Agora que o balão vermelho esvaziou e as parangonas perderam, igualmente, a(l)titude, coube ao FC Porto virar um resultado negativo em casa. Só com o Braga (por duas vezes) e em Alvalade, lá em Novembro, e com o Benfica, na Taça, o FC Porto apanhou-se em desvantagem, já lá vão mais de 40 jogos na época. Com uma excelente Académica, toda Briosa no campo grande, o FC Porto chegou ao intervalo a perder. Primeiro, o adversário foi mesmo competente. Depois, as várias alterações de AVB na contínua gestão do plantel, que a muitos passa despercebida tão o minimalismo na rotatividade mas sempre em permanente andamento, agora com a preocupação dos jogadores em risco para a jornada seguinte com o "nosso rival que vai atrás", a equipa demorou a encontrar-se, e para tal o opositor não facilitou nadinha nem por eventual "preocupação" com a sua meia-final da Taça com o V. Guimarães nesta semana.
Vale por dizer que foi preciso o 0-1 ao intervalo para a equipa despertar, acertar e mover-se em consonância com as dificuldades da partida. Vão dizer que há um possível penálti de Rolando, que me parece casual por não ter intenção de jogar a bola com a mão, mas pelo menos não há queixas de impedimento de jogarem jogadores emprestados. Além do bom jogo, Addy fez um bom golo. E forçou o FC Porto a jogar no máximo na 2ª parte.
Afinal, o jogo deu a volta completa, e praticamente sem sair do sítio. Mudou e muito, mesmo sem substituições ao intervalo. E em cerca de um quarto-de-hora passou-se do 0-1 a 3-1. A verdade é que, no tempo que mediou entre o golo da Académica, pelos 30', e o intervalo, o 3-1 já poderia ter sido fixado, com claras ocasiões e um Peiser soberbo na baliza. Mas o argumento do futebol portista impôs-se na 2ª parte, sem alterações de fundo. A pressão intensa, o ataque continuado e com força pelos flancos, o coro ameaçador do Dragão e a pujança de Hulk e Varela, ainda que com Falcao em desacerto, deram a volta e confirmaram o que tem sido o grande, enorme toque de Midas do FC Porto: a força tranquila que demonstra, sem empurrões, sem caneladas, sem berreiro, sem teatro, sem sururu, sem magoar alguém, sem atacar o árbitro e sem esgotar o tempo de jogo. No puro respeito pelo jogo, mesmo sem substituições, o FC Porto chegou calmamente ao empate. Sente-se que a equipa domina em campo e, com mais velocidade e com uma vontade indómita de vencer, o golo está sempre iminente. Guarín marcou pelo 4º jogo consecutivo, agora de pé esquerdo. Maicon estreou-se e até converteu de cabeça num canto, o que é raro no FC Porto mas o brasileiro há muito vinha tentando. Por fim, até Varela se reencontrou com o golo, enquanto Falcao vai acertando na trave ou faz brilhar os guarda-redes.
Absolutos dominadores, acabando com uma posse de 75% e o triplo dos remates da Académica, mais uma dezena e meia de cantos, os portistas impõem-se sem preocupações com o relógio ou a coesão defensiva do adversário. E, isto, mesmo sem que tudo saia bem, como não tem saído a Falcao e com Hulk, agora, a querer marcar golo de letra.
Até parece pesporrência, a roçar a insolência, tal a esmagadora acção do futebol portista que leva tudo no seu caminho. Não é preciso chamarem-lhes "extreminadores" ou até "implacáveis". Nem falar só da 2ª parte "demolidora" ou "nota artística" elevada. O 3-1 podia ter sido fixado ao intervalo, mas foi só um teste e uma derradeira demonstração de como, com 22 vitórias e 2 empates, esta equipa vai ser campeã, mandando em todas as partidas e com encontro marcado com o destino na próxima ronda, para acabar com dúvidas que decerto ainda subsistem nos que menos entendem do jogo e passaram 24 jornadas sem perceber a força tranquila dos senhores do jogo em todas as suas vertentes.
Um fantástico FC Porto, como se tem visto, como alertei quando muitos duvidavam, desde o final de Fevereiro quando era importante assumir a condição de campeão na recta final da época e para o pico de jogos e emoções partilhados com toda a ambição também na frente europeia.
Claro que senti apreensão quando vi serem falhadas tantas oportunidades ainda na primeira parte e a Académica, praticamente no primeiro remate sério a Beto, marcou...Mas a confiança foi-se instalando quando a atitude da equipa mudou e o empate retirou qualquer dúvida, sobre o rumo dos acontecimentos...Hulk esteve muito mal, aquela tentativa de marcar de letra é inconcebível, porque ele não tem que justificar nada, só deve ser competente...
ResponderEliminarMais um jogo de duas faces que terminou em grande.
ResponderEliminarPrimeiros 30/40 minutos de um Porto irreconhecível (lento, sem dinâmica nem inspiração) e o restante um Porto à Campeão.
Boa moldura humana no Dragão, engalanado para o ensaio geral do título que já não fugirá (isto se não houver nova emboscada na Luz!).
Destaques: Guarín, mais uma vez, a marcar golo decisivo na reviravolta e a rubricar excelente exibição; 100º golo da temporada, da autoria de um estreante nestas lides (Maicon); 22ª vitória no Campeonato, em 24 jogos (2 empates); Título à distância de uma vitória... na Luz!
Um abraço
Uma categoria a maneira como a nossa equipa resolve os problemas que vão aparecendo, tudo sem basófia nem traulitada e a forçar QB em cada jogo e rodando o plantel na medida exacta, pois como mostra a equipa de "Jasus" não há "jagadores" que aguentem jogar a 110 a cada 95 minutos...
ResponderEliminarQuando no passado recente se dizia que o Porto não tinha plantel, eis que com um planeamento, gestão e motivação imaculada o Mestre-André desmistifica essa ideia, e pasme-se, basicamente com o mesmo plantel!