27 novembro 2013

Um mau treinador estraga qualquer equipa

Quem tenha visto, como eu, os dois jogos do grupo da Champions percebe a diferença: o Atlético sem meia equipa titular só não ganhou ao Zenit na Rússia por infelicidade até no golo sofrido (p.b. mas ainda foi preciso um frango de Courtois); o FC Porto podia ter aproveitado e, se ganhasse, saltaria para 2º lugar, mas voltou a fazer um jogo miserável, como em Viena e como faz com equipas que correm, saltam, lutam, esperneiam e aproveitam brindes defensivos. O brinde coube a Danilo, estúpido e virulento por contaminar perigosamente toda a equipa, mas a fava continua a ser o bacoco treinador que alguém imaginou um dia pôr a treinar o FC Porto.
 
Simeone teve um Atlético garboso e que foi senhor do jogo, sem ter mais bola mas tendo mais oportunidades de golo. Preocupações Fonseca voltou a meter os pés pelas mãos e a recuperar muito do que escrevi na vitória pífia de Viena (a 18 de Setembro!) que me fez vaticinar o apuramento para a Liga Europa logo à 1ª jornada (há aí um engraçadinho que chega sempre atrasado, escreve livros mas só se deve ler a si próprio):
 
"Paulo Fonseca deve perceber que isto não é o Paços de Ferreira e na Europa pede-se mais futebol que Licá e Josué, como o estreante treinador, não tiveram para alimentar Jackson, de novo desamparado na frente e, pareceu, desmoralizado. Quintero entrar no final quando era preciso alguém saber jogar a bola? Não, não vamos longe. Até faltou Defour: assim é titular de caras".
 
Torna-se indefensável a posição do medíocre treinador do Porto: querer ganhar um jogo europeu em casa ante um adversário que se antevia fechado e sem espaços para flanqueadores como Josué e Licá poderem usar de caminho livre (seria e são de contra-ataque), é de um principiante que, como sabemos, deslumbrou-se com a sua primeira e única vitória europeia. Tirar Defour, um dos melhores na 1ª parte até pelo pior jogo de Fernando, ao intervalo e manter Licá inconsequente na 2ª parte foi de bradar aos céus. Juntando, como notei desde o início da época e enfatizei no pós-Viena,, a desorganização de jogo, a falta de sentido colectivo por os jogadores desconhecerem onde e como devem jogar, potenciando como tem sucedido os erros individuais, foi o atestado de incompetência absoluta de um treinador que vai cumprir o objectivo para o qual estava destinado.

Quê, as soluções são fracas? Ok, até pode ser, mas arranja outras. Não aprender com o que se vai fazendo, bem ou mal, e pensar obter melhores resultados com as mesmas fórmulas só de um burro (que não aprende...). A Liga Europa, pela repescagem, é uma vergonha e refúgio de incompetentes por muito que possam cantar vitória no final. Mas é o lugar devido aos medíocres. Um tipo que não acerta o meio-campo e deixa Josué ser o maestro na 1ª parte, com o outro ex-pacense do plantel a julgar-se nos treinos com o Rebordosa, dá cabo dos jogadores um a um. Josué que já no sábado fartou-se de fazer asneiras. Como chegou, enfim, à selecção do bentinho onde Fernando aspira estar, a coisa contagia e só dá porcaria.

Se chegar ao Natal e superar a 1ª volta do campeonato (na Luz, 12/1/2014), depois de jogar em Alvalade a taça da treta, Preocupações Fonseca irá à Liga Europa onde era suposto estar neste momento pelo Paços de Ferreira, pois seria naturalmente afastado da Champions e cumpriria o calendário, como Costinha e Calisto, na fase de grupos após repescagem. E treinador tão fraco só capaz de estragar uma equipa e um estilo de jogo - superiormente autorizado, convém realçar para a culpa não ser do bode expiatório esperado - merece ser repescado na Europa para o FC Porto continuar a fazer a triste figurinha que se tem visto.
 
De resto, ao recorde de único treinador a perder dois jogos em casa na fase de grupos, Produções Fictícias conseguiu o estrelato porventura inigualável: 3 jogos sem vencer no Dragão. É obra e digna do Museu.
 
Como já tinha observado, atempadamente, que "a sério não temos treinador", aliás logo após Viena com aquela coisa do Estoril, agora peço, pela primeira vez, à moda do Mário Chulares, que afastem este medíocre com justa causa.
 
O FC Porto que eu registava em progressão, com linhas mais próximas para retirar o erro do passe, voltou a jogar largo e espaçado no terreno. Isso não implica, necessariamente, que os jogadores:
i) tenham de correr muito com a bola
ii) tenham de a passar à distância e com elevado risco.
 
Mas quando os jogadores fazem isso, usando e abusando com fracassos frequentes, para mais visível no golo idiota da autoria de Danilo num passe disparatado que se ensina aos juvenis para não fazerem, mas com as coisas repetindo-se na 2ª parte, até com os substitutos entrados, como Quintero, Maicon e tutti quanti a despejarem bolas na frente e a fazerem passes laterais de 30 metros destinados aos austríacos, é a falta de presença de treinador - graças a uma ausência do mesmo na definição do modo de jogar, já nem digo do estilo porque a vitória interessava fosse como fosse, para além da falta de organização e de sistematização (se houvesse não faziam esses passes, dahhh!) de jogo.
 
E na parte final conseguiu permitir ao adversário sonhar em marcar de novo, tal o desnorte em campo e sem uma voz de comando dentro e fora. Horrível! Com o Nacional não actuou para precaver o contra-ataque e o 1-1 surgiu da forma que se sabe como se a equipa acorresse furibunda em busca da vantagem quando já liderava por 1-0.
 
Simeone com metade de titulares apresentou um Atlético de alto nível que o Porto podia ter beneficiado à distância; Produções Fictícias estragou, e já é irremediável, o que vinha sendo feito, quase diria, há décadas, inaugurando um filme que é já fracasso e não só de bilheteira mas cujo argumentista e, especialmente, produtor são os mais altos responsáveis.
 
Como tenho dito esta semana, é importante ter, além de bons jogadores que pelo menos saibam passar a bola jogável a um colega, um bom treinador. Para mau treinador, mais vale pôr a equipa a jogar sozinha que, sabendo como jogava, desenrascava-se melhor. E os jogadores lutam e suam, correm ainda que à toa que dão pena! Da aplicação deles o treinador não se pode queixar. O FC Porto paga estupidamente a impreparação e diletantismo que só gente distraída e amadora poderia permitir. Todos pagam a porcaria de treinador que há. Nunca pensei dizer isto, mas pior do que o resultado - afinal valeu o 3º lugar seguro! -, irritam-me estes jogos à toa sem rei nem roque.
 
Os culpados, agora, vão calar-se apontando entre si a culpa para outros lados. Ao que o Porto chegou!

Coincidentemente, para os mais optimistas, o Chelsea do consagrado Mourinho de que falam diariamente as tv's da porcalhota voltou a perder com o Basileia, o que fica na história do treinador. A sério, Who's the Happy One?

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