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Ontem cansei-me, fartei-me e decidi não ver mais os telejornais, de informação enviesada quando não idiota e ignorante, da SIC. Semanas a fio a ver soundbytes de deputados na AR, sempre só e apenas os da Oposição. Tou-me a cagar para a opinião repetitiva e rançosa do BE, inexpressivo em representatividade eleitoral. Cansei, fartei-me e cortei: não vejo mais a SIC, já há meses, anos deixei de ver a malévola apresentadora, que não pode ser jornalista, da SICN à noite, Ana Lourenço de seu nome. Enjoa-me ver o director de Informação Francisco José Teixeira sempre agressivo nuns assuntos e lembrando quanto era condescendente aqui há uns dois anos... E aquela malta do Espesso que vulgarizou e apimbalhou o semanário é responsável pela degradação moral e ética do Jornalismo que a SIC fazia e o Expresso era a cara da "alma jornalística" do patrão Balsemão. Os problemas das tv's e a indefinição política-governamental com a RTP causam mesmo dano. O Espesso, hoje, entre tiradas do "FMI já não vem" (Janeiro de 2011) ao FMI dispensado porque já não precisamos de dinheiro (mais recente, ver figura), é algo como incobadora do estado de arte a que se chegou. Até porque, em contraponto, até nos títulos mais pequenos e mal vendáveis se pode fazer bom jornalismo.
Assim se degrada um conteúdo informativo que era de referência. E, de repente, leio o que o BOA, Marinho Pinto, diz da "corrupção informativa". Falta comprovar, mas sem dúvida que não pode haver fumo sem fogo. Vem no JN, assim, a parte final:
Modernamente, os estados democráticos têm vindo a tipificar como crimes de corrupção condutas idênticas em domínios não especificamente públicos. Um exemplo é a designada corrupção desportiva, que pune os atos daqueles que, em troca de vantagens indevidas, falseiam os resultados das competições desportivas. Não estamos aí numa área da esfera pública, mas sim num domínio onde existem interesses públicos relevantes que reclamam uma proteção reforçada do Estado. Aqui, os valores são a verdade e a lealdade desportivas, que sairão mais protegidas se se prever a punição daqueles que atentem contra elas, nomeadamente dos que têm o dever de as defender, como os árbitros, os atletas, os médicos e os dirigentes desportivos. A melhor forma de proteger bens ou valores de interesse público é criminalizar as condutas que atentem contra eles.
Ora, um dos domínios onde existe um grande interesse público é o da informação nas sociedades democráticas. Não há democracia nem Estado de direito sem uma efetiva liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa não existe como um fim em si mesmo, mas antes como um meio para se procurar e publicar a verdade, esta, sim, um bem jurídico, político e social absolutamente necessário à vitalidade da comunidade e ao seu desenvolvimento harmonioso.
Infelizmente, em Portugal, a verdade informativa não teve ainda do Estado a proteção que merece e que já foi dispensada, por exemplo, à verdade desportiva, sendo certo que há indícios chocantes do seu aviltamento (em troca de vantagens ilícitas) por parte de quem tem o dever legal e deontológico de a defender. Torna-se, pois, necessária uma proteção qualificada da verdade jornalística, através da criação do crime de corrupção informativa, ou seja, de uma tipificação criminal dos comportamentos ativos e passivos que atentem contra a verdade jornalística em troca de vantagens indevidas para o jornalista ou para o órgão de informação. Aqueles a quem compete a denúncia pública das condutas delituosas devem, também eles, ser objeto de um escrutínio mais intenso da sociedade e dos órgãos públicos que combatem a criminalidade. Também aqui é preciso alguém que guarde a guarda.
Entretanto, o pobre do Roberto andou a gozar com os pobres dos benfiquistas... E só o pobre do Jesus tem razão :)
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