Pão e água ou caganeira?

"O futebol do FC Porto também deixou o Benfica a pão e água".

Escrevi isto após o Porto-Guimarães, mas não imaginei que literalmente as coisas fossem mesmo de indigência vitamínica. É que ao ouvir, na rádio, as declarações do treinador do 2º classificado, o "nosso rival abaixo na classificação" para usar o seu jargão (porque português é-lhe desconhecido) sobre o "nosso rival líder da classificação", não supunha que mandava aquele que chama de Toto para a bancada e o Nico, mesmo limitado, para o banco, forçando até a sua entrada no Braga-Benfica.

Fica, pelo menos desta vez, desfeita a tese de que os benfiquistas andavam de caganeira, depois de tantas e por tantos meses verificadas situações de gastrenterite e outros problemas estomacais, ou digestivos, daquela rapaziada que, desde a última visita à Luz da brigada do mosquito, andava a correr muito e com pouca vontade de travar ou moderar a velocidade...

A pão, a água, de caganeira ou a 11 pontos, a verdade é que também aqui a metáfora do "acidente", como na ponte caída de Entre-os-Rios, serve a imagem do clube do regime. Dizer que, agora sim, o Benfica diz adeus ao título dá vontade de rir, como se o FC Porto andasse a mostrar ser capaz de claudicar após 20 vitórias e 2 empates, com mais ou menos brilhantismo e menor ou melhor nota artística.

Por mim, foi precisamente em Braga, com categórica vitória de 2-0, ainda sem Falcao e sem Álvaro Pereita (entrou apenas nos minutos finais após dois meses de ausência), e pelo estilo e futebol de campeão mostrados, que considerei o campeonato decidido. Que seja agora em Braga que olhem para um pré-anunciado adeus ao título de um candidato que esteve sempre entre 7 e 10 pontos de desvantagem, é só para rir.

E rir daqueles palhaços que nunca viram a seriedade do futebol portista e passam horas a perorar sobre competitividade da Liga quando o Benfica não a lidera - como esqueceram na época passada -, a verdade desportiva e a função reguladora da Liga - que há um ano suspendeu o bracarense Vandinho por três meses sem prova à vista que julgaram ver em imagens televisivas que mostravam tudo menos isso - e sustentam prejuízos de arbitragem aqui e ali quando os escamoteiam nas vitórias fraudulentas do Benfica.

Digo isto sem ter visto quaisquer imagens do Braga-Benfica com lances polémicos e sem conseguir ver até ao momento quaisquer imagens além da meia hora na 2ª parte a que assisti enquanto jantava e apenas com a preocupação de me despachar para, à passagem pela Pedreira, não levar com os cabeçudos que sabia saírem dali causando um tumulto na estrada...