E vão 15

FCPorto 3-0 V. Setúbal
(Adriano, Anderson e Vieirinha)

Em 28 possíveis estão 15 garantidas. O FCPorto é rei e senhor da Super-Taça Cândido Oliveira. Curiosamente uma taça criada depois da revolução dos cravos é também uma taça dominada pelo nosso clube.

Curioso também é uma táctica abominada pelos adeptos mais “exigentes” ser uma táctica completamente vencedora a nível interno. O 3-4-3 de Adriaanse venceu as 3 principais competições internas sem existir sequer qualquer margem para dúvidas de toda a critica… externa ao clube. Daí ser justo ter que se dar algum mérito ao ex-treinador do FCPorto, de quem, em alguns aspectos, todos os adeptos vão ter saudades.

Mas são águas passadas e passemos propriamente ao jogo. O FCPorto deu praticamente a 1ª parte de avanço ao V. Setúbal, que apareceu muito atrevido e a exercer pressão sobre os portistas, talvez para tentar surpreender o campeão nacional. O que é certo é que chegou a criar alguns lances de algum perigo junta da baliza de Helton que se mostrou sempre seguro. A partir do quarto de hora o FCPorto equilibrou as coisas e o jogo manteve-se numa toada lenta até ao intervalo, existindo apenas uma real oportunidade de golo para cada lado. Sendo que essa grande oportunidade de golo, e diga-se de passagem de todo o jogo do V.Setúbal foi criada por incrível que pareça por um cabeceamento de Pepe a que Helton respondeu com a defesa da noite.

Na segunda parte apareceu o FCPorto que todos estávamos à espera. Ainda que sem deslumbrar, a equipa entrou mais solta, mais rápida e mais decidida a resolver a questão para o nosso lado. Adriano na sequência de um canto logo no início da etapa complementar marcou um excelente golo de pontapé-bicicleta, golo que serviu para tranquilizar e para fazer com que o V.Setubal “saísse do buraco”.

A partir do golo Anderson começou a “desbobinar” o seu futebol com passes “mágicos”, passes esses que com outros protagonistas dariam ainda mais expressão ao resultado. As constantes trocas de bola a partir do 1º golo entre os jogadores do FCPorto resultaram de tal maneira que o V.Setúbal não mais criou perigo de realce para a baliza de Helton. Foi tudo uma questão de controlar o jogo e jogarmos nós no erro do adversário e foi com naturalidade que foram aparecendo vários lances de perigo na área do V.Setúbal. E num contra-ataque e a passe de Alan (que esteve muito mal todo o jogo) Anderson marcou isolado um merecido golo a coroar a sua bela exibição, para mim a melhor do FCPorto, mas podem dar a vossa opinião no quadro ao lado. Já bem perto do final, Vierinha que tinha entrado a substituir Quaresma, marcou mais um belo golo de fora da área que selou o resultado final.

Algo que me agradou e que espero que seja para continuar foi a grande união do grupo, viu-se nos golos e viu-se no final. Principalmente o carinho que os jogadores têm por Rui Barros.

Uma palavra também para este que teve o mérito de dar continuidade ao trabalho do anterior treinador e que disse com muita humildade que o próximo certamente mudará a táctica e ele será o seu principal apoio. Rui Barros que é talvez o único treinador em Portugal que em quinze dias de trabalho a sua equipa ganhou 3 jogos, marcou 6 golos, sofreu apenas 1 e já tem um título nacional no seu curriculum.

Em suma no FCPorto todos os treinadores correm este risco, o risco de serem vencedores.