17 março 2011

Gestão sem olhar a baliza - mas um recorde nacional de vitórias numa época na Europa

Depois de Moscovo e Leiria, Guarin voltou a fazer o gosto ao pé e desta vez até jogou no miolo com Fernando, Belluschi ficou no banco e só entrou para reforçar o controlo do meio-campo num jogo de gestão absoluta e de uma competência a toda a prova.



O FC Porto acaba de eliminar mais uma grande equipa e séria candidata à final na Liga Europa. Mesmo com um golo no 1º minuto, fortuito, e um 2-0 cedo obtido com um deslize defensivo, o CSKA Moscovo não deixou de incomodar seriamente os dragões, até porque reduziu para 1-2 e salvo a parte final, sem discernimento nem vocação ofensiva, ameaçou marcar mais um golo e deixar tudo em aberto na eliminatória. Um adversário dificílimo, na senda do que foi o Sevilha e que só enaltece o mérito portista alicerçado em duas vitórias frente a um conjunto perigoso e que toca bem a bola.
Foi, talvez, o jogo mais "estranho" do FC Porto esta época, no sentido de ser orientado exclusivamente para a gestão da bola, da vantagem no marcador obtida na 1ª mão e do esforço individual e colectivo, para o qual contribuiu não só o onze escalado por AVB como as substituições cirúrgicas operadas.
Digamos que, fora o 1-0 inesperado e algo bizarro, num livre de Hulk que de um cruzamento de longe levou a bola à baliza, o FC Porto geriu tudo o que era possível quase sem olhar a baliza. Quase não se viu um remate na 2ª parte. Mas também é verdade que para tal escassez de ocasiões de golo muito contribuiu uma noite, não com a desinspiração diante da baliza como frente ao Sevilha e que raiou o caricato, sem sair um só último passe que deixasse alguém na iminência de marcar. Mesmo o 2-0 foi aproveitar um mau atraso e uma desatenção também de Akinfeev que Hulk aproveitou para cruzar mas só à segunda Guarín marcou. Hulk e Guarín, como em Leiria, nos golos do FC Porto demasiado cínico e muito eficaz no aproveitamento de deslizes ofensivos dos russos.
Houve muita posse, muita concentração à parte alguns devaneios que em perdas de bola infantis permitiam saídas perigosas aos russos, e para não dar espaço atrás ao adversário o FC Porto arriscou pouco. Tivemos a noção clara do que vai ser o resto da temporada, na gestão de resultados, de vantagens e de esforços físicos. Nesta altura da época, quando o volume de jogos se acentua e pesa nas pernas e na mente pela persistente concentração máxima para não ser a "última hora" do "artista", é uma realidade que todas as equipas na Europa atravessam ao disputar várias competições em simultâneo.
Mais uma demonstração da capacidade de adaptação e competitividade da equipa cuja derrota acidental com o Sevilha, de tal forma injusta, não mancha um percurso que já rendeu 10 vitórias em 12 jogos na Europa - um recorde de vitórias de uma equipa portuguesa na Europa numa época.
Parabéns ao FC Porto, que suplantou com categoria duas equipas muito fortes, de resto extensivos a Braga e Benfica que também se apuraram e amanhã podem defrontar-se num inédito primeiro "derby" português nas eurotaças.
Parabéns ao Braga: depois de uma excelente Champions, após um começo desastroso com 0-9 golos em dois jogos, a eliminação do Liverpool fica como a sua maior glória europeia, além da proeza inédita de chegar aos 1/4 final, mesmo que os reds, para desgosto meu, sejam ainda piores do que a pior equipa da época passada mas que, com Fernando Torres, ainda marcou 5 golos ao Benfica.
Sorteio (o último da época) amanhã (12h, Eurosport e canais nacionais seguramente), pode haver embate luso, embora me palpite o PSV para o FC Porto, o Twente para o Braga e o Spartak de Moscovo para o Benfica. Para além do inconveniente de um "derby", com a tensão inerente e mesmo que signifique que uma equipa chegará às meias-finais, não há dúvida que o maior rival passa a ser o Villarreal, o submarino amarelo. Ficarão já encadeados os jogos das semifinais e o "visitado" e "visitante" para a final de Dublin.
Nota que deslustra, goste-se ou não mas a mim desagrada-me: Twente, Braga, Benfica e Spartak sobram da Champions, metade dos 3º classificados nos grupos da prova-rainha repescados e ainda na prova, depois da eliminação do Rangers e do Ajax. Não é justo, mas é assim, infelizmente. Sempre me manifestei contra as repescagens e na época passada de quase eliminado na Europa, salvo pelo empate do Chelsea em casa com o APOEL Nicósia (!), o Atl. Madrid venceu esta competição.

5 comentários:

  1. http://www.facebook.com/pages/FOR%C3%87A-CAPIT%C3%83O-P%C3%A1g-de-apoio-a-Jorge-Costa_FCP/210695848945771?sk=wall Toca a apoiar o grande JORGE COSTA


    quem puder, deixe uma palavra!

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  2. Saudações Portistas!
    Mais uma vitória hoje! =)
    Embora esteja algo preocupada com a nossa equipa: O Falcão depois da lesão não tem sido o mesmo, o Guarin tem "paragens" (parece que o cérebro lhe falha em certas alturas) e hoje o meio campo esteve quase inexistente. Mas mais do que isso, sinto a nossa equipa cansada!
    Não sei se teremos força para ir até ao fim nesta competição... espero estar errada! =/
    Para já, venha a Académica, e espera-se mais uma vitória para ir ganhar o titulo à luz! hehehe!

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  3. Boas,

    Se duvidas existissem relativamente a qualidade do FC Porto este ano, ontem ficaram totalmente dissipadas.

    Mais um passo na caminhada rumo a Dublin.

    Um abraço

    http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com

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  4. Lara, benvinda no que julgo ser uma estreia por aqui.

    Sobre o cansaço, todas as equipas o têm nesta altura. Refiro isso, mas sem dramas, o treinador tem sabido gerir os esforços e os jogadores sabem também os limites em que jogam. Não há máquinas, apenas homens que podem estar mais ou menos preparados e treinadores capazes de gerir o desgaste a todos os níveis.

    Se ganhar troféus fosse fácil o FC Porto teria rivais à altura e não tem.

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  5. Com um golo na primeira jogada do desafio, não se podia pedir melhor.

    No entanto, o FC Porto foi obrigado a grande trabalho defensivo para evitar os golos moscovitas na sua baliza. É que pela frente estava uma equipa que tinha sido vencida em casa própria, mas não ficara convencida.

    A qualidade da equipa forasteira ficou evidente pela ousadia com que abordou o jogo. Em poucos minutos conseguiu uma coisa inédita no Dragão: Uma série de cantos impressionante.

    O FC Porto sentiu dificuldades, nesse período, tanto mais que no capítulo do passe as coisas não estavam a sair de feição. Valeu-nos o desacerto defensivo adversário e o excelente quanto oportuno aproveitamento dos erros para aumentar a vantagem.

    Porém, nem mesmo com três golos para recuperar, O CSKA baixou os braços. Conseguiu marcar um golo e criar alguma intranquilidade.

    Só com a alteração do sistema táctico para o 4x4x2, com a entrada de Belluschi, o FC Porto tomou conta da partida, controlando-a até final.

    Os Dragões acabavam de eliminar um dos mais sérios candidatos à vitória final.

    Gostei especialmente do desempenho defensivo portista e da actuação de Fernando, um dos melhores em campo.

    Preocupei-me com a manifesta falta de qualidade de passe, que provoca alguma irritação e submete a equipa a esforços redobrados.

    Um abraço

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