O papa-títulos e o papa-chupas

Tive muitas dúvidas se haveria ou não de fazer este post. Não que Baía não o mereça, mas sim porque poderia estar a rebaixá-lo a tal ponto que se tornaria humilhante uma comparação entre ele e o “herói do Montijo”. Mas depois pensei, humilhante será mesmo esse pseudo-herói querer comparar-se com o Baía, estão a imaginar o dono de Fiat 127 dizer que quer fazer uma corrida entre o seu carro e um Aston Martin V12? Quem sai mal na foto?

Mesmo que todo kitado por “artistas de oficina”, o Fiat 127 o máximo que consegue fazer são uns piões e uns arranques um tanto ao quanto vistosos que podem fazer algum público delirar, mas a comparação em toda a linha com o Aston Martin até se torna anedótica.

E para fazer a analogia entre os carros e os guarda-redes basta ver que o Fiat 127 ganhou tantas corridas na sua vida como o Aston Martin ganhou só este ano. Ridículo não é?

Vem tudo isto a propósito de uma frase do “herói do Montijo”. Este engraçado guarda-redes numa entrevista dada a um pasquim local diz não conhecer Vítor Baía, do que se pode retirar logo duas conclusões rápidas, o homem tem muito fraca memória, já que foi suplente deste no mundial de 2002, por outro lado não deve saber ler, já que não faltam notícias nos jornais sobre o jogador de futebol mais titulado de todo o mundo.

Baía que nunca se referiu ao pseudo-herói desde que os “artistas de oficina” o resolveram kitar (o pseudo-herói, claro) foi enchendo o saco ouvindo sempre aqui e ali as tais comparações ridículas e com essa frase o saco rebentou. E disse o que o menino, que vive com grandes complexos de inferioridade, merecia ouvir ou seja que este “dorme e acorda a pensar em mim”, diz ainda, referindo-se aos piões e arranques vistosos do Fiat 127 “ou o Ricardo não tem sustentação mental para lidar com o êxito, ou é mal aconselhado ou é pouco inteligente”. E resumindo “vivo bem com o êxito do Ricardo, não me parece que suceda o contrário”.

Conclusão lógica de um grande senhor do futebol MUNDIAL que está farto de ser rebaixado e desprezado pelos "artistas de oficina" que querem fabricar heróis à força e que passam a vida a defender o menino e a dar-lhe o chupa-chupa para ele não chorar mais.