08 janeiro 2008

Competitividade ou qualidade?

Conceitos em jogo com a Naval, as inevitáveis comparações e algumas lições

O jogo de domingo não foi um passeio como eu admitia. A Naval surpreendeu-me a jogar em pressão alta, apesar de já o ter feito no Bessa (2-0), e o jogo foi sempre de maior pressão navalista, até o Bosingwa se queixou de agora o marcarem a ele e ele não precisar de ir marcar alguém...

Mas este tipo de jogo, chato, incomodativo, impertinente mas pouco resoluto, mais DISPUTADO que JOGADO, aborrece as pessoas e os portistas não tiveram o nervo e a mudança de velocidade para saltar barreiras defensivas que, mal perdida a bola na frente, se recompunham fruto da lentidão das saídas de jogo de Assunção, Meireles e até Lucho!. Assunção era lento, Meireles precipitado a insistir no passe de primeira e Lucho acabou algo confuso e, por isso, menos interventivo.

O que a Naval fez? Chama-se DISCUTIR O JOGO e não DISCUTIR O RESULTADO. O Porto teve mais e melhores ocasiões, levantou uma fervurinha no ataque e logo marcou com um ritmo mais forte e suficiente. Helton fez só uma defesa difícil (cabeceamento perigoso, pode sempre acontecer golo numa bola parada ou de ressalto ou de chouriço como ia fazendo o Mário Sérgio sem querer a acertar na barra).

Aquele nº 20 pretinho da frente chateava pela velocidade, era uma carraça sobre os defesas. O astuto Ulisses, porém, em vez de procurar melhor jogo para servir o seu ponta-de-lança, meteu um gajo da luta greco-romana que só jogou com o corpo e as mãos, o nº 9. Ao jeito do gigante de um olho no meio da testa que o herói da Odisseia teve de embebedar para fugir da sua gruta…

Júbilo se dá para o torto…
Mas o FC Porto deve estar prevenido para este jogo de caca que, se desse em empate, por isto ou por aquilo, seria enaltecido como é sempre que o FC Porto, imerecidamente, perde um ponto ou até o jogo. Mas
seria exemplo de quê? Uma aparente ideia de luta, combatividade, alguma incerteza no resultado (sempre até entrar o primeiro golo), não dá a competitividade que tantos reclamam.

Hoje, se calhar, volta a estar em causa a competitividade, como quando a vantagem foi de 10 pontos mas entretanto melhorou com a diferença reduzida a 7, como já em post anterior me referi às quatro equipas ainda na Europa que supostamente devia ser reflexo da competitividade interna em que se preparam – aliás eleito o 10º melhor campeonato do mundo pela IFFHS do qual eu discordo pela subalternidade face ao México e à Colômbia.

Entretanto, ao voltarem a dizer cobras e lagartos da I Liga, talvez deitando mão à peregrina ideia de 12 clubes a 3 ou 4 voltas por supostos mas não sustentados comprovativos de benefícios económicos que não atenuariam o fosso orçamental para os clubes dos maiores países (de mais população, finanças, economia e tudo o que os faz mesmo grandes) com quem competimos na Europa e muito bem à medida das nossas capacidades e recursos, a 1ª volta termina como quase sempre com o Porto à frente.

Devia ser motivo de júbilo que, num contexto tão crítico ou criticado, o FC Porto seja líder incontestado. Mas não, o gozo nacional é se o FC Porto escorrega. O Bayern goza do mesmo estatuto de maior odiado na Alemanha, já foi com o Ajax na Holanda, a Juve em Itália, o Anderlecht na Bélgica. Mas é indiscutível que há competitividade na Bundesliga e no Calcio, apesar de haver também mais ricos e até mais pobres.

O FC Porto lidera no Inverno porque não cantou como a cigarra no Verão. Tem erros de avaliação no mercado mas tem-nos menos que os outros, vantagem que cresce quando se compra melhor e, acima de tudo, dispara quando sabe manter a estrutura de ano para ano, parcimonioso nas saídas, e que, tudo junto, faz o segredo do êxito que alguns energúmenos atribuem a sistemas de outra ordem.

Luta de galinheiro não ajuda
Por muito que teimem, a competitividade não se mede pela luta renhida de que é exemplo a emotividade que a aproximação dos valores em liça na II Liga amiúde nos lembra.

Ora, mais do que a competitividade, conceito algo difuso, o que está em causa é a qualidade na I Liga. O Setúbal-Benfica e mesmo o Porto-Naval foram fraquinhos enquanto espectáculo, mas no Bonfim nem chegou a ser bem jogado como ainda o foi no Dragão. A Naval foi mais atrevida que o Setúbal a jogar em casa…

Há mais competitividade na II Liga do que na Bwin? Não pode ser verdade e, contudo, diferenças de orçamento fazem o escalonamento também no campeonato secundário.

O problema é mesmo o dinheiro para comprar boa fruta. Quem o tem, mesmo com alguma maçã podre, não põe em risco o cabaz. Quando muitas maçãs podres se juntam, apesar das boas compras rotuladas na Imprensa do regime, a coisa dá para o torto e os empurrões sucedem-se, tal como as recriminações entre os autores das encomendas: foste tu a quem dei carta branca para comprares; não, és tu que não sabes, sozinho, fazer nada nem percebes do negócio!

Mas não é disto que o campeonato precisa. Mesmo que não se desculpe a irrelevância (sic) que o padreco comentarista dominical da RTP-N entendeu da coisa do Bonfim naquela discussão própria de galinheiro, a verdade é que estas coisas ficam mal e mostram, não sem surpresa, o que são equipas talhadas para ganhar e outras não.

Ora, o FC Porto é equipa talhada para ganhar e que, por princípio, teria direito a um ou outro jogo menos bom mas que alguns adeptos não concedem tal fraqueza humana.

Há um nível de exigência competitivo intrínseco ao FC Porto, um nível de referência tal, como sempre defendi, acima de outro em Portugal que alguns confundem mas outros, num rebate de consciência, parecem subitamente iluminados: cansado das evocações do Pinto da Costa de há 10 anos (sic), abandonado o reflexo agrilhoado das conquistas por alegados meios truculentos que volta e meia ainda fazem o discurso de alguns comentadores de pacotilha, Rui Santos disse na SIC-N que o Porto devia jogar em Espanha. Pfufff!, que novidade! Elementar, caríssimos, e decerto com melhor figura do que a alvitrada por Rui Santos a posicionar o Porto a meio da tabela da Liga espanhola. Não, o FC Porto jogaria nos lugares cimeiros, mas teria de competir com orçamentos e instituições colossais como os de Madrid e Barcelona.

Inconformismo portista
Porém, o nível de qualidade portista seria mais testado, muitas vezes e muito no limite, tal como é na Champions onde por norma faz boa figura e, aqui, de novo, contrasta com a mediania dos rivais em Portugal. Porém, será importante perguntarmo-nos se o Porto-Guimarães, claramente o
melhor jogo da 1ª volta, não merecia mais do que 36 mil pessoas e outra divulgação televisiva quanto à qualidade de jogo que se reclama.

A qualidade atribuída à juventude leonina nunca ficou provada e nas condições propostas dificilmente dará para melhor, sem uma estrutura mais alargada que amorteça o impacto de muita inexperiência e falta de tarimba.

Essa paciência no Sporting já parece não terem os adeptos portistas, ao assobiarem a sua equipa que lidera com 9 pontos de avanço.

Eu prefiro vê-los como inconformados, sem admitirem um abaixamento do nível de exigência. É uma força positiva que tem feito o FC Porto propulsionar-se para patamares cimeiros inalcançáveis aos outros.

p.s. - O Guimarães perdeu na Amadora (4-1) depois de acertar 5 vezes nos postes. Não devem faltar alusões a um possível recorde tipo “nunca vi”. Mas o FC Porto fez “melhor” por duas vezes que eu tenha assistido e outros portistas poderão relembrar.

Setúbal-Porto (2-3), em meados de Setembro de 1995, seis bolas nos ferros, Emerson e Rui Barros viram o resultado quase no final.

Porto-Setúbal (2-2), quase um ano depois, 1ª jornada (19/8/96) e com Oliveira ao comando, cinco bolas nos ferros, Domingos falha uma g.p. e o Porto só empata, com golo e assistência (para Domingos) do estreante Jardel, aos 88 e 90+2 com 4’ de descontos numa má estreia de Wozniak, o primeiro tormento pós-Baía (no Barcelona).

16 comentários:

  1. Para alem do que foi referido no Post,acho que se impusermos alguma velocidade nos jogos,a qualidade de jogo melhora a olhos vistos-basta reparar que a Naval no inicio da segunda parte nao conseguia dar dois passes seguidos,face á pressao exercida pelos nossos jogadores.
    A questao que impera neste momento é nao termos substitutos a altura,caso algum jogador do onze base se lesionar.. Acho que o IBSON,H.BARBOSA E.. O CLAUDIO PITBULL eram bons reforcos e a custo ZERO.
    Sim, o Pitbul e porquê- centra bem com os dois pes, marca bem livres,tem visao de jogo,ja esta habituado ao campeonato portugues e para alem de ser sempre o melhor jogador em campo..é jogador do F.C.Porto!
    Cump.

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  3. Para além de dizer ao Zé Luís que recordo bem esses 2 jogos das bolas ao poste (o de Setúbal em 95 q ganhamos 3-2 era Robson o treinador foi um hino ao futebol tantas as ocasiões de golo criadas) devo também dizer que a possibilidade de se reforçar a equipa com Pitbull e Helder Barbosa por exemplo levanta a questão que ainda não foi respondida em lado nenhum... Estará o FCP em posição de exigir o imediato regresso destes 2 jogadores? Ou só no fim da época??

    É por demais evidente a falta de um extremo e de um médio nº 8 ou 10

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  4. Lucho, eu acho que o F.C.Porto quando empresta jogadores e é o responsável pelo pagamento de, como no caso do Pitbull, 80% do salário deve salvaguardar a possibilidade dos jogadores regressarem no mercado de janeiro.
    Zé Luís, concordo em praticamente tudo e acrescento:o que nos tornou grandes, o que nos mantém grandes é a nossa cultura de sucesso e de exigência...se baixarmos a guarda, passaremos a ser como os outros.
    A propósito uma curiosidade.Um casal meu amigo, no domingo, foi pela primeira vez ao Dragão ver o F.C.P.; fim disseram-me que adoraram o ambiente, o estádio,como é óbvio, não gostaram muito da exibição,mas, o que mais os tinha impressionado, tinha sido ao intervalo, quando vieram tomar um café, o sentido crítico dos portistas que estavam arreliadíssimos.Acho que é um exemplo claro da nossa cultura, desde que seja feito com sentido construtivo e de boa fé.
    Um ABRAÇO

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  5. Louro, os reforços de Inverno normalmente nunca dão bom resultado. É a regra. Há que haver certa parcimónia. Porque não regressar o Alan? Foi o melhor vimaranense no jogo do Dragão... embora tecnicamente não seja melhor do que era, mantém o empenho que já tinha porque tem força e vontade mas isso nem sempre chega.
    Se discutimos a qualidade do banco temos de ver onde a vamos buscar, se não a reconhecemos nos suplentes. Não é fácil, para ninguém, singrar no FC Porto pela tal cultura de exigência que temos, discutimos, admiramos e tornou o FC Porto muito superior aos demais. Algo que a crítica nunca discute, tentando nivelar valores e os tais níveis de exigência por forma a deixar no mesmo patamar de qualidade e favoritismo os três grandes.
    Lucho, eu penso que nenhum poderá regressar. Só em desespero de causa, substituir um lesionado grave, por exemplo. O FC Porto é cumpridor dos seus acordos, respeita os clubes, ajuda-os na medida em que pode.
    Ao contrário do que sucede repetidamente no Benfica, onde se viciam todas as regras e comportamentos de que Bynia foi o último exemplo (e lá foi o Luis Aguiar cedido ao E. Amadora), o FC Porto quer que os seus jogadores rodem, não impõe a sua utilização (veja-se Bruno Gama em Setúbal, creio que o Bruno Gama ainda é do FC Porto) e todos os reforços emprestados jogam contra o FC Porto, o que também não se vê noutros adversários que emprestam jogadores.
    Quanto ao nível de exigência a que também alude o dragão de vila pouca, nada mais a dizer. Quem quer ver está à vontade, quem não não quer que fique com o pouco que sabe num restrito horizonte.
    Sobre reforços, eu digo há muito tempo que nos falta um extremo mesmo rápido, um Bosingwa na frente, um galgo que nenhum defesa apanhe. Permite procurar as costas de qualquer defesa, obrigando este bloco a ficar atrás e para ter mais espaço de manobra no meio-campo. Mas se o bloco contrário for baixo, não serve o veloz extremo. É para as ocasiões.
    Já ontem comentava que, sim, Hélder Barbosa convence-me e é o único que veria com bons olhos, depois de tê-lo visto ser campeão por escassos minutos, entrando e sendo expulso no Bessa na última jornada com Adriaanse.
    Para a generalidade das situações que os jogos nos mostram, o FC Porto está bem servido. E apesar dos 9 pontos de avanço, com o calendário perigoso das 5/6 primeiras jornadas, até ao Bessa, não creio que Jesualdo prescinda do seu onze. Se, entretanto, a vantagem for mantida, pelo menos isso, então os melhores ficarão para a Champions e Kaz, Lino, Bolatti até Edgar de quem eu gosto e provou no jogo de P. Ferreira, podem entrar, um ou dois no máximo por jogo para não perturbar a máquina.
    Há uma gestão a fazer em todos os jogos. Então andamos aqui a discutir o nível de exigência na equipa, que partilhamos, e vamos condescender esperando que uma segunda equipa salte do banco e se comporte de forma igualmente brilhante ou pelo menos esmagando a concorrência? Creio não ser possível, nem ter lógica. Os grandes orçamentos da Europa
    é que se permitem isso e por normal nenhum o consegue, não dá para ganhar tudo ou mesmo duas competições.
    Compare-se e tirem conclusões. Daí a questão da competitividade ser muito abrangente. Mas também há poucas achegas para o debate. Para já penso que ficamos pela questão da qualidade.

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  6. Zé Luís sinceramente não percebi:"Quem quer ver astá à vontade, quem não quer que fique com o pouco que sabe num restrito horizonte."????

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  7. "Co Adriaanse, o holandês que orientou o F.C. Porto da temporada de 2005/06 até ao início de 2006/07, terá de indemnizar os dragões. Algo inédito, pois pela primeira vez no futebol, um técnico terá de indemnizar um clube, após ter rescindido sem justa causa. "

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  8. Sobre o jogo das seis bolas nos postes, lembro que numa mesma jogada a bola bateu num dos postes e imediatamente a seguir no outro.O remate foi feito ,se bem me lembro por um avançado sul americano muito grande(fisicamente) e cujo nome não recordo.Se alguém der uma ajuda,agradeço.Quanto a jogadores emprestados penso que os de maior futuro são H.Barbosa e B.Gama.Apesar de uma época parado por lesão H.Barbosa não engana.É um jogador de grande talento que tem um pé esquerdo fabuloso,como tem mostrado nos útimos jogos pela Académica.B.Gama apesar de menos tempo de jogo tem demonstrado um grande crescimento tanto em termos físicos como de jogo.Antes da sua lesão no Mundial quando era capitão e o melhor jogador da equipa, mostrou grandes potencialidades,e uma grande evolução, ao contário do que me parece estar a acontecer com Vieirinha.

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  9. Depois de algum esforço de memória penso que o avançado que referi no comentário anterior se chama Baroni.

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  10. bruno gama, vieirinha, paulo machado e helder barbosa já no plantel principal do fcp! São jogadores de grande qualidade em nada inferiores a lino, kaz, edgar ou mesmo mariano gonzález!!! Queremos os putos já!!!!

    Uma palavra especial para paulo machado... este puto tem pulmão e vontade de correr pelo fcp! aproveitem-no já!!!


    em janeiro!

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  11. A exigência dos adeptos portistas é legítima. Ela assenta não só na habituação da vitória mas também na qualidade na mesma.

    É bom não esquecer que o FC Porto tem o maior orçamento da Liga Portuguesa e ainda que isso, por si só, não garanta as vitórias faz subir exponencialmente a expectativa dos seus adeptos.

    Daí os assobios no jogo contra a Naval.

    Independentemente do adversário interno em presença os jogadores do Porto têm a obrigação de apresentar um futebol mais fluido e vistoso.

    Não chega ganhar. Somos Bicampeões do Mundo e da Europa.

    Temos qualidade para desenvolver melhores espectáculos.

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  12. Relativamente aos emprestados concordo em absoluto com o Zé Luís, neste momento, apenas Hélder Barbosa . Tenho as minhas dúvidas em Pitbull, gostava que fizesse uma pré-época, ele veio numa má altura, lembro que nessa época até o Pepe não brilhou, talvez não seja o mau que pintou .

    Nesta pré-época, defendi que Paulo Machado também deveria fazer parte, mas agora fico com dúvidas, no Leixões ele nem é titular indiscutível, mas acredito nele.

    Quanto aos outros, Vierinha é o tal jogador " sub-21", jogador que brilha só nos sub-21, como Lourenço, Sérgio Leite, Varela, etc.Além disso, está gordo.

    Do Bruno Gama é necessário mais anos de experiência, mas agora do Ivanildo não tenho lá muita fé nele.

    Concordo que deveríamos fazer melhor, mas até acho que neste jogo o FCP teve menos bem, e não mal como querem fazer passar, mais pela dificuldade que a outra equipa impôs. Acredito que Braga o FCP regressará ás boas exibições.

    Quanto à assistência, só faço uma pergunta: lembram-se do jogo contra o Atlético ? Quantas pessoas lá estavam ? Comparem com os outros clubes em jogos da Taça de Portugal, vejam o último dos vermelhos e não foi contra nenhum Atlético. Está bem que foi num domingo à tarde, mas mesmo assim,foi muito bom.

    Por isso, acho que até tem sido boa a média dos adeptos portistas, agora não se pode encher também a parte dos adversários e além disso existe muita gente que se acomodou, ou seja o jogo era ás 20:15, e embora tenha o lugar anual não vá lá ver, o que, no meu ponto de vista é estúpido, mas eles é que sabem.

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  13. Quem quer ver está à vontade, quem não não quer que fique com o pouco que sabe num restrito horizonte.
    Dragão de vila pouca, a expressão não é uma resposta, é a constatação de que os portistas saberem onde está a qualidade; quem não assiste não vê. É uma crítica aos "outros", aos adversários, à Imprensa Destrutiva que não tem termos de comparação quando fala de Sporting e Benfica face ao FC Porto. Aquilo, enfim, que sabemos ser bem distinto e eles com muito esforço tentam pôr em equilíbrio para harmonizar as equipas de Lisboa e dar algum interesse virtual no campeonato, as expectativas nos jornais, e depois a diferença vê-se ao fim da 1ª volta.
    Penso que assim perceberá o alcance do que quis dizer. Era como dizia Pedroto, quem viu viu, quem não viu visse, nos tempos em que nem jogos televisionados havia.
    dragãopentacampeão, o princípio é partilhado por todos. Mas temos o velho problema da paragem competitiva do Natal que ao menos desta vez tocou mais fundo nos adversários.
    De qualquer modo, concordo que a equipa, sem perder o direito a afrouxar um pouco até porque em muitos jogos o adversário "não puxa" nem obriga a mais, porque os jogadores começam por ser bons a saberem gerir o próprio esforço e as equipas, no conjunto de todos os jogadores, são melhores se o gerem em termos colectivos, digamos que o conceito de descansar com bola tão caro a Mourinho sem que os nossos o saibam fazer (são mais novos, atenção), dizia que concordo que se peça mais da equipa.
    Os adeptos nunca perdoariam um deslize que inviabilizasse o ganho de pontos depois de Benfica ematar e Sporting perder. Mas também achei prematura a assobiadela antes do intervalo. Daí considerar mais como um "acordem e não deixem de tirar partido dos deslizes dos rivais". É uma oportunidade que não se pode perder.
    Quem lembra o Baroni faz bem porque tenho quase a certeza que foi ele nesse jogo do Bonfim.

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  14. Bom, o dia esgotou-se e constatei duas coisas:
    a) mal se falou da competitividade da Liga, aliás mal se falou do final da 1ª volta.
    À excepção de um resumo muito breve de mera comparação numérica entre a 1ª volta de há um ano e esta, com o Porto com -2 pontos e os adversários ainda pior - o que diz que o Porto praticamente manteve o nível, et pour cause, e os rivais não se aguentam das pernas até por jogarem as mesmas competições que os portistas e não tirarem partido de mais ou menos desgaste nosso - o silêncio caiu sobre a Liga, estilhaçado por uma inacreditável saída de Carlos Freitas do Sporting e o ridículo pas de deux de dois benfiquistas em campo que escaparam ao controlo disciplinar do árbitro (expulsão para Luisão por 2º amarelo e vermelho pelo gesto obsceno de Katso, mas este vai cair na alçada disciplinar da Liga por sumaríssimo óbvio).
    b) mas a nível informativo, geral, incomodou-me o silêncio sobre a desastrosa participação do ministro da Saúde no Prós%Prós de uma das moderadoras do regime, a inefável Fátima Campos Ferreira que, com o ministro atacado por todos, autarcas a quem traiu, Ordem dos Médicos a cujo bastonário em exercício ameaçou (só faltou o dedo em riste) e até o líder da equipa que erigiu a reforma dos serviços de saúde que tem estado na berra pelo interior sem voz e deserdado da sorte de não ter eleitores que signifiquem votos em massa para serem considerados cidadãos de corpo inteiro e de preferência vivos como nós no Litoral, a moderadora quis salvar o ministro no final a perguntar aos intervenientes se, afinal, a reforma era necessária ou não para salvar a face de um ministro que nalguns casos nem resposta teve para os autarcas que lhe atiraram com os defeitos do sistema de fecha, fecha, fecha até parir-se os filhos na auto-estrada e se morrer... nos hospitais (Aveiro e Vila Real).
    Enquanto o futebol é levado na desportiva, as coisas da vida real magoam-me e o condicionamento dos alinhamentos informativos sinto-o como facadas na liberdade e na capacidade de informar quem não sabe.
    Como dizia Pedroto, quem viu o programa e o ministro metralhado por todos os lados, viu; quem não viu, visse.
    Eu que abomino o programa pelos modos da moderadora resisti até final porque senti aquilo quente, interventivo com a voz de quem pode falar pelos munícipes, mas praticamente nenhuma televisão pegou no assunto: nem a RTP que só hoje à noite, 45' depois de iniciar o Teljornal, deu uma intervenção acalorada do autarca de Anadia e um "está porreiro, pá" do ministro.
    Desculpem este àparte, mas isto precisa de uma injecção de cidadania e contestação bem viva. Há muito quem reclame desobediência civil. Ontem no Hospital de Aveiro, um acompanhante de um doente que recorreu às Urgências agrediu um porteiro. Que não tem culpa, mas como não se pode bater num ministro...

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  15. Adriaanse e Riekerink terão de indemnizar o F.C. Porto

    Inédito. Pela primeira vez no mundo do futebol, um treinador terá de indemnizar um clube, depois de ter rescindido o vínculo laboral sem justa causa. O Juiz Único do Comité do Estatuto do Jogador da FIFA apreciou a queixa da F.C. Porto, SAD e deliberou que Jacobus Adriaanse e Jan Olde Riekerink vão ter de pagar aos Dragões EUR 1.150.000 e EUR 146.250, respectivamente.

    O caso teve início a 29 de Agosto de 2006, quando a F.C. Porto, SAD informou a FIFA de que Co Adriaanse e respectivos adjuntos holandeses haviam abandonado repentinamente o clube a 9 de Agosto, por ocasião de um jogo de preparação, a escassos dez dias do arranque da competição oficial, sem qualquer razão para tal procedimento.

    A queixa formalizada pela F.C. Porto, SAD motivou a consequente defesa de Co Adriaanse e Jan Olde Riekerink – Wil Coort voltaria ao F.C. Porto e Chris Kronshorst não foi alvo de queixa, apesar de a sociedade azul e branca ter reservado para si o direito a fazê-lo. Os argumentos dos treinadores holandeses, todavia, não foram aceites. O Juiz Único do Comité do Estatuto do Jogador da FIFA chega mesmo a referir que as explicações do treinador contêm várias contradições e que este é o responsável pela quebra do contrato de trabalho.

    Na deliberação de 11 de Dezembro de 2007, o Juiz Único do Comité do Estatuto do Jogador da FIFA anuncia que Co Adriaanse terá 30 dias, a contar a partir da notificação, para pagar à F.C. Porto, SAD EUR 1,150,000, para além de ter de suportar as custas do processo.

    Em relação a Jan Olde Riekerink, a deliberação baseia-se em pressupostos semelhantes no que diz respeito à carência de validade da argumentação apresentada e a certeza de que a quebra de contrato de trabalho foi unilateral. Neste sentido, o técnico assistente terá também um prazo de 30 dias para indemnizar a F.C. Porto, SAD em EUR 146,250. Para além de ter de pagar à FIFA as despesas processuais.

    De agora em diante, graças ao F.C. Porto, está criada uma situação de equilíbrio na relação laboral entre clubes e treinadores, uma vez que, anteriormente, sempre que uma equipa prescindia do seu técnico tinha de o indemnizar, mas quando se verificava o contrário…

    in FC Porto.pt

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