29 novembro 2010

Lisboa, Lisboa (XXI)

A cara de espanto de Helton não foi, como se percebe, pelo cartão amarelo recebido do Jorge Rouba por o capitão portista protestar contra um golo em escandaloso fora-de-jogo.


Decerto convicto das garantias de segurança em Alvalade, onde Dias da Cunha no seu tempo chegou a pedir chaimites contra os invasores, Helton sabia que nem maças podres, nem petardos e muito menos bolas de golfe seriam ameaça a um clássico amiúde tido como de concórdia pela aparente boa relação entre Sporting e FC Porto.

Helton deve questionar-se se existirem ovos de lagarto tão grandes em Alvalade resultará do péssimo relvado de que até os locatários se queixam.
Quando sabemos que todas as medidas de segurança foram eficazes e genuinamente preventivas pela sempre competente e muito badalada PSP lisbonense, deve realçar-se em abono do Sporting duas medidas, portanto:
- urgência em colocar um relvado sintético na próxima época, que impede estes fenómenos tão intrigantes para Helton;

- proibir, como se queixam os bem educados jovens adeptos residentes, "também foi barrada a entrada pelo SPORTING CLUBE DE PORTUGAL a elementos da Juventude Leonina que tivessem vestida uma camisola que dizia nas costas “TRIPEIROS…NÃO OBRIGADO”. Vergonhoso!", segundo um comunicado da claque lá dos lados do Campo Grande, referência geográfica aparentemente genérica e abrangente que tem a idiosincrasia de localisar melhor do que o grande "de quem vem de lá do Norte", como identificou o cabotino chefe que já tem barbas mas é tão imbecil e inútil que não se fixa o nome.

Como parece que foi um jogo motivador para a crendice lagartixa, respaldado pela Imprensa do Regime que baloiça entre um lado e outro da Segunda Circular dependendo de quem melhor pára o Grande Satã, e nada de anormal se passou, como nunca passa, são minudências críticas as incidências do jogo que a plateia norte-coreana dos plumitivos do regime secundarizou.

Como não vi jornais nem tv no "day-after", mas adivinhasse o conteúdo no conformismo exaltante de tão grande actuação leonina, também não me espante que, mesmo um dia depois, hoje mesmo, ao apanhar pitonisas como o inefável tadinho e toninho Tadeia e o ex-director do Jornal do Sporting, qualquer coisa Correia, achem que o fora-de-jogo quilométrico de Valdés no golo leonino é daqueles que passam sem ser vistos.

Eu acho que o novo Alvalade, além do problema de relvado e do risco de lagartos porem ovos que deteriorem a imagem simpática de um clube que parece perder espectadores a cada jogo, tem um problema mais grave ajnda e não relatado.

No velho Alvalade, era frequente ver jornalistas, mais ou menos encartados ou apenas colaboradores dos pasquins regionais, empolgar-se com a malta. Levava mais gente e enchia mais. De tal modo que, mesmo com pala a cair de ridículo das pantominas que se fizeram à volta dela, com o resto da imensa maralha à chuva e ao frio quando calhava, muitos ditos jornalistas levantavam-se da cadeira e aplaudiam, como nas boas manifestações do regime.

Mas o novo Alvalade, com uma profusão de mau gosto em vários tons que vagueiam no retrato entre um jardim infantil e uma caixa de "smarts" (os mais cáusticos admiram a azulejaria digna de uma casa de banho do século XXI), cedo se distinguiu e foi noticiado por ter até lugar para... invisuais.

É de somenos que algumas centenas de cadeiras para invisuais fiquem atrás dos dois ecrãs gigantes em cantos opostos do estádio, como se torna irrelevante que Valdés esteja milimetrica ou quilometricamente em fora de jogo para tansos como Tadeia. Não faz mal nenhum que invisuais fiquem atrás dos ecrãs, porque ficar à frente dá-lhes, infelizmente, a mesma noção do campo e das coisas, de resto sem poderem apreciar sequer as repetições.

Mas como um dia, por acaso à noite e com chuva que não parava de me cair em cima apesar da alegada cobertura a toda à volta das bancadas que contratastava com o campo a céu aberto no velho recinto, vi um Sporting-Porto, em 2004, ali junto à tribuna de Imprensa, sei que a bancada para os invisuais é mesmo onde ficam jornalistas, mais ou menos encartados ou meramente colaboradores. Foi o célebre jogo da camisola que rasgaram e disseram ter sido Mourinho, o jogo onde o célebre Lucílio Vigarista, além de dois penáltis marcados contra o FC Porto, conseguiu reatar o jogo após uma interrupção para assistência a JVP que teve uma queda aparatosa e alvoroço médico, mas com a equipa portista, a ganhar 1-0, sem saber que Rui Jorge, que chegou a usar então camisola de meia manga e também de manga comprida, fora a que no final foi apresentada como rasgada, fez o lançamento lateral, Liedson avançou para a área e, como fez agora com Maicon, acusou também Secretário de o ter carregado pelas costas, no que o famoso árbitro marcou o (segundo) penálti que deu o empate aos leões.

p.s. - quanto a regime, norte-coreano ou outro de talibanismo equivalente porventura com tempero religioso para tornar mais picante a salsa e o molho em que vive esta gente sempre comprometida, soube hoje do "então, tchau" do treinador dos milagres. Andam para aí a dizer que ele foi incorrecto, que pensava estar a falar para a Benfica TV, nos conhecidos monólogos respigados pela Imprensa de sarjeta e subserviente que aceita que lhe caguem em cima e não são ovos de lagarto nem bolas de golfe. Deve ser tão maldade esse tipo de insinuações como a manada vermelha andar a perseguir nas redes sociais, descobrindo até a página do jornalista no Facebook, o microfone que não se limitou a ter um pé, mas também uma cabeça e alguns neurónios, e questionou o "catedrático do futebol" na TVI. O que já vi por aí a censurar o intrépido repórter já com a carreira em risco... Mas o jornalista, além de ser "lá do Norte", é novinho, não pensa no futuro, tem a mania de não ser o Tadeia que julga que os jornalistas questionam, e fatalmente tem mais perseguição na net do que o Jorge Rouba.

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