Era sempre um jogo com leituras relativas, fosse como fosse, mas o Portugal-Espanha acabou por revelar, no diferenciado ritmo e empenho de cada equipa, muito mais do que para ele estava consignado à partida.
Curiosamente, foi apontado, oficialmente, como inserido nas comemorações do Centenário da República, o que dá vontade de rir. Era praticável pelo centenário da FPF, como fazem muitas selecções e federações, agora pelo País que se marimba para o estado a que o Estado chegou tem piada para quem nem se lembra o que foi e o que vale o 5 de Outubro.
Ainda era um jogo dos parceiros que querem partilhar, desigualmente, o Mundial-2018, o que faz mais sentido mas era apenas um factor acessório na campanha e irrelevante para a candidatura.. Para piorar o cenário, o famoso público lisbonense fez isto http://www.marca.com/2010/11/17/futbol/seleccion/1290028568.html...
Na vertente técnico-competitiva, uns queriam vingar a eliminação do Mundial, quase ao ponto de querer mostrar quem era o campeão afinal... Mas essa sede de protagonismo, que lançou a Selecção para um jogo efectivamente brilhante mas apenas folclórico, aliás muito ao nosso jeito, era até atiçado por a maioria dos titulares não ter sequer estado na Áf. Sul: Nani, Moutinho, C. Martins, Postiga e J. Pereira. Acresce um outro CR7 que também "não esteve" no Mundial... ah, e Bosingwa, embora custe muito vê-lo tão apagado fruto da longa lesão e recuperação que custa admitir quando o veremos de novo no seu máximo que é a imagem que temos dele.
A Espanha veio só mostrar os galões na estreia da camisola condizente (ver http://www.marca.com/albumes/2010/11/17/camisetas_de_espana/index.html) com o seu título e percebeu cedo que Portugal fazia disto uma final para si próprio: sucumbiu por isso ao 4-0 final. Duas assistências de Moutinho para Postiga fizeram o suficiente para puxar pelos olés da bancada, maneira nada simpática para um jogo de confraternização em que não vale humilhar o parceiro que levará, caso seja consignado, 90% do Mundial-2018 para Espanha.
O 4º golo, para coroar toda a ironia pegada neste particular, foi de Hugo Almeida para a maior goleada de sempre ao vizinho com quem começámos a perder desde 1921, fará a 21 de Dezembro 89 anos. E porquê ironia? Porque foi com Hugo Almeida, num último raide que percebia o seu esgotamento físico, que Portugal perdeu a oportunidade de marcar primeiro à Espanha no Mundial, antes de ser substituído num momento que marcou, para muitos, o início da contestação descabelada a Carlos Queiroz que originou uma sublevação popular como se fosse ele o Miguel de Vasconcellos...
Portugal teve um futebol de toque; com grande vigor e concentração particularmente no capítulo defensivo de fechar bem as linhas de passe no último terço do campo aos espanhóis; mostrando(-lhes) que sabemos jogar ao seu nível; até podemos apontar como cópia do que faz agora o FC Porto, como se aponta ser o tiki-taka do Barça a força motivadora do futebol dos campeões do Mundo e da Europa; correspondeu no final um rotundo e histórico 4-0 e nem deixou sequer, além dos olés destinados a quem era mais tido como inimigo do que como amigo de candidatura, de ecoar do Dragão o estímulo ao público da Luz para gritar, instigado pelo speaker, o Portugal, 4 - Espanha/Visitante, 0.
Os epítetos de exibição notável e cosi via dados pelos tipos da RTP, minimizando a ausência competitiva da Espanha mais concentrada no clássico Barça-Madrid que até tinha 11 homens em campo (6-5) nas equipas iniciais (*) e cuja gestão de esforços foi visível no plácido del Bosque, serão replicados nas manchetes de amanhã a que só faltará dizer que os campeões somos nós, mas decerto não andarão longe disso... porque afinal até parecíamos nós os campeões, mas sem interesse competitivo à vista. Ah, o prestígio, claro...
Zé Luis
ResponderEliminarcontei 7 ex Porto e 1 Porto.
7+1=8
Oito jogadores que nós vimos jogar todos os fim de semanas e quartas e terças.
o sporting tambem esteve bem representado.lol.
Abraço
No tempo do Queirós e do Scolari é que era bom…Os malandros da FPF mandaram embora esses dois grandes treinadores e agora é uma rebaldaria…Quem me dera que voltassem os grandes treinadores Queirós e Scolari…Já tenho saudades de empatar com a Albânia e com o Liechenstein…
ResponderEliminarPortanto, somos os maiores. Outra vez.
ResponderEliminarÉ verdade... Somos os MAIORES outra vez !!
ResponderEliminarVoltaremos à terra quando tivermos jogos oficiais.
Os Espanhóis não são igoístas: Deixam-nos ganhar os jogos a feijões e ganhão as provas oficiais.
Parece-me bem...
É verdade! Como referiu ontem o Hugo Gilberto sobre um cartaz nas bancadas: "Agora é que vamos ver quem é o melhor do mundo"...
ResponderEliminarVindo das bancadas daquele estádio até nem destoa muito.
Faz lembrar aqueles anos em que o Porto ia lá jogar já campeão e perdia, mas a festa deles valia por 2 ou 3 campeonatos.
Enfim, uns festejam com foguetes, outros fazem mais festa a apanhar as canas!