Tóquio 1987 e Yokohama 2004

Vítor Baía, Jorge Costa, Pedro Emanuel, Ricardo Costa, Seitaridis, Costinha, Diego, Maniche, Luís Fabiano, Derlei, McCarthy, Nuno, Quaresma e Carlos Alberto.

Estes foram os jogadores que, fez ontem 2 anos, conquistaram em Yokohama no Japão a segunda taça intercontinental da história do FCPorto. Embora exista quem, os do costume, não queira atribuir o devido mérito, foi a 12 de Dezembro de 2004 que o FCPorto venceu o campeão da América do Sul, o Once Caldas, e se consagrou Bi-Campeão do Mundo de Clubes de futebol.

Num jogo que só teve um sentido, o da baliza adversária, e depois de ter visto dois golos anulados a Benni McCarthy e quatro vezes a bola no ferro da baliza do Once Caldas, o FCPorto conquistou a Taça Intercontinental numa grande penalidade inesquecível para todos nós de Pedro Emanuel. Quem não se recorda daquele olhar antes de marcar a grande penalidade decisiva? Maniche foi o melhor jogador da final e Jorge Costa levantou o troféu, já que Vitor Baía nos pregou um susto ao sair indisposto do campo já no prolongamento.

A equipa que conquistou este importantíssimo troféu, liderada na altura por Victor Fernandez, é completamente diferente da que temos agora, sobrando apenas alguns, poucos, jogadores. E que saudades deixam alguns dos que saíram. Que me lembre só cinco ainda continuam cá: Vítor Baía, Pedro Emanuel, Ricardo Costa, Ricardo Quaresma e Hélder Postiga.

Hoje, 13 de Dezembro, passam 19 anos da 1ª conquista de Tóquio, graças aos golos de Gomes e de Madjer e graças ao esforço de uma grande equipa que teve de se exceder numa autêntica pista de ski contra o Peñarol, vencendo apenas no prolongamento. Na memória ficam para sempre os restantes heróis de Tóquio: Mlynarczyk, João Pinto, Geraldão, Inácio, Lima Pereira, André, Sousa, Jaime Magalhães, Rui Barros e Quim.

É por tudo isto novamente altura de relembrar que o FCPorto deveria demonstrar o orgulho que é ter no seu historial este importante título, o de Bi-Campeão do Mundo de Clubes, e colocar no seu emblema as estrelas que dão o brilho a essas vitórias. Pelo que sei, Inter e Juventus, por exemplo, têm duas estrelas sobre o seu emblema para celebrar os êxitos na já extinta Taça Euro-América do Sul. Porque não o FCPorto imitá-los, por mérito próprio das suas conquistas, e distinguir-se à escala planetária?

Mas será que há vontade para isso, quando nem no passeio dos campeões (na praça envolvente ao estádio) o ano de 2004 com todos os troféus conquistados está representado?! É verdade, não está nem a Liga dos Campeões, nem a taça Intercontinental conquistadas nesse fabuloso ano. Porquê? Estou em crer, que será só pela eventual poupança de encomendarem por atacado uma série de placas e esperar-se mais títulos que, no bom caminho em que estão as coisas, poderão repetir-se em catadupa este ano. Mas os feitos de 1987 e 2004 bem mereciam tratamento superior e encomendas especiais. Os títulos ninguém nos tira, mas para quê esconder tais datas com tantos espaços livres para colocação de mais placas vitoriosas no passeio dos grandes campeões?

De qualquer das formas o nome do nosso clube está representado com duas grandes estrelas na constelação do futebol mundial e isso, por muito que esperneiem, já ninguém conseguirá apagar.