O miúdo resolve

FCPorto 2-0 Nacional
Anderson 65', Fucile 88'

Parece injusto estar a destacar apenas um jogador neste jogo, principalmente quando se viu que esta vitória é de toda a equipa e o quanto ela está unida. Alguns jogadores merecem destaque como por exemplo o incansável Lisandro que é um poço de raça e força, um exemplo para toda a equipa, o supersónico Bosingwa que fez uma primeira parte alucinante, com velocidade e perícia nos cruzamentos, colocando o adversário em sentido, o estreante João Paulo que mostrou segurança e estar à altura numa prova de fogo à sua qualidade e que mostrou ser uma opção muito válida, Paulo Assunção que enquanto durou deu estabilidade, Fucile que além do muito bom jogo que fez ainda por cima fora da sua posição, até fez gosto ao pé e os colegas mostraram o quanto é querido por todos. Mas um jogador consegue destacar-se mesmo no meio de tantas boas exibições e esse jogador é um diamante chamado Anderson.

Um abanão foi dada à equipa depois o descalabro da semana passada, se por muitos momentos não estiveram bem neste jogo, não foi por falta de empenho que tal aconteceu. Todos os jogadores remaram para o mesmo lado na procura da imprescindível vitória, todos os jogadores mostraram que querem ser campeões e que merecem sê-lo.

Jesualdo não surpreendeu na constituição da equipa, fez o lógico. Em relação à equipa por mim prevista, apenas colocou Cech, que esteve uns furos abaixo do que já o vimos fazer, no meio campo, deixando Raul Meireles no banco. Os portistas apresentaram-se algo apáticos no início do jogo, mas apenas por alguns minutos, já que começaram a tomar conta das operações e a criar perigo na baliza do Nacional bem cedo. Bosingwa, qual Carl Lewis, começou a subir pelo seu corredor a tal velocidade e a tirar cruzamentos de tal forma perigosos, que sozinho foi a maior dor de cabeça para os madeirenses, pena não terem sido aproveitados da melhor forma e, quando foram, alguém tratou de os anular como aconteceu por pelo menos uma vez. Foi uma primeira parte muito bem conseguida e merecia outro resultado.

Para a segunda parte, e dada o excelente primeiro tempo, o professor resolveu deixar tudo como estava, a ver no que dava. Só que o Nacional acertou marcações e acima de tudo arranjou forma de prender o mais perigoso jogador do FCPorto dos primeiros 45 minutos, Bosingwa. Percebeu-se então que era necessário mudar algo. Dar mais força ao meio campo e soltar mais Anderson seria uma das soluções e foi precisamente isso que foi feito. O técnico retirou Cech e Assunção e colocou Meireles e Jorginho, ficando até um meio campo mais criativo com a inclusão do brasileiro. Então começou o “show” de Anderson, que pareceu renascer para o jogo. O miúdo começou a soltar a sua magia com jogadas de excelência, coadjuvado por Jorginho que entrou muito bem em jogo. Foi então com naturalidade e numa grande jogada de equipa, mas em que Anderson é o protagonista, já que a começa e finaliza, que apareceu o golo que há muito era merecido para os Dragões, quando as bancadas já pareciam desesperar pela falta dele dado o nervosismo vivido a essa altura.

Estava feito o mais difícil e que, dado o número de oportunidades perdidas, parecia que não iria acontecer nesse jogo. O jogo estava praticamente resolvido já que o Nacional, como o tinha feito até aqui, nunca criara grande perigo para a baliza de Helton. Algumas jogadas muito vistosas foram vistas até ao final do jogo, quase sempre com Anderson a brilhar. Numa delas, já quase no fim do jogo, e num excepcional passe, o miúdo, desmarca outro miúdo, Fucile, que fez o seu primeiro golo em Portugal e segundo deste jogo, terminando assim a partida numa mais que justa vitória do FCPorto.

Tinha dito que se os azuis-e-brancos não vencessem este jogo não mereciam ser campeões. Venceram, mas acima de tudo mostraram que são uma grande equipa e que se jogassem sempre com este empenho e com esta atitude já há muito poderiam ter encomendado as faixas, mesmo com todas as vicissitudes e problemas surgidos durante o campeonato, porque são simplesmente a melhor equipa em Portugal. Aliás, como ficou provado pelo grande nível dos suplentes que entraram, suplentes que seriam mais que certos titulares em qualquer outra equipa desta primeira liga.

Faltam quatro pontos. Faltam duas finais, venha a próxima.

PS: Está uma nova pergunta na Opinião da Bancada a que podem já responder:

Além de Anderson, qual foi o melhor jogador do FCPorto-Nacional?
	Bosingwa
	Joao Paulo
	Fucile
	Paulo Assuncao
	Lisandro
	Adriano