08 março 2011

Carnaval... com Khadafi em Portugal



As relações de Portugal com o Magrebe (Norte de África) têm conhecido 'involuções' que dizem tanto o que são/eram aqueles países como a idiosincrasia de quem manda por cá e se quer entender com os árabes da orla mediterrânica. Não bastava, na nossa Histótria, esperarmos a vinda de um Rei perdido em Ksar el-Kbir (Marrocos) numa aventura louca que custou a independência e o domínio dos Filipes. Temos aí uns "Filipes" que nos fazem lembrar um certo Khadafi hoje excomungado quando há pouco tempo era um fiel amigo do só cretinismo português em voga.


É Carnaval e, em Portugal, aquele a quem chamam, não sei porquê, Khadafi, dizem que dos pneus e também não conheço o significado, apareceu há dias a falar aos pés-de-microfone sobre violência, ordem e estado de Direito.




Não foi bem o livro verde daquele que, instigador do terrorismo internacional (Lockerbie, Escócia) e banido em 3/4 do planeta até ser "reabilitado" como defensor dos Direitos Humanos sob a égide da ONU numa comissão chefiada pela Líbia, o querido líder líbio de cá preconiza em Portugal. Há aí uma violência vermelha não denunciada.

A História guarda muitas ironias. Portugal confiou numa parceiro estratégico para o gás e algum petróleo, além da construção civil para desafogar os desempregados já fugidos de Espanha. Agora Portugal tem a chefia de uma comissão que investigará alegados crimes contra a Humanidade por parte do regime que até há pouco era tão inspirador para o só cretinismo actual como o da vizinha Tunísia do já deposto Ben Ali.

Isto de chamar ou libertadores, como a Chavez, ou bons parceiros, como a ditadores magrebinos, é como aquele presidente em cuja casa se chacina, com armazém de guerra nas caves e demais "bas-fond", mas reclama contra a presença de gente estranha que "empurra" e "pressiona".


Os seguranças na casa dos outros são facínoras. Quando a quadrilha do "primo Fernando" agride no aeroporto um viajante ocasional, distribui pancada no túnel lá de casa e aperta os árbitros em pleno relvado à volta de um treinador irado e um director desportivo destrambelhado, os irmãos Dalton passam a ser uma figura da sociedade muito respeitável.

Certa gente, falar de Direitos Humanos é colocar-se no patamar de Sadam Hussein. E pedir intervenção de órgãos institucionais, como uma Liga cujos responsáveis frequentam com ministros da impunidade as mesmas tribunas presidenciais, é mascarar-se de Black Adder reverente para outros fidalgos e tirano para os pilantras.


Não falta sequer, para farsa ser total, que este Khadafi em Portugal reclame a intervenção dos órgãos disciplinares que têm pendente um processo ao treinador "adrenalinado", decerto metido na gaveta enquanto se fechou os olhos a mais uma investida da sua "testosterona" que não respeita a autoproclamada fleuma de "catedrático" e exemplo de "fair-play".

Como já ouvimos o iraniano Ahmadinejad questionar a Democracia na América, o Grande Satã, também escutamos a moralidade apregoada do Khadafi em Portugal reclamando "outros comportamentos" que não vê na sua assanhada troupe pretoriana.

E perguntarem-se, estes pacóvios todos, jornaleiros incluídos, porque uma cidade deste País recebe tão mal o Khadafi em Portugal é esquecerem, os da "instituição" e "conselho revolucionário" e os apaniguados do regime entre os quais os que calam as denúncias sem coragem de dizer nomes e apontar as malfeitorias, como a TV dos bimbos insultou uma equipa de hóquei em patins que foi jogar à casa da moralidade imunda e onde tiveram a sorte de não saírem de lá com um autocarro incendiado, um jogador de cabeça partida e em coma e, ainda, de
não terem barrado a presença de adeptos contrários.
As portagens de Alverca, como as trincheiras de Trípoli, podem ser um reduto inexpugnável para não criar perturbação interna e reinar a paz podre. Aquela que em Portugal se consome diariamente neste animatógrafo permanente que tem o cartaz do dito popular: "Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço".

Parecem coisas da afamada Revista à Portuguesa, num Carnaval de todo o ano com gente mascarada e muitos mais a brincar aos cóbois. Revistas que podem deixar escapar bolas de golge como petardos e matracas, bastões e suásticas.

Mas isso, claro, é só na Líbia do Magrebe.





1 comentário:

  1. ..."apareceu há dias a falar aos pés-de-microfone sobre violência, ordem e estado de Direito."...


    Em livro , dava um best seller !

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