O que é que a candidatura ibérica ao Mundial-2018/22 tem a ver com o famigerado campo do Jamor?
Tudo e nada, não fôssemos ler isto das declarações de ontem do sempre enigmático Madaíl e dos vira-ventos permanentes que não enxugam, como os moinhos serviram na Holanda para drenar água e ganhar terra que os laboriosos e engenhosos neerlandeses fizeram sua, o pântano que é o País e a choldra em que muitos acham que todos devem viver.
Taça no Jamor pode acabar
Madail aponta a mudança de estádio se não houver intervenção do Estado no palco mítico.A Federação Portuguesa de Futebol seguiu à risca o regulamento da Taça de Portugal e manteve a final no Jamor, mas o Estádio Nacional continua a recolher críticas. Gilberto Madail é pela defesa da tradição mas reconheceu: «Se não houver uma intervenção do Estado no palco do Jamor, os sócios da Federação terão de pensar se a próxima final decorrerá nos mesmos moldes. Isto é, se terá lugar no Estádio Nacional. Este é um local mítico e todos os clubes que entram na Taça falam em chegar à final do... Jamor.» A FPF organiza a competição e deseja a melhor a qualidade na prova. O Jamor recebeu um duelo inédito, e foi a 27.ª final dos portistas, que chegaram ao jogo de ontem já com 14 Taças erguidas: no programa distribuído, as contas iam, erradamente, na 26.ª final e em 13 Taças"
Não admira o erro na contagem de finais e vitórias do FC Porto na prova. Afinal, a(s) última(s) foi/foram há um ano...
Notável, sim, é a pedinchice ao Estado para melhorar o estádio. Não é notável por isso. Porque mesmo para o Euro-2004, o alegado Estádio Nacional não foi melhorado para receber jogos e comprovar como é "mítico" para este presidente saloio, como era "helénico" para o saudosista Silva Resende, no seu tempo.
Não, notável é que Madaíl e o secretário de Estado do Desporto entregaram, na 6ª feira em Zurique, o dossier conjunto de candidatura ao Mundial-2018/22, com os nossos "amigos" espanhóis. Apesar do jogo de bastidores denunciado por um lorde inglês sobre os espanhóis poderem entregar a coisa à Rússia de modo a que a FIFA garanta o Mundial a leste, se tal acontecer na Ibéria Portugal tem três estádios, óbvios, para organizar cerca de 20 jogos.
E o governante Laurentino Dias disse que é só receita, porque não há que gastar dinheiro em estádios, como há 10 anos, já que temos três novos e ainda a brilhar. Não se gasta um tusto para o Mundial e o Madaíl acha que se deve gastar no estádio onde se joga praticamente uma vez por época, a folclórica Taça de Portugal.
Seria tudo cómico se a situação, já de si, não fosse trágica no País atolado em dívidas, maus pagadores e dirigentes caloteiros tão "sem lata" como os governantes mentirosos.
Acredito, porém, que Madaíl raciocine como os governantes: se desviam verbas do TGV Lisboa-Porto para uma ponte apenas sobre o Tejo, então porque não aumentar o espaço de sardinhadas na mata do Jamor? Ou ainda há esperança de o mítico Wembley tuga receber o Mundial também para se manter uma certa proporcionalidade centralista de 3 estádios na capital e 1 no Porto?
Não digam que não bate certo e desta água não beberemos. Porque "isto" já nem pode surpreender quem quer que seja. Nós é que andamos distraídos...
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