Um... Dois... Dois e meio... Três

E o FC Porto cumpriu a obrigação, leva pela 15ª vez a Taça de Portugal, o povo fez a festa e a época acabou. Falcao lá marcou, apesar de a loira da TVI não ter dado por isso e sonhar com o Cardozo, Guarín também, Hulk falhou golos em barda mas em Portugal premeia-se a incompetência, do relvado à tribuna e do periodismo saloio aos experts que elegem o MVP. Já não nos basta a mediocridade de Tomás Costa e Valeri, de novo responsáveis pelo afundamento da equipa como em jogos onde entraram e a equipa estancou, ficaram muitos rostos sisudos, meias palavras e Jesualdo a dizer que "todos querem ver-me fora daqui", com o presidente a retirar-se pelo "soleno", escondido na tribuna e nas calmas à procura de um novo Mourinho.

Fora isto, tudo o resto é triste, tudo isto é fado, temos a gente que temos, o futebol idem, os seus apreciadores ibidem, golos marcados de forma irregular continuam apreciados e não denunciados, depois das pessoas espera-se ter poder de encaixe e alinhar na pândega. Parabéns ao Porto e lá para Agosto mais uma Supertaça no Algarve, com o ogre ou sem o ogre da Liga pois o cabeça de ovo já tem flamingos a nidificar para a postura lá no Barlavento.

Comecei o vislumbre da tv com um ícone da saloiice, com 23 anos e desempregado da Amadora, na SIC-N, a lembrar que um adepto qualquer morreu no hospital depois de ter sido espancado (sic) em Braga, sem os jornalistas em estúdio fazerem o reparo à ignorância arrebatadora do que é o Zé da bola vermelhusca, para acabar com a gritaria flaviense que queria mais do que um golo validado após mão na bola, apanhando a mania local de gritar "fomos roubados".

A romaria a Oeiras lá aconteceu, religiosamente, e tem sido assim quase todos os anos. Enquanto for assim não há forma de "eles" mudarem o palco da final. Entretanto, até a televisão anuncia que a própria FPF pede para divulgar haver ainda 5 mil bilhetes para vender. Pudera, eu até esperava mais e espero ver como ficarão as bancadas. Jogassem no Norte e a romaria tinha sido antecipada nas filas de ingressos.

A descida à capital continua a ser, a pretexto do "amor clubista", uma aceitação do que não é aceitável. O presidente federativo, que em 2004 disse haver com estádios novos condições de segurança e conforto para mudar o palco da final da Taça, continua preso ao comodismo lisbonense, à rigidez regulamentar e aos dinossáuricos dirigentes maioritariamente locais. Fosse Pedroto, natural do Interior Norte, vivo para além de poder dedicar-se-lhe um triunfo de verdade, e decerto não teria calado a indignação de, com dois clubes de acordo quanto a jogar-se em Braga, lá terem de ir todos à "festa do futebol" a 300 e 450 kms de distância.

Mas não só. O Tratado "em" Lisboa foi sonegado ao referendo português da forma cínica mas subsumida como mentem com todos os dentes quanto ao "esforço de consolidação orçamental" (sempre adiado, sempre recomeçado) e ao "esforço patriótico" sob apelos do PM que acha menos 5% no seu salário meramente "simbólicos" e do Ministro das Finanças que, sendo do Porto a viver há 10 anos em Lisboa, ganha subsídio de residência com casa própria na capital. Com esse traste, e a mentira agregada, os 27 da UE e os 17 do Euro perderam autonomia e agora entra-nos de novo pelo país adentro o controlo financeiro de Bruxelas e até o FMI que se julgava afastado para sempre do nosso fantasma de má convivência com péssimas finanças públicas.

Podia ser um dia de duplo protesto. Ou triplo. Porque, entretanto, a "adiada" TTT (3ª travessia do Tejo, para efeitos do TGV) vai ter projecto no lixo para, gastando mais em estudos do mesmo que avaliem apenas a boa opção do Governo, fazer um novo, apanhando subsídios de Bruxelas e desviando as verbas que seriam para o TGV Lisboa-Porto-Vigo entretanto adiado, esse, por causa da falta de "guita". O velho, moralmente corrupto e odiosamente centralista modelo de "efeito difusor", em que o dinheiro cai todo em Lisboa como se daí, em chuveiro, o que lá se decidir serve o País de onde é retirado a "guita" que lhe caberia directamente mas é investida só na capital, está aí de novo. E de novo ninguém se importa.

Pode haver futebol, desde que haja festival ninguém leva a mal. Fica, porém, a imagem dos que renegavam o Tratado "em" Lisboa, com um referendo na gaveta e as suas consequências nefastas para cada país, ainda há um ano se falava nisto e ninguém se lembra.

Andebol bicampeão nacional, ao ganhar em Braga ao ABC. O 15º título nacional na modalidade, que faz o FC Porto o mais forte em ecletismo de sucesso. Desta vez, a RTP deu a notícia, ao contrário do que sucedeu no hóquei em patins não obstante o inédito eneacampeonato.

Pinto da Costa reeleito para 12º mandato com "98% dos votantes", sem saber-se quem votou e quantos votaram: podem ter sido 98 votos apenas em 100 eleitores, que os sócios já nem querem saber disso para nada, afinal são como a SAD e acham que está tudo ganho à partida.