01 março 2011

Finalmente, ar fresco



Acredito, agora, que o FC Porto terá mais e melhor informação, de todo o tipo que a guerrilha comunicacional instalada pode suscitar. Francisco José Marques entrou no FC Porto, já ouvira o zunzum há tempos, e já se sente uma aragem afirmativa e fresca pelo que se pode ler abaixo desta sua "apresentação" no site do clube. Nem por acaso, vi hoje de manhã umas imagens na tv em que o reconheci, presumo que na apresentação de ontem dos resultados da SAD do FC Porto. É certo que, como confessei a alguns amigos, acreditei que com Rui Cerqueira a coisa melhoraria, mas não foi o caso e não sei que "culpas" exclusivamente suas terá no cartório, sendo certo, mas que muitos subvalorizaram, que o Director de Comunicação não pode ir além da orientação superior. Também Jaime Teixeira, cuja mudança para as "Relações Externas" li em O Jogo há dias sem referência ao novo "reforço", valorizava os conteúdos, mas faltou sempre uma coragem que reconheço apenas em Francisco J. Marques e de quem sei o suficiente para crer que tudo mudará na informação do FC Porto, indo de encontro ao que anseiam todos os portistas.
Leiam (negritos meus), já agora, que vale a pena. Depois eu complemento.


A verdade. Só

Pela terceira vez o Benfica dedica-me um solene comunicado no seu site oficial, com o original título “A verdade é como o azeite”, para me atacar violentamente e colocar em causa a minha honorabilidade. E que crime é que eu cometi desde tempos imemoriais? Apenas um, não ser benfiquista (na mente desta gente que não aceita a diferença). Alega o Benfica que durante o período em que assumi a editoria de desporto da Agência Lusa mantive uma prática “difamatória, parcial e tendenciosa em relação ao tratamento que dava a toda a matéria noticiosa do SL Benfica” e acrescenta que fez várias queixas à Entidade Reguladora da Comunicação e ao presidente da Lusa. E importa esclarecer que nunca a ERC me condenou, censurou, recomendou o que quer que fosse, já o contrário… Tão pouco o presidente da Agência Lusa alguma vez se imiscuiu no trabalho da editoria de desporto.Mas houve uma coisa que o Benfica nunca conseguiu negar, foi a autenticidade das notícias por mim assinadas. Eram todas verdadeiras, em especial as que mais doeram à “inteligentzia” do Benfica, como aquela em que noticiei que apesar do quarto lugar na época 2008/09 a SAD tinha pago prémios de desempenho à Administração. E que desempenho, digo eu. Ou aquela outra notícia, suportada em imagens vídeo, em que se via (e vê, que elas existem para quem não quiser ter palas) um funcionário do Benfica a desviar o alcance de uma câmara do sistema interno de vídeovigilância horas antes da recepção ao FC Porto de forma a não registar as agressões à comitiva do FC Porto (nas imagens apenas se percebe o team-manager do FC Porto a ser agredido com um pontapé nas costas). Isto foi na época anterior ao célebre túnel da Luz e ilustra uma forma de agir de um clube que gosta muito de parecer educado mas que não resiste à tentação de armar ciladas aos seus adversários. A máscara haveria de cair, como se viu este domingo, no final do jogo com o Marítimo, ou há poucas semanas, no final do jogo com o Nacional.O que o Benfica não aceita realmente é que haja quem pense diferente, quem não aceite ser subserviente a este ou aquele poder e, acima de tudo, que haja quem lhe fuja ao controlo. Durante mais de 20 anos desempenhei várias funções como jornalista, aprendi com os melhores e procurei sempre continuar a evoluir e a partilhar o meu conhecimento. Ao longo desse tempo conheci jornalistas de muitas cores, de muitos credos e de muitas ideologias e com todos mantive sempre as melhores relações, porque, sendo adepto do FC Porto, não acho que só os adeptos do FC Porto sejam sérios. Na Lusa encontrei um grupo de jornalistas maioritariamente adeptos do Benfica, mas nenhum deles algum dia poderá dizer que prejudiquei ou beneficiei este ou aquele por ser do clube A ou do clube B e nunca escondi a ninguém que sempre fui adepto do FC Porto. A atestar a minha honorabilidade e honestidade profissional deixo ficar aqui alguns dos mails que recebi da minha equipa quando anunciei a saída da Agência Lusa, que provam como é possível trabalhar de forma séria e honesta com gente séria e honesta, independentemente do clube de cada um, mas isso as pessoas com responsabilidades actuais no Benfica jamais poderão compreender (...). Para finalizar, ao longo da minha carreira de jornalista escrevi textos simpáticos e antipáticos para com o FC Porto, para com o Benfica, para com o Sporting e para com todos os clubes. É a vida. É um facto indesmentível que escrevi que o FC Porto se sagrou pentacampeão, que o FC Porto venceu a Taça UEFA, que o FC Porto venceu a Liga dos Campeões, a Taça Intercontinental, o tetracampeonato e nunca o fiz em relação ao Benfica, mas a culpa não é minha. Juro.
Francisco J. Marques

Director de Informação do FC Porto

UM "MUÇULMANO NA BÓSNIA!"
Não sei qual foi a segunda vez que o arcanjo Gabriel dedicou umas linhas ao Francisco. Passou-me ao lado, seguramente. Mas lembro-me da primeira e que foi, só, pela entrada do "Chico" na Lusa, em Lisboa. E logo abriu o livro, o "Chico", com aquelas "condecorações" aos administradores do Benfica. Depois do "túnel da Luz", aquelas imagens do ano anterior - que nunca se percebeu porque o FC Porto não denunciou em tempos - de alguém a reposicionar as câmaras... Mas antes disso, na oportunidade, o arcanjo Gabriel elencou o passado portista do "Chico" Marques no Público. Imagine-se o magarefe preocupado com o tempo em que nem ele mesmo estava no Benfica e já fazia ficheiros sobre o que escreviam a respeito, e tudo porque o "Chico" tinha escrito, em tempos, que o Benfica, amiúde, ficava a "distância pornográfica" do FC Porto na classificação, aquelas coisas de 15, 18, 20 e 25 pontos! É verdade, "fisgaram" o Francisco por isso e ainda ele não tinha feito o suficiente para pôr em pantanas a informação institucional (aquela do tipo que a TVI foi "pescar" na RTP com o Carvalho e a Judite...) radicada em Lisboa em praticamente todos os OCS. Depois deram-se os casos acima descritos, que a maioria dos leitores desconhece por não lhe dizerem respeito as peripécias em que se faz a Informação em Portugal.
Mas não só. Francisco Marques, que vive no Porto, teve a animosidade inicial da Redacção da Lusa em Lisboa e, inclusive, uma espera de adeptos benfiquistas que chegaram às instalações da Redacção perguntando por ele. Felizmente estava de folga. Aqui dei conta, uma vez, de como a Informação desportiva da Lusa, emanada de Lisboa, mudara. Um rumo totalmente novo que, pelo visto, os agora ex-colegas, lagartos e vermelhos, lhe reconhecem (leiam no site do FCP a parte a eles respeitante).
A coacção em que vive o jornalismo aprisionado da capital é enorme e a pressão do Gabinete de Comunicação do Benfica aí está para o provar. As perguntas que ficam por fazer, as notícias nunca escalpelizadas, as manchetes metidas na gaveta, até à ignomínia recente de terem de ouvir o treinador do Benfica na tv dos bimbos, aquela onde dizem existir jornalistas para gáudio de quem os conhece(u).
Lê-se os pasquins desportivos de Lisboa - viram se o Rascord fez a capa com o Jesus e as imagens do golo anulado ao Benfica que o bronco achava legal? - e não se evita o vómito (Em tempo, li agora no CM os dados da APCT, o Rascord teve 2010 com 68 mil de vendas diárias, este em ano de título do Benfica e da mais melhor grande época do mundo e arredores, em 2003 vendia 91 mil e era ano de TRIPLA do FC Porto!). Porque têm de submeter-se aos ditames do Benfica, de que há vários exemplos de perseguições e despedimentos na capital em vários meios noticiosos. Desde o Valdemar Duarte então na RR e denunciado por um apaniguado do Benfica ex-jornalista que lá andou antes do arcanjo Gabriel, ao Ferreira Fernandes afastado do Record cujo director abaixou as calças ao presidente do Benfica e fez uma página vergonhosa da contemporânea mas real Imprensa do regime.

Como é sabido, amiúde fui crítico da "Informação" do FC Porto, apontei-lhe os defeitos, de resto partilhados por muita gente, lamentando que o meu clube não pudesse ter melhores opções de comunicação, sendo a couraça que defende toda a comunidade azul e branca que se via indefesa e resumida a trincheiras individuais como colunas de opinião e a bluegosfera. Juntou-se, agora, o facto de o "Chico" estar farto de Lisboa e o FC Porto reconhecer nele alguém para ser efectivo reforço na luta contra a estigmatização, o ostracismo e a violência informativa contra o FC Porto.
Acho que dificilmente o FC Porto encontraria alguém melhor para o cargo e com isto respondo a vários frequentadores deste blog que há vários anos se questionavam a respeito dessa falha.

3 comentários:

  1. Conheço F J Marques, desde os anos 80, morava ele na zona do Carolina, e assisti a algumas conversas entre ele, e Profs da Faculdade de Desporto, na altura naquela zona. Escreve bem, tem optimo raciocinio, fala do que sabe, e é a pessoa ideal para o lugar.
    Claro que temos o caso do Rui Cerqueira, muito Portista, mas um erro de casting absoluto... Que fazer ? Ainda por cima, o Rui é detestado pelo benfas de Paredes, que tudo fará para inviabilizar o regresso do Rui à RTP.
    Pinto da Costa, não abandona nunca um amigo leal, como o Rui, pelo que, como se usa dizer agora, é complicado !!!

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  2. FernandoB, mas o RC está para regressar à RTP (ou pretenderia fazê-lo? Parece que tinha um contrato de dois ou três anos e poderá estar a acabar...)

    Concordo com o erro de casting. Mas antes do nome dele (RC) aparecer era bem pior quem se falava antes, um Alfredo qualquer coisa Barbosa, não era o "dentinhos" ex-Bola, mas outro que por lá passou e está no Rascord...

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  3. Precisavamos de alguém com estofo para aguentar esta "cruzada", não conheço Francisco J Marques, como também conheço mal o Rui Cerqueira...Mas era indispensável entregar esta pasta a alguém com cabedal e duro de roer, não é facil encabeçar um constante engulho ao Status Quo...Sem nenhum desprimor para com Rui Cerqueira, obviamente...

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