Incrível como se falha tanto!

FC Porto, 2 -- APOEL Nicósia, 1

Hulk 33 e 48gp; Alvaro 13pb

Helton; Fucile, Bruno Alves, Rolando, Álvaro Pereira; Fernando; Mariano, R. Meireles (Sapunaru 89); C. Rodriguez (Guarín 66), Hulk e Falcao (Farias 87).

As coisas não estão fáceis na Champions, mas o FC Porto também ajuda a torná-las mais difíceis do que podem ser. Jesualdo continua a confirmar a perplexidade nascida ainda da titularidade de Guarín na derrota e má exibição em Braga, preferindo de novo Mariano. E este argentino, que não tem confirmado a sua capacidade nas alas, agora como interior-direito foi uma nulidade, para além de acabar expulso e deixar a equipa em dificuldades ainda mais imprevistas que o seu jogo errático. O treinador do FC Porto tem no meio-campo um problema bicudo com uma terceira incógnita nesta equação a três, pois Raul Meireles continua, também ele, desinspirado.

Com a factura de muitos dias sem trabalho por causa das selecções, percebeu-se que a chuva não lubrificou os mecanismos ofensivos dos dragões, para mais frente a um opositor fechado e bem arrumado que tem a pecha, própria dos neófitos, de cometer erros na retaguarda e na primeira zona de criação de jogo. Porque na frente os cipriotas abriram o campo e de um cruzmento largo mas bem feito deu o seu primeiro golo na Champions com "ajuda" de Álvaro.

Meio-campo preso de movimentos, Rodriguez sem abrir o jogo e Falcao de novo isolado e mal servido, tudo deu uma primeira parte fraquinha, sem rasgo e felizmente sem desvantagem no marcador, porque a técnica defensiva dos cipriotas teve um lapso a mais do português Hélio Pinto, permitindo a recuperação de Falcao e a "assistência" para Hulk. O Incrível bisou a abrir a segunda parte e quis devolver ao argentino a graça de um passe para golo, mas Falcao tanto marcou de tornozelo ao Atl. Madrid como nem acertou na bola de frente para a baliza e o 3-1 perdeu-se ingloriamente.

Falcao perdeu também demasiadas bolas para segurar na frente e Mariano perdeu as estribeiras a acentuar o negativismo do seu jogo, mesmo já quando Guarín estava em campo e o FC Porto, mais em 4x4x2, tinha tudo para melhorar a posse de bola no meio e criar oportunidades nos espaços que então os cipriotas deixavam.

Foi começar mal e acabar quase em aflição, sem deixar em causa a justiça da vitória mas a confirmar que isto da Champions não está garantido a ninguém. Houve que cerrar fileiras até final e aceitar a pressão dos visitantes que quiseram acreditar mas só em jogo directo para a área à espera de outro "chouriço" como o 0-1. Tal como frente ao Sporting, ao FC Porto faltou frieza e categoria para circular melhor a bola e evitar sobressaltos no final, denotando a equipa desconforto nesta situação ainda que agora em desvantagem numérica.

Pode ser que Guarín jogue em Nicósia em vez de Mariano e quiçá Raul Meireles descanse, pois ele e Mariano não dão verticalidade ao jogo e a equipa ressente-se, desorganiza-se e divide-se sem saber se ataca se defende, disso se ressentindo também Fernando que tem de acorrer a inúmeros fogos ateados por falhas de posição e posse no sector ainda longe da estabilidade organizativa e estrutural necessária para o futebol ser mais consequente e o jogo mais facilmente dominado.

De qualquer modo, basta confirmarem-se na próxima jornada os resultados de hoje e os dois primeiros lugares do grupo ficarão atribuídos com duas rondas por disputar. Se assim for, o FC Porto ganhará a jornada dupla com o mesmo adversário pela segunda vez, depois de o ter feito com o Hamburgo e num primeiro jogo também em dia de muita chuva.

Mas a equipa precisa entrar nos eixos no período até ao Natal na hora em que se definirão posições no campeonato e a rotina dos jogos é retomada domingo frente à Académica e tem seguimento de novo no Dragão depois com o Belenenses na 6ª feira seguinte, antes da viagem a Chipre.