma clara grande penalidade a sete minutos do fim), e já eles puseram o contador a zeros e querem escrever a história à sua maneira!

    Dizem que o golo inaugural do FC Porto tem origem num off-side: é verdade, sim senhor. Mas este off-side não teve nada a ver com o que deu a vitória ao Benfica contra o mesmo Braga: primeiro porque, neste, quem estava em off-side foi o jogador que assistiu e não o jogador que marcou; segundo, porque este só se detectou com a repetição em câmara lenta, e o outro viu-se a olho nu desde o início da jogada.

    Mas têm razão neste ponto, embora, em contrapartida, se «esqueçam» de referir o golo anulado a Tomás Costa, por alegado off-side, quando havia três jogadores do Braga entre ele e a baliza. Seria o 0-3, ainda antes do intervalo, o que tornaria absolutamente inútil a discussão sobre os penalties da segunda parte.

    Reclamam os benfiquistas e o presidente do Braga nada menos do que três penalties por assinalar contra o FC Porto. Destes, confesso que só vi dois passíveis de discussão. No primeiro reclamado, aos 79 minutos, o Meyong levanta a bola sobre o Helton mas para longe da baliza e onde não tinha qualquer hipótese de ir buscá-la. Depois ele, e o Helton chocam, mas gostava de saber porque viram o Helton a chocar deliberadamente com o Meyong e não o contrário. Certo é que bola já tinha passado direita à defesa do Porto, que a cortou. No minuto seguinte, houve um remate fora da área e Guarín terá posto mão à bola. Digo terá, porque nenhuma repetição televisiva conseguiu mostrar o lance com clareza, mas, tratando-se do Guárin, que já fez esta brincadeira duas vezes (não seria altura de Jesualdo lhe dar uma palavrinha?), até acredito que tenha mesmo sido penalty. Temos assim golo mal validado, golo mal invalidado e penalty por marcar. Resultado final se o árbitro tivesse decidido sempre bem: 2-1 a favor do FC Porto — partindo de princípio que o penalty seria convertido. Pontos ganhos pelo FC Porto devido a erros de arbitragem: zero. Vão cantar para outra paróquia...

    Mas, acima de tudo, volto ao que aqui escrevi quando da grande barracada do jogo da Luz, há quinze dias: uma coisa é os erros de arbitragem desvirtuarem a verdade do jogo, outra é a verdade impor-se, mesmo que com um ou outro erro do árbitro. Exemplo: se o árbitro tem assinalado o penalty claro sobre o Lisandro, no jogo contra o Trofense, o FC Porto teria ganho. É fácil, assim, dizer que não ganhou por causa disso, mas essa é só uma maneira de ver as coisas. Para mim, não ganhou porque não soube ganhar. Ora, no jogo contra o Braga, o Benfica não mereceu ganhar de forma alguma e só o conseguiu graças a um golo falso e um penalty chocantemente ignorado pelo árbitro. Ao contrário, sábado passado, o FC Porto fez por merecer e mereceu ganhar.

    O Braga entrou realmente a todo o gás e durante quinze minutos banalizou os azuis e brancos: tão certo como é certo que, apesar desse domínio, não criou nenhuma verdadeira ocasião de golo. E, depois, em três safanões de Hulk e uma oferta da defensiva do Braga, o FC Porto mostrou ao que vinha e pôs o adversário em sentido. Na segunda parte, o Braga voltou a ter o último quarto-de-hora final e aí, sim, criou duas opurtunidades de golo, que poderiam, se convertida alguma delas, ter tornado frenéticos os minutos finais. Mas, antes disso, houve meia-hora de avalanche portista, perdendo uma, duas, três oportunidades de deixar o adversário definitivamente KO. O Braga teve, pois, meia-hora de domínio, no quarto-de-hora inicial e no final, e a hora inteira entre esses dois períodos só deu Porto. Um Porto que eu gostei muito de ver jogar: esteve ao seu nível, ao nível de um verdadeiro candidato ao título, num dos jogos mais rápidos e mais bem jogados que vi este ano.

    2 Ainda sobre o FC Porto: e lá se foi embora o meu «protegido» Candeias, para alimentar o rol infindável dos jogadores emprestados por esse grande grémio do norte. E para alimentar o rol dos «miúdos» a quem Jesualdo Ferreira não dá hipótese de evoluírem internamente, o rol dos jogadores portugueses preteridos e o rol dos extremos de que se livrou este ano: de memória, lembro-me, além de Candeias, do Vieirinha, do Alan, do Pitbull, mais o Quaresma, claro, de quem a SAD o livrou. E, depois de cinco extremos dispensados, restando só o Tarik, para sempre perdido nas brumas do Ramadão, e o Mariano González, maravilha fatal da nossa idade, como diria Camões, eis que se anuncia que o FC Porto quer «ir ao mercado» para comprar um extremo. Palavra de honra? Continua o mesmo regabofe de sempre: comprar para emprestar, emprestar para comprar?

    3 São questões deles, que não me dizem respeito nem me interessam por aí além. Mas, como simples espectador, não consigo perceber o enfado de Quique Flores para com José Antonio Reyes. A mim, vendo de fora, parece-me que Reyes é dos mais esforçados e esclarecidos jogadores do Benfica actual. Quem eu não consigo perceber é o Aimar, que tem tiques de vedeta e não marca um golo há ano e meio nem se vê como o irá conseguir: no Restelo falhou dois certos e, contra o Braga, falhou um. E o tão incensado Di María, que parece que só joga bem vinte minutos se estiver o Maradona na bancada, trinta se estiver o Pélé e um jogo inteiro se tiver a Selecção da FIFA a vê-lo jogar. Mas, como digo, é entre eles.

    4 Prossegue o afastamento dos relvados de Ricardo Quaresma, findo que parece estar o período de graça que José Mourinho lhe concedeu. E o exílio interno no Inter valeu-lhe já, por extensão, também o exílio na Selecção de Carlos Queiroz. Caramba, o que estará a sentir e a pensar um jogador como Ricardo Quaresma, que tem verdadeira fome de bola e que se habituara a ser considerado o melhor da Liga portuguesa e que agora já se pode dar por feliz quando não é mandado ver o jogo para a bancada? Escrevi aqui muito sobre esta possibilidade, antes de consumada a transferência, que se revelou desastrosa para o clube e está a ser frustrante para o jogador. E não sinto nenhum conforto em ter tido razão, pelo menos até agora. Pelo contrário, tenho pena porque o futebol português não tem assim tantos talentos puros para descartar um Ricardo Quaresma que ninguém vê jogar há meses. E porque Quaresma tem uma forma muito especial e empolgante de jogar que faz falta ao futebol — e de que no Inter, sob o crivo implacável da imprensa e dos adeptos, se viu obrigado a abdicar, com medo de falhar e atrair as críticas. Foi assim, aliás, que ele caiu num círculo vicioso: abdicou dos seus números de magia para evitar críticas, e, abdicando deles, tornou-se um jogador banal e previsível, que não consegue marcar a diferença para justificar um lugar na equipa. Pelo menos, é isto que eu vejo de fora. Mas espero bem que José Mourinho não deixe morrer o talento de Ricardo Quaresma — «morto» pelos milhões do Inter.

    fonte:

    http://portistaforever.blogspot.com/

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  19. Parece que falhou a tentativa frustrada do Conduto de "ferir" a imagem do FCPorto na RTP. Tanto a bola como o Record não ligaram patavina ao assunto. Pobre Carlos Daniel... não houve manchetes!

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  20. O Rodriguez está a confirmar aquilo que os portistas, adeptos de futebol em geral e lampiões, lá no fundo, já esperavam, ou seja um grandessíssimo reforço. As suas exibições estão a convencer e, se repararmos, o período em que se jogou pior coincidiu com o período mais negativo da equipa.
    Por falar no artigo do Miguel Sousa Tavares, acho, já a pensar na próxima época, que o Porto podia tentar o empréstimo do Quaresma e já agora o de mais alguns jogadores com os quais o Mourinho parece não contar (Crespo, Mancini, etc).

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