28 junho 2012

O clássico do desengano de Platini e Paulo Bento

Pois é, a tradição tem muita força no futebol e a Itália lá despachou a Alemanha mais uma vez em eliminatórias. A Espanha ganha sempre as semifinais. E domingo, contra todas as previsões, lá teremos uma estreia Espanha-Itália. O que vale por dizer que, afinal, o grupo mais difícil não foi o da "morte" com Portugal, mas o grupo C em que a Croácia esteve a disputar a qualificação até ao fim, mesmo com a equipa mais fraca do Europeu, a Irlanda, sem contudo ficar a dever alguma coisa a essa coisa descolorida chamada laranja da Holanda.

E o árbitro francês Lannoy não confirmou a tese conspirativa de Kiev receber a final Espanha-Alemanha, com os alemães desta vez às portas de Varsóvia e de novo eliminados pelo clássico futebol italiano de brilhanismo táctico e eficácia incomum, mas sempre com uma limpidez processual que faz corar de vergonha a ousadia de querer ganhar sempre e usar todos os panzers possíveis como é da praxe alemã.

Um clássico, aquele que mais gosto de ver, entre Itália e Alemanha, para mim o melhor jogo do Europeu apesar de, a dado ponto, o volume de jogo e as oportunidades criadas não se espelharem, pela primeira vez na competição, no marcador. Sorte, azar, Buffon, eficácia, Balotelli?, que diria Paulo Bento se participasse num jogo deste cariz, todo à sua maneira cínica e parva para o qual não teria a lucidez de escolher o onze e muito menos as substituições que fizeram crer na ampliação do marcador na 2ª parte depois do sufoco inicial em que até Pirlo evitou golo e Barzagli quase fazia autogolo só no primeiro quarto de hora. 

Se perdesse, Bento clamaria contra a falta de eficácia tantas as oportunidades de golo iminente da Alemanha. Se vencesse, falaria só de mérito e deixaria a eficácia que fez Balotelli marcar dois em duas vezes. Um clássico que serviria o argumentário limitado e esgotado do medíocre seleccionador português que já promete ser "bem educado" quando responder  alguém por alguma coisa não se sabe bem porquê mas deixa o suspense de saber não o que vai dizer mas a quem vai dar a "cacha" da entrevista.

Os pés-de-microfone lusitanos que estão à porta do hotel a saber a que horas desperta, come e treina a Selecção lá passaram sem perguntar a Hugo Almeida se saíra por cansaço e a Cristiano se era suposto, do início ao fim, ser ele o decisor a cobrar a última penalidade da suposta glória.

Portugal e Alemanha ficam pelas semifinais, uma glória para uns e um fardo para outros, é só ver a diferença de atitude de como encarar estas coisas sem patrioteirismos serôdios.

A Itália em 1982 ganhou um Mundial com blackout total para toda a Imprensa de início ao fim. Venceu o Mundial de 2006 após o rebentamento do escândalo que despromoveu a Juventus bicampeã nacional. Tem novo escândalo na Série A de novo por resultados combinados e apresta-se a ser campeã europeia - agora vou pelos azzurri, sinto a Espanha fatigada e num rame-rame que lhes custa também. Digam lá se as polémicas criam problemas a quem sabe estar, competir, jogar e ganhar, tirando as tricazinhas da treta da lusa armada que se põe em pele de galinha por qualquer merda, clama por unidade nacional sob pena de naufrágio colectivo, tem jornaleiros de trazer por casa que não dão uma prà caixa e a mesmice comentadeira nacional que não sai da cepa torta a dizerem todos igual para um dia, à custa da Selecção, formarmos a velha unidade nacional de outros tempos, quiçá com uma só cor, uma só tv e um só jornal e rádio, sob uma só bandeira - basta jogar um puto do Benfica que nunca marcou um golo no campeonato para o unanimismo vibrar a Nação sem saber porque a bola pincha, bate na trave e não entra ou no poste e entra, azar nosso do cardápio costumeiro da água benta e presunção.

1 comentário:

  1. Tal como tinha questionado aqui nos comentários deste blog, a Alemanha não foi capaz de vencer quando precisou de acelerar e fazer pela vida, ao contrário de todos os outros jogos até aqui em que se limitou a jogar QB.

    Jogo muito bom, talvez o melhor a par do Espanha-Italia da 1ª jornada e que agora poderá ser reeditado, a menos que as equipas se retraiam com o peso da disputa do titulo, se bem que até agora não deram indícios para isso.

    Agora, o Pirlo, que jogador fantástico! Enche-me as medidas, comanda todo o jogo ofensivo e está sempre no sitio certo quando se trata de defender! Com a qualidade que tem nos pés e principalmente a inteligência que coloca no seu jogo sublime, é o culpado de eu não gostar nada de jogadores como o nosso Fernando...

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