20 setembro 2009

Ó profe, faça contas e desfaça dúvidas!


Inferioridade do meio-campo em Braga agravada com as substituições: um 4x3x3 incapaz ofensivamente e um 4x2x4 sem nexo ainda com 0-0. É o que dá andar a pensar noutras coisas...

Jesualdo Ferreira afundou a equipa em Braga. E, um ano depois, revela ter dúvidas. Agora não é o trinco, põe o Guarín, tira o Fernando, experimenta o Tomás Costa, adapta o Meireles, troca de laterais, enfim o forrobodó que se viu e aqui se comentou. Incapaz de fazer contas simples de somar e subtrair, o profe deu barraca em Braga e 10 meses depois volta às derrotas internas com um jogo globalmente mau que o golo fortuito de Alan e as defesas apertadas de Eduardo, mais o autogolo de João Pereira evitado miraculosamente, juntando as oportunidades sobre o gong de Farias, agravaram.

Preocupado, de forma incauta (mas logo explorada pela Imprensa para o destaque, como se comparativamente seja possível fazê-lo nesta altura em que Porto e Benfica nem sequer jogaram contra o mesmo adversário nem sequer o mesmo tipo de adversários!), sobre quem joga mais entre os segundos classificados, na véspera de visitar o líder merecido e incontestado em Braga, Jesualdo deu nota de andar com a cabeça no ar. Fiz aqui o reparo, na caixa de comentários do lançamento do jogo, no sábado. E analisei a partida, descrente e incrédulo com o que via, tal como em Outubro do ano passado.

Então, com 3 contra 4 (às vezes 5) no meio-campo, sem um homem de vocação ofensiva e mestre no passe, tendo em conta a forma decrépita de Raul Meireles, o treinador do Porto, com 0-0, faz troca directa de avançado-centro (Farias por Falcao) e tira o médio teoricamente mais "forte" e titulado (Meireles) para meter um nº 10 de camisola a jogar atrás da linha avançada? Deixando só 2 no meio-campo (Fernando e Guarín)? E com 0-0? Isto faz o Paulo Bento, a perder e só nos 10 minutos finais! O Paulo Bento que vem aí com outro meio-campo povoado, para partir pedra e derrrubar tudo e todos caso seja João Ferreira e repetir a arbitragem do Porto-Sporting da época passada...

Jesualdo diminuiu a equipa em vocação ofensiva. Metendo a linha alargada de três, e nada contra isso, com Varela e Hulk nos flancos e Falcao na área, com quantos homens se chegava à baliza do Braga?

Se o FC Porto, na época passada de muita indecisão orientadora e imprecisão de passes e ideias, chegava com muita gente à área, porque não o faz esta época? Fez na 1ª parte com o Leixões, no pressing forte com o Nacional. E pouco mais.

Um treinador é um cozinheiro: tem de saber juntar os ingredientes nas quantidades certas, escolhendo-os, preferindo a qualidade, juntando as misturas correctas para a receita sair bem. Jesualdo não fez isso. Com a entrada de Guarín houve mais tracção atrás e com a entrada de Rodriguez, deixando Belluschi no banco, atafulhou o ataque - e ainda faltava mandar Bruno Alves para a frente, para expiar o velho pecado de não ter um matulão na área como aqui, amiúde, foi lembrado ao longo destes anos e o caso Adriano foi paradigmático nesta tese do abandono da solução de recurso que teimosamente se descurou para precipitadamente se fazer lembrar o que faz falta.

Mas não é só questão de contas de somar ou de sumir. A equipa tinha Guarín para um jogo que, ao contrário das características do de Chelsea, pedia um FC Porto forte na transposição ofensiva de forma mais continuada e sustentada, obviamente com Belluschi que foi contratado para fazer de Lucho, quando muito, e é um "armador" ofensivio.

O problema é que Jesualdo está assaltado por dúvidas. Não as mesmas de há um ano, mas de índole semelhante.

Na equipa, não sabe se, tendo Falcao (ou mesmo Farias a titular) e Hulk praticamente obrigatórios de início, mete Roddriguez ou Varela. Recorde-se que, a despeito das dicas da pré-época e mesmo da Supertaça, em Paços apareceu o uruguaio em vez do mulatinho que tão boa conta deu de si. Parece que ninguém se surpreendeu. E em Chelsea, a despeito de se clamar por peso e experiência no onze, entrou Varela e Rodriguez só a perder.
É nestas indecisões que Jesualdo se baralha. E baralha alguns analistas que vêem superficialmente e rotulam de mais ou menos defensivo, arrrojado ou corajoso/medroso consoante o número de jogadores na frente e não por quem tem de pautar o jogo no meio e chegar à frente. Não se usam os mesmos ingredientes para receitas diferentes. Guarín foi surpresa total em Londres, eu fiquei chocado mas o jogo revelou que o conjunto portou-se bem e ele também. Alguns podem discordar e bater a tecla de sempre do "prroessor meddroso".
Mas jogar com o Chelsea não é jogar em Braga. Ponto final. E um meio-campo com Guarín, Meireles e Fernando, mais Hulk pouco dado a defender e Varela que não pode fazer o corredor todo em 90 minutos, é de um cariz competitivo bisonho, especialmente se do outro lado há Guerreiros do Minho que aos dois médios-centrais Vandinho e Hugo Viana, junta jogadores de vaivém constante como Mossoró e Alan, além de Paulo César também recuar a defender e tapar Fucile, por exemplo.

Se o Porto passou a 1ª parte a tentar subir sem conseguir, expondo-se com a imprecisão dos passes que agrava a posse de bola e revela a falta de coordenação no sector onde as peças não estão em su sitio, com a descompensação das substituições, de uma assentada e assim tão raro, a quebra foi total. Isto apesar do assalto final, desesperado, que merecia outra sorte mas, também como há um ano, a fortuna não tem acompanhado a equipa que podia não ter vencido mas evitaria a derrota nestes últtimos jogos.
Sobre outros aspectos das "desatenções" de Jesualdo tratarei por estes dias. Até sábado, porque há o Sporting que vai colocar os mesmos problemas defensivos/ofensivos e em que já não é só o ponto de equilíbrio de Fernando no colectivo a aguentar o barco. É se joga Belluschi ou Guarín, é se joga Mariano ou Varela. Depois entram as birras particulares dos adeptos, que não suportam as de Jesualdo quando teima em Mariano e, agora, Guarin.

Há três anos que coloco a questão assim, tacticamente: contra o perfil de jogo retranqueiro em Portugal, assumamo-lo, equipas em 4x4x2, com ou sem losango mas que sejam coesas no meio-campo sem se aventurarem e esperando cometer poucos erros para aproveitar sagazmente um do adversário, o FC Porto tem muitas dificuldades. Teve-as com Paulo Assunção e Quaresma, teve-as com Lucho e Lisandro, terá agora também.

Há quem queira "atirar a questão" para a área e aluda à falta de um avançado corpulento e valentão para quem lançar a bola. Uma falsa questão que a intervenção no mercado por parte do FC Porto esclareceu: apesar de episodicamente meter-se a torre Bruno Alves, como no sábado, lá na frente, o futebol portista não vai por aí. Veja-se que, salvo a "bola para o monte" no final a dar duas ocasiões para empatar, praticamente a bola não chegou jogável. A equipa alargou o campo, mas nenhum flanqueador foi ao fundo cruzar. Isto é um bambúrrio mais característico do Benfica e do Sporting nos últimos anos. O FC Porto assumiu, tem nos seus genes, que não joga assim.

Agora, se vamos para o "chuveirinho", porque não acabar com Falcao e Farias, como noutros jogos deste início de época até em função de testar o 4x4x2? Em Braga coube só um na área, Hulk e Varela nos flancos e Rodriguez a 10? Foi atabalhoamento táctico e isso não abona em nada o trabalho do treinador.
De volta ao 4x4x2 e ao 4x3x3, Jesualdo regozijou-se por o Barcelona ter sido campeão europeu também (e em tudo) neste sistema. Raro, mas e também por isso, belo, e simples. Não é especulativo, é honesto e aberto, positivo. Na entrevista de final de época a O Jogo, Jesualdo quis zombar com os experts que advogam outros estilos e capricham em elogiar outros sistemas mais negativistas. O Sporting tem um deles, a que junta um futebol pior que cuspir na sopa, por um técnico que sabe a música nesse tom só e pinta a tela em tom esquálido, apadrinhado pelo tónico nacional-porreirista do coitadinho que é pobrezinho.

O Barça, acabado de dar um baile de bola ao Inter de Mourinho refugiado no 4x4x2, é um caso de sucesso à parte, dada a superior categoria dos seus jogadores e o entendimento e justa mistura de ingredientes que fez o Inter "retrancar" em casa, escapando por sorte a uma goleada.

Jesualdo não tem jogadores para usar o 4x3x3 frente ao Chelsea. Daí usa o Mariano, o Guarín para equilibrar as peças numericamente. Em Portugal, com certos adversários, seria avisado fazer isso e na Luz e em Alvalade Jesualdo usou. Mas há que ter os ingredientes certos para a mistura sair correcta e a receita aprimorada. Aposto que a discussão até sábado irá centrar-se aí, mais Mariano menos Guarin, mais Belluschi e menos Rodriguez. Sendo que, além do equilíbrio de Fernando, a fiabilidade de Raul Meireles ajudaria se não andasse ultimamente pouco profícuo.

Jesualdo só fez crescer estas dúvidas para este Setembro que pode copiar o Outubro do ano passado em que Hulk era lançado com parcimónia, Rodriguez não desenvolvia jogo e até Pelé passsou por trinco (na Naval)...

(continua, com outros tópicos: Benfica e Hulk)

15 comentários:

  1. Sim,sem dúvida,é no meio-campo que estamos a perder.
    O losango do sporting costuma causar muitos problemas a Jeusaldo...quero ver como vai pôr a equipa.O homem parece que voltou pior da conferência de treinadores de elite,bolas.

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  2. O professor quis jogar em Braga como jogou em Londres, esquecendo-se que o Braga não é o Chelsea.
    Se em Londres a táctica poderia ter funcionado, porque o Chelsea iria assumir as despesas da partida, em Braga essa tarefa teria de ter sido o Fcp a assumi la de modo a não dar veleidades ao Braga e obriga los a jogar com receio. Optou pela técnica da força em vez da força da técnica, na minha opinião mal.

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  3. Não, não acho que quisesse jogar ccomo em Chelsea, o sistema foi diferente e na Champions meteu o Mariano para o meio-campo e deu coesão ao sector, o que contribuiu para o eequilíbrio numérico e o jogo repartido. Em Braga, sujeitou-se à superioridade numérica do adversário e agravou-a com as substituições, deixando só dois no miolo ainda com 0-0.

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  4. Zé Luis, completamente de acordo... Mas porque não publicaste o meu coemtário de ontem? Ia de encontro aquilo que escreveste.

    Saudações

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  5. Eu sempre disse que o meio campo está mal construído, há um défice de qualidade no passe e na construção de jogo ofensivo ... não há quem paute o jogo e não se cuidou de contratar alguem assim o que me deixar algo ansioso pois acho que vai ser por aí que vamos ter os dissabores que esperemos poucos.
    Mas tal como no ano passado, esperemos que o prof aprenda com os erros e dê a volta sem deixar figir perigosamente a concorrência que goza do pleno estado de graça da descomunicação social batoteira e dos ...árbitros.
    Por isso temos que ser muito mais fortes.
    E já no Sábado.

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  6. PCOS, já não sei se apagguei, e se foi pode ter sido por não ter o perfil identificativo; e anda aí muita malandragem que não quis qque o PCOS viesse queixar-se, como outros, de estar a ver utilizado o seu nick.

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  7. Jorge Aragão, é evidente que com este trio do meio-campo é difícil ganhar um jogo em Braga: a jogar com elementos de menor qualidade e em menor número, a coisa não é fácil para os homens da frente.

    Concordamos, ainda, que isto é só um reparo, não criticamos por criticar e nem com o estatuto de definitivo e do "já perdemos o campeonato" e "o treinador é uma merrda". Há muita gente que confunde uma crítica pontual com um enterro consumado.

    Aí, neste ponto, não concordo que não temos jogadores. Creio é que devem ser usados na medida e tempo certos, o que não foi o caso em Braga. Pareceram-me muitos erros crassos e básicos para aceitar istto com leviandade.

    O problema vai ser mesmo o jogo de sábado, saber quem entra e quem sai. O prrofe é que provoca este levantar de dúvidas face às que ele próprio tem. E pensei que tivesse uma ideia mais definidda neste momento, mas náo ttem.

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  8. Mas a verdade Ze Luis, é que nao é uma analise superficial como queres fazer passar, dizer que com Guarin, Meireles e Fernando, seja o Chelsea ou o Carcavelinhos,não é uma boa opçao.

    Eu nao acho que tenha sido uma grande exibiçao em Londres, mas muitos portistas devem ter as expectativas tao baixas que assim o pensaram. No estrangeiro houve elogios, precisamente porque julgam que ha uma enorme disparidade de qualidade entre as duas equipas. Embora o Chelsea seja superior, nao ha nenhum fosso a separar-nos.

    Nao se trata de ser irrealista. O Porto, pode discutir o dominio de jogo com qualquer equipa do Mundo. Depois, a superior qualidade de um Chelsea nas zonas de decisao, levaria sempre a uma maior probabilidade da vitoria dos ingleses, mas com aquele nosso meio campo, era mais do que previsivel que o Porto iria recolher-se todo la atras, como uma equipa pequena faz em Portugal, até ao inevitavel golo do Chelsea. Se a probabilidade de o Porto vencer em Londres, com um jogador forte na posse de bola e criativo no meio campo(e ainda com um tosco Mariano), era abaixo de 50% certamente, sem esse elemento que nos permitiria discutir o dominio de jogo, reduziu-se muito mais.

    As unicas vitorias do futebol portugues sobre gigantes europeus, aconteceram sempre com algo em comum: Nao se renunciando aos nossos principios de jogo. E ao contrario do que muitos pretendem, entrando na obscura semantica dos modelos, principios, sistemas de jogo, tudo é afectado pela qualidade individual, pelas caracteristicas individuais dos interpretes. É determinante! Nesta era, de losangos, heptagonos, basculaçoes e a porra, sao ainda e sempre serão, as caracteristicas individuais a afectarem tudo.

    Depois sim, entra o trabalho mais minucioso, o aperfeiçoamento tactico, o detalhe estrategico, o trabalho no sentido de melhorar os jogadores individualmente e colectivamente. Mas eu como federado de xadrez, so me posso rir quando os analistas procuram comparar um jogo de futebol ao que se passa no tabuleiro. O futebol é um jogo de processos simples. Mesmo que a dinamica das "peças"(sempre em movimento) possa dificultar um pouco a percepçao a alguns, nao deixam de ser processos simples. Sao mais os aspectos emocionais, de liderança e de saber apostar na qualidade que determinam o sucesso de um treinador. O QI, pode muito bem ser o de um Jorge Jesus. Depois, raramente, aparece uma ou outra inovaçao tactica a fazer historia.

    Tenho pena que muitos portistas tenham elogiado o Professor. Foi a autorizaçao que ele pretendia, para continuar com as suas ideias conservadoras. Ele é um bom treinador, mas é quase uma obrigaçao os portistas criticarem-no, questionarem as suas opçoes, de modo a que ele sinta a pressão condicionando algumas das suas decisoes.

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  9. Onde se lê "tenho pena que muitos portistas tenham elogiado o professor"...falo do jogo de Londres e nao obviamente dos justissimos elogios em relaçao à epoca passada. E fica a questão: porque será que Jesualdo em 2008/2009,em momento algum, apostou num jogador com menos qualidade tecnica mudando o onze, nos grandes jogos?

    Muitos provavelmente dirão que terá sido porque com Lucho e Lisandro, havia alguma segurança, 2 jogadores tacticamente muito evoluidos que nao iriam deixar a equipa desequilibrar-se defensivamente, o pressing era muito forte tambem com estes dois.
    Isto está em parte correcto. Mas então, porque há 2, há 3 anos, Jesualdo nao confiou na equipa para os grandes jogos?

    Eu penso numa razão. Provavelmente estupida, porque mais do que uma deduçao, trata-se de intuiçao. Jesualdo é muito afectado pela pressão dos adeptos. Jesualdo sabia tambem que apesar dos 2 titulos(e ele teve merito neles, claro que sim), os adeptos na sua maioria nao estavam convencidos. E o que lhe apontavam principalmente? Ser um treinador medroso. Ele sabia que tinha que passar a barreira dos oitavos(exigia-se alguma coisa na Europa) para ser intocavel. E porque decidiu então colocar o Porto à Porto em Old Trafford e no Calderon? Nao sei, mas adivinho que mais uma vez e paradoxalmente...por MEDO. Sem originalidades, sem decisoes Jesualdianas de ultima hora quando se apercebe nos seus rabiscos, que ainda há uma via para a nossa baliza ainda por fechar e que há que mudar. Ao renunciar a isso, ilibava-se de maiores responsabilidades em caso de fracasso. Exagero meu, provavelmente, mas poderá haver aqui alguma parte nao irreal.

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  10. João, creio estarmos de acordo, mas já percebi que há aí um preconceito com o profe. Afinal, preferes falar do jogo de Londres ou do de Braga? É que não é a mesma coisa (1), o FC Porto não joga nem impõe jogo com equipas do topo da Europa (2), os jogadores obviamente fazem a diferença dependendo da qualidade mas eu lembro que no Schalke estavam Quaresma, Lucho, P. Assunção e Lisandro e o Porto esteve mal (3) e também não acho que, salvo um Barça ou Mu, RM ou Inter e Milan, ninguém impõe nada e todos alteram a sua maneira de jogar (4).

    As variáveis são muitas e estou a dizer: 1) que o futebol não é simples, apesar de ter princípios simples; 2) é bem mais complicado 11 jogadores para cada lado a dominarem uma bola num hectare de superfície à chuva ou sol e fazendo-o com o corpo sem usar as mãos, do que jogar xadrez; 3) há que conjugar a Lua con Saturno e tanta personalidade e emoção, em desgastes constantes, que vejo as coisas demasiado fáceis quando lidas de fora por muita gente.

    Aceito o epíteto de conservador a Jesualdo, mas não o de "cagarolas" que lhe atribuem. Depois temos visão diferente do que é jogar bem em Chelsea ou de como se deve jogar., na nossa teoria claro.

    O exemplo de Guarín é perfeito: surpresa para todos jogar em Londres e esperando o pior, ele esteve bem; mas em Braga ninguém anteveria a sua titularidade, mas ouvi na RR no início que estava bem o onze em campo, igual ao que terminou em Chelsea, só imagino o que terão dito depois.

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  11. Apenas com escrever que subscrevo por inteiro o teu comentário, Zé Luís.


    Lucidez em ano como foi o de 2005, precisa-se. Para o bem e para o mal!

    Abraço!

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  12. Ze Luis, o Schalke nao é obviamente um tubarao europeu. E evidentemente ha outros exemplos de jogos que tenham corrido mal, mesmo com os nossos melhores jogadores em campo(se bem que nesse jogo, se nao estou em erro, jogou Joao Paulo a lateral direito, e mesmo Farias por Tarik, apesar de ser uma decisao nada cobarde,nao terá sido a melhor para quem pretende dominar. E esta palavra em jogos que se preveem equilibrados é certamente a muito importante. Mourinho fê-lo na perfeiçao. E ao contrario)

    Tudo é uma questao de probabilidades. O Porto até poderia ter jogado com Bellushi e Varela(ou Rodriguez)e Falcao, e sair de Inglaterra com 5 golos sofridos. Obviamente o Chelsea é superior. No entanto, como se comprovou em Old Trafford, como se comprova sempre que se joga no Dragao contra tubaroes(e o factor casa ja nao é o que era!),o Porto dos ultimos anos, tem qualidade para discutir o dominio da partida com qualquer adversario, principalmente ingleses que são brilhantes na definiçao, mas nem tanto na posse de bola.(excluo o Barcelona que realmente nesse ponto, nao dá hipotese). Isto aumentará obviamente as nossas hipoteses de conseguir alguma surpresa. As equipas portuguesas por mais competentes que sejam, em defesa organizada,linhas muito recuadas(e o nosso Porto até é já bem acima da media se olharmos a nossa historia),não conseguem ter sucesso dessa forma.

    Até te dou o exemplo de equipas como Sevilha, Valencia, Villareal. Estas equipas têm um excelente registo nos ultimos anos contra gigantes nos jogos europeus. Em nada alteram a sua forma de jogar quando os defrontam. Serão superiores ao Porto?

    Quanto ao xadrez,desculpa mas nao posso concordar. Se "jogar" xadrez for procurar dominar o centro, saber que fazer xeque sem sentido nao é boa opçao, procurar colocar as torres na segunda ou setima linha,etc(principios que qualquer aprendiz depois de um tempito domina), entao sim, é trivial. Mas chegar a um nivel elevado de xadrez, é para muito poucos.

    Requer uma destreza intelectual que se torna quase insultuoso comparà-la com a que precisa um treinador de futebol. Como gosto das probabilidades...se pegares em 100 jogadores de xadrez de alto nivel, amantes de futebol porem leigos,certamente nao será nula a probabilidade de um deles até vir a ser um treinador decente depois de intensa aprendizagem(e quem diz 100 jogadores de xadrez, diz 100 taxistas, porque no futebol, não é tanto a inteligencia estrategica ou de rápido reconhecimento de padrões que conta)

    No entanto, em 100 treinadores de futebol,amantes de xadrez porem leigos, nenhum deles por mais intensa que fosse a aprendizagem, iria a tempo de conseguir jogar xadrez de alto nivel.

    E se estou de acordo, em que um treinador de futebol, terá de dominar muito mais vertentes, isso não invalida aquilo que referi: em termos estrategicos, logicos, posicionais, o futebol é um jogo de processos simples.
    Mas no resto de acordo...um treinador terá muito mais variaveis com as quais lidar, que envolvem aspectos emocionais, de liderança, fisicos, tecnicos, etc(ja o havia referido) A minha boca, vai para aqueles que se dedicam a esmiuçar os pormenores estrategicos, a desenhar linhas no ecran, pretendendo dar a este jogo uma complexidade que nao existe(provavelmente para assegurar a validade dos seus empregos...)

    Ja agora aproveito para dizer(e apesar de discordar por vezes, como hoje), porque é a primeira vez que participo, que sigo este blog ha muito e que vocês estão de parabens.

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  13. João
    Estou de acordo cotigo. Alias, j+a aqui tinha escrito que o jogo de londres em nada me encheu o olho e nao me admirava se tivessemos saido de la de saco cheio.

    Ze luis,
    uma vez mais, perdido em redondancias e em palavreado, dizes o que todos vemos, meio campo fraco : fernando sem lucho, é obrigado a carregar a bola e falatndo-lhe habilidade entrega-a ao adversário ficando descompensado atrás; meireles com tiques de vedeta e defendendo com os olhos, não assume a liderança nem pauta o ritmo como devia; beluschi joga mais no ultimo terço e falta-lhe cabedal para ser pilar num trio que se quer possante no meio campo.

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  14. Até te dou o exemplo de equipas como Sevilha, Valencia, Villareal. Estas equipas têm um excelente registo nos ultimos anos contra gigantes nos jogos europeus. Em nada alteram a sua forma de jogar quando os defrontam. Serão superiores ao Porto?

    São, João, talvez à excepção do Valência de hoje, mas são. Eu é que não dou uma dimensão assim tão ggrande ao FC Porto. Conheço os seus limites e sei das valências dos outros. Mas não acho vergonha nenhuma.

    se pegares em 100 jogadores de xadrez de alto nivel, amantes de futebol porem leigos,certamente nao será nula a probabilidade de um deles até vir a ser um treinador decente depois de intensa aprendizagem(e quem diz 100 jogadores de xadrez, diz 100 taxistas, porque no futebol, não é tanto a inteligencia estrategica ou de rápido reconhecimento de padrões que conta)

    No entanto, em 100 treinadores de futebol,amantes de xadrez porem leigos, nenhum deles por mais intensa que fosse a aprendizagem, iria a tempo de conseguir jogar xadrez de alto nivel.

    Bem, podes ter mais noção do xadrez do que eu, mas acredito que seria mais bem sucedido um treinador no xadrez do que o inverso. Até pela gama de conhecimenttos e experiência que um ttreinaador de algo nível deve ter. Acho mais discutível e sem certezas essa afirmação.

    Sobre os que magicam nas tácticas, infelizmente dizem tudo e o seu conttrário, dispenso-me de dar exemplos. Eu só recorro a esse expediente para clarificar pontualmente algumas coisas.

    É muito bonito e politicamente correcto afirrmar o princípio de que deve jogar-se sempre da mesma forma. Só ao alcance de uns poucos, bem dotados em ttodos os aspectos. O resto é lirismo.

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  15. semedo nº10, acho que nem todos vêem e só quero acentuar que a combinação de elementos do meio-campo, em todas as variáveis, nunca dá o mesmo resultado. É o que está exposto no Porto e será na maior parte ddas equipas.

    Discordo, de resto, na obserrvação que fazes do Fernando e do Belluschi.

    O Belluschi, para acabar a conversa, não nasceu ontem, jogou na Europa pelo Olympiacos e habituou-se a ser campeão na Grrécia, tem de ter estaleca para os grandes jogos, não é um que desembarcou há pouco na Europa. Mas como Guarín fez um bom jogo em Chelsea, para Braga houve a tendência de esquecer o Belluschi. Citei o exmplo dos bimbos da RR que não o notaram e acharram normal. Não sei como passarram o jogo a comentar essa falta, mas náo parece que estas evidências de que eu e tu falamos aqui seja da percepção de todos.

    A minha percepção em Braga foi a de que o Porrto ia perder o joggo pela inferioridade numérica do meio-campo e a incapacidade de levar a bola à frente que se notava quase desde o início. Por falta de alguém com a competência para o fazer.

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