18 novembro 2013

Xizmailov

O caso de Izmaylov desaparecido é paradigmático das relações dentro e do futebol. Apenas duas coisas simples, a segunda mais gravosa do que a primeira porque fere a relação dos adeptos com o clube (ou devia ferir, há pacóvios dispostos a aceitar qualquer ditame do clube mesmo em seu desfavor):
- o jogador e o clube não podem ter uma boa relação quando o caso se arrasta por tanto tempo;
- o clube e os adeptos não podem ter uma relação de confiança quando se esconde informação que dê tranquilidade aos adeptos a quem o clube pede ou espera que nele confiem.
 
A interrogação fica sempre, até por ser um tipo problemático - que estupida, quiçá voluntariamente, se fez auto-excluir do jogo com o Benfica num jogo com vitória assegurada no Nacional e que me levou a riscá-lo para sempre das minhas preferências - que não acrescentou nada à equipa, criou precisamente uma relação de desconfiança nos adeptos e o arrastar desta incógnita não faz bem a ninguém suscitando sempre notícias contraditórias e porventura não verdadeiras, ao que o clube não acede cobrir ou aclarar. Paz podre própria de uma maçã, esta sim, podre?
 
É um tema abordado em dois diários desportivos de hoje. Com tons diversos, nenhum tranquilizador.
Isto não faz bem a ninguém e, em nome da verdade e transparência, era bom alguém explicitar o que se passa. Suspeitava-se de um problema de saúde de um familiar do jogador, mas nem na Rússia pode ser tão secreto que dure dois meses manter, como deve ser, a esfera privada a salvo do escrutínio público. Mas tudo tem um limite e o limite do FC Porto não pode ser tão alargado quanto isso, até pela sua posição no mercado, quanto à divulgação de informações ao próprio mercado, sem esquecer os adeptos que são sempre os esquecidos e no FC Porto isso é crónico e maléfico.
 
Entretanto, no mundo insano da bola moderna, o que era um espectáculo de bancada com adeptos a formarem uma banda e incentivarem a sua equipa já pode ser uma "provocação" se os adeptos recebem os adversários com música na hora da sua visita.
 
Vá lá gostar-se de tudo o que se passa fora dos relvados.

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