26 março 2009

Porque Lucílio Baptista

honra o dr. José Mourinho

“Presidente, por favor, deixe-me sair, quero ir embora para bem longe disto”, Alvalade, 31/1/2004. O técnico não antevia só os detalhes dos jogos. Um emigrante de sucesso que transforma uma oport
unidade numa conquista

O vozeirão, a esquizofrenia e maus modos das elites lisbonenses não abafaram a cerimónia da distinção de José Mourinho como doutor honoris causa na FMH onde estudou há 20 anos, na UTL. Um título honorífico, que não requer preparação específica nem exame apropriado e que, resumidamente, é um tributo a alguém com preparação académica obtida numa escola de saber que distingue esse aluno, antigo ou que nem ali estudou, pelo conhecimento, e triunfos, que revela ao longo da sua carreira.

Muitos portistas ganharam tanta aversão ao ex-técnico campeão europeu como, então, os adeptos rivais o detestavam porque ganhava com o FC Porto. Hoje, porém, uma figura unânime no mundo da bola lusitana cujos amanuenses da escrita e pés de microfone o incensam, veneram e beijam o terreno que ele pisa, Mourinho recebe elogios sem conta. Já fez interromper, só por aterrar onde o provincianismo se concentra em doses industriais, uma entrevista a um putativo candidato a primeiro-ministro que, naturalmente, se indignou e deixou o programa televisivo em directo. Cada vez que volta à Pátria, como emigrante de sucesso, Mourinho tem uma comissão de recepção digna de chefe de Estado, fruto de uma simples assessoria de Imprensa que basta soprar o “ele vem aí” para desencadear o frenesim das redacções.

É coincidência que este acto de distinção académica tenha ocorrido nos dias da tormenta estranha relacionada com a taça da treta, claramente uma desproporção que amesquinha quer o sujeito quer o significado.


Ironia do destino, sim, muito mais pelo simbolismo, foi alteração da verdade desportiva quando à data se completaram 50 anos do caso Calabote. Uma personificação naquele que, não por acaso, passaram há muito a designar de Lucílio Calabote Baptista, só porque marcou um penálti erradamente, como se um qualquer Baptista, como Paulo, não se equivoque muito mais cada vez que leva o apito à boca porque lho consentem também…


Repugnante
O que tem a ver Lucílio Baptista com José Mourinho? Tudo. E nada. Mas o árbitro – de quem já falei abertamente aqui, num daqueles cenários de horror a que nos habituámos em dia de Sporting-Porto – está na causa da honra ora conferida a Mourinho.

Os louvaminhas do regime sofrem de uma amnésia tão repugnante quanto muitas decisões de árbitros no futebol português sem coragem para pagar a estrangeiros um serviço que por cá se considera sujo. Tivesse a Imprensa, na sua generalidade, memória, além de competência, e os lugares-comuns dariam espaço a evocações mais propícias se recuarmos ao lançamento da carreira de José Mourinho.

Alguns dos jornalistas babados ante Mourinho na cerimónia tipicamente lisbonense, com a corte de idólatras conhecidos e uma chusma de basbaques anónimos, disseram cobras e lagartos do homem, a 31/1/2004, no final de um, sempre polémico e cada vez mais com Lucílio Baptista a apitar, Sporting-FC Porto.


José Mourinho dirigiu com garbo o competente líder da I Liga nessa noite de infâmia em Alvalade, na rota do que sucedera um ano antes no velho estádio, sempre com o mesmo protagonista arbitral. O final do ano, porém, apanharia Mourinho já longe de Portugal, a arrecadar êxitos no Chelsea para gáudio de uma plêiade de admiradores redescobertos cá na parvónia, a quem,
tardiamente, só à segunda visita do Chelsea ao Dragão, questionaram sobre o efeito do Apito Dourado e a possível perda dos dois títulos de Mourinho nesses anos de azul-e-branco: “Estas medalhas de campeão ninguém mas tira”, respondeu, com desdém, enquanto se apimentava um cozinhado esquisito, na Imprensa do regime, sobre o FC Porto-E. Amadora, curiosamente disputado uma semana antes desse Sporting-Porto.

O que sucedera, entretanto, foi que Mourinho sentiu Portugal pequenino para a sua ambição e desafio profissionais. Tudo porque, depois de um jogo cheio de peripécias, e com a acusação de ter rasgado a camisola de Rui Jorge que alegadamente levaram ao balneário portista para troca com uma azul-e-branca como se o pretendente não tivesse à vontade e conhecimento de ex-colegas para o fazer por si próprio, Mourinho teve uma frase lancinante na conferência de Imprensa, apelando com veemência sem que o destinatário desse sinal de alarme estivesse presente:

- Presidente, por favor, deixe-me sair, quero ir embora para bem longe disto.
O FC Porto mantivera o Sporting a cinco pontos de distância, com o 1-1 final, e suportara o assédio imoral de Lucílio Baptista que forjou o resultado. Um ano antes, no velho estádio, o árbitro negou quatro grandes penalidades ao FC Porto, incluindo uma mão na bola no lance que precedeu o golo de Costinha que bastou para vencer o desafio. Naquela noite de invernia, no novo estádio cuja cobertura nas bancadas não retinha a chuva, o FC Porto sofreu dois penáltis, um desperdiçado por Rochemback num tiro furioso que sobrevoou a baliza de Baía, tal a inclinação do campo ainda na 1ª parte; outro a dar o empate, por Pedro Barbosa, por alegado derrube de Secretário a Liedson. Este penálti fantasmagórico, já de si indecente, teve o pecado original de nascer de um lançamento lateral feito rapidamente por Rui Jorge, após a ordem do árbitro de recomeçar o jogo interrompido para assistência, fora do campo, a João Vieira Pinto que embatera com violência contra os painéis metálicos de publicidade, mas um reatamento em que o árbitro não verificou estarem todos os jogadores (e muitos foram à margem do campo ver as condições do jogador lesionado) atentos para recomeçar o jogo. Lembro-me, porque assisti no estádio, que nem Fernando Santos tomou conta do recomeço do jogo, tal o alvoroço que a paragem provocou.

O episódio de Rui Jorge, com peso na consciência e a leveza de mandar o roupeiro ao outro balneário trocar a camisola, teve a sequela de vitimização inerente ao clube visitado, depois uma suspensão a Mourinho na CD da Liga onde vigilavam os anónimos Mourão e Cebola, um castigo que não iria cumprir por ter saído para o Chelsea, e a amnistia final no CJ da FPF.

Até deixar o FC Porto, com a renitência de Pinto da Costa a quem Mourinho apelara em Alvalade para não consumar o seu contrato com os dragões, sem adivinhar-se que sairia em condições menos honoríficas mas com o dinheiro como causa, Mourinho seria campeão nacional de forma folgada, festejando até no hotel a segunda de três derrotas consecutivas do Sporting (Boavista, Leiria e Benfica), e antes de sagrar-se campeão europeu – um título que prognosticam irrepetível, no que será porventura uma ironia do destino – perdeu a final da Taça de Portugal no Jamor, frente ao Benfica, numa arbitragem mais uma vez com a marca de Lucílio Baptista.


O mérito de Mourinho de transformar uma oportunidade numa conquista, vencendo tudo em 2003, campeonato, taça e Taça UEFA que é única no futebol português, foi traído pelo pântano da arbitragem que enlameia o futebol nacional, com sede em Setúbal como aqui alertei há pouco tempo, fruto da escola de apitar que teve em Carlos Valente o seu mentor e que tem sucedâneos, além de Lucílio Baptista, nos inefáveis Bruno Paixão e João Ferreira.


Não fosse a trágica personificação da arbitragem portuguesa em Lucílio Baptista e outros apitos sadinos, mais a intriga palaciana e os jogos de poder em vias de sacralizar como único profissional no sector o dirigente Vítor Pereira, digno produto da “inteligentsia” lisbonense na matéria como há 50 anos era moeda comum local no mercadejar de influências, e Mourinho porventura não teria sido compelido a deixar o País para ser reconhecido mundialmente, virando as costas à mediocridade reinante para ser aclamado e ofertado quando circunstancialmente cá volta, como ídolo antes invectivado, hoje sapiente quando era arrogante, famoso depois de ter sido rejeitado.


É isto Portugal. E os portugueses.

21 comentários:

  1. A crueza dos factos aqui relembrados, não deixam dúvidas da massa que (se) governa no futebol.
    Por isso o contínuo resvalar para o abismo, que infelizmente é, como agora se diz, transversal à sociedade. Não se vislumbra gente vertical, séria, competente.
    Agora até andam a tirar os cadáveres do armário, para enfatizar a "nobreza" de algumas "vitórias".

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  2. Nao sei para onde vai a naçao, nem por que valores se guia.

    Provavelmente nenhuns. Chegou a moda dos assassinatos. A moda da nojeira a servir de porta-voz. Como é possivel que aquela avestruz tenha sido porta voz do Presidente da Republica?

    Ja nada me admira, depois de ver Freitas do Amaral, suposto "estadista" a vender-se. Mas continua a causar-me tristeza ver que tipo de gente desempenha determinados cargos que deviam ser pautados pela ética.

    Quem nao se lembra das palavras de Mourinho apos a final da taça em que este Imbecilio nos tirou mais um titulo, ridicularizadas pela comunicaçao social pobre e pequenina do meu pais? Passo a relembrar: "Este arbitro é uma fraude."

    Claro que os lambe botas, vulgos jornaleiros portugueses, bestializaram o treinador do Porto. Porque era treinador do Porto.
    Os mesmos que hoje lhe lambem os pés.

    Ja que o texto fala de coincidencias, deve ser coincidencia levar com o Imbecilio penso que 4 vezes, num espaço de 6 anos, em Alvalade.
    Mas como o Imbecilio ha outros.

    Os tiques fascistas também se veem nisto. Quando uma pessoa é nova e quer singrar, tem ambiçao no sentido positivo que promove desenvolvimento e trabalho, é rotulado de arrogante e excentrico. "Ainda nao sabe nada e tal...".

    Quando vem do estrangeiro com experiencia no bolso é um doutor.

    Mas também nesse pais de merda, qualquer advogado é tratado por doutor. Gostava de saber que doutoramento teem esses gajos todos. Nao me digam que sao todos Honorius?

    Enfim, é o Bananal.

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  3. Cada vez mais me orgulho em ser Portista e todos os dias agraceço essa benção ao meu pai, da velha guarda e que "atravessou" o deserto quando éramos o tal clube simpático. Este Lucílio realmente há muito que dá barraca, mas como tem sido quase sempre em prejuízo do FCP fica tudo bem que isso até convém à comunidade lampeolagartoa que comanda a comunicação social deste país e que dessa forma branqueia o que lhes interessa e eleva aos píncaros o mais reles assunto como ainda hoje se pode provar com os destaques dos pasquins desportivos nacionais. Da minha parte já interiorizei que a essa corja respoderemos com mais vitórias e não haverá lucílios, paixões ou baptistas que nos parem, é esta vontade de ganhar que espelha a fibra de que somos feitos, não é vã a frase "contra tudo e contra todos" é muito nossa, já a ouvi da boca do saudoso Pedroto e 30 anos depois ainda faz todo o sentido. Não é mania de perseguição, é a p... da realidade. seguiremos firmes rumo ao tetra e pintaremos cada vez mais de azul este país de vermelhos costumes. Abraço a todos os portistas

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  4. Muito bom blog, parabéns. Este país é demasiado pequeno para nós.

    O http://www.guardiaodainvicta.blogspot.com/ deu inicio a uma petição para o regresso de Deco:

    http://www.ipetitions.com/petition/regressodecofcporto/

    Cumprimentos

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  5. Texto precioso, este! Que o Lucílio foi um dos maiores ladrões que eu vi arbitrar o FCP, disso não tinha dúvidas; das arbitragens sucessivas com influência no resultado em nosso desfavor em FCP-Sporting também não. Mas ler isto foi um reavivar dos enúmeros episódios que aconteceram com este senhor.

    É graças a documentos como este que as várias tentativas de distorcer a história caem em saco roto.

    É também por isto que me orgulho de ser portista: por cada grito de revolta sportinguista, por exemplo, há-de aparecer uma voz a lembrar que nem sempre foram vítimas. Até pode entrar-lhes a 100 e sair a 200. Mas aí não há desculpas. A ignorância passa a ser a sua opção.

    Quanto ao Mourinho: guardo as melhores memórias dele enquanto treinador do nosso clube. Mas as suas posições pós-Porto são algo decepcionantes: primeiro porque acha que o FCP só foi Campeão Europeu graças a ele, recusando-se a aceitar o facto de ele próprio só ter sido Campeão Europeu graças ao FCP; segundo porque nunca o vi ter uma posição firme e como se impunha em relação ao Apito Dourado. Afinal a competência dele foi também posta em causa; por último nunca o vi valorizar o clube que lhe deu a glória conforme merecia ser valorizado. Se é verdade que disse que o FCP foi a melhor equipa que treinou, também disse que só foi a melhor equipa que treinou porque foi ele que a escolheu na totalidade. O que, como todos sabemos, não é verdade.

    Quanto à simpatia actual do país perante Mourinho, não me surpreende de todo. É o normal. Nada a que não estejamos habituados. Estranho seria não o idolatrar. Afinal, segundo esses novos admiradores, o FCP só conseguiu o topo porque teve a sorte de ser treinado pelo melhor treinador do Mundo. Esta desculpa serve para eles. Justifica na perfeição a razão do FCP ter conseguido tanto. Começa é cada vez ser mais complicado sustentar esta tese: por um lado porque Mourinho nunca mais conseguiu tal feito mesmo com plantéis muito mais caros, por outro porque o FCP continua a ganhar e que se arrisca, de forma evidente, a qualquer momento voltar à glória europeia sem ele.

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  6. E a final da taça de Portugal de 2004?! Esse sr. Lucilio roubou-nos e expulsou o Jorge Costa, quando Petit e outros deviam ter sido postos na rua há muito tempo...

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  7. O problema Lucilio Calabote Baptista, sinceramente, a mim, tem apenas uma única leitura de fácil "percepção" ou "intuição", ou seja, enquanto este palermóide foi arbitrando à vez os que se auto-intitulam donos da verdade suprema e tb da verdade desportiva, sempre que defrontavam o FC Porto, era vê-los a tecer loas e loas às suas aventuras de apito na boca... o problema dá-se precisamente no momento em que um iluminado se lembrou de o colocar a arbitrar as 2 bestas negras... prontos, caldo entornado e com um fórró bestial, a merecer honras de Óscar.

    Por um acaso, calhou assim, mas quero crer que o tb poderia ter sido ao contrário... dependia de quem marcasse em 1º lugar... mas não liguem muito ao que digo, porque isto é td fruto da minha imaginação em jeito de "percepção" ou "intuição", nada mais que isso.

    No resto, quanto ao new honoris causa, continuo na minha e nem uma palha mexo... ainda hoje espero (sentado) ao pedido de desculpas em face da pergunta, "por que vem acompanhado de seguranças?”, com uma resposta arrogante e estupida, “quando vou a Palermo, tem de ser assim”.

    A ser verdade que os meus neurónios memoriais ainda estarão no prazo de validade, Palermo é tão só a capital da Sicília, terra da Mafia, da Cosa Nostra... e por aqui me fico.

    Assim, e porque quem ofender o meu FC Porto, estará a ofender-me directamente, enquanto essa figurinha de cristal não se retractar publicamente com um pedido de desculpas ao clube e aos seus adeptos, a minha posição é inalterável e ninguém, mas ninguém me vai convencer do contrário, pq continuo a manter o meu posicionamento completamente estanque: “ele que vá chamar mafioso à PQoP”!!!

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  8. NInguém consegue colocar on-line o resumo do Sporting-Porto de 2002-2003 (ganhámos 1-0, golo de Costinha) em que o Lucílio Baptista nos roubou 4 penalties?

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  9. Estou como o João e como o Blue, não consigo esquecer aquilo que Mourinho fez quando saiu do Porto e depois já no Estrangeiro quando à nossa Cidade teve de regressar...Não esqueço e não perdoo, até porque esta última confissão -a de que a equipa do Porto foi a melhor que já treinou- só revela a pouca sensatez que teve ao escolher alguns dos reforços que escolheu para o Chelsea e para o Inter...Em vez de ir buscar o Drogba deveria ter levado consigo McCarthy...Por exemplo! Cheira-me que é o reconhecimento oportunista de algo que não consegue já afastar das consciências medianas, que conseguiu no Porto muito mais com muito menos do que aquilo que lhe foi facultado no estrangeiro!O mérito é de quem? Do Mourinho? Pois claro, mas também da Organização que o apoiava!

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  10. São artistas Portugueses que por acaso(?) são todos também de Setúbal!...

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  11. Boas Zé Luis;

    Isto não é Portugal , nem são os Portugueses. Isto são a escória nacional arvorados em inteligentes só porque vivem na capital ou nos seus arredores.

    O que este senhor LB, fez e faz nas arbitragens é deveras preocupante. Se viram o telejornal da noite na sic, foi demonstrado que nenhum dos palermoides de serviço no campo pode afirmar que tenha visto bola na mão, pois estão todos em posições que não os permite vêr.
    O mais engraçado é que é o 4º árbitro que avança para a marcação do penalti. Alguêm sabe quêm era o 4 árbitro neste jogo?

    Será que não era o mesmo que marcou 2 penaltis no FCP-Setubal, contra o FCP?

    Se houvesse justiça, estes palhaços eram irradiados como o foi o calabote.

    As imagens desta noite eram suficientes para provar que houve má fé, por parte do trio de arbitragem, e que a Liga por tal facto deveria repetir o jogo por erro técnico.

    Estes senhores mentiram descaradamente e nada lhes sucede?

    Isto é a mouraria, que não foram totalmente irradicados do nosso País, no seu explendor e não Portugal.

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  12. Viva !

    Em primeiro lugar parabéns a este blog que consulto todos os dias.

    Zé Luís, penso que voltamos ou regressamos ao questionamento de emigrante / imigrante. Lembra-se ?

    Como pode ver , é com muito agrado que consulto e memorizo os seus escritos.

    Mourinho é um exemplo como emigrante ganhador ? Se a imprensa Portuguesa o diz, respeito a imprensa Portuguesa.

    Mourinho é um exemplo como imigrante ganhador ? Tal não parece ser o parecer da imprensa Europeia e, mais especificamente, da imprensa Francesa.

    A revista Francesa, "So Foot", que é cada vez mais uma revista que vai além do futebol, indica que, finalmente, Mourinho, foi elogiado. Mas, acrescenta a dita revista, nem tudo são rosas. É que alunos e professores contestaram a sua designação para o cargo que obteve. Assim, o elogio ficou a meio...

    Mourinho, desde que saiu do Porto quantos sucessos obteve no Palco Internacional ?

    Parece-me, mas posso estar enganado, que Mourinho está para o futebol como a música pimba está para a música clássica.

    E Viva o Porto !

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  13. PortoMaravilha, sei que é radicado em França (Paris?) e por isso acolhe o que aí vem escrito mas eu desconheço. De qualquer modo, a contestação a esta distinção a Mourinho tive oportunidade de a ler, cá, precisamente por um professor do FCDEF, do Porto, li na 2ª feira em O Primeiro de Janeiro.

    Não discuto isso, aliás o que li em 2 páginas do "Janeiro" foi o historiar de uma série de coisas académicas sobre o doutoramento, as filosofias em confronto ao longo do século passado quanto à Educação Física e a certa aversão que o seu estudo implicava quando, nos idos do início do salazarismo, passava a envolver o mui detestado foot-ball, veja lá.

    À parte isso, sem dar demasiada importância ao facto em si, quis discorrer sobre algo que ninguém evocou, os acontecimentos em Alvalade que por sinal acompanhei de perto. E quis associar o homem de quem se fala bem, Mourinho, do homem de quem se fala mal, Lucílio, para juntar um par de histórias relevantes na actualidade.

    En passant, lembrei obviamente o que escrevi sobre Lucílio e o seu passado tenebroso em jogos do FC Porto, mais a Valente escola de Setúbal de que pouca gente se apercebeu quando escrevi sobre essa linhagem peculiar da arbitragem nacional.

    Sei que muitos portistas passaram a odiar Mourinho, obviamente também não gostei do desenlace mas a sua passagem pelo FC Porto - porventura irrepetível para ele em qualquer outro clube - é inesquecível por momentos extraordinários. Contudo, não quis evocá-lo por ser seu fã, apenas juntar uns cacos de história perdida com referências a coisas feias da actualidade.

    Não quero nem fazer, porque a realidade está acima das questiúnculas, nem desfazer a figura de Mourinho, sem deixar de reconhecer o apreço que me mereceu quando esteve no Porto e a notoriedade que agora desfruta. E desfruta tanto que de esganiçados jornalistas seduzidos pelo "melhor treinador do Mundo", a outra corte de aduladores como os treinadores que então foram chamados da "nouvelle vague" e já desapareceram com o mito dos "sucedâneos" de Mourinho, este é mesmo o maior no relacionamento com a Imprensa e quanto faz falar de si.

    p.s. - como já aqui o escrevi, e posso repetir sem problema, há muito para mim o (se for possível eleger assim) "melhor treinador do mundo" é Fabio Capello.

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  14. "viram o telejornal da noite na sic, foi demonstrado que nenhum dos palermoides de serviço no campo pode afirmar que tenha visto bola na mão, pois estão todos em posições que não os permite vêr".


    Dragon4, não acabei de ver o jornal da SIC, tive de sair e voltei agora, mas o assunto não me interessa. Houve um penálti mal marcado. No domingo houve um golo mal anulado e um penálti por marcar. Isso é que me preocupa. Preocupou mais alguém o Paulo Baptista?...

    A SIC só faz, bem, render o peixe. Evocou o dérbi do século e, apesar de um jogo muito mau, nunca explorou o futebol, o jogo em si, apenas o que faz falar e... dá audiências. Fantástico como pretendiam demonstrar (fizeram-no?) se foi fora ou dentro da área, quando já se sabe que, não tendo sido falta (mão), é irrelevante o local.

    Estou como a Marisa Montes: não sou audiência para televisão.

    Quanto aos árbitros, falta uma coisa que não se compra: integridade e honestidade. Apesar de muitos se venderem por tuta e meia...

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  15. Dragon4, sobre Portugal e os portugueses, eu não me revejo em nenhum deles...

    Mas, a traços largos, duvida que seja assim?

    Por exemplo, escreve João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos:

    "Aquele castiço da SIC que é "especialista" em bola, o sr. Rui Santos, inventou uma petição a que deu o nome de "pela verdade desportiva", uma aparente contradição nos termos. Curiosamente a dita petição já foi subscrita por alguma gente boa e por uma data de pantomineiros. Faz lembrar o termo "transparência". Os que andam sempre com ela na boca são normalmente os menos transparentes. Mas o regime - o país, afinal - é mesmo assim. Risível".

    Estamos de acordo?

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  16. Ricardo disse...

    NInguém consegue colocar on-line o resumo do Sporting-Porto de 2002-2003 (ganhámos 1-0, golo de Costinha) em que o Lucílio Baptista nos roubou 4 penalties?

    Apoiado!!!!

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  17. "Marinho Pinto: carta anónima que deu origem ao caso Freeport foi combinada com a PJ:
    -O bastonário da Ordem dos Advogados afirma que a carta anónima que deu origem à investigação do caso Freeport foi combinada entre o autor e alguns elementos da Polícia Judiciária (PJ). "A situação, já de si insólita, adquire contornos algo preocupantes, porquanto a ideia da carta 'anónima' parece ter surgido num contexto de encontros e reuniões entre inspectores da PJ, jornalistas e figuras políticas ligadas ao PSD e ao CDS", escreve Marinho Pinto na edição de Abril do Boletim da Ordem."

    Eu até nem sou muito "amigo" do nosso Primeiro, mas, se avançarmos com esta hipótese para os Apito Dourado e Final, teremos uma explicação do fenómeno muito próxima da realidade...Só em Portugal ou em Países com formação moral muito baixa!

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  18. Meu caro Meireles so nao ve quem nao quer.

    O caso Casa Pia foi idealizado com determinadas acusaçoes a determinadas figuras publicas escondendo quem de facto "geria" a coisa. Tudo orquestrado.

    O caso apito dourado foi uma tentativa de linchamento do ultimo bastiao do Norte, o FCPorto na pessoa do seu Presidente. Tudo orquestrado.

    O caso Freeport foi mais uma tentativa de assassinato politico à imagem do que tinham feito com Ferro Rodrigues.

    Uma coisa é certa, se investigassem estes 3 casos com isençao, muita gente teria sido condenada. Em todos eles.

    Mas isso nao convém. Os doutores (sem o serem) teem que ser devidamente protegidos. E assim vamos andando parados e quietos.

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  19. Já há quem diga: um Lucílio em cada esquina.

    Eu por mim acho que vou passar a ver wrestling na televisão aos domingos de manhã. Ao menos sabe-se que o resultado é combinado, e os intervenientes sabem que o resultado é combinado. No fim de contas mandam uns sopapos uns aos outros e ninguém se chateia muito.

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  20. Soren:
    Entristece-me que as coisas sejam assim tratadas pelos homens no seu quotidiano, mas o pior de tudo é verificar que quem é responsável ou devia ser pela sua inserção e projecção Social, pelos cargos que ocupa terem outra responsabilidade que os do cidadão normal, não só não são diferentes destes, como ainda aproveitam os cargos que exercem e deles tiram partido para promoverem as suas canalhices...No fundo é isto que me assusta, a possibilidade de um dia, qualquer um cair por qualquer razão numa teia montada por estes desqualificados!

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