10 novembro 2013

Até parece fácil quando treinador e equipa deixam-se de devaneios inconsequentes

Recapitulando do jogo da Rússia aí em baixo:
 
"Já os centrais, devem ser terminantemente proibidos de iniciarem jogo. Devem fechar os olhos e chutar prà frente (...) Tem duas vantagens: não se espera que dos centrais saia um passe em condições, pois Otamendi e Mangala não acertam um; e os centrais deixam de ser pressionados como têm sido e como têm sido desarmados.
A peregrina ideia de esperar jogo dos centrais, para mais sem se esperar que os adversários os deixem à vontade, resulta em que o meio-campo adianta-se, o ataque põe-se ainda mais longe e, invariavelmente, como a bola se perde atrás e a equipa está balanceada para a frente, o adversário cria perigo sem querer, recebendo as prendas dos centrais portistas"-
 
O FC Porto começou por fazer isto em Guimarães: logo de início não se viu jogo dos centrais para o qual a equipa devia esperar. Os médios, Fernando e Defour, não avançaram para deixarem o vazio entre eles e os centrais. Estes, sem cerimónias, não tiveram a bola tempo suficiente para serem pressionados e não perderam bolas estúpidas para criarem ocasiões de golo do adversário. A bola saiu mais redonda dos médios para a frente, o que fez a equipa, menos esticada para diante, parecer mais coesa, ocupar os espaços devidamente e não deixar uma imensidão entre linhas e entre jogadores da mesma linha, especialmente pelo meio. A catadupa de ocasiões foi natural e o resultado também. Estive sempre tranquilo desta vez.
 
Até Fernando teve possibilidade de desmarcar-se na direita e receber um passe de Lucho, mirar a área e a baliza e chutar intencionalmente para um golo brilhante.
 
A pressão foi mais efectiva, com a equipa mais agrupada, menos distendida ainda que sem perder a noção da área adversária. Foi mais o Porto coeso, determinado e sem falhas, da época passada, sem perdoar devaneios do adversário em vez de criá-los a favor dele. O 2-0 surgiu quando podiam estar quatro, Mangala merecia melhor na bicicleta, Jackson teve mais jogo e mais remates perigosos nesta partida do que no total das quatro partidas em que não marcou porque raramente teve jogo.
 
Digam lá se a equipa fazia algo parecido com isto e se, fazendo-o assim de forma contundente, pode dar hipóteses como tem dado, lamentavelmente.
 
O jogo "acabou" ao intervalo, mas podia ter "acabado" com 5-0 ou 6-0. Paulo Fonseca pode glorificar a 1ª parte e devia pôr o vídeo para os jogadores verem o que fizeram tão bem, tal como deviam ver ou ter visto a porcaria que acumulavam para resultados idiotas e jogos de incompetência pura e simples.
 
Já Rui Vitória, que não se sabe se o considerar injusta a vitória do Porto significaria mesmo o apuramento do Guimarães quiçá por 5-0 ou 6-0 sem criar uma única oportunidade de golo, deve glorificar os seus para ver se melhoram o nível.
 
Vi, quis ver, o jogo com o Bétis e os putos sevilhanos deram um banho de futebol aos minhotos na 5ª feira. Hoje, vi depois o resumo após o jogo da Taça em Guimarães, o Bétis bateu-se galhardamente e criou quatro ou cinco oportunidades de golo mas perder com o Barça 1-4 em casa, marcando de penálti no último minuto de descontos. Os resultados enganam mesmo, o futebol é que não pode ter segredos como se tivesse de rejeitar a simplicidade e a essência do jogo: jogar bem, criar jogo, forjar ocasiões de golo e ganhar ou fazer por isso.
 
O FC Porto fez um jogo muito competente e contundente, pena a interrupção da Liga porque era bom ver se isto tinha logo continuidade. Não sei se Paulo Fonseca se "zangou" mesmo com os jogadores, mas agora não se viram desplantes defensivos de arrepiar os cabelos. E o jogo saiu fluído com naturalidade. Assim, quem quer saber do sistema ou do modelo de jogo quando está interiorizado nos jogadores o mecanismo e a competência de fazer bem?
 
Paulo Fonseca terá acabado com os seus devaneios para a equipa enterrar também os seus desplantes e deixar de ser idiota? Dia 23, com o Nacional, é a prova essencial.

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