16 março 2011

Dos cobardes "controladores" da arbitragem

O sector da arbitragem, no seu todo, diz ser sujeito a muitas injustiças. Mas são os árbitros, e os seus "mandantes", que sacrificam o bom nome dos árbitros ao ponto de praticamente não haver um que se aproveite. E não é pela história de que hoje queixam-se uns, amanhã outros segundo a regra de quem não chora não mama. A questão é que a desonestidade intelectual campeia no meio da maior bebedeira institucional em que mergulham o sector e permitem que tal continue submerso no intrincado mundo dos interesses - há quem lhes chame "equilíbrio" para agradar a gregos e troianos - que devia apenas ser o de salvaguardar a verdade desportiva.
O Vi-te ó Pereira tem sido o descalabro que se conhece, quer nas nomeações, quer nas explicações patéticas para erros de arbitragem quer, até, por ser já apontado como o futuro novo dirigente da arbitragem quando esta se reunir, num conselho só, sob a égide da FPF. Tretas, nada muda com gente desonesta que torpedeia os princípios que diz defender. E, como se vai sabendo, não percebo como pode defender-se que o presidente do CA da Liga tem o apoio dos árbitros: só se for por instalar o medo e, claro, temer represálias. Não sei se Jorge Coroado leu nas estrelas, mas veremos se o que escreveu há dias em O Jogo, sobre a certeza de Vi-te ó Pereira continuar a mandar no sector como se fosse mais um "iluminado", vai concretizar-se e se a tanga do domínio da arbitragem por detrás da teimosia das associações relutantes em votarem os novos Estatutos da FPF não é a mesma conversa da treta do costume.

A verdade é que sucedem-se os escândalos no sector. E, como frisei, o escândalo da 22ª jornada não foi o Xistra em Braga. Já vem de antes, da ronda anterior. E das manigâncias para as nomeações, espezinhando as próprias regras, tal como a falência das notas dos observadores.
Primeiro:
penalizaram Xistra no Nacional-Sporting. Nota negativa. Porquê? Não vi o jogo, mas dos lances suscceptíveis de polémica, vistos em resumo, acho que decidiu bem. Penálti indiscutível contra o Nacional, que Postiga desperdiçou. Duplo amarelo a João Aurélio (Nacional) correcto, pelo penálti e por ter cortado um lance com a mão. Há uma reclamação de contacto indevido de Torsiglieri sobre Mateus, que considero ter sido carga de ombro legal e nada a assinalar. Não vi, repito, algum lance em que a arbitragem pudesse ter tido influência no resultado. Porquê a nota negativa? Por alegadamente ter perdoado um penálti ao Sporting? Nãã, isso não faz sentido. O sistema não funciona assim. Estará Xistra a pagar por algum crime anterior? Não sei.

Segundo:
com a nota negativa da Choupana, Xistra não podia ter sido nomeado para a jornada seguinte e apareceu no Braga-Benfica. Porque se fez tábua rasa do impedimento regimental por causa da nota negativa anterior? Ninguém procurou explicações. Os interessados não as mandaram, convenientemente, para os jornais de caserna, aqueles que reagem em matilha com o osso que lhes atiram... Só o Braga contestou, não o árbitro mas o desrespeito pelo critério de nomeação.


Terceiro:
Xistra não desvirtua, objectivamente, o Braga-Benfica. A penalização da sua nota é ridícula e expõe, de novo, o problema dos observadores mas o Xistrema é assim. O frango de Roberto não é culpa do árbitro e o facto de ter marcado uma falta ao contrário no lance entre Alan e Javi Garcia não pode servir de desculpa porque não era um livre sequer perigoso, a 50 metros da baliza junto a uma linha lateral. Não há mais qualquer lance discutível, a não ser um contacto que Maxi Pereira tem com Ukra na área do Benfica, para penálti, porque Ukra ganhou a posição e Maxi derruba-o. O fora-de-jogo a Jara é incontestável, ainda que possa argumentar-se que na dúvida poderia beneficiar o atacante, mesmo que pela regra, pelo livrinho, o lance seja bem ajuizado à luz das imagens televisivas.
Sobra:
como é que um observador conclui que, por ter eventualmente mal expulsado um jogador, o árbitro "influiu" no resultado? Que condição, que atribuição no âmbito das suas funções, tem um observador para escrever o que escreveu? Não deveria limitar-se a dar a opinião de que, em determinado lance, o árbitro julgou mal? Um lance físico na linha lateral, a 50 metros da baliza é assim uma coisa para influenciar um jogo? Porque um jogador foi expulso na refrega e, sim, as imagens mostram o soco de Javi Garcia, como dantes uma patada em Valdomiro do V. Guimarães na época passada na Luz que teve influência directa no resultado (3-1) porque ditava a expulsão do espanhol e dava um penálti aos minhotos com 1-1 antes do intervalo...

E Xistra, de quem serei o último suspeito a defendê-lo, como se sabe, ficou de fora da 23ª e da próxima jornadas.
Não sem antes do Braga-Benfica ter recebido, de Jesus, a coroa de espinhos de que era bem visto na cidade dos arcebispos, o árbitro. De novo, ninguém foi esmiuçar que fundo de verdade teria a asserção de que, no tempo de Jesus em Braga, em 2008-2009, quando percebeu a diferença entre o futebol real e a Playstation, Xistra porventura "favorecera" o Braga e o próprio Jesus.
Bem, Xistra em toda a época dirigiu três jogos do Braga: empate 0-0 na Trofa, 2-0 ao Paços em casa e 1-1 com o Marítimo em casa. Três jogos, tantos ou menos do que Proença, Lucílio, Benquerença, Paixão dirigiram do Braga.
Isto vale uma referência indigna ou é para condicionar um árbitro?


Entretanto, a Imprensa do regime encobriu o escândalo do Sporting-Beira-Mar: golo mal anulado aos aveirenses, penálti que lhes foi negado já na 2ª parte e penálti inventado para derrotar os visitantes já no final. Um escândalo, um horror, tão típico em Alvalade. Mas nada de nada, nem sombra, nem mistério.

O artista foi este, outro do Porto que t(r)eme quando vai a Lisboa. Hugo Pacheco, de quem nunca ninguém ouviu falar, deturpou as regras do jogo, teve actuação dolosa para influenciar um resultado. E, entretanto, apareceu como 4º árbitro no Leiria-Porto e vai apitar no próximo fim-de-semana de novo na I Liga.

Não há vergonha na cara e não há maneira de, com bondade cristã, defender tanta gente que não se coíbe de demonstrar não ter estaleca para a função comprovando em cada jornada a desonestidade que influi nos resultados dos jogos.

As nomeações da 24ª jornada saíram agora no site da Liga:

André Gralha para o Porto-Académica, o árbitro que viu uma bola dentro da baliza do V. Guimarães em Alvalade e que teve Vi-te ó Pereira a ver uma luva branca de Nilsson na jogada do golo que não entrou na explicação posterior a essa aberração.

Artur Soares Dias estará no Paços-Benfica, depois de lá ter estado no Paços-Porto (0-3) negando uma gp evidente a Hulk e inventando outra, além do Sporting-Benfica (0-2) em que expulsou bem Sidney.

Artur Soares Dias é um árbitro do Porto que tem tentado escapar à sina dos conterrâneos que se borram todos na capital: Jorge Rouba no Sporting-Porto, Vasco Prantos no Benfica-Marítimo, Hugo Pai checo no Sporting-Beira-Mar.

A ideia de a AF Porto querer controlar a arbitragem de volta à FPF é lunática à vista de tantos exemplos de "desconsideração" dos seus árbitros quando apitam em Lisboa, eles sim pondo-se a jeito como criadas de servir do poder a instalar de novo na capital.

Mas aos bacocos dá jeito encher a boca de baboseiras encomendadas e transcritas nos pasquins do regime ou propaladas pelos epígonos da cartilha vermelha com acesso a microfones.

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