Dar stickada... sempre com classe!

Depois de 7-5 ao Benfica no hóquei, com parciais de 4-1 (ao intervalo) e 7-4 quase até ao fim, o futebol do FC Porto também deixou o Benfica a pão e água. A força tranquila do FC Porto desfez a organização defensiva do V. Guimarães. E, ao contrário do Benfica, não é preciso empurrar, simular, enganar, iludir, pressionar árbitros. O FC Porto, com classe, lá adiantou mais três pontos à sua fantástica saga e diminuiu uma jornada no caminho que inevitável e iniludível leva ao título a sair quando as manchetes tiverem, por um dia só, o azul predominante que marca de forma indelével, esta Liga 2010-2011.

Um treinador competente e um plantel rico e variado mudaram a feição da partida frente aos irredutíveis afonsinos remetidos à defesa e tanto que na 2ª parte nem remataram para Helton, mesmo a perder... Falcao desbloqueou, com um tiro rasteiro e cruzado, numa boa desmarcação para acolher um passe de morte de James. Mas foi a nova colocação do puto, de novo no vértice do losango do meio-campo refeito por AVB, a virar o jogo como em Olhão. O técnico mudou outra vez o 4x3x3 em 4x4x2 e logo resultou, como na ronda anterior. Prova da solidez de conceitos e persuasão assumida pelo plantel capaz de mudar a sua cara e transformar o jogo. Mérito do treinador e capacidade de adaptação, fruto do trabalho e não da gritaria e da basófia, sendo o "miúdo" a dar cartas que os jogadores depois transformam em trunfos. Sem empurrões, sem simulações, sem enganos, sem desespero. Com classe.

Cristian Rodriguez sentenciou nos descontos, num contra-ataque que devia ter resultado antes mas Ruben Micael continua melhor a passar, isolando o uruguaio, do que a rematar, quando falhou antes o 2-0. E tudo quando os vitorianos presionavam com empurrões, simulações, gritaria e ilusões, sem se perceber que jogo viu Manuel Machado para se atirar ao árbitro - parece o outro, a quem chamou cretino... - por não ter mostrado amarelos aos portistas e sete aos seus jogadores que não mereceram outra coisa com tanta falta feia. E Jorge Sousa se pecou foi por inventar faltas inacreditáveis contra o FC Porto, fosse junto à área vitoriana (uma a Cristian Rodriguez que nem tocou no adversário fiteiro) ou perto da de Helton, sem deixar sair o contra-ataque portista.

Mas há muita gente que anda a ver filmes a mais e amiúde ao contrário. A longa metragem do FC Porto é que marcou outro ponto alto com a 10ª vitória consecutiva que supera a média de um empate por cada nove triunfos como nos anteriores 30 jogos sem perder.

Fantástico FC Porto!