Mind games (parte II): depois do fim

A hospitalidade portista no espaço dado em campo, no relvado de fazer inveja a um capacho, no sector da bancada para os visitantes, na bola fora de Mariano que Reyes devolveu para perto da área portista. Com o jogo da 1ª volta ainda fresco na memória, o cuidado com os adeptos cujos desmandos estão em tribunal é ternurento…

O Porto-Benfica continuou, como sempre, para lá do jogo.

Do “tal” penálti seleccionado para a 1ª página? Não, nem na Liga da Falsidade teve cabimento, não houve favorecimento onde antes não couberam resultados falseados (Braga-Sporting, P. Ferreira-Benfica, por exemplo).

Há “notícias” próprias para branquear, intoxicar, ser capacho (onde se limpa os pés) de algum interesse, latido de algum dono, criado para qualquer serviço.

Tanto se branqueia o INOCENTE porque o árbitro (Lucílio Baptista, Boavista-Benfica, Abril de 2007) não contou que esmurraram a porta do seu balneário em resultado da fúria de um jogador a caminho de ser director desportivo, como se CONSTROEM notícias de terceiros a falar de um árbitro ou atribuindo-se intenções sem som ou palavras do próprio.

Exemplos:

Pedro Proença frustrado
ESTADO DE ESPÍRITO DE UM ÁRBITRO MUDA AO VER QUE ERROU

Um sentimento de 'enorme frustração'. Terá sido isto que Pedro Proença sentiu ao ver as imagens do clássico, sobretudo na análise ao lance entre Yebda e Lisandro, do qual resultou a grande penalidade, que deu o empate ao FC Porto. Caso o árbitro tenha constatado que decidiu de forma errada, o seu estado de espírito não pode ser outro, como aqui explicam Duarte Gomes, Olegário Benquerença e Bruno Paixão três árbitros internacionais, condição que também tem o lisboeta.

Afinal, 'só quem não tem escrúpulos poderia sentir-se de outra forma', realça Duarte Gomes, que alerta para o facto de um erro num encontro, ainda por cima quando é mediático como um clássico, 'se refletir no dia-a-dia, no plano social e até na hora de ir para dormir.' Quando um árbitro vê que erra, a 'sensação é terrível', acrescenta Olegário Benquerença.

Do Record, 9/2/2009

Pedro Proença reconhece e lamenta erro no clássico

Proença reconheceu que errou ao marcar a grande penalidade que possibilitou o empate (1-1) do FC Porto no clássico de domingo, diante o Benfica, tendo, logo após o final da partida, pedido desculpas a toda a comitiva encarnada, sabe o jornal Correio da Manhã. O juiz lisboeta admitiu que o toque de Yebda em Lisandro não foi suficiente, para provocar a queda do avançado argentino dos dragões, mas que o movimento dos jogadores o terá induzido em erro.

Do Correio da Manhã, 9/2/2009

Mas há mais, de outro tipo, com conferência de Imprensa institucional de um comissário de informação de antigo Presidente da República.

Tudo um dia após o clássico: para contar que não deixaram chegar a tempo ao estádio um bando de energúmenos que matam adeptos contrários, incendeiam autocarros adversários, traficam droga e são albergados no estádio do seu clube – aliás, com acções remetidas para julgamento e para o qual o próprio presidente da instituição faltou à sessão em tribunal da semana passada. Presidente, alias, assediado pelos próprios adeptos, insultado, enxovalhado e ameaçado que o fez pedir protecção policial à saída de uma AG do próprio clube que dizia não se identificar com uma claque fora da Lei…

Pelo caminho, desrespeitado o clube visitado, a crítica com factos falsos à Polícia do Porto, sempre “inferior” à categorizada corporação homónima lisbonense que retém pessoas nas portagens de Alverca, bate em crianças e famílias que rondem os estádios da capital e é rotulada por esse clube como “sabe lá o que está a fazer” em termos de segurança no Estádio da Luz.

Bem estranhei que, no clássico de domingo, o FC Porto tenha dado espaço em campo para o Benfica jogar comodamente à defesa, num relvado de categoria ímpar que o adversário não tem em sua casa onde não falta apenas drenar a água do seu lamaçal. E no Dragão foi concedido tanto espaço antes nunca visto ser dado aos adeptos encarnados, depois de na Luz já terem encaixotado três mil dragões em mil cadeiras, quando não os espartilham pelo estádio todo.

A prodigalidade da recepção do FC Porto, sem mind games antes do jogo, só seria complementada com a bola fora do Mariano para acudir-se a Reyes, e à quarta vez que a maca entrou em campo, para ver o espanhol retribuir com a bola colocada fora, convenientemente com as regras do fair-play que eles conhecem, para junto da área portista, em vez da linha do meio-campo por onde saíra atirada pelo argentino.

Aliás, a benevolência e hospitalidade portista em bem receber os visitantes contrastou com o fair-play mais uma vez revelado no jogo da 1ª volta, na Luz, onde às agressões de Carlos Martins e Nuno Gomes a Sapunaru (ver os vídeos) , mais o cachaço ao árbitro-auxiliar que depois validou um golo em que não se sabe se a bola entrou (ver também os vídeos), se juntou o habitual e sonoro pedido de sumaríssimo para Cebola, de resto propagandeado pelos papagaios de serviço nos altifalantes do regime.

O jogo de pressões, sempre dos mesmos lados, obviamente não ficará por aqui. Mind games? Mind your step! (para quem não entender, cuidado com o degrau…)

p.s. - as manchetes de hoje da Imprensa Destrutiva demonstram como a tentativa de influenciar negativamente o adversário ocorre muito para além do último jogo. Um aproveitamento já tentado no jogo da 1ª volta com Cebola. Com mais uma derrota moral e jurídica no Apito Final, a CD da Liga volta a ser usada pelo clube que faz as coisas pelo outro lado...

p.s.2- Dias após pugnar pela "credibilidade da arbitragem", no rescaldo do clássico, o Benfica usou a sua tv, deve andar desconfiado das outras sem se perceber porquê e estas, tal como a Imprensa do regime, dão eco a um canal clubista que deve ter pouca audiência para necessitar de amplificadores oficiosos. Ouvi agora na rádio que o clube da Luz veta Pedro Proença, alegadamente por prejuízos noutros jogos do Benfica. Decerto não foi na recepção ao Marítimo, na última época, em que cantos dos madeirenses foram transformados em pontapés de baliza e num deles, marcado rápido, deu o contra-ataque para o 2-1 do Benfica (a jogar com 10).
Muito menos o Benfica deve queixar-se de Proença a 1/4/2007, quando empatou com o FC Porto na Luz e era esperado por Fernando Santos que no final desse jogo o Benfica, vencendo-o, passasse para a frente do campeonato. David Luiz interveio numa jogada em fora-de-jogo e Lucho marcou na p.b perto do fim para o 1-1 que prevaleceu.

Ainda bem que há imagens para desmentir os trauliteiros.