02 fevereiro 2009

A ganhar embalagem

FCPorto 3 - 1 C. F. Os Belenenses

Hulk 21', C. Rodriguez 22', Saulo 34' e Lucho 86'
Equipa: Helton, Fucile, Rolando, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles (Guarin 80'), Lucho, M. Gonzalez (E. Farias 64'), Hulk (Lisandro 84') e C. Rodriguez

Mais uma vez, nesta época, Lisboa continua a ser talismã para o FCPorto, a equipa tricampeã ainda não perdeu nas partidas realizadas na capital portuguesa, rubricando até exibições com muita garra, muito querer e com um grande espírito de equipa campeã. Perante um adversário tradicionalmente difícil, num campo complicado de se jogar, o FCPorto mostrou do que é feita a verdadeira fibra dos campeões.

Jesualdo Ferreira optou por poupar Lisandro Lopez, vindo de uma lesão, remetendo-o para o banco de suplentes, dando a oportunidade a Mariano Gonzalez, fazendo regressar à titularidade o reforço de Inverno, Cissokho.

O FCPorto entrou no jogo forte, a querer marcar logo desde o inicio, mas encontrava pela frente um adversário bastante agressivo, que não deixava ao equipa portista sair para o ataque, e um relvado escorregadio, fruto do mau tempo que assola a capital portuguesa, o que lhe provocava algumas dificuldades em dominar a bola.

Logo aos 2 minutos, Rolando, numa marcação de um livre, punha à prova o guarda-redes de Belém, e passados alguns minutos, também num lance de bola parada, mas desta vez numa marcação de um canto, Rodriguez teve uma oportunidade clamorosa de golo mas o uruguaio errou no alvo.

O FCPorto controlava sempre as operações, mas sentia-se um pouco de falta de agressividade no meio-campo, a equipa de Belém vinha para a frente com muitos homens e isso levava um desguarnecimento da sua defesa, mas os contra-ataques portistas ainda não atingiam a eficácia desejada.

Aos 21 minutos, o FCPorto fez um contra-ataque rápido, Mariano Gonzalez fez um cruzamento excelente com Hulk a aparecer à boca da baliza empurrando a bola para dentro, inaugurando o marcador, sendo mais do que merecido até ao momento. Passados 3 minutos, Lucho Gonzalez fez um cruzamento de mestre tendo Rodriguez aparecido na área e com uma grande cabeçada alargou a vantagem portista.

Jaime Pacheco compreendeu que jogando com muitos jogadores na frente poderia a levar ser goleado, e mexeu na equipa, efectuando duas substituições. A partir daí, o Belenenses foi uma equipa mais “arrumadinha”, com isso criando mais dificuldades à equipa portista de conseguir um resultado mais volumoso.

Aos 35 minutos, Zé Pedro atrasa a bola para Saulo que, com a defesa portista a ver jogar, remata forte, tendo a bola sido desviada por Marcelo que estava em fora de jogo, não dando a Helton quaisquer hipóteses, reduzindo a desvantagem.

O FCPorto não se perdeu com o golo sofrido, mantendo a mesma toada ofensiva, o Belenenses começava a querer jogar o jogo pelo jogo e com isso o espectáculo beneficiava apesar do relvado extremamente complicado de se jogar.

Mas, aos 40 minutos, Duarte Gomes, e seu fiscal de linha, com sede de protagonismo, eis que começam a dar um ridículo espectáculo de como serem desonestos, a bola vai à mão de Fucile, a falta é marcada, o jogador uruguaio aceita, o público protesta veemente, o fiscal de linha pressiona e Duarte Gomes faz a vontade a todos, dando o cartão amarelo ao jogador portista que o punha de fora do jogo com o Benfica. Perante os protestos, e a estupefacção, do uruguaio eis que Duarte Gomes, e conforme as câmaras de televisão documentam, com o seu ar arrogante eis que melindra o jogador afirmando ” se falas mais, ponho-te na rua.”, Impensável em países civilizados, o habitual em países do terceiro mundo.

Até ao intervalo, numa marcação de canto, Bruno Alves ainda enviou uma bola ao poste, fruto de um desvio de calcanhar, e na baliza portista, Helton brilhava perante cada remate perigoso que a equipa de Belém fazia.

Na segunda parte, o FCPorto jogou da mesma forma que tem vindo a fazer, inteligentemente, “oferece” a bola ao adversário, dando a oportunidade a eles para se “entreterem” com a bola, principalmente no seu meio campo, fecham todos os caminhos da sua baliza e prepararam-se para sofrer, esperando pela altura certa para dar a estocada final. É verdade que o FCPorto com isso poderá se meter a jeito de sofrer um golo, até num lance caprichoso, mas, analisando friamente vemos que são poucas as oportunidades de golo dos seus adversários.

O FCPorto convidava o seu adversário a jogar o jogo abertamente, e, embora sempre muito desconfiado, o Belenenses ia na cantiga do seu adversário, a equipa tricampeã, sempre muito aguerrida, lutava muito e com paciência.

Mariano dava o lugar a Farías, Guarin substituía Raúl Meireles, e, já perto do fim, Lisandro entrava para o lugar do sempre incansável Hulk, uma verdadeira força da natureza que, mesmo esforçando-se muito e mesmo sofrendo na pele faltas de todo o tipo consegue ter sempre mais forças para encarar a jogada como se fosse a última.

A entrada de Lisandro coincidiu com a altura da estocada final, o argentino fez um excelente passe para o seu compatriota Lucho Gonzalez que não perdoou, acabando com as esperanças de empate do Belenenses.

Até ao final, caso para dizer, o último a rir, rir-se melhor, ou talvez, com quem ferros mata, com ferros morre, Fucile começava a hesitar fazer um lançamento, a demorar tempo, ninguém compreende até o árbitro chegar perto dele e dar o segundo amarelo. Com isso, afinal, o jogador uruguaio não fica de fora no próximo jogo do campeonato, provando que a inteligência consegue sempre vencer ao “chico-espertismo”.

O FCPorto começa o mês de Fevereiro vencendo num campo sempre difícil, e com dificuldades acrescidas, com a perda de pontos de um dos seus adversários, e com o outro adversário a jogar na sua casa na próxima semana, o FCPorto prepara-se para começar a ganhar embalagem para a conquista do tão ambicionado Tetra, para isso basta manter a atitude, a garra, a força e a eficácia que tem demonstrado nas últimas partidas.

11 comentários:

  1. Muito bom jogo do porto, a primeira parte podia ter sido demolidora caso o tivéssemos feito os golos que devíamos ter feito, na segundo tempo os jogadores baixaram o ritmo e a equipa baixou tambem no terreno, mostrando mais uma vez que esta época consegue defender com muito mais eficácia quando decide baixar as linhas tendo tambem mais velocidade a partir depois para o ataque.

    Hulk fez mais um grande jogo aplicando toda a força e tecnica que tem, temos um grande talento em maos sem duvida, espero que o Porto o consiga manter mais tempo do que manteve anderson.

    Lucho tambem fez um grande jogo, está claramente melhor e neste jogo fruto da inclusão de mariano (que tambem este bem) teve mais liberdade e jogou mais sobre o meio.

    Este Porto evoluiu muito e com os jogadores adaptados e a subir de forma é a equipa mais forte do campeonato e estando neste momento á frente não tenho duvidas que vamos ser campeões, e vai ser um campeonato com dedicatória especial a todos aqueles que quiseram fazer a cama ao professor Jesualdo Ferreira no inicio da época.

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  2. agora temos de ter força para aviar o zboorteen e o benfas.
    precisamos de ser fortes, não podemos abandonar a equipa!
    já agora preciso de bilhetes para Madrid!
    se alguém quiser ajudar...

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  3. Em alguns aspectos, este campeonato está a ficar muito parecido com o de 2004/2005. A arbitragem está a ser bem comandada e Mantorras pelos vistos começa a ser o abono da famiglia benfiquista. Noutros aspectos porém não tem nada a ver. O FCPorto apesar de um mau começo começou a carburar a tempo e é, de longe, a melhor equipa. E por muito que se discutam algumas opções de Jesualdo, tivessemos um treinador que nos defendesse como ele em 2004/2005 e talvez tivessemos sido campeões, contra tudo e contra todos.
    Outro dos aspectos um pouco parecido com 2004/2005 são os pontos perdidos em casa. Este ano já vai em sete. Média de um por jogo. Estou certo que na segunda volta vamos limpar tudo, a começar já no próximo domingo. Pode ser que consigamos a vitória expressiva que nos passou ao lado em Setembro, na Luz.

    PS: Aquele olhar de anjinho do Fucile e o sorriso de Rodriguez ficam para a história. Óscar de melhor actor para Fucile, já!

    www.flamadraculae.blogspot.com

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  4. O FCPorto entrou muito bem no jogo, e podia ter ido para o intervalo a ganhar 4-0.

    Dificultaram um pouco, aquilo que parecia fácil.

    Em relação aos comentários, que já li noutros posts, que criticam o Cissokho, vejam k ele não teve apoio defensivo nenhum. Além disso notava-se que estava muito desgastado. Lembrem-se que o Jesualdo não o pôs a jogar com o Leixões para "treino intensivo táctico". O coitado do rapaz estava de rastos.

    Agora é continuar no bom caminho, começando desde já de arrumar com os lampiões.

    Faço um apelo aos Portistas...nem que chovam canivetes o Dragão, no domingo, tem de encher para puxar pela nossa equipa.

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  5. Estou de acordo com a análise, em geral foi um bom jogo e acho mesmo que estamos a "ganhar embalagem".

    No entanto fiquei um pouco apreensivo com alguma falta de agressividade a defender.
    O Menphis refere que é uma opçao inteligente dar a bola para o adversário se entreter, e eu concordo, dadas as características dos nossos avançados, mas houve momentos do jogo em que eles se entretiveram demais, perante a passividade da nossa equipa. Aí valeu Helton.

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  6. ATENçAO!!!
    QUARESMA ARRUMADO NO TOTENHAM!!!

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  7. Concordo com o Vitor Zenha vemos que encher o Dragão! Aliás deviamos encher sempre mas dada a conjuntura atual é quase impossivel. Aqui de Guimarães vão mais três! Força Porto!

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  8. A encomenda foi devolvida à procedência e a alegria do povo.

    No Restelo, o FC Porto deu uma clara demonstração de força, garra, carácter, classe e estofo de campeão. Num terreno muito difícil, a equipa percebeu que, com determinação e uma grande atitude competitiva, poderia derrotar um adversário moralizado pelo empate conseguido perante uns galináceos avermelhadados quais queres que pululam pelos lados da 2ª Circular. Hulk e Cristián Rodríguez puseram em pânico constante a defesa azul do Restelo. Actualmente, são as grandes referências do ataque portista. Estão em grande forma e revelam-se uns autênticos quebra-cabeças para as defesas contrárias. Hulk, com as suas já famosas arrancadas imparáveis, tornou-se num jogador demolidor e Cristián Rodríguez tornou-se num rato-de-área mortífero. Ambos exibem um rendimento superior que muitos não julgavam possível.

    Tal como se esperava, a arbitragem entregou a prenda, previamente encomendada, ao mostrar um cartão amarelo injustificado ao Fucile, numa vã tentativa de o afastar do clássico do próximo Domingo. Para insatisfação geral de quatro milhões e meio de monos, o serviço não ficou completo porque não houve hipótese de excluir também o "Incrível" Hulk e o Lisandro. É assim que se "fazem as coisas pelo outro lado". Mas o dragão não dorme, e nada como driblar o regulamento, forçando a exibição do segundo cartão amarelo ao Fucile, permitindo assim a sua presença no jogo contra os galináceos. A encomenda foi devolvida à procedência.

    Numa fase crucial da época, é vital não perder pontos e exibir a força de um tricampeão. Numa altura em que os principais adversários fraquejam perante as suas próprias insuficiências, o dragão agiganta-se de uma forma imponente e prepara-se para emular as suas presas com as suas chamas implacáveis. Os próximos jogos serão decisivos para uma arrancada final rumo ao tetra.

    Entretanto, na febre de Sábado à noite, o povo exultava de alegria. "Ele voltou!!! O Mantorras voltou!!! Voltou a nossa alegria!!!", gritavam eufóricos. Num fim de tarde chuvosa mas sem nevoeiro, ele voltou. O regressado. Muitos não julgavam possível, afirmavam tratar-se de uma lenda. Um dia regressaria, mas não viveriam o suficiente para o ver. Havia quem duvidasse: "Mas é mesmo ele? Não será mais um Aimar que veio para nos iludir?". Juravam que sim, era mesmo ele. Um velhote emocionado com um terço nas mãos rezava sofregamente e agradecia a Deus: "Senhor, obrigado Senhor, por este dia. Por ainda não me teres levado e me teres deixado vê-lo. Agora, posso morrer, Senhor. Eu vi. Eu vi. Era mesmo ele. Obrigado, Senhor." Outro adepto de tronco nú, com uma barriga proeminente com uma garrafa de vinho tinto na mão, gritava desalmadamente:"Ele voltou! O novo Eusébio! Estamos em primeiro! Somos campeões de Inverno!!!!". Festejavam uma liderança condicionada, mas mesmo assim uma liderança. Uma ténue esperança que talvez os velhos do Restelo dessem uma ajuda e derrotassem o terrível dragão que inspirava muito medo, mas agora tinham uma força imensa junto deles e seriam imbatíveis. Pelas ruas de Lisboa, correram porta a porta a anunciar a boa nova. O Mantorras voltou. Uma nova era ia começar...

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  9. Aurelio:

    Eu tenho um bilhete para vender. Vou ver o jogo para o palco VIP do Vicente Calderon. Felizmente confirmaram-me hoje o convite.

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