30 março 2009

O FC Porto, a Selecção e a Champions


Cinco anos depois, o futebol português vive entre o desânimo geral com a Selecção, os clubes de Lisboa em perda e o oásis positivo que é o FC Porto. Com a equipa nacional no fio da navalha e já sem a “luxuosa reserva”, moral e técnica, do plantel portista, Portugal defronta amanhã a África do Sul, num jogo particular, quando se avizinha para o tricampeão nacional o duplo confronto com o Manchester United em sete dias.

É possível que Carlos Queiroz prossiga, neste jogo amigável marcado para a Suíça, a busca de melhores soluções entre um naipe de jogadores seleccionáveis órfão das estrelas da “Geração Dourada” e com poucos intérpretes de valia experimentada em equipas nacionais. Neste âmbito, depois do esforço inglório posto em campo e do desencontro das necessidades da equipa nacional com a disponibilidade, física e mental, de alguns jogadores nucleares, admite-se que entrará “sangue novo” neste amistoso que não contribuirá, de forma alguma, para melhorar a “auto-estima” dos rapazes de Queiroz, a não ser uma vitória para mitigar a sede de… golos.

É de prever, então, que o trio de portistas envolvidos seja poupado, até porque Bruno Alves e Raul Meireles fizeram um bom jogo frente aos suecos, dando tudo o que tinham, admitindo-se que Rolando, utilizado apenas meia parte pela lesão de Bosingwa, faça uma perninha.

É incontornável fazer um paralelismo à distância de cinco anos.

A 31/3/2004, Portugal fez um amigável em Braga com a Itália, que perdeu por causa de um canto directo de Miccoli, na preparação para o Europeu de que era organizador. Scolari, que então desdenhava, com Vítor Baía à cabeça, os portugueses do FC Porto, à excepção do naturalizado Deco, não se coibiu de utilizar Paulo Ferreira, Nuno Valente, Ricardo Carvalho, Costinha, o aludido Deco. Maniche não tinha sido convocado e ainda que não tivessem jogado o tempo todo, foram dos jogadores maus utilizados nesse encontro.

O pior é que a data ficou entre as duas mãos da eliminatória da Liga dos Campeões com o Lyon, para os ¼ final. De entre todos os jogos de preparação desse dia, com muitas selecções europeias em campo, os portistas foram os mais sacrificados no total de minutos jogados.

Contudo, aquela selecção não ganhava a nenhuma equipa das apuradas para o Europeu-2004. Ainda assim, já havia escribas do regime que se alimentaram do “espírito de grupo e de família”, fechando os olhos às atrocidades de Scolari. Foi o tempo glorioso dos que não venciam de outra forma e tinham no seleccionador o escudo antiportista. Por isso renegavam quem reclamava a formação da equipa nacional com base no FC Porto, Vítor Baía incluído.

Escribas do regime viravam o bico ao prego
A propósito de escribas do regime, esse Portugal-Itália mereceu reparos da estrutura portista. Lembre-se o “ninguém sabe para onde corre” em campo. Quer quanto à finalidade das experiências de Scolari, quando a solução a que deitaria a mão em desespero de causa esteve ali, meses a fio, diante dos seus olhos. Quer quanto ao desgaste a que, escusadamente, expôs os jogadores portistas envolvidos na Champions. Porém, como os escribas do regime servem para defender o soberano, um eleito pôs-se a fazer contas no Rascord do costume: em vez de escalpelizar os minutos jogados, nessa ronda de jogos de preparação de todas as selecções, por atletas de clubes envolvidos nas eurotaças, o chico-esperto somou os minutos de todos os jogadores utilizados por Scolari na sua selecção. Como até então os portistas eram menosprezados, a conclusão é de que… não se podiam queixar, hèlas!, não eram os mais utilizados.


Nessa época, o FC Porto fez 55 jogos oficiais com a final de Gelsenkirchen, o que era um número habitual na que se tornou a mais competitiva equipa portuguesa, aquela que disputava os títulos sempre até ao fim, ano após ano. As excepções eram/são raras. As excepções no FC Porto eram/são regras nos clubes rivais. Fernando Santos também chegou a liderar a equipa portista em 56 jogos oficiais, o máximo do futebol português.

A questão da gestão do grupo da selecção em favor dos clubes pôs-se, mais à frente, a Scolari. Já com o FC Porto na semifinal com o D. Corunha, os seus jogadores foram dispensados do amigável que se situava entre os dois jogos com os galegos, um jogo em Coimbra, a 28 de Abril, com a… Suécia. Apesar do debate, os ceguetas do costume achavam que Scolari não devia ter dispensado os jogadores do FC Porto. Tal como esta época, querem ver o FC Porto a desgastar-se a ver se perde o título nacional. A propósito destes históricos desaires caseiros com os suecos, Portugal só empatou (2-2) nos descontos.

Dificuldades de Queiroz
É, por isso, importante perceber até que ponto essa exigência competitiva será ponderada por Queiroz. Num momento psicológico delicado da equipa nacional, um resultado menos positivo no particular de amanhã pode recolocar a discussão sobre o seleccionador, a selecção e os interesses dos clubes.

Já era, à hora do jogo de sábado terminar, patético discutir se devia sair Meireles ou Tiago (com risco para o equilíbrio defensivo de jogar com 5 defesas e 5 avançados) para entrar Deco; ou recuar Pepe a central para Ricardo Carvalho derivar para vaga do lesionado Bosingwa (em vez de entrar Rolando), o que obrigaria a recuar Meireles a trinco e deixar a equipa em 5x5; se devíamos perder centímetros e quilos entre Pepe, Rolando e Hugo Almeida no combate aos “pinheiros da Escandinávia”.

Patético se tornou, por fim, quando o tema passou a ser: para que serve um amigável agora? De facto, este jogo com a África do Sul tem pouco sentido e menos “conforto” para quem saiu de um resultado desolador e nem ganhar ajudará às contas da qualificação. Mas ao contrário da anterior qualificação (8 equipas, 14 jogos), esta é curta (6 rivais, 10 jogos apenas) e há datas para preencher e fazer os ensaios e as chamadas que tornem a selecção uma equipa bem definida que ainda não pode ser. Até por muitas das melhores individualidades terem apenas dado, pontualmente, o melhor de si e nunca todas ao mesmo tempo. Daí a desilusão actual que, apesar das contas de qualificação difíceis mas nada complicadas, ainda não compromete o apuramento. Só obriga a ganhar os jogos todos.

Penoso, porém, foi assistir em 2004 a mais de uma dúzia de amigáveis que se revelaram sem sentido, por teimosia própria de quem não dava o braço a torcer e de quem defendeu essa marca de antiportismo que permaneceu por cinco longos anos. Após a derrota com a Grécia, no Dragão, lá teve que se recorrer à reserva de luxo antes desprezada.

Hoje em dia, Queiroz não tem muitos jogadores como núcleo de um clube. Ou melhor, os que tem, do Sporting, acabam de ser trucidados na Europa. A famosa equipa feita em casa, com marca de Academia, não tem peso internacional.

Curiosamente, não é essa a reclamação que se sente. Pelo visto, pedem suplentes do Benfica, como Quim e Nuno Gomes, pois dos seus titulares não há mais um português para pilar na selecção.

Além do mais, Cristiano Ronaldo não marca como na época passada, à altura da credencial de Bota de Ouro, enquanto o estatuto de melhor do mundo parece pesar-lhe cada vez mais, expondo os seus limites e o limite superado da incompreensão de adeptos inconscientes.

Simão com menor explosão nos movimentos de ruptura, joga menos do que também se viu na época passada. Com lesão de Deco e lugares-chave para ocupar, apesar das apostas ganhas de Duda e Pepe ainda que sejam adaptações, mais o ponta-de-lança matador sempre “avis rara” e que viveu, amiúde, de expedientes como Sá Pinto e Cadete, ou mesmo Nuno Gomes, lembramos Pauleta com saudade apesar de apenas 25% dos seus golos terem sido a equipas mais fortes.

Assim, é mais complicado definir a estrutura do onze a fixar na selecção do que apurar as contas para a qualificação que se resumem a ganhar todos os jogos. Futebol, a equipa tem. Faltam golos. E não sobra tranquilidade.

19 comentários:

  1. Bom, bom, era quando havia a maminha do FC Porto versão 2003 e 2004... por isso, o palerma do brasileiro se pôes ao fresco quando já lhe estava a faltar o chão para se segurar... de seguida, vem um Queiroz que vive tb da opolência d'um passado nas camadas jovens brilhante, mas que no que toca aos meninos já grandes, depois de tantas idas e voltas, passagens aqui e acolá, com os méritos que tem obtidos, vou ali e já venho.

    Quanto ao jogo, fui lá só mesmo para matar o bichinho da selecção... ainda que vi o jogo totalmente relaxado e despreocupado, porque se ganhasse, ficaria contente... se empatasse, tasse bem... se perdesse, não me tiraria o sono. Como empatou, tasse bem... aliás, daquela selecçôm, só parte deles me dizia respeito: Bruno Alves, Rolando, Raul Meireles... e alguns dos nossos ex's: Bosingwa, Pepe, Deco e Hugo Almeida.

    Como nota final, para a exibição de MERDA do palerma (habitual) que se gosta de fazer passar por «o melhor do mundo»... um tal de CR7 que eu, e atendendo ao dito no dia anterior, iria fazer maravilhas, acrobacias e saltos na atmosfera, mas, não passa mesmo é d'um MERDEIRO e ARROGANTE com tiques de vedetismo... aliás, mais uma exibição de MERDA como tantas e tantas outras pela selecção, onde de líder daquela equipa, só se for mesmo pelos orgasmos doentios e deficiente que provoca nas meninas teenagers que vegetavam pela bancada onde me encontrava (mas não só, parece que tb por muito e muitos meninos crescidos a quem o acne, já era), onde a cada toque na bola, até incomodavam os meus tímpanos com os seus gritos de elevador teor histérico agudo...

    Sugestiva e muito conclusiva a forma como esse se movimentava em campo, isto para quem tinha um ângulo de visão enorme, ou seja, para quem lá estava, porque não tv, nem d'um milésimo se apercebia do mesmo... aquilo era devagar, devagarinho, parado, um caminhar todo cheio de não me toques e correr? para quê? defender? para quê? dassseee, eu cá sou o melhor do mundo e arredores e não preciso de correr nem defender, era o que mais me faltava.

    Óh rapazinho, o Messi ao teu lado, aquele sim, com um pé esquerdo que até mete nojo, dá-te 10 a zero, carago!!!

    Quanto a ti, não passas mesmo d'um produto McDonald's... da CS!!!

    Para mim, não passas d'um igual... entre tantos outros.

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  2. Ó grande Blue,

    Pões-te aí a dizer mal do homem e depois o Pinto da Costa vai buscá-lo só para te chaterar e tens que levar com ele todas as semanas.

    É só para saberes que se todos fizessem o que eu fiz, este blogue seria o melhor do mundo. Ah, pois é.

    É assim que se fortalece o espírito de equipa e se ganha o respeito dos colegas. Se este blogue não é o melhor do mundo, a culpa não é minha. É vossa. E venha "masé" a braçadeira de capitão, pois tenho frio numa parte do braço junto ao ombro. Ah, pois é. Não há pão p'a malucos.

    Sou ou não sou o melhor do mundo?

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  3. É triste mas é verdade...

    O CR7 é um vaidoso e comparado com o Messi entao... Mete pena.

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  4. Pois, Zé Luís, esperemos que o trio de portistas seja mesmo poupado. Só depois de ver, como São Tomé.

    E o maior problema do futebol português, ou pelo menos dos muitos encornados e esverdeados, é precisamente o oásis positivo que é o FC Porto.

    O sucesso dos outros dói muito mais aos fracassados e invejosos que o próprio fracasso.

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  5. No essencial estou de acordo com a análise do Zé Luis.

    Pessoalmente julgo que Portugal tem um lote de jogadores para fazer uma boa selecção, capaz de discutir resultados com as melhores do Mundo, mas para que isso aconteça é indispensável que se conjuguem simultaneamente vários factores, o primeiro dos quais é a existência de uma equipa de clube que sirva de base à selecção, sempre assim foi ao longo da história. Em 1966 era a equipa do Benfica e daí para cá tem sido sistematicamente a equipa do FCP. Hoje, mais do que nunca, com a extensão dos calendários quer das selecções quer dos clubes, o seleccionador não tem tempo para preparar minimamente uma equipa.

    Depois temos um lote de jogadores limitado, pelo que a equipa fica sempre muito dependente de dois ou três elementos que, se por lesão, abaixamento de forma ou qualquer outro motivo, um deles não pode dar o seu concurso à equipa, esta sofre logo um tremendo rombo. Desde à quatro ou cinco anos, existe claramente uma selecção portuguesa com Deco e outra sem Deco, ainda no Sábado se viu o que aconteceu com a saída do Bosingwa, não há neste momento um ponta de lança disponível com o minimo de qualidade, já não falando no problema do guarda-redes, que só não é mais evidente porque a qualidade dos defesas e médios vai disfarçando.

    Com um panorama destes, e, integrados num grupo dificl, com boas equipas, ao contrário do que aconteceu no apuramento para o último europeu, não vale a pena iludirmo-nos, por muito que nos custe, a não ido ao Mundial não é nada de anormal.

    OBS. Segundo a imprensa do regime, o Porto está a pensar contratar o Eduardo ao Braga. Embora não o considere um grande guarda-redes, nem sequer melhor que o Helton, penso que é bem melhor que o Beto e poderia ser útil ao Porto.

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  6. Quanto a mim este é um problema que não é único no futebol: criamos as melhores expectativas, procuramos adquirir as melhores condições possíveis. Mas depois falta-nos competência. Normalmente, falhamos na competência. E este defeito afecta normalmente quem decide. Os políticos é um caso flagrante, as grande maioria dos empresários será outro. É normal sermos governados por interesses particulares ao invés de investirem no interesse da nação. O nosso Parlamento é o mais moderno do mundo, dizem eles. Sim, e o resto? Será o resto compatível com esse modernismo todo? É apenas um exemplo.

    No futebol o problema é parecido: temos jogadores dos mais caros do mundo; condições de treino cada vez melhores e já próximas do topo... mas, e os dirigentes? O problema vai sempre dar ao mesmo. Falta competência a quem decide.

    Portugal foi forte quando teve um FCP a fornecer jogadores. Porque o FCP é o oposto do habitual por cá: aqui há competência a nível directivo. E esta é a grande diferença não só em relação aos outros clubes mas também em relação ao que é normal cá no País. O FCP é uma organização radicalmente diferente do que é normal cá.

    Actualmente o problema da selecção baseia-se no facto do FCP ter apostado durante algumas épocas em contratações estrangeiras, negligenciando a formação e as jovens promessas portuguesas.

    Parece que na próxima época o rumo do FCP vai mudar. Boas notícias para a selecção, portanto.

    Cumprimentos

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  7. Se e verdade ou não, não sei, mas a bolha diz que o Eduardo está praticamente garantido no dragão para a próxima época.

    Não é que não goste do Eduardo mas não o acho seguro. Acho-o muito ao estilo do Helton, isto é, capaz do melhor e do pior e os erros cometidos no jogo com o PSG e na selecção nacional confirmam isso mesmo.

    Por outro lado, temo pelo Ventura. Temo que se torne outro Bruno Vale e sinceramente acho o Ventura muito melhor que o Bruno.

    Eu gosto muitíssimo do Ventura e acho que ele merece ser o próximo guarda redes do FCPorto. Tem muita qualidade e é um produto da nossa cantera e um Portista nato.

    Já que a SAD resolveu entrar no arriscado caminho dos jovens com potencial, por favor, arrisquem com o Ventura, da mesma forma que arriscaram com o Baía ou da mesma forma que o Real de Madrid arriscou com o Iker Casillas.

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  8. "Pedro Silva eleito o melhor jogador da Taça da Liga

    O lateral Pedro Silva, do Sporting, foi eleito o melhor jogador da Taça da Liga de futebol, anunciou hoje a Liga de clubes, apesar de ter sido expulso na final e ter rejeitado a medalha do segundo lugar.

    Numa votação feita na Internet, Pedro Silva recebeu 14.477 votos, tendo grande vantagem sobre os seus colegas de equipa Liedson (8.500) e João Moutinho (6.224), que ocupam os outros dois lugares do pódio.

    O argentino Pablo Aimar, que antes da final liderava a votação, acabou por cair para o quarto posto, com 5.917 votos, seguido dos seus colegas no Benfica Quim (1.884) e Katsouranis (1.262).

    Pedro Silva tornou-se numa das principais figuras da final da segunda edição da Taça da Liga, depois de o árbitro Lucílio Baptista assinalar uma grande penalidade inexistente por mão do brasileiro. Na sequência do lance, Pedro Silva viu o segundo amarelo e, em protesto, deu um encosto com o peito no árbitro setubalense, antes de na cerimónia de entrega do troféu ter atirado fora a medalha.

    Ao longo da competição, Pedro Silva apenas falhou um encontro do Sporting, frente ao Marítimo, tendo realizado dois encontros completos, frente ao Rio Ave, na fase de grupos, e ao FC Porto, na meia-final."

    Era a isto que me referia no comentário anterior. Que dizer de uma Liga que premeia o cúmulo da indisciplina e agressividade?

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  9. Ia comentar, mas os comentarios do Nelson Barbosa e do Joao ja sintetizaram quase tudo.

    Acho que temos de ter a humildade suficiente para perceber que so com um trabalho de longo prazo é que se podem resolver os problemas que existem na selecçao. Para isso acontecer, uma possivel travessia no deserto nao deveria escandalizar os mais atentos. Quanto aos outros (vulgos jornaleiros e sociedade benficoide), ja sabemos "o que a casa gasta".

    Estou com Queiroz porque ja provou que sabe fazer um trabalho de fundo com muita qualidade e com resultados que se projectam no tempo. Coisa rara no futebol portugues à excepçao do FCPorto.

    Os ultimos resultados em fases finais devem-se a ele e à equipa campea Europeia do Porto (portanto a ele e a Mourinho).

    Se queremos voltar a ter uma base de jogadores forte, com um espirito e uma cultura de selecçao que hoje nao existe (o que existiu nos ultimos 5 anos foi cultura pimba, pura e dura), temos de construir uma equipa de base e remodelar a formaçao num esforço conjunto entre clubes e federaçao. Esforço que nunca existiu.

    Eu acho extraordinario, que os miseraveis jornalistas do regime nunca tenham reparado no quao vergonhoso é, o facto de jogadores como Quaresma, Moutinho, Ronaldo, Meireles, Bosingwa ou Danny nao terem passado consistentemente nas selecçoes jovens.

    Alguns apareceram intermitentemente quando ja eram mais velhos e ja tinham despontado nas equipas principais, outros nunca tinham jogado de quinas ao peito até aos 21 anos!

    Isto denota uma total incompetencia das gentes que gerem o nosso futebol. Nada que nos Portistas ja nao saibamos.

    So ha uma coisa na qual nao concordo nas escolhas de Queiroz. Se é um facto que falta um lider dentro de campo, também é um facto que o Ronaldo nao tem personalidade para ser capitao da selecçao. Ha outra opçoes melhores que Ronaldo. Simao e Bruno Alves sao duas (ja que parece que o Ricardo Carvalho nao quer a braçadeira).

    Quanto às criticas ao Ronaldo acho-as perfeitamente injustas. Nao se lembram por acaso aqueles que o criticam, que foi sujeito a uma cirurgia e nao fez pré-época? Acham que sem fazer pré-época ele teria um rendimento seuqer parecido com o da época passada?

    Na proxima temporada teremos um Ronaldo muito melhor e muito diferente do jogador destruido fisicamente que agora é.

    O Ronaldo é uma mais valia enorme. Os problemas estao no eixo do ataque, na lesao do pensador do nosso jogo, nas constantes e inevitaveis adaptaçoe na ala esquerda.
    O primeiro problema vai ser resolvido com "o Resolve" e o segundo com sorte, estara naturalmente debelado em Junho, altura do proximo compromisso.

    Para terminar, penso que as prioridades de alguns Portistas estao trocadas. Quando se fala da selecçao o apoio deve ser total. As querelas devem ser politicas e sociais e as baterias devem estar apontadas para os baroes do centralismo. Nao para os jogadores da selecçao ou para o seleccionador.

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  10. Considero Beto melhor que o Eduardo, com Helton, mais Ventura a manterem-se, admitindo a substituição do Nuno para lhe proporcionar maior rodagem noutro Clube, nesta fase final da sua carreira, estará garantido o Futuro nessa posição.
    A selecção perdeu muitos jogadores de qualidade, uma geração de grande potencial, Baía, Figo, João Pinto, Pauleta, Domingos, Rui Costa, etc...Tem excelentes defesas, mantém um bom naipe de médios, avançados ala rápidos e de excelente técnica mas, falta-lhe um ou dois bons pontas-de-lança, Postiga ou Nuno Gomes ainda são os menos maus, mas são insuficientes.

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  11. Poucos, mas bons. Sinceramente, considero excelente as análises dos colegas de bancada, aqui expostas.

    Todos tocaram num ponto fulcral e, contudo, abordaram uma variedade de temas.

    A selecção é/será o que for o futebol nacional.

    O problema é que, nos últimos 5 anos, nunca foi, foi uma feira de vaidades que o soren resume em "cultura pimba". Ainda hoje ouvi a expressão "feira popular". Sem dúvida. Haja quem perceba isso.

    Os apanhados daqui e dali, o Figo que tinha desistido e voltou à selecção, o Pauleta a marcar, o Deco a aparecer, tudo contribuiu para dar alguns resultados. Alguns confundiram resultados com triunfos, êxitos, conquistas.

    Entretanto, Portugal caiu de 2º em 2004, para 4º em 2006 e 8º em 2008 para cujo Europeu foi qualificado como o pior dos 14 apurados... As meias-finais de 2006 suplantaram em muito a competência e categoria da equipa. O 2004, então, foi um bambúrrio, depois de o burro ter desperdiçado o tempo de preparação em equipas da tanga, desprezando o FC Porto campeão europeu e o melhor guarda-redes dessa época.

    Mas isto é Historia.

    Como é História a desatenção dada aos escalões jovens. Agora vê-se a falta que há em certas posições-chave.

    Uma observação a este respeito, soren: Quaresma foi o único aproveitado em todos os escalões, foi campeão europeu de sub-17 em 2000 em Israel. O resto é um acaso. Toda a gente, FPF e Madaíl incluídos, olhou apenas para a equipa A, o Mundial e os milhões, até para apagar a triste figura de 2002 e salvar a face (Madaíl) que outros quiseram esconder para sempre (J. Costa, P. Barbosa, P. Sousa).

    Eu acho que a equipa tem feito futebol para ganhar, mas demonstra debilidades. Debilidades naturais, à falta de pontas-de-lança de categoria. Perderam-se estrelas de primeira grandeza e é Queiroz que tem de inventá-las agora?

    Uma coisa é jogar com 4 médios de classe mundial. O adversário tem um respeito. Se só temos Deco, agora, para mostrar, e de uma paragem de 2 meses, o adversário pode focar a sua atenção no ponto essencial. Sebastian Larsson entrou para marcá-lo em cima, mal Deco entrou.

    Deco entrou por Tiago que era a solução lógica, natural e sem perder equilíbrio defensivo caso saísse Meireles, como muitos têm reclamado. Deco em 20' fez mais do que Tiago em 70, que se limitou a 2 assistências, a primeira delas fraquinha para C. Ronaldo que foi à queima com o g.r. em cima e não podia marcar (nem foi penálti, como Queiroz reclamou).

    Mas algo vai mal, muito mal, quando se sugere que suplentes nas suas equipas deviam jogar este jogo com a Suécia. Se notarmos que Simão tem jogado bem menos no Atl. Madrid do que na época passada, não se entende como Nani não entrou para o seu lugar. Mas destes aspectos não vi alguém falar, nem acredito que venham a falar e eu nunca vi Simão fazer algum jogo de jeito na Selecção, contudo viram-se para Ronaldo que acho que esteve bem no sábado - mas incrivelmente falhou uma cabeçada simples a 3 metros da balzia quando o ano passado se calhar marcava o golo com as costas...

    Uma selecção, por fim, é um produto acabado, um estado de preparação adquirido mas tem de ter um passado de trabalho, em conjunto, que esta não tem. Por falta de tempo, de maturidade de alguns jogadores e de haver um novo técnico. Há que dar tempo ao tempo, pois se é necessário num clube, é-o mais ainda numa selecção.

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  12. Vou directo ao assunto e não tenho muitas dúvidas em afirmar que se está, quanto a mim, a perder uma das melhores gerações de jogadores de todos os tempos no que à selecção nacional diz respeito.
    Para mim esta geração nunca teve um grande treinador, um treinador à altura dos grandes jogadores que tivemos (temos) entre 2004 e 2009. Scolari não foi e não é um grande treinador, longe disso, agora quanto a mim Queiroz não se apresenta numa linha muito melhor, sendo que ao menos não exibe a teimosia e grosseria do anterior seleccionador. Considero que os dirigentes da federação e os portugueses em geral (sempre tão nacionalistas e patriotas no que toca a futebol) se convencerem que só há dois treinadores portugueses com capacidade para orientar a selecão: Jesualdo e Mourinho. Como nem um nem outro estão disponíveis, já era altura de se pensar em contratar um treinador a sério sob todos os pontos de vista e o dinheiro que se pagava ao Scolari e se paga agora ao Queiroz sempre devia dar para que fosse contratado um treinador de créditos firmados. Capello estava livre até há pouco tempo, Lippi também e Riijkaard está ainda desempregado.
    Falando do FCP, espero, muito sinceramente, que o Eduardo não venha para o Porto. Não é muito diferente do Helton, se for para o comprar a ele ficamos com o que temos e poupamos dinheiro com a transferencia. O Beto sim, seria uma mais valia. Já o vi fazer defesas impossíveis e nunca lhe vi dar erros como os que o Eduardo já deu. É só ver a fífia que fez contra a Suécia que só não deu golo porque o Ibra estava suspenso e a forma como sofreu o golo contra o PSG, tudo isto em jogos decisivos.

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  13. Nem comento isso do Eduardo: primeiro, nem sabia, não li, só ouvi na rádio ao fim do dia; depois, o Eduardo vem só depois de terem garantido - com todos os pormenores e ao custo de um processo-crime movido ao Record - que o Beto era certo por 4 anos.

    Não sei como se dão à pachorra de avaliar estas coisas como certas.

    Depois, é matemático: um jogador do Braga? Bem o Salvador dá-se com PdC, pronto há negócio à vista. Era o João Pereira, já ouvi falar do Rodriguez, creio que se falou de mais alguém antes deste último, o Eduardo.

    Ainda há quem dê atenção a isso? Se for é o Beto, tenho a certeza. Se for alguém...

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  14. Espero que tenhas razão Zé Luís. Também admito que depois da polémica que deu o Leixões-Porto, o FCP esteja propositadamente a pôr estas notícias cá para fora para desviar atenções, dando a ideia de que o Beto é apenas uma opção, de que nem sequer é prioridade e que as negociações com ele não estão fáceis. Em suma, acho que o FCP pode querer com tudo isto mostrar como o Beto não fez nenhum favor ao Porto. Nada que nós não saibamos, mas algumas mentes distorcidas não pensam o mesmo, como é natural. Até porque todos sabemos que em Portugal ser não basta, é também preciso parecer e se assim for, fico contente que os nossos dirigentes tenham aprendido essa lição.

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  15. Parece-me que comparar Jesualdo com Queiroz nao tem cabimento. Sao dois percursos muito diferentes e Jesualdo antes de chegar ao Porto nao tinha ganho nada. Nao tenho duvidas que também Queiroz ira um dia singrar no Dragao. O namoro nao é de agora.

    Nao tinha de memoria que o Quaresma ja tinha até alcançado resultados de monta em tao tenra idade. Mas de facto acho que amostra é conclusiva.

    Temos que ter escola, nao uma manta de retalhos que é aquilo em que se transformou a nossa formaçao.

    Alguém tem duvidas de que Baia, Couto, Jorge Costa, Paulo Sousa, Figo, Rui Costa e Joao Pinto jogavam juntos de olhos fechados?

    Apontem 2 jogadores do onze inicial da selecçao que tenham jogado juntos nas camadas jovens.

    ...............

    Pois é.

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  16. Duarte, custa-me a crer que seja o Porto a pôr cá fora notícias para dispersar a atenção, minas vagantes ou manobras de diversão.

    Até porque a Imprensa não precisa disso, a criatividade é aguçada pela necessidade...

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  17. Soren, agora disseste tudo: não há 2 que tenham jogado juntos nas camadas jovens. Que diferença para a Geração Dourada com o luxo de ter sido composta por duas fornadas sucessivas e que se juntaram na equipa principal.

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  18. «Orlando Sá, jovem avançado do Sp. Braga e um dos mais promissores atacantes do futebol nacional, vai ser jogador do FC Porto. O DN apurou que dirigentes da SAD portista e do clube minhoto têm mantido negociações sobre o atleta há já alguns meses e a transferência de Sá para o Dragão será uma realidade no final da época.

    O contrato do internacional português de 20 anos, que já foi até chamado por Carlos Queiroz à selecção A para o particular com a Finlândia, terá, em princípio, a duração de cinco anos, embora os valores da transferência ainda estejam em acerto. Certo é que deverá ser por valores abaixo dos cinco milhões de euros pedidos pelo Sp. Braga ao Chelsea em Janeiro.

    Está ainda em cima da mesa a hipótese de o FC Porto não comprar desde já a totalidade do passe, ficando o Sp. Braga ou o em- presário Jorge Mendes com uma percentagem. Orlando Sá enquadra-se na nova política de contratações do FC Porto, que já assegurou jovens portugueses como Miguel Lopes (Rio Ave) e Silvestre Varela (Est. Amadora). Ruben Micael (Nacional) e o guarda- -redes Eduardo, também do Braga, são outros nomes falados.»
    In DN

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