Pelos 25 golos, o exemplo de fayr-play, de humildade, de lealdade, de combatividade e de sentido felino pela baliza. Uma grande contratação, um excelente jogador que serve como modelo ideal para a juventude, um arquétipo de ídolo quando muitas crendices por aí espalhadas confundem proselitismos difusos com qualidades reais humanas e virtudes profissionais.
Prognostiquei-lhe, desde o início, a meta de 20 golos só no campeonato. Cumpriu plenamente, à parte quatro golos mal anulados e dois ou três penáltis falhados (de memória apenas, frente ao Sporting e à Académica)- Nem sempre entendido pelo jogo colectivo, antes habituado a um ponta-de-lança móvel como Lisandro, Falcao foi talvez o único jogador que do princípio ao fim mais encarnou o espírito de lutador incansável à maneira do FC Porto. E seguramente, pela sua absurda exclusão da jornada anterior, um paradigma da vesguice arbitrária que marcou todo o campeonato.
Para a sua primeira época na Europa, só em 1996-97, pelos 30 golos de Jardel com o dragão ao peito, foi superada esta marca de Falcao que, ainda assim, fez mais do que os 24 golos de Lisandro Lopez na época passada. Não para provar que é "melhor" do que o argentino, mas para dizer que substituiu bem Licha, apesar das dúvidas, legítimas mas rapidamente dissipadas, sobre a troca de avançados efectuada no Verão passado. Talvez de forma insofismável a melhor forma de vincar essa troca bem sucedida seja Falcao decidir a final da Taça, no próximo domingo, com o D. Chaves, como Lisandro decidiu a última frente ao P. Ferreira. E que, ao menos, não saia do FC Porto senão daqui a quatro frutuosos anos, como sucedeu com o inesquecível Lisandro.
Não foi por Falcao, nem por Cissokho bem rendido por Álvaro Pereira que encheu as medidas a todos os portistas, nem sequer por Belluschi em vez de Lucho Gonzalez, que o FC Porto perdeu o campeonato. Marcou mais golos (70) do que nunca na Liga com Jesualdo, fez praticamente os mesmos pontos dos anos do tetra. Mas outros valores mais altos se levantaram, legitima e ilegitimamente, para remeter o FC Porto para 3º lugar improvável e imprevisto muito para além da reconhecida qualidade dos rivais que o suplantaram e de que não vale mais a pena falar.
Não foram as trocas, por isso, podiam ser as formas de tonificar a nova maneira de a equipa organizar o ataque, com ajustamentos indispensáveis que não são fáceis de encontrar como por magia ou mera intuição, a justificar um ano normal com a anormalidade de não alcançar o título, tidas em conta as medianas estatísticas de resultados e golos marcados do FC Porto nos últimos bem sucedidos quatro anos. Talvez os adeptos portistas estejam agora mais convencidos disso e menos críticos.
O que não elimina a consciência de o plantel, na sua globalidade, não corresponder em campo e em qualidade às exigências que se multiplicaram esta época e de muitos jogadores, definitivamente, não terem categoria para dar volume e classe à equipa, quando necessário. Apesar de fogachos dos útimos tempos, certos jogadores não serão apostas fiáveis para a próxima época que tem de ser de reconquista, imperiosa, do título nacional - e de afirmação europeia plena com a conquista, igualmente prioritária, da Liga Europa, muito mais do que uma sempre discutível avaliação do que seja "uma boa campanha europeia".
Foi pelo Belixo que o FC Porto perdeu o campeonato.
ResponderEliminarO Álvaro Pereira é melhor que o Cissokho, o Varela é muito melhor que o Sektioui, o Falcao marca mais golos que o Lisandro, e os outros eram os mesmos da época anterior. Quem sobra? O Belixo.
JDR, o Belluschi não merece esse tratamento menor: tem qualidade e comprovou-a, peca por ser um jogador muito macio, ainda mais macio do que era o Lucho. Essa é a grande pecha.
ResponderEliminarPor isso digo, também, que o meio-campo portista com Meireles, Guarín e Belluschi (nem conto com o Fernando, duro q.b. para trinco) é feito de libelinhas, jogadores sem peso e força física, batidos no 1x1, nas divididas, no choque. Também, por exemplo, o Rolando é brando e daí ter sido batido no golo do Benfica por Luisão.
O meio-campo precisa de ser mais robusto. Sem por-se em causa a qualidade dos jogadores, embora continue a não gostar do Guarín e muito menos do Tomás Costa.
Mas Belluschi viveu, no início, das incertezas de Jesualdo: lembre-se o tema das ausências no Chelsea e de seguida em Braga. Passou a faltar categoria e Belluschi tem classe de sobra, precisava de continuadade e precisa de gente à volta dele que parta mais pedra e deixe para ele iluminar o jogo. Há um problema de enquadramento específico para deixar Belluschi libertar a sua magia.
Todos lembraremos o golo ao Benfica, monumental, mas quase ninguém lembrará um golo extraordinário que quase marcou na final da Taça da Treta, um remate igualmente imprevisto, de primeira, que assobiou junto a um poste de Quim e havia 0-0 ou 0-1 naquele momento.
Um meio-campo, à parte o do Barça, não pode ter só tocadores de violino, tem de ter carregadores de piano. Faltou fazer esse equilíbrio por Jesualdo, ou por teimosia dele ou por conjugação diversa de factores que impediram a utilização dos jogadores.
Zé Luís,
ResponderEliminar“Macio” é pouco para o descrever. Não sabe defender, não sabe atacar, não sabe rematar, não sabe passar a bola… tem umas perninhas que dá 10 passos e parece que não saiu do sítio… enfim, é um jogador inútil.
O Guarín tem força, e o Raul Meireles também tem força enquanto não “estoira”.
Por mim vendia o Raul Meireles por 15 a 20 milhões, também vendia o Belixo a alguém que acreditasse que ele é sempre assim (como no jogo contra o Benfica), e o meio campo do FC Porto seria o Fernando, e depois mais dois destes três: Castro (que regressaria do Olhanense), Guarín e Rúben Micael.
Não sei que “continuidade” é essa que alegadamente o Belixo não teve. Ele jogou 27 dos 30 jogos do campeonato, 21 deles como titular, 1863 minutos, cerca de 69% do tempo total do campeonato.
Os médios têm de defender e atacar. Não concordo com essa divisão que “o Fernando é para defender e o Belixo é para atacar”. Eles têm de defender e atacar, visto que o Belixo não faz nem uma coisa nem outra não tem utilidade. Se alguém na equipa pode “não defender”, esse alguém é o Falcao e o Hulk. Os restantes jogadores têm de defender, se o FC Porto tiver mais jogadores que não defendam, então será sempre uma equipa que servirá para ganhar a Rio Ave e pouco mais.
“Um golo que QUASE marcou, que assobiou”.
Nós não podemos ver as coisas como elas poderiam ter sido, temos de as ver como foram.
O facto é que ele, nesse jogo, como em tantos outros, QUASE marcou, QUASE que passou bem as bolas, etc. O que é uma maneira piedosa de dizer que FALHOU, não fez nada de útil.
Considera jogadores como o Busquets, Seydou Keita, Yaya Touré, “tocadores de violino”? Se tocam algum instrumento, tambor talvez.
Percebo, João Diogo, que há aí uma frustração qualquer que permite embirrar com o Belluschi. A verdade é que o Aimar não é substancialmente melhor e, contudo, como em tudo, é uma questão de imagem, preferencialmente uma imagem que perdure.
ResponderEliminarBelluschi, porém, tem a estrutura física que tem, a qual deve ser aproveitada e enquadrada no conjunto para operar da melhor maneira.
Não é que seja um jogador que me encha as medidas, mas é inquestionavelmente um jogador de qualidade. O que não quer dizer que seja suficiente para levar uma equipa ao título. Mas num meio-campo de outra robustez, sim é um jogador capaz de ser decisivo.
ão percebo bem essa referência o Busquets ou Touré Yaya, porque são do género do Fernando, obviamente para muito melhor.
O que, no fundo, não altera nada a coisa, a não ser o preconceito que o João Diogo tem de Belluschi. estatística também vale o que vale, como o "quase", mas o Belluschi não esteve no Chelsea, em Braga e na Luz (só entrou quase no fim) e o Porto perdeu e toda a gente achou que o Jesualdo devia ter metido o Belluschi. E "achou" por alguma razão, a principal sendo a capacidade de jogar a 10 mas isso requer uma organização mais precisa e compacta do meio-campo e talvez apenas em 4x4x2 mas ontem resultou na 2ª parte em 4x3x3.
Não é, portanto, fácil ter um ponto de ordem neste processo.
Nem o post é para encontrar um culpado e, na matéria, depois de túneis, árbitros, vidros partidos, bolas de golfe, Ricardo Bosta, a porca da Liga, lesões, castigos, humores, penáltis por marcar, golos anulados, só faltava mesmo arranjar mais uma desculpa e apontar o Belluschi como bode expiatório para a perda do título.
Tal como a posição e o aproveitamento do Belluschi, a perda do título implica muita gente e muitos factores.
Esse diagnóstico está praticamente feito, à parte essa descoberta da culpa do Belluschi num sector que com ele e sem ele demorou imenso a marcar golos e aprendendo apenas a fazê-lo, os médios, nos últimos jogos.
O Falcao é que não merecia essa desconsideração, digo eu.
Obrigado
Aliás, João Diogo
ResponderEliminarem todos os anos lembrei-me sempre de um amigo meu, portista indefectível, que nunca gostou do Lucho, imagine-se, achava-o sem rasgo, sem força, sem nada. Esta época descobriram quanto ele era bom e era influente, El Comandante. Sempre rejeitei a opinião do meu amigo, ano após ano do tetra, vi o Lucho perdoar a eliminação logo na Luz do Benfica ante o Marselha, falhando golos como alguns falhados no Porto, mas Lucho é Lucho, Belluschi é Belluschi, o FC Porto com um e outro praticamente fez sempre os mesmos pontos e os mesmos golos. Desta vez houve adversários que superaram o FC Porto e isso faz a diferença para a apreciação geral e a minúcia ao aspecto individual que até aqui quase não se punha. Aliás, pôs-se no período negro de Outubro-Novembro da época passada, em que se duvidou de tudo e todos, até tudo entrar nos eixos e acabar com a dobradinha.
Eu não li completamente os comentários anteriores, mas percebi que o srº JDR estava a criticar o belluschi, no entanto, não sei se já foi referido, mas caso não tenha sido eu digo o belluschi é claramente um número 10 e o porto jogou quase toda a época num insistente 4-3-3 e quando passamos para o 4-4-2 o belluschi andou a jogar descaído para a direita, portanto não pode ser sacrificado na minha opinião, apesar de considerar que ele podia ter feito muito melhor.
ResponderEliminarZé Luís,
ResponderEliminarHá uma frustração, tem razão. Estou muito frustrado com a época vergonhosa do meu clube.
Não percebo a comparação com o Aimar, e não me interessa se o Aimar é bom ou mau, só me interessam os jogadores do meu clube. Mas já que fala no Aimar, considero-o bem melhor que o Belluschi. Veio do River Plate para o Valência, não para o Olympiakos, se não me engano jogou dois Mundiais, é claramente um jogador muito superior (ser melhor que o Belluschi também não é difícil).
A referência aos médios do Barcelona foi porque disse que eram “violinistas”, e não acho que Busquets, Seydou Keita ou Yaya Touré o sejam.
Não considero um “preconceito”… Preconceito, como o próprio nome indica, era dizer imediatamente que é bom (ou mau) sem nunca o ter visto jogar. Eu vi-o jogar e só depois conclui que ele é mau, logo, não é um preconceito.
Preconceito é por exemplo dizer-se mal do Prediguer ou Valeri quando nem sequer os viram a jogar. Eu hoje estou exactamente como estava no início da época em relação a estes dois, não faço ideia se são bons ou maus.
Por favor, se gosta de utilizar a palavra quase, quando diz “toda a gente achou”, utilize também o QUASE ai: “QUASE toda a gente achou”.
Eu, por exemplo, não achei nada disso.
Achei sim que, por exemplo, o FC Porto empatou duas vezes com o Paços, uma com o Leixões, e uma com o Olhanense, e o Belixo foi SEMPRE TITULAR. Foram 4 empates, 8 pontos perdidos, e se em vez de 4 empates tivessem sido 4 vitórias, estaríamos agora a celebrar o Penta.
O principal culpado pela má época do FC Porto é o Jesualdo. Ele é que escolhe os jogadores, e deveria ter corrigido este problema. Infelizmente não o fez, por isso deve ser despedido.
O Lucho é obviamente um grande jogador. Sempre gostei dele. Esse seu amigo não viu os golos que ele marcou ao Hamburgo e ao CSKA na Champions? Inesquecíveis!
Ainda assim, acho que foi bem vendido. 20 milhões (que poderão chegar a 24) por um jogador quase a fazer 29 anos e que passa metade do ano lesionado, foi um bom negócio.
O que não foi um bom negócio foi contratar o Belixo, e metê-lo a titular. Espero que o FC Porto se aperceba disto e corrija este problema.
Como não sou mau perdedor, deixo aqui os meus parabéns ao SENHOR ricardo costa, extremoso benfiquista.
ResponderEliminarJoão Diogo, continuo a achar que você tem razão e sente a frustração pela época decepcionante do FC Porto no seu entender. É esse sentimento de fundo que o faz ser tão amargo com certos protagonistas.
ResponderEliminarSobre o Lucho, para mim foi sempre uma referência incontornável e, repito, aqui sempre disse e insisti que foi em 4 anos o melhor jogador da Liga portuguesa, ano a ano, e não tenho dúvidas quanto a isso. Nem sequer eu conhecia o Lucho e ganhei uma efeição tremenda por esse jogador - conquanto deteste qualquer tipo com tatuagens, não tenho nada a ver com isso nem influencia o que possa achar das suas qualidades humanas e profissionais. Concordo também que foi bem vendido, ainda rende e decerto continuará a render. Apesar de para mim ser o melhor jogador, comoi digo, não deixo de considerar acertado o timing da sua transferência até pelos bons valores envolvidos.
Não era fácil, por isso, substituir o melhor jogador em Portugal nos últimos 4 anos. Não foi fácil, Belluschi enquadra-se no tipo de jogador que é o Lucho. Não correu bem, mas é só a questão do título que torna tudo mais difícil de engolir. Dispenso-me de voltar a enumerar os factores que desequilibraram decisivamente a luta pelo título este ano.
O meu amigo de que falo viu esses golos e viu todos os jogos, simplesmente via no Lucho coisas que lhe desagradavam. Há um tipo de jogadores, ou belicosos ou mais ingénuos ou outra coisa qualquer, que não caem bem neste ou noutro adepto, é normal e por isso não quero fazer disso um caso.
Como digo, estou mais interessado em enaltecer Falcao, o grande jogador do FC Porto esta época, que não sei se é "melhor" com dois extremos a servi-lo ou com outro ponta-de-lança ao lado dele.
Do Falcao também disseram que era como Farias, isto e aquilo, e provou ser muito diferente e mais "abrangente" do que Farias, este um nº 9 fixo na área e finalizador nato mas que eu não considero essencial para o FC Porto nem é capaz de vingar nos grandes jogos.
O FALCAO é dos melhores avançados mundiais,espero que não saia esta época, muito dificilmente será possivel outro igual, jogadores como ele não se encotram fácilmente.
ResponderEliminarAcho que o Snr. João Reis tem algum fetiche com o Belluschi, infelizmente temos na equipa muito jogadores piores que ele, para mim é um bom jogador vitima das teimosias de JF, mas como esta semana vai ser negra e longa não vejo a necessidade de caça às bruxas dentro do CLUBE,
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO
Amigos,
ResponderEliminarFalcão voa sobre os centrais...
Não se pode ganhar sempre.
Para o ano há mais. Sem o Ricardo Costa, certamente.
E vamos apanhar uma pançada de riso com os benfas a jogar na europa contra os rapazes crescidos, contra onze e com os mergulhos para a piscina a amarelar.
Ainda vão buscar outra vez o João V. Pinto para pedir desculpa aos sócios por alguma cabazada.
É preciso é calma.
Não podemos esfregar as mãos de contentes cada vez que se vendem os anéis por milhões e depois ficarmos a chorar pela anilha branca que fica no dedo.
Provámos a vulgaridade do campeão deste ano. O cheiro a trampa de fralda quando o Rio Ave marcou o golo aqui em Lisboa era tremendo. Só isso chega para sentirmos aquilo que somos nos ultimos 30 anos: serenos e confiantes na nossa qualidade e raça. Quem trabalho e bem, mais tarde ou mais cedo, faz os resultados aparecerem.
Neste fim de época quero saudar de forma especial os articulistas deste blog de referência, pois não é na unanimidade que está a força. É na divergência esclarecida e informada, dirigida ao bem comum que nos une. A crítica esclarecida que aqui se lê, mesmo que não estando totalmente de acordo, é essencial para que se discutam os assuntos.
Obrigado, em especial ao Zé Luis.
Quem tem coragem para assumir publicamente posições é um Homem. Ponto final.
Vamos saber perder com a serenidade que a maturidade nos tem dado ao longo dos anos.
Abraço a todos os amigos portistas. Que nos momentos de não-vitória ainda somos mais irmãos.
Paulop,
ResponderEliminarSó por curiosidade:
1- Quantos são piores?
2- Quem são eles?
3- Quanto tempo jogaram?
4- Será justo culpar jogadores que raramente (ex: Valeri) ou nunca (ex: Prediguer) jogaram, pelos insucessos da equipa?